tag:blogger.com,1999:blog-55100407952403867872024-03-05T05:36:57.958-03:00Versão IndependenteUnknownnoreply@blogger.comBlogger635125tag:blogger.com,1999:blog-5510040795240386787.post-56530624017965556432015-03-23T18:26:00.003-03:002015-03-23T18:26:55.797-03:00Israel ofereceu ogivas nucleares à África do Sul do apartheid<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
Israel ofereceu ogivas nucleares ao regime segregacionista sul-africano
em 1975, segundo documentos secretos que constituem a primeira prova
documental da posse de armas atômicas pelo Estado judeu. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Minutas das reuniões realizadas por altos dirigentes de ambos os países
em 1975 indicam, segundo informa hoje o jornal britânico "The
Guardian", que o ministro de Defesa sul-africano, Pieter Willem Botha,
solicitou as bombas e seu colega israelense Shimon Peres, hoje
presidente de Israel, as ofereceu "em três tamanhos". </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ambos os políticos assinaram também um amplo acordo que incluía uma
cláusula pela qual se declarava secreta a própria existência desse
comprometedor documento. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O documento, descoberto pelo acadêmico americano Sasha
Polakow-Suransky enquanto preparava um livro em torno da estreita
relação entre os dois países, prova que Israel dispõe do arma atômica
apesar de sua política de "ambiguidade" pela qual nem o nega nem o
confirma. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Segundo "The Guardian", as autoridades israelenses tentaram impedir
que o Governo sul-africano pós-apartheid desclassificasse o documento a
pedido de Polakow-Suransky. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Essa revelação tem especial importância esta semana na qual as
conversas sobre não-proliferação nuclear que se realizam em Nova York se
centram na situação do Oriente Médio. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Também joga por terra a pretensão israelense de se apresentar como
um país "responsável" que em nenhum caso abusaria de suas bombas
nucleares, ao contrário de outros como o atual Irã. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Polakow-Suranksy dedicou ao tema um livro intitulado "The
Unspoken Alliance: Israel''s secrety alliance with apartheid South
África", que será publicado esta semana nos Estados Unidos. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Segundo o autor, entre as pessoas que participaram daquela
reunião no dia 31 de março de 1975 estava o chefe do Estado-Maior
sul-africano, o tenente-general RF Armstrong. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Este elaborou imediatamente um memorando que assinalava os
benefícios que representaria para o país a obtenção dos mísseis Jericho
armados com ogivas nucleares. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Pouco mais de duas semanas mais tarde, no dia 4 de junho,
Peres e Botha tiveram uma reunião em Zurique na qual se tratou do
projeto Jericho. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
As minutas secretas dessa segunda reunião assinalam que "o
ministro Botha expressou seu interesse em um número limitado de
unidades, sempre e quando estivesse disponível a carga correta". </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E o documento continua: "O ministro Perez explicou que a
carga correta estava disponível em três tamanhos. O ministro Botha
expressou sua gratidão e disse que pediria conselho". </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Segundo o jornal, a expressão "três tamanhos" se refere
supostamente aos três tipos de armas: convencionais, químicas e
nucleares. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Israel não tinha recorrido ao eufemismo, "carga correta"
para se referir a armas convencionais e reflete a sensitividade
israelense em tudo ao que se relaciona a suas armas nucleares. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Isso só pode se referir a armas nucleares já que o
memorando do tenente-general sul-africano Armstrong deixa perfeitamente
claro que a África do Sul estava interessada nos mísseis Jericho só para
transportar armas nucleares. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O acordo não chegou a ser assinado, em parte pelo custo
que representava. Além disso, seria necessário a aprovação final do
primeiro-ministro israelense, o que não era de todo seguro, escreve "The
Guardian". </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A África do Sul chegou a fabricar suas próprias armas
atômicas, possivelmente com ajuda israelense, mas a colaboração entre
ambos os países em matéria de tecnologia militar se intensificou ao
longo dos anos. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A África do Sul proviu a Israel boa parte do urânio
que este país precisava para desenvolver suas armas nucleares. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Os documentos confirmam a versão do ex-chefe naval
sul-africano Dieter Gerhard, preso em 1983 por espionar a favor da União
Soviética. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Após sua libertação, Gerhard disse que existia um
acordo entre Israel e África do Sul que consistiu em uma oferta pelo
Estado judeu de armar oito mísseis tipo Jericho com "ogivas especiais",
termo que, segundo aquele, se referia às nucleares.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>http://noticias.terra.com.br/mundo/oriente-medio/israel-ofereceu-ogivas-nucleares-a-africa-do-sul-do-apartheid,c9e978c65940b310VgnCLD200000bbcceb0aRCRD.html </i></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5510040795240386787.post-86152605013751909992015-03-23T18:23:00.001-03:002015-03-23T18:23:36.775-03:00Pai do programa nuclear da África do Sul<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="text" style="text-align: justify;">
O físico Louw Alberts, pai do programa nuclear da África do Sul do
apartheid, morreu esta semana em Pretória aos 89 anos, informou neste
domingo o jornal Sunday Times. </div>
<div class="text" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="text" style="text-align: justify;">
Alberts revelou de uma forma curiosa e involuntária as ambições
nucleares da África do Sul em 1974, quando era vice-presidente do
Conselho Sul-Africano de Energia Atômica. </div>
<div class="text" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="text" style="text-align: justify;">
O físico participava de um encontro com estudantes em um instituto de
ensino médio, quando respondeu a um aluno que qualquer país com o
conhecimento sobre energia atômica que a África do Sul tinha podia
fabricar uma bomba nuclear. </div>
<div class="text" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="text" style="text-align: justify;">
Para surpresa de Alberts, alguém presente na audiência contou o que ouviu para a imprensa.
</div>
<div class="text" style="text-align: justify;">
O governo desmentiu que a África do Sul quisesse produzir uma bomba, e
tanto o primeiro-ministro do país, John Voster, como o ministro da
Defesa, Pieter Willem Botha, recriminaram Alberts pela declaração.
</div>
<div class="text" style="text-align: justify;">
No entanto, em 1977 os Estados Unidos e a URSS anunciaram que a África
do Sul tinha realizado testes nucleares no país, no deserto do Kalahari. </div>
<div class="text" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="text" style="text-align: justify;">
O ministro da Informação do regime do apartheid, Connie Mulder,
reconheceu então que o governo utilizaria armamento nuclear caso fosse
atacado. </div>
<div class="text" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="text" style="text-align: justify;">
Alberts assumiu em 1984 a direção geral do Ministério de Minas e
Assuntos Energéticos. No cargo, aboliu no setor a proibição da expedição
de certificados de qualificação de trabalhadores não brancos, o que
condenava os negros a ficaram com os piores empregos. </div>
<div class="text" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="text" style="text-align: justify;">
A medida provocou hostilidade da direitista União de Trabalhadores
Mineiros, que se negou a emitir certificados de qualificação para os
trabalhadores negros. </div>
<div class="text" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="text" style="text-align: justify;">
De profundas convicções cristãs, Alberts defendeu com paixão em muitos
debates e vários livros o caráter complementar da ciência e da religião. </div>
<div class="text" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="text" style="text-align: justify;">
Seu envolvimento com grupos ecumênicos liberais fechou as portas para
ele da influente Afrikaner Broerbond, irmandade fundada para promover os
interesses do povo afrikaner (descendentes dos colonos centro-europeus
na África do Sul), da qual pertenceram todos os primeiros-ministros e
presidentes do regime racista. </div>
<div class="text" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="text" style="text-align: justify;">
Alberts também teve um papel importante nas conversas políticas para desmantelar o apartheid.
