quarta-feira, 29 de julho de 2009

comentários sobre o citado post

http://conspirar.wordpress.com/2009/07/10/o-9-de-julho-e-os-movimentos-separatistas/

Marcelo disse

Olá!

Primeiramente, parabéns pelas fotos, elas ficaram muito boas. Imagino se você tem na fotografia um hábito profissional. Em segundo lugar, parabéns pela manifestação de seu espírito cívico e de seu orgulho por ser paulista. Você esteve lá e pôde presenciar alguns milhares de paulistas sentindo bater no peito o orgulho por serem filhos dessa terra e – mais importante – de nosso legado em prol da democracia e do Estado de Direito. É um sentimento sem igual.

Em terceiro lugar, aos esclarecimentos (o real motivo de minha manifestação). Sou um dos membros (não oficialmente) do tal movimento separatista que você mencionou em seu site. Inclusive consto da fotografia acima. Cabe inicialmente uma pequena correção: a sigla MRSP é um acrônismo para “Movimento República de São Paulo” e não para “Movimento Revolucionário”, com você apresentou.

Cumpre ressaltar que não temos quaisquer ligação com esse grupo de pessoas de cabeça raspadas bem identificadas por você. Aqueles eram skinheads (reparou como todos eram brancos?), pessoas adeptas da intolerância, do racismo, do antissemitismo e do ódio puro e simples ao diferente. Não é preciso lembrar os vários episódios divulgados pela mídia em que este grupo esteve envolvido em lamentáveis cenas de violência gratuita e banalizada.

Por seu turno, o MRSP tem por objetivo agremiar separatistas e demais adeptos dessa causa (que tem berço em terras paulistas desde o Séc. XIX, inclusive dentro do histórico PRP), e em momento algum diz respeito à questões étnico-raciais, muto menos ao uso da violência. Estou ciente de que em momento algum você sequer sugeriu isso, mas é sempre bom deixar isso bem claro. Tanto o MRSP como separatistas não ligado a ele oficialmente não defendem qualquer uso da violência, ao contrário de grupos como “Carecas do ABC”, “Carecas do Subúrbio”, Front 88″, dentre outros, que são tribos urbanas de skinheads. Nós naõ compomos qualquer “tribo”, mas sim um agremiado de pessoas “comuns”, trabalhadores, profisionais liberais e estudantes.

Como eu dizia, o separatismo não têm fundamento em questões raciais, ao menos não em pleno Séc. XX (tanto é verdade que você deve ter reparado na presença de pelo menos dois negros no nosso meio lá no desfile e eles, assim como quaisquer outros, são muito bem vindos ao movimento separatista).

O que questionamos também não se limita às questões relativas à corrupção brasileira, mas sim ao rascunho de federalismo que vige no Brasil desde que ele é um país independente. Também fazemos oposição ao modelo distorcido de representação política vigente no país e ao arrocho tributário a que a União submete todos os Estados, com conseqüências nefastas sobre todo o Brasil e principalmente sobre nosso precioso povo paulista.

Em suas boas e justas considerações, você fala na realização de uma justiça social. Pois nós também a almejamos, porém entendemos que não basta um movimento cívico contrário à corrupção. Não é apenas a corrupção que canaliza precisos recursos do povo paulista para cobrir gastos ineficientes, redistribuindo de forma dúbia tais recursos. Não é apenas a corrupção que forma um Estado pesado, agigantado, fortemente interventor e que, para cobrir sua máquina, necessita de uma absurda carga tributária, totalmente incompatível com seu PIB. Não é apenas a corrupção de uma União que, por não ser eficiente e efetiva na distribuição das riquezas sociais, não só não consegue propiciar meios de subsistência aos povos do Norte e do Nordeste, como também inviabiliza (principalmente pelo peso do Estado e da carga tributária) o desenvolvimento daquelas regiões, fazendo com que muitos migrem para regiões metropolitanas dos Estados do Sudeste e do Sul, tornando essas regiões insustentáveis (não pela presença dos migrantes por si mesma, mais pela dificuldade de se suportar um imenso contingente populacional tão concentrado). Por fim, não é apenas a corrupção que forma uma máquina burocrática lenta aliada a legislações arcaicas que, com a CLT (de origem fascista), inibem a economia, o comércio, a contratação formal, investimentos estrangeiros e também o empreendedorismo de um povo que é naturalmente empreendedor (e me refiro a povo brasileiro por completo, mas especialmente ao povo paulista).

Antes de qualquer questionamento, cumpre-me esclarecer que não cremos que meras reformas nos pontos apontados por mim possam resolver o problema. Acreditamos que ao longo da história, a União tem sido ineficiente para administrar um país de proporções continentais e apenas o desmembramento em unidades soberanas menores poderia solucionar esses problemas da maneira mais eficiente possível.

Espero ter contribuído para esclarecer um pouco melhor sobre a visão que os separatistas paulistas têm de tudo isso. Mais uma vez, parabéns pelas fotos, ficaram realmente maravilhosas.


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