</div>
<div class="text" style="text-align: justify;">
Em 1991, Mangosuthu Buthelezi, líder do Inkhata, partido da etnia zulu e
rival do Congresso Nacional Africano (CNA), de Nelson Mandela,
retirou-se da mesa de negociações. </div>
<div class="text" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="text" style="text-align: justify;">
Alberts pediu emprestado então o avião privado de um amigo e viajou até
a província de Kwazulu-Natal para convencer Buthelezi a voltar a
negociar. </div>
<div class="text" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="text" style="text-align: justify;">
Personalidade complexa e contraditória, típica da convulsa história sul-africana, Alberts deixa mulher e quatro filhos. </div>
<div class="text" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="text" style="text-align: justify;">
<a href="http://noticias.terra.com.br/mundo/africa/pai-do-programa-nuclear-do-apartheid-morre-na-africa-do-sul,608432132e9fe310VgnCLD2000000dc6eb0aRCRD.html" target="_blank"><i>http://noticias.terra.com.br/mundo/africa/pai-do-programa-nuclear-do-apartheid-morre-na-africa-do-sul,608432132e9fe310VgnCLD2000000dc6eb0aRCRD.html </i></a></div>
</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5510040795240386787.post-76791254570238443792014-10-04T20:33:00.000-03:002014-10-04T20:33:19.796-03:00EUA e Grã-Bretanha temem o arsenal nuclear paquistanês<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
Telegramas confidenciais obtidos pelo site WikiLeaks e divulgados pelos jornais <em>Guardian </em>e <em>The New York Times</em>
sugerem que diplomatas dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha estão mais
preocupados do que admitem em público com o arsenal nuclear do
Paquistão. O governo paquistanês, por sua vez, rebateu nesta
quarta-feira os temores de que suas armas nucleares possam parar nas
mãos de terroristas.<br /><br />
Uma mensagem trocada entre as representações diplomáticas das duas
potências adverte que o Paquistão está aumentando rapidamente seu
estoque nuclear, a despeito da crescente instabilidade do país. O
documento expressa ainda o ceticismo de diplomatas americanos em relação
à capacidade do Paquistão de cortar seus vínculos com extremistas
islâmicos.<br /><br />
No documento, o alto funcionário do Ministério das Relações Exteriores
britânico Mariot Leslie diz a diplomatas americanos, em setembro de
2009, que seu país estava profundamente preocupado com a segurança das
armas nucleares do Paquistão. E essa não tinha sido a única vez em que o
assunto foi tratado pelos aliados.<br />
Em outro arquivo, transmitido sete meses antes, a então embaixadora
americana no Paquistão dizia a Washington: "Nossa principal preocupação
não é a de que um militante roube uma arma completa, mas sim a chance de
alguém que trabalhe em alguma instalação do governo paquistanês
contrabandear aos poucos material suficiente para a construção de uma
arma".<br /><br />
“O medo deles não é justificado", retrucou um porta-voz do Ministério
das Relações Exteriores do Paquistão, Abdul Basit, referindo-se aos
americanos e britânicos. "Não houve um único incidente envolvendo nosso
material físsil, o que claramente reflete quão fortes são nossos
controles e mecanismos. É hora de eles romperem com seus preconceitos
históricos contra o Paquistão."<br />
<br />
<a href="http://veja.abril.com.br/noticia/mundo/eua-e-gra-bretanha-temem-arsenal-nuclear-do-paquistao" target="_blank"><i><b>http://veja.abril.com.br/noticia/mundo/eua-e-gra-bretanha-temem-arsenal-nuclear-do-paquistao </b></i></a></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5510040795240386787.post-56972176120366759242014-10-04T20:22:00.003-03:002014-10-04T20:22:54.068-03:00Segurança Nuclear no Paquistão<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
Não é a primeira vez que um líder paquistanês diz ao mundo que o
arsenal nuclear do país está em boas mãos. Mas, apesar das repetidas
garantias, o Ocidente vem se preocupando há algum tempo com a segurança
de armas atômicas do Paquistão.<br />
O Paquistão, que realizou seus únicos testes nucleares em 1998, luta
contra uma já prolongada insurgência islâmica, que ameaça paralisar o
Estado. Na última década, os islamistas não só atacaram civis, mas
também instalações e bases militares. Observadores dizem que o Talibã e a
Al Qaeda estão de olho nas ogivas nucleares paquistantesas.<br />
Na semana passada, o primeiro-ministro Nawaz Sharif visitou o Centro
de Comando Nacional, que supervisiona as instalações nucleares
paquistanesas. Ele estava acompanhado por funcionários do poderoso
Exército paquistanês que, segundo analistas, tem a última palavra nos
assuntos relacionados a defesa e segurança. Após a visita, o premiê
disse que Islamabad quer "paz na região" e que "não fará parte de uma
corrida armamentista". Ele ressaltou, ainda, que o arsenal nuclear está
"bem protegido".<br />
Segundo a especialista em questões de defesa Maria Sultan, as
autoridades têm, de fato, um forte controle sobre as instalações
nucleares. "O Paquistão tem capacidade de monitorar suas armas
nucleares, e a tecnologia que está usando para fazer isso é muito
sofisticada", opina a analista, que classifica como "infundadas" as
preocupações do Ocidente.<br />
<span><strong>“Talibanização dos militares”</strong></span><br />
Embora o Estado afirme que suas armas nucleares estão sob rigoroso
controle, muitos especialistas em defesa temem que eles possam cair nas
mãos de terroristas, caso radicais eventualmente assumam o controle de
Islamabad ou se as coisas ficarem fora de controle do governo e dos
militares.<br />
"Programas nucleares nunca são seguros. Por um lado, há, talvez, um
certo nervosismo exagerado sobre as bombas do Paquistão nos meios de
comunicação ocidentais. Por outro, há também uma preocupação genuína",
avalia Farooq Sulehria, pesquisador e jornalista paquistanês baseado em
Londres. "Mas a talibanização dos militares do Paquistão é algo que não
podemos ignorar."<br />
As preocupações de Sulehria provavelmente são justificadas. Os
talibãs têm demonstrado repetidamente que são capazes não só de atacar
alvos civis, como também bases militares. Em agosto de 2012, um grupo
armado com fuzis e lançadores de foguetes atacou uma base aérea na
cidade de Kamra, na província de Punjab.<br />
A base abriga vários esquadrões de caças e aviões de vigilância, que,
segundo oficiais da Força Aérea, não foram danificados pelo ataque. O
Talibã tem grande influência no inquieto Vale do Swat, no noroeste do
Paquistão, e, de acordo com especialistas em defesa, várias instalações
nucleares estão localizadas não muito longe da área.<br />
Apesar disso, o analista político e de defesa Zahid Hussain garante
que o Ocidente está "preocupado desnecessariamente". "O Paquistão
realizou seus testes nucleares mais de 15 anos atrás. Nada aconteceu
desde então. O Paquistão assegura que as armas nucleares continuam
seguras", assinala.<br />
<span><strong>Proliferação nuclear</strong></span><br />
No entanto, o histórico de segurança nuclear do Paquistão não é tão
limpo como alega Hussain. Em 2004, o "criador" da bomba nuclear do país,
Abdul Qadeer Khan, confessou ter vendido tecnologia atômica à Coreia do
Norte e ao Irã.<br />
Khan foi afastado da chefia do programa nuclear paquistanês pelo
então presidente Pervez Musharraf, em 2001. Ele passou cinco anos em
prisão domiciliar, depois que Musharraf mandou prendê-lo em 2004 por seu
suposto papel na divulgação de segredos nucleares. Um tribunal em
Islamabad determinou sua libertação em 2009.<br />
Os líderes militares e civis paquistaneses foram acusados de serem
condescendentes com Khan, mas se defendem, dizendo que o Estado não teve
papel algum no que eles afirmam ter sido um "ato individual" de Khan.
Mas muitos no Paquistão e no Ocidente acreditam que Khan só foi capaz de
repassar tais informações sigilosas com apoio do regime.<br />
Khan é popular entre ativistas muçulmanos e setores da população do
país, que acreditam que as armas nucleares são "necessárias" para a
segurança nacional. Partidos políticos e religiosos do Paquistão
invariavelmente usam a retórica nuclear contra a Índia e os países
ocidentais.<br />
"A bomba atômica é nossa protetora. Ela garante nossa soberania.
Ninguém pode atacar o Paquistão enquanto tivermos esta bomba, e essa é a
razão por que os EUA, a Índia e outros países ocidentais estão
conspirando contra ela", argumenta Abdul Basit, um estudante na
Universidade de Karachi.<br />
Asim Uddin, um ativista do partido islâmico paquistanês
Jamaat-e-Islami baseado em Londres, é da mesma opinião. Ele argumenta
que o Paquistão precisa de armas atômicas porque tem um vizinho nuclear,
a Índia, contra a qual já lutou em três guerras. "O Paquistão precisa
de armas nucleares como um elemento de dissuasão de guerra", acredita.<br />
Já Sulehria diz que, embora o mundo precise ser mais vigilante a
respeito das armas nucleares do Paquistão, sua obsessão nuclear tem mais
a ver com a política interna do que com as ameaças externas: "Os
políticos usam a retórica nuclear para apaziguar o público."<br />
Especialistas como Sulehria temem que uma economia em ruínas, uma
crescente ameaça islâmica e um discurso nuclear populista são uma
receita perfeita para uma crise nuclear. Eles também dizem que o governo
paquistanês precisa fazer muito mais do que apenas emitir declarações
oficiais sobre a segurança atômica.<br />
<br />
<a href="http://www.cartacapital.com.br/internacional/fortalecimento-de-radicais-poe-em-questao-seguranca-nuclear-no-paquistao-1830.html" target="_blank"><b><i>http://www.cartacapital.com.br/internacional/fortalecimento-de-radicais-poe-em-questao-seguranca-nuclear-no-paquistao-1830.html </i></b></a></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5510040795240386787.post-8760311548067548152014-10-04T20:09:00.003-03:002014-10-04T20:09:33.878-03:00China, Índia e Paquistão aumentam arsenal nuclear <div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
Três países que possuem a bomba atômica, China, Índia e Paquistão, aumentaram o seu arsenal nuclear, enquanto os cinco restantes o reduziram ou o mantiveram estável, segundo um relatório do Instituto Internacional de Pesquisas sobre a Paz de Estocolmo (Sipri, na sigla em inglês). Ao mesmo tempo, os gastos mundiais com armamentos diminuíram pela primeira vez desde 1998. <br /><br />A China possui atualmente 250 ogivas nucleares, contra 240 em 2012. O Paquistão tem entre 100 e 120, contra de 90 a 110 no ano passado, e a Índia passou de 80 a 100 ogivas em 2012 para de 90 a 110 atualmente, conforme o estudo. O instituto avalia que esta corrida armamentista é particularmente preocupante porque a paz é considerada "frágil" na Ásia, região que registra uma "tensão crescente desde 2008" entre a Índia e o Paquistão, entre as duas Coreias ou entre a China e o Japão. <br /><br />Na via oposta, os países que reduziram o seu arsenal são signatários do tratado de desarmamento nuclear START, a Rússia, com atualmente 8,5 mil ogivas, e os Estados Unidos, com 7,7 mil. A França (300 ogivas), o Reino Unido (225) e Israel (80) mantiveram o mesmo arsenal do ano passado. <br /><br />O Sipri admite que os números são estimativas, mais ou menos confiáveis conforme os países envolvidos. A China, por exemplo, mantém o sigilo completo sobre o assunto, enquanto a Rússia é cada vez menos transparente. O instituto presume que a Coreia do Norte e o Irã ainda não conseguiram fabricar armas atômicas. <br /><br />Para o centro de pesquisas sueco, a diminuição quantitativa do armamento não é sinônimo de redução da ameaça nuclear. “Os programas de modernização que estão em curso a longo prazo nestes países mostram que as armas nucleares são hoje uma marca de status internacional e poder”, declarou o coordenador da pesquisa, Shannon Kile, por comunicado. <br /><br />No que diz respeito às armas químicas e biológicas, a redução dos estoques progrediu pouco, avalia o Sipri. Os Estados Unidos e a Rússia não destruíram todas as armas químicas que possuem em 2012, ao contrário do que haviam prometido, e a Síria declarou estar pronta para utilizá-las se sofresse um ataque internacional. Ao mesmo tempo, sublinha o relatório, os gastos mundiais com armamentos diminuíram pela primeira vez desde 1998: houve uma redução de 0,5%, considerando-se a inflação. A China ocupa agora o quinto lugar no ranking dos maiores exportadores de armas, desbancando o Reino Unido e atrás dos Estados Unidos, da Rússia, da Alemanha e da França.<br />
<br />
<a href="http://www.portugues.rfi.fr/mundo/20130602-china-india-e-paquistao-aumentaram-arsenal-nuclear-em-2012" target="_blank">http://www.portugues.rfi.fr/mundo/20130602-china-india-e-paquistao-aumentaram-arsenal-nuclear-em-2012 </a></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5510040795240386787.post-89137177234635024312014-01-13T15:31:00.000-02:002014-01-13T15:31:24.430-02:00'Saab fará do Brasil um produtor de caças’, diz executivo de companhia sueca<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<h3 style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><span style="font-size: x-small;"><span style="font-weight: normal;">Lennart Sindahl, presidente da divisão de Aeronáutica da Saab, prevê
mais negócios no continente e participação de empresas do País:</span></span><span style="font-size: x-small;"> “Queremos ver a indústria brasileira como parte da cadeia mundial de
produção da Saab.” A declaração, que já antevê o papel do País com um
produtor de caças de alto desempenho, é do presidente da divisão de
Aeronáutica da empresa sueca Saab, Lennart Sindahl – o executivo que
comandou com o governo brasileiro a negociação para a venda, avaliada em
US$ 4,5 bilhões, de 36 caças Gripen NG para o Brasil. O desfecho do
negócio deixou de lado as poderosas Boeing, americana, e Dassault,
francesa. No pacote sueco, um elemento decisivo foi o compromisso de
ampla transferência da tecnologia das aeronaves de combate para o
Brasil.
</span></span></h3>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjrXNTp2XoxLMUrB1c4_5i-Gn3z1MLS31yirZJ8qc58YRHMMuUHjgexinp3Shx943ka3_lbKKin1PeB6Au5Yu5ZwKU0A1C4xJv3gRRVI4lIrA4l99EneRw94wgYhzjFd6LiwKuUfSvqRSUp/s1600/gripen-com-as-cores-da-fab.gif" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="419" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjrXNTp2XoxLMUrB1c4_5i-Gn3z1MLS31yirZJ8qc58YRHMMuUHjgexinp3Shx943ka3_lbKKin1PeB6Au5Yu5ZwKU0A1C4xJv3gRRVI4lIrA4l99EneRw94wgYhzjFd6LiwKuUfSvqRSUp/s640/gripen-com-as-cores-da-fab.gif" width="640" /></a></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana,sans-serif;">Em entrevista exclusiva ao Estado na sede da Saab, em Estocolmo, o
número 2 na hierarquia da empresa detalha de que forma se dará essa
passagem de conhecimento. Segundo Sindahl, parte das peças produzidas no
Brasil pode ser exportada até para a Suécia. No futuro, poderão ser
feitos negócios com outros governos a partir da base no Brasil.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana,sans-serif;">
</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana,sans-serif;">Sindahl admite que a Saab está ajudando a criar um futuro concorrente
ao transferir a tecnologia para empresas brasileiras, como a Embraer.
Mas ele se mostra pragmático: “Esses concorrentes em países emergentes
surgirão com ou sem o nosso apoio”. O executivo não acredita que o jogo
tenha virado a favor do Gripen por causa da denúncia de espionagem feita
no Brasil por agências de segurança dos EUA. “A decisão foi sobre o que
a Aeronáutica precisava e que cabia no orçamento.”</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana,sans-serif;">
</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><strong>Um dos pontos centrais de sua proposta para a FAB é a transferência de tecnologia. Como isso vai ocorrer?</strong>Já
tivemos várias reuniões para ver como será o contrato. Temos de ouvir a
Força Aérea de forma cuidadosa, saber seus pensamentos e necessidades,
como pensa que deve ser a cooperação entre a Saab e as empresas
brasileiras. Temos algumas ideias, mas cabe ao Brasil nos dizer o que
quer. Temos como um dos cenários manter a linha de produção final no
Brasil. Vamos dispor de uma instalação em São Bernardo, mas ainda falta
detalhar como isso vai acontecer. A empresa local Akaer já faz parte
desse esforço; eles desenham parte do avião. Certamente serão um dos
parceiros. E outros virão.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana,sans-serif;">
</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><strong>Qual será a parte das empresas brasileiras no acordo?</strong>Queremos
ver a indústria brasileira como parte da cadeia mundial de produção da
Saab. Além disso, poderíamos ver, se isso for de desejo da Aeronáutica,
uma linha de produção no Brasil para os aviões que ficarão no Brasil e
também para fornecer para outros aviões de outros países.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana,sans-serif;">
</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><strong>A montagem final seria no Brasil com peças vindas da Suécia?</strong>Pode
ser uma opção. Os aviões prontos poderiam sair de hangares no Brasil e
voar diretamente de lá. Algumas peças viriam de fora. Peças produzidas
no Brasil entrariam nos jatos brasileiros – mas também em aviões na
Suécia ou na Suíça. Não queremos duplicar a produção. Se olharmos para a
indústria brasileira, há no país uma cadeia de empresas que podem se
aliar à produção do Gripen.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana,sans-serif;">
</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><strong>Fala-se que a FAB pensa em uma frota de mais de cem jatos.</strong>Essa
é uma pergunta para o comandante (Juniti) Saito. Também escutei a
história de mais de cem aeronaves no futuro. Seria ótimo. Se esse for o
caso, podemos desenvolver isso com a indústria brasileira. Eu digo:
esses concorrentes vão surgir com ou sem a nossa participação. Temos que
ver isso como oportunidade. No futuro, podemos cooperar e concorrer ao
mesmo tempo. A Índia era um grande importador</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana,sans-serif;">
</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><strong>O sr. vê o Brasil como um exportador no seu setor?</strong><br />Certamente.
O mesmo sucesso dos aviões comerciais brasileiros pode se repetir no
setor militar. Já falamos sobre isso com o governo. Obviamente que, para
o mercado sul-americano, trabalhar a partir do Brasil pode ser muito
mais interessante que trabalhar a partir da Europa.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana,sans-serif;">
</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><strong>Quais os planos para a unidade da Saab em São Bernardo?</strong><br />Estarei lá no final do mês para discutir essas instalações. O que veremos ali será a produção de partes, montagem.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana,sans-serif;">
</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><strong>O Brasil planeja alugar aviões para suprir suas necessidades até o Gripen ficar pronto em 2018. Como isso ocorrerá?</strong> <br />A Saab não é parte. Será algo entre os dois governos.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana,sans-serif;">
</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><strong>Como ocorrerá o pagamento dos 36 caças?</strong><br />Uma opção
é usar uma instituição que existe na Suécia para apoiar os
exportadores. Nós seríamos financiados por eles e o Brasil pode pagar
num período mais à frente. Temos muito trabalho por fazer ainda no avião
e, assim, o Brasil pode começar a pagar só quando começar a receber.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana,sans-serif;">
</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><strong>O sr. acha que o escândalo da espionagem americana no Brasil foi decisivo na escolha?</strong>Claro que é uma situação complicada, mas é de curto prazo. O Brasil e os EUA tem uma relação de longo prazo.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana,sans-serif;">
</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><strong>A Saab foi beneficiada?</strong><br />Acho que não. A decisão foi sobre o que a Aeronáutica precisava e que cabia no orçamento</span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana,sans-serif;">Do <a href="http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,saab-fara-do-brasil-um-produtor-de-cacas-diz-executivo-de-companhia-sueca,1117422,0.htm">Estadao </a></span></div>
</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5510040795240386787.post-51300716788899227352013-12-18T17:33:00.000-02:002013-12-18T17:33:18.539-02:00Nove de Julho - Revolução de 32 aponta o valor da autonomia diante de um Estado centralizador<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<blockquote class="tr_bq">
<div style="text-align: justify;">
<i>12 de julho de 1997 </i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i> </i>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Nove de Julho - Revolução de 32 aponta o valor da autonomia
diante de um Estado centralizador</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b> </b> </div>
<div style="text-align: justify;">
A resolução do governador Mário Covas de declarar
feriado o dia 9 de julho merece gerais aplausos, pois nenhuma data deve
ser tão cara à gente paulista do que essa, que representa
não somente seu amor à democracia como o brioso sentimento
de seus valores próprios. Se me perguntassem qual é o sentido
mais alto da Revolução de 32, não vacilaria em declarar
que foi o da autonomia de nosso Estado. Digo isso como um dos soldados
remanescentes desse dignificante ato revolucionário.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Foi talvez essa a razão que levou a Sociedade Veteranos de 32
- MMDC a outorgar-me a medalha Pedro de Toledo, quarta-feira, junto ao
Mausoléu do Soldado Constitucionalista, no Parque do Ibirapuera.
Foi o laurel que até agora mais me comoveu, pois me fez voar 65
anos até o momento em que, estudante na Faculdade de Direito do
Largo de São Francisco, me encontrava em um momento de indecisão,
convencido de que não podia mais continuar apegado à doutrina
marxista, muito embora sem abandono dos valores sociais, buscando compor
democracia com justiça social.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A Revolução de 30, fonte direta da reação
armada paulista, tinha dois sentidos que deviam ter sido complementares
para bem do povo e, para infelicidade nossa, até agora não
foram conjuntamente alcançados. Um era de natureza política,
em prol do Estado de Direito, tal como o pregava a Aliança Liberal;
o outro referia-se às reivindicações sociais, que
o pretenso "socialismo científico" acabou absorvendo rumo
ao Estado Totalitário.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Pode-se dizer que, com Getúlio Vargas no poder, ambos os ideais
foram abandonados, adiando-se indefinidamente a constitucionalização
do País, e, como engodo, surgiu a triste idéia do "peleguismo",
ou seja, da organização sindical à sombra protetora
do Estado.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mas a história, como bem ensina Fernand Braudel, deve ser analisada
segundo suas "conjunturas", à luz de suas peculiares circunstâncias.
Ora, como saliento em minhas Memórias, o que, na época, mais
afligia a gente paulista - sem olvido dos princípios democráticos
violados, mas, no fundo, em razão deles - era o opróbrio
que sofríamos, dado o desprezo do todo-poderoso Governo Provisório
federal por nossa autonomia. O que, em suma, mais nos revoltava era a sujeição
de nosso Estado ao ultrajante domínio alheio, sobretudo quando comparávamos
a nossa situação com a de Minas Gerais, que conservara até
o seu governador.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Sentíamo-nos todos espezinhados, como se não tivéssemos
participado do movimento revolucionário de 30, com títulos
pelo menos iguais aos de vários Estados contemplados com o galardão
do autogoverno, não obstante com as limitações decorrentes
de uma fase de transição.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
É por tais motivos que qualifiquei a Revolução
de 32 por seu valor dominante, o da autonomia, base essencial do ordenamento
federativo, o que é bom lembrar, pois, ao longo dos anos, mesmo
sem precisar pensar no Estado Novo, a nossa se tornou uma federação
altamente centralizada, sobretudo no que se refere à ordem econômica.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Foi dito que ao movimento paulista ficou alheio o proletariado da capital,
contando apenas com a classe média e a população do
interior, tanto da área urbana como da rural. Muito embora desconheça
dados estatísticos confiáveis a respeito, é possível
que em parte assim tenha sido, pois me lembro que uma de nossas manifestações
estudantis pró-Constituição foi dispersada por numerosa
coluna de operários pertencentes à Legião Revolucionária
chefiada pelo "general" Miguel Costa, em defesa dos interventores
militares que então governavam do palácio dos Campos Elíseos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
No segundo pelotão do Batalhão Ibrahim Nobre, que, por
não ter completado o necessário efetivo, fora integrado nos
quadros da Força Pública, eu tive o prazer de conviver com
estudantes (em maior número), operários e componentes da
FP, esses encarregados da pequena metralhadora que nos fora atribuída.</div>
<div style="text-align: justify;">
É aqui que começam as nossas decepções,
pois, se havia dedicação e até mesmo heroísmo
por parte dos que foram espontaneamente às frentes de combate -
e eu fui guindado ao posto de sargento, por ser o único reservista
em meu grupo da Faculdade de Direito -, a decisão de desencadear
o movimento fora tomada por seus líderes, cientes da deficiência
de forças militares devidamente preparadas, bem como do imprescindível
material bélico, talvez contando com promessas de adesões
valiosas, que não foram sabidamente honradas. São Paulo ficou
só, mas, nem por isso, faltou a seus deveres cívicos, numa
improvisação surpreendente.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Não é o caso de indagar, no presente artigo, das causas
de nosso insucesso, nem de apurar responsabilidades, pois o que conta na
Revolução de 32 é a sua razão histórica,
mesmo porque há uma equivalência ética entre ganhar
ou perder as batalhas do ideal. Nos combates travados, que Hernani Donato
soube retratar com admirável acuidade, procuramos suprir a carência
de armas com engenho e alma.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Nem se poderá dizer que não houve vitória alguma
atribuível ao nosso grandioso gesto, pois, sem ele, não teria
havido restituição de nosso poder civil, nem a Constituição
de 1934, destinada a ter poucos anos de vigência por outros motivos,
objeto de conhecidos estudos de historiadores e politicólogos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O certo é que, nos anais da história pátria, MMDC
marca com letras de fogo a unidade e a autonomia da gente paulista, que
agora um grupelho de insanos tenta desmembrar. Mas esse é assunto
que exige artigo especial.</div>
<ul style="text-align: justify;"><ul><ul><ul><ul><ul>
<li>Miguel Reale, jurista, filósofo, membro da Academia Brasileira
de Letras, foi reitor da USP <br /><br /><a href="http://www.geocities.ws/Athens/Troy/9288/textos1.html"><i>http://www.geocities.ws/Athens/Troy/9288/textos1.html</i></a></li>
</ul>
</ul>
</ul>
</ul>
</ul>
</ul>
</blockquote>
</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5510040795240386787.post-21217789100443790332013-12-18T16:47:00.000-02:002013-12-18T16:47:02.666-02:00Sobre o separatismo na Revolução de 1932<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br />MOVIMENTOS CÍVICOS - INFORMAÇÕES HISTÓRICAS<br /> <br /> São Paulo, 02 de outubro de 2013<br /> 81 Anos da Cessação das Hostilidades do Movimento Constitucionalista de 1932<br /> <br /> SÃO PAULO, 2 DE OUTUBRO DE 2013<br /> <br /> 81 anos da CESSAÇÃO DAS HOSTILIDADES DO MOVIMENTO CONSTITUCIONALISTA DE 1932.<br /> <br /> Nessa data, 2 de outubro, sempre acontece uma solenidade no MONUMENTO- MAUSOLÉU DO SOLDADO CONSTITUCIONALISTA, no IBIRAPUERA, cujos preparativos são realizados pela Polícia Militar do Estado de São Paulo, apoiando a Sociedade Veteranos de 32-MMDC.<br /> <br /> Em 2 de outubro de 1932, às 15:30 horas, o CORONEL EDUARDO LEJEUNE, o MAJOR MÁRIO RANGEL e o CAPITÃO JOÃO FRANCISCO DA CRUZ, todos da FORÇA PÚBLICA DE SÃO PAULO, apresentaram-se diante do GOVERNADOR PEDRO DE TOLEDO, comunicando-lhe que ele estava deposto, que o CORONEL HERCULANO DE CARVALHO E SILVA havia sido nomeado GOVERNADOR MILITAR DO ESTADO e que terminava a luta. Diante desses fatos, elaborou-se um documento, encabeçado pelo próprio PEDRO DE TOLEDO, sempre altivo, com detalhadas e corajosas explicações “AO POVO DE SÃO PAULO”.<br /> <br /> Houve inconformismo popular, difícil de ser contido. Na frente de batalha, mesmo diante da situação totalmente adversa, alguns soldados não aceitaram o final das hostilidades. Não concordando com aquele epílogo, o CORONEL EUCLYDES DE FIGUEIREDO pretendeu resistir, com uns poucos e obstinados combatentes. Mas, todos foram presos doze dias após. IBRAHIM NOBRE, exaltado, fez um desabafo: “A Revolução não deveria terminar assim. Depois que fossem os filhos, iriam os pais. Depois que eles morressem, iriam as irmãs, as mães, as noivas. Todos morreriam. Mais tarde, quando alguém passasse por aqui, neste SÃO PAULO deserto, sem pedra sobre pedra, levantando os olhos para o céu, haveria de ler, no epitáfio das estrelas, a história de um povo que não quis ser escravo”. Com as esperanças perdidas, porém com a dignidade conservada, os líderes civis e militares da Revolução foram presos. Arbitrariamente, a Ditadura remeteu-os na direção do Nordeste, pelo navio-presídio “PEDRO I”, do qual foram transferidos para o “SIQUEIRA CAMPOS”, em RECIFE. Esperava-os o exílio, no acolhedor PORTUGAL.<br /> <br /> Em 1932, foi cunhada uma moeda que dizia “TUDO POR UM SÃO PAULO FORTE NO BRASIL UNIDO”. No outro lado lemos: “AOS HERÓICOS SOLDADOS DA LEI, DEFENSORES DA MAIS ALTA ASPIRAÇÃO NACIONAL. HOMENAGENS DO POVO DE SÃO PAULO.” Esses dizeres simples demonstram o espírito nacional do Movimento que pretendia a reconstitucionalização do BRASIL.<br /> <br /> Infelizmente, ainda em nossos dias, pretensos historiadores que não conhecem a fundo o que foi o Movimento Constitucionalista, dizem que SÃO PAULO queria se separar do BRASIL. Nada mais infame. Uma das provas mais eloquentes que outros Estados também participaram do esforço de reconstitucionalização do País está o episódio em que os artilheiros do Forte ÓBIDOS, sobre o Rio AMAZONAS, partem para tomar MANAUS e, não podendo transportar os seus obuses, armam-se apenas com metralhadoras e fuzis, ocupando pequenos barcos. Contra eles, que sobem o rio, o governo estadual expediu dois navios com tropas. O encontro ocorreu diante do ITACOATIRA. Um dos navios, o BAEPENDI, o maior dos que sulcavam o AMAZONAS, foi empregado como aríete sobre as frágeis embarcações dos revoltados. Jarbas Passarinho assim conta o episódio: “Agindo com essa proa como se fosse um aríete, afundou-os. Em seguida, sem nenhuma contemplação para com os náufragos, metralhou-os.”<br /> <br /> Acredito que os escritores que afirmam que São Paulo queria se separar do Brasil não conhecem o manifesto da Frente única, desertada por FLORES DA CUNHA. Essa Frente Única cumpriu o seu compromisso pelo brio pessoal de BORGES DE MEDEIROS, RAUL PILLA, FONTOURA, COLLOR, BATISTA LUZARDO e outros. Saíram a campo, em operações de guerrilhas que pelo menos retardaram a subida de tropas estaduais destinadas a combater os constitucionalistas de São Paulo. Só a 20 de setembro, aprisionado BORGES DE MEDEIROS, acaba a guerrilha constitucionalista da FRENTE ÚNICA gaúcha.<br /> <br /> Também não devem conhecer o manifesto assinado por dom DUARTE LEOPOLDO E SILVA, arcebispo Metropolitano de SÃO PAULO; monsenhor GASTÃO LIBERAL PINTO, vigário-geral; JOSÉ MARIA WHITAKER, diretor do BANCO COMERCIAL; FRANCISCO PAIS LEME DE MONLEVADE, diretor da Estrada de Ferro SOROCABANA; GUILHERME DE ALMEIDA, da Academia Brasileira de Letras; CANTÍDIO DE MOURA CAMPOS, diretor da Faculdade de Medicina; desembargador COSTA MANSO, presidente do Tribunal de Justiça, e PLÍNIO BARRETO, presidente do Instituto dos Advogados, intitulado “AO POVO BRASILEIRO” acentuando: “SÃO PAULO não pegou em armas para combater os seus queridos irmãos dos outros Estados, nem para praticar a loucura de separar-se do BRASIL, mas unicamente para apressar a volta do País ao regime Constitucional. Enganam-se os que supõem que a atitude de SÃO PAULO esconde propósitos separatistas e é obra de partidarismo político. Podemos afiançar que é essencialmente nacionalista e sem o mais leve colorido partidário.”<br /> <br /> 81 anos passados, lembremos os grandes feitos dos nossos três irmãos gaúchos sacrificados em SÃO JOÃO; daquela moça loira que aos ombros de dois rapazes fazia ondear a bandeira paulista no Centro da Capital Federal, RIO DE JANEIRO; daquele herói juvenil paraense, PAULO CÍCERO TEIXEIRA, lutando uma noite inteira e morrendo com o dedo no gatilho; daqueles estudantes baianos feridos na Faculdade de Medicina; dos 38 mil voluntários paulistas; dos quase 300 mortos nas fileiras da FORÇA PÚBLICA, a maioria filhos de outros Estados; daqueles outros 330 voluntários que deram seu sangue pela causa constitucionalista; daquelas heroicas mulheres curitibanas; das 72 mil mulheres paulistas que deixaram o lar para servir à Revolução. Que sejam lembrados neste dois de outubro também os voluntários gaúchos que formaram em SÃO PAULO o BATALHÃO BENTO GONÇALVES; e também os mineiros, que a exemplo dos gaúchos, organizaram o BATALHÃO TIRADENTES; dos heróis mato-grossenses de PORTO MURTINHO, COXIM, TRÊS LAGOAS; dos voluntários do PARANÁ; do BATALHÃO GOIANO; da FRENTE ÚNICA do RIO GRANDE DO SUL; dos estudantes de BELAS ARTES do RIO; dos heróis de ÓBIDOS, no AMAZONAS; dos de SOLEDADE, no RIO GRANDE DO SUL; do Batalhão de garimpeiros de MATO GROSSO; dos constitucionalistas de VIÇOSA e ARAPONGA, em MINAS; dos combatentes pela causa paulista de CASTRO (dessa cidade paranaense um tenente comandou um esquadrão de cavalaria que veio para São Paulo e lutou na região do Túnel da Mantiqueira). Outra cidade do PARANÁ que lutou pela causa constitucionalista foi SENGÉS.<br /> <br /> Quero frisar com essas palavras o caráter nacional da Revolução Constitucionalista de 1932, afastando de uma vez por todas o mito do separatismo que pairava sobre SÃO PAULO, fruto de uma bem urdida manobra de GÓIS MONTEIRO, chefe das forças ditatoriais. Acredito mesmo que o tempo fez esquecer toda essa gente que lutou ao lado de SÃO PAULO.<br /> <br /> O momento dessa solenidade de 2 de outubro é o ideal para agradecermos aos nossos irmãos do BRASIL que comungaram conosco o ideal de Direito, da luta pela reconstitucionalização do BRASIL, conspurcada pelo governo ditatorial de VARGAS.<br /> <br /> Saibam que a única bandeira de Estado que tem o BRASIL em sua formação é a de SÃO PAULO. Dizia-se em 1932 PRO BRASILIA FIANT EXIMIA. Os selos, o dinheiro, tudo dizia para um BRASIL MELHOR. Onde está o separatismo? Somente na cabeça de maus brasileiros que pretendem denegrir o nosso Estado.<br /> <br /> Hoje, são poucos os heróis de 1932 que estão vivos, bem poucos, cerca de apenas 54. No Monumento Mausoléu estão imortalizados 788 combatentes. A maioria dos heróis são de outros Estados ou de outros países, uma prova de que não havia idéia de separatismo no Movimento Constitucionalista. Neste ano, no 9 de Julho, onze veteranos foram se juntar aos 777 que ali formam a grande falange dos bravos que lutaram por nós há 81 anos.<br /> <br /> Em homenagem à plêiade de heróis de 1932 tomo a liberdade de ler a carta do TENENTE MARIO HILÁRIO DALLARI. Ele partiu de SÃO PAULO integrando o 2º Batalhão da FORÇA PÚBLICA “MARCÍLIO FRANCO”. O TENENTE MÁRIO DALLARI, no dia em que partiu para o “front”, em 13 de julho de 1932, enviou aos seus familiares, em SERRA NEGRA, uma carta em que prenunciava a sua própria morte:<br /> <br /> Bendita e adorada mãe, querido pai, inesquecíveis irmãos, sobrinhos e cunhados:<br /> <br /> A DEUS peço ter-vos sob sua bendita guarda. Talvez, entes do meu coração, ao chegar estas linhas em vossas mãos, já o meu corpo se corrompa na podridão esfalecedora dos vermes asquerosos, ou talvez ainda eu esteja me batendo pela causa sacrossanta de SÃO PAULO e do nosso amado BRASIL. Se vos endereço esta carta, no dia de minha partida para o “front”, é para pedir-vos perdão pelos desgostos que vos tenho dado e dizer-vos que, se parti para a frente de batalha, não foi por falta de conselhos de meus queridos amigos AURÉLIO LEME DE ABREU, Dr NELSON, ROQUE, dona AINDA e meu tio FERRÚCIO, que me pediram muita prudência para tomar essa decisão.<br /> <br /> Parti, porque assim me ordenava o coração e assim exigem os meus brios de paulista e de brasileiro. Levo sobre o meu coração, a medalha que minha abençoada mãe me deu, quando deixei minha casa para servir o Exército.<br /> <br /> Se, por desventura, uma bala me ferir e eu tenha tempo, beijarei a imagem do SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS, da medalha, e pedirei perdão a meu pai, e o SAGRADO CORAÇÃO DE MARIA SANTÍSSIMA, como sendo minha mãe.<br /> <br /> Não culpem ninguém por este meu ato. Se eu morrer, sentir-me-ei honrado morrendo por SÃO PAULO e pelo BRASIL. Lembranças minhas aos padrinhos FELIPE e MARIA JOSÉ e aceitem um forte abraço do filho que vos pede a bênção, do irmão, tio e cunhado, MÁRIO. VIVA SÃO PAULO, VIVA O BRASIL. VIVA A DEMOCRACIA. SÃO PAULO, 13 de julho de 1932.<br /> <br /> O bravo serrano MÁRIO DALLARI, que, pela sua coragem e espírito guerreiro, foi logo promovido ao posto de 2º Tenente, morreu a 10 de setembro, quando, comandando um pelotão, tentava a travessia do RIO DAS ALMAS, na região de ITAPETININGA.<br /> <br /> Essa carta foi-nos entregue pelo doutor HÉLCIO DALLARI JÚNIOR, nosso associado, no dia 19 de maio de 2006.<br /> <br /> Expressando o sentimento de 1932, trazido para os dias atuais, um de nossos associados assim se expressa:<br /> <br /> O Brasil é um país que resiste na beira do abismo. Abençoado por Deus e pela natureza, vive na dúvida entre o atalho do atraso e a reta da certeza. Uma nação que maltrata sua história e não agradece, todos os dias, a generosidade divina que nos concedeu uma extensão territorial de dimensão continental, rica em terras férteis, praias que enchem os olhos do mundo inteiro, água doce em abundância, fauna e flora que não devem nada aos países mais ricos.<br /> <br /> Todos os versos e cantos ufanistas de nossa Pátria são verdadeiros e merecem o cultivo da eternidade. Quando Gonçalves Dias declama que “Nossa terra tem palmeiras, onde canta o sabiá...”, pratica um ato de civismo exemplar pelo caminho encantador da poesia. Assim como outros brasileiros exemplares, Gonçalves Dias tentou plantar raízes de civismo e amor à Pátria.<br /> <br /> Civismo é a difícil tarefa de amar, em grandeza superior, os valores do País, do Estado e do Município. Uma pessoa acometida do vírus cívico é aquela que consegue romper os muros estreitos e menores de um cotidiano medíocre para se envolver em lutas e projetos que dignifiquem a vida. É fácil, cômodo e comum viver a pobre rotina da casa para o trabalho e de trabalho para casa, intercalada por um tempo livre que nada acrescenta e apenas demonstra que existe gente que passa por este mundo sem nunca ter vivido.<br /> <br /> E a grande tragédia contemporânea do Brasil é a crescente alienação de sua população em relação aos valores cívicos que deveriam nortear uma nação civilizada.<br /> <br /> Os jovens desapareceram das praças e a política, ciência superior do poder, deixou de ser pensada e discutida nas esquinas, evidenciando uma decadência social e cultural de elevada periculosidade cívica. A história nos ensina que o afastamento da juventude é um sinal de alarme para as nações, exigindo dos patriotas uma providência qualquer diante da falência de nossas instituições.<br /> <br /> Por muito menos do que acontece no Brasil atualmente, os paulistas pegaram em armas dia 9 de Julho de 1932. Data máxima do povo paulista, 9 de Julho é a referência de honra e glória que jamais deixaremos desaparecer de nossa história.<br /> <br /> Fizemos a maior guerra civil da história do Brasil em busca de uma Constituição para conquistarmos a democracia. Fomos derrotados militarmente, mas vencemos politicamente. Mesmo com a ditadura usando o rádio como propaganda enganosa, vendendo ao Brasil a idéia de que nossa revolução era separatista, liderada pelos italianos e barões do café, conseguimos a Constituição em 1934 e grandes avanços em direção à cidadania, como a conquista do voto feminino, por exemplo.<br /> <br /> 9 de Julho é o exemplo para sempre. Em 1932 fizemos a maior guerra cívica militar. Hoje, precisamos, EM PAZ, promover esse movimento cívico, partindo de São Paulo, para resgatar a ética, o próprio civismo e a cidadania numa nação destroçada pela corrupção.<br /> <br /> O Brasil precisa buscar o exemplo nos tempos atuais da Epopeia de 32, onde o IDEAL DO DIREITO era a única meta daqueles 130 mil homens, mulheres e crianças envolvidos no Movimento Constitucionalista Eles conseguiram, embora derrotados pelas armas, o retorno da Carta Magna do País. A eles nosso preito de gratidão!<br /> <br /> Um aplauso veemente a todos aqueles que lutaram pelo BRASIL e aos verdadeiros brasileiros que nos dias atuais veneram os HERÓIS DE 1932, reconhecendo neles o baluarte do nosso Estado de Direito! Nossa veemente repulsa aos pretensos historiadores que falam em separatismo e que deturpam a EPOPEIA DE 1932.<br /> ___________________________<br /> MARIO FONSECA VENTURA<br /> CORONEL PM<br /> Secretário da Sociedade Veteranos de 32 - MMDC</div>
Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5510040795240386787.post-27080783586565180392013-11-23T17:23:00.003-02:002013-11-23T17:23:37.329-02:00Violinofone<iframe width="459" height="344" src="//www.youtube.com/embed/KG2w-OHEoDA" frameborder="0" allowFullScreen=""></iframe>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5510040795240386787.post-21338197473564002112013-08-30T13:36:00.001-03:002013-08-30T13:43:58.471-03:00Moscou joga duro 'em defesa de interesses' <div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="bb-md-noticia-autor">
<h1>
</h1>
<h3>
Frota despachada para as proximidades da Síria, sede da
única base russa fora do país, é o que os herdeiros do império soviético
têm de melhor hoje </h3>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiYvg7BipzV5HBB0c4bTJb1R7JeFoW1Rtx9ob54D9jMZZTnByoAddeSRyIkQIl98vcm1nyTm7eX3P37GOkoPN6fnyXLPRLMXIz1Gk5IAuCKCmfQrj2RfSddlNx3YYA94iSuvjwjKw1yDr8/s1600/pb-120111-syria-assad-nj-02.photoblog900.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="254" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiYvg7BipzV5HBB0c4bTJb1R7JeFoW1Rtx9ob54D9jMZZTnByoAddeSRyIkQIl98vcm1nyTm7eX3P37GOkoPN6fnyXLPRLMXIz1Gk5IAuCKCmfQrj2RfSddlNx3YYA94iSuvjwjKw1yDr8/s320/pb-120111-syria-assad-nj-02.photoblog900.jpeg" width="320" /></a></div>
</div>
<div class="bb-md-noticia-autor">
</div>
<div class="bb-md-noticia-autor">
Roberto Godoy - O Estado de S.Paulo</div>
A Rússia joga bruto e não deixa espaço para dúvidas.
Está levando para o Mediterrâneo o enorme cruzador Moskva, de 11.490
toneladas, mais um destróier e dois navios de transporte de tropas de
assalto. A missão do cruzador, segundo comunicado do governo, "é
garantir interesses russos na região".<br />
Os outros três estão formalmente substituindo uma fragata e três
embarcações de desembarque que guarneciam, em Tartus, uma base aeronaval
mantida pela Rússia na Síria. Segundo analistas europeus, essa
instalação está semidesativada. Apenas três, de cinco atracadouros
originais podem ser utilizados e as estações eletrônicas foram
desmontadas em 2007. A área é grande. A linha de acostamento mede 5
quilômetros, mas, atualmente, recebe só 150 militares.<br />
O cruzador dispõe de um centro de combate que pode fornecer
informações precisas sobre a chegada em voo de mísseis de cruzeiro - ou
interferir eletronicamente nos seus dispositivos de navegação.<br />
Não é o único movimento militar na área. O governo britânico
despachou meia dúzia de caças Typhoon, o avançado e caro Eurofighter,
para a base de Chipre. Recheado com avançada eletrônica, o supersônico
pode carregar carga de 16,5 toneladas de mísseis, bombas guiadas e
torpedos médios.<br />
Os EUA já posicionaram ao menos cinco navios, entre eles um porta
aviões nuclear com 40 jatos de ataque. A França, relativamente próxima,
ainda não efetuou deslocamentos de recursos. Pode fazer isso com os
supersônicos Rafale e grandes jatos de inteligência em oito horas,
talvez seis, em alerta máximo.<br />
O novo componente na equação da intervenção militar é a reação russa.
A mobilização do cruzador Moskva é um indicador significativo. O navio
estava cumprindo um circuito de ensaios conjuntos com forças navais da
Venezuela e de Cuba. Foi despachado para o Mediterrâneo e, no caminho,
encontrará um destróier da classe Sovremenni de 6,2 mil toneladas
especializado na guerra antissubmarino. A força-tarefa terá, ainda, dois
Filchencov, que transportam 300 soldados e mais 40 veículos blindados
armados.<br />
O grande Moscou foi modernizado entre 2002 e 2005. É um dos líderes
da Frota do Mar Negro, um poderoso legado da extinta União Soviética.
Mede 186 metros - pouco menos que dois campos de futebol - e é tripulado
por 480 homens. <br />
O armamento principal é o míssil antinavio SS.N.12 com alcance na
faixa de 500 km. A bordo, há três outros tipos, e um pouco conhecido
sistema de defesa antiaérea que seria eficiente no limite de 200 a 300
km.<br />
<br />
<a href="http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,moscou-joga-duro-em-defesa-de-interesses--,1069386,0.htm" target="_blank"><b><i>http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,moscou-joga-duro-em-defesa-de-interesses--,1069386,0.htm </i></b></a></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5510040795240386787.post-18925298573297394652013-08-25T03:34:00.001-03:002013-08-25T03:34:47.575-03:00Grupos dos Onze<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
O <b>grupo dos onze</b> consistia na <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Organiza%C3%A7%C3%A3o" title="Organização">organização</a> de <i>"grupos de onze companheiros"</i> (como em um time de <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Futebol" title="Futebol">futebol</a>) ou <i>"comandos nacionalistas"</i> liderados por <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Leonel_Brizola" title="Leonel Brizola">Leonel Brizola</a>, em fins de novembro de 1963.<br />
<br />
Em outubro de <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/1963" title="1963">1963</a>, <a class="mw-redirect" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Leonel_de_Moura_Brizola" title="Leonel de Moura Brizola">Leonel de Moura Brizola</a>, então governador do <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_Grande_do_Sul" title="Rio Grande do Sul">Rio Grande do Sul</a>,
considerava que o Brasil estava vivendo momentos decisivos e que,
rapidamente, se aproximava o desfecho que poderia colocar o país numa
nova linha política.<br />
<br />
Sucessivamente, em 19 e 25 de outubro, Brizola fez inflamados
pronunciamentos à nação, através dos microfones de uma cadeia de
estações de rádio liderada pela <a class="new" href="http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Mairink_Veiga&action=edit&redlink=1" title="Mairink Veiga (página não existe)">Mairink Veiga</a>,
que detinha, na época, o maior percentual de ouvintes das classes média
e baixa. Nesses pronunciamentos, conclamou o povo a organizar-se em
grupos que, unidos, iriam formar o "Exército Popular de Libertação"
(EPL). Comparou esses grupos com equipes de futebol e os 11 "jogadores"
seriam os "tijolos" para "construir o nosso edifício". Estavam lançados
os "Grupos dos Onze" (G-11) que, para Brizola, constituir-se-iam nos
núcleos de seu futuro exército, o EPL.<br />
<br />
Os G-11 seriam a "vanguarda avançada do Movimento Revolucionário", a exemplo da "<a class="mw-redirect" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Guarda_Vermelha" title="Guarda Vermelha">Guarda Vermelha</a> da Revolução Socialista de <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/1917" title="1917">1917</a> na <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Uni%C3%A3o_Sovi%C3%A9tica" title="União Soviética">União Soviética</a>".
Os integrantes dos G-11 deveriam considerar-se em "Revolução Permanente
e Ostensiva" e seus ensinamentos deveriam ser colhidos nas "Revoluções
Populares", nas "Frentes de Libertação Nacional" e no "folheto cubano"
sobre a técnica de <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Guerrilha" title="Guerrilha">guerrilha</a>.<br />
No início de <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/1964" title="1964">1964</a>,
Brizola lançou seu próprio semanário, "O Panfleto", que veio se
integrar à campanha agitativa já desenvolvida pela cadeia da Rádio
Mairink Veiga. Em outras ocasiões, distribuiu diversos outros documentos
para a organização dos G-11, tais como as "Precauções", os "Deveres dos
Membros", os "Deveres dos Dirigentes", um "Código de Segurança" e
fichas de inscrição para seus integrantes. Chegou a organizar 5.304
grupos, num total de 58.344 pessoas, distribuídas, particularmente,
pelos Estados do Rio Grande do Sul, <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Guanabara" title="Guanabara">Guanabara</a>, <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_de_Janeiro" title="Rio de Janeiro">Rio de Janeiro</a>, <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Minas_Gerais" title="Minas Gerais">Minas Gerais</a> e <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A3o_Paulo" title="São Paulo">São Paulo</a>.<br />
<br />
Para Brizola, a revolução estava madura, pronta para ser
desencadeada. Só faltava algum simples episódio que inflamasse o povo e
que fizesse proliferar os Grupos dos Onze, provocando o surgimento do
"Exército Popular de Libertação".<br />
<br />
A citação do Gr-11, possivelmente nos arquivos da ditadura, foi
tornado público através do site da jornalista Mariza Tavares, abaixo
transcrita:<br />
No fim de 1963, em meio à crescente radicalização do ambiente
político do governo de João Goulart, Leonel Brizola era a liderança que
unificara as esquerdas na Frente de Mobilização Popular. Entrincheirado
na Rádio Mayrink Veiga, onde discursava todas as noites, ele pregava a
criação dos Grupos de Onze Companheiros, compostos por cidadãos que
marchariam unidos quando a esquerda tomasse o poder. A CBN teve acesso a
documentos daquela época – que estavam em poder dos militares – que
detalham como Brizola idealizou os Grupos de Onze: uma militância que
pretendia utilizar mulheres e crianças como escudos civis; realizar
ataques a centrais telefônicas, de rádio e TV; e previa a execução de
prisioneiros.<br />
"Este é o documento a que me referi. O Exército não sabe que este
dossiê ainda existe, porque foi dada uma ordem para que fosse
destruído." Este era o texto do curto bilhete que acompanhava o pacote
que recebi pelo correio, enviado por uma ouvinte fiel da CBN. Dentro, um
calhamaço de 64 páginas já amareladas, no qual chamava atenção o
carimbo no alto, em letras garrafais: SECRETO. A ditadura militar
brasileira incinerou regularmente documentos sigilosos. Este dossiê
estava em poder de um militar que preferiu desobedecer à ordem e decidiu
guardar os papéis em casa.<br />
Datado de 30 de setembro de 1964 e assinado pelo general-de-brigada
Itiberê Gouvêa do Amaral, o documento ostenta a classificação A-1, que
até hoje é utilizada pela área militar e que significa que é de total
confiança. A classificação varia de A a F para a confiabilidade da
fonte; e de 1 a 6 para a confiabilidade do conteúdo.<br />
<br />
No tom formal e meticuloso típico dos relatórios dos serviços de
inteligência, o texto de abertura, a circular de número 79-E2/64,
anunciava que havia sido identificada a criação de diversas células dos
chamados "Grupo de onze companheiros" no interior do Paraná e de Santa
Catarina.<br />
"Os grupos constituíam a célula de um grande contingente, no qual
seriam arregimentados homens das mais variadas categorias e profissões
para servirem de instrumento a um pseudolíder, Leonel Brizola, em sua
política de subversão do regime e implantação de um Governo de
tendências antidemocráticas", explicava o documento.<br />
<br />
Os militares já haviam deposto o presidente João Goulart e tomado o
poder naquele ano; e a circular festejava a ação ao afirmar,
categoricamente, que, "com o advento da revolução de 31 de março, foi
cortado o processo ainda na fase inicial". No entanto, o documento
assinalava: "Há indícios de que, no futuro, possa ser novamente
equacionada a reestruturação dos grupos." Leonel Brizola já se
encontrava no exílio no Uruguai desde maio daquele ano, mas a circular
assinalava que havia informes de contatos entre "antigos elementos" que
integravam esses grupos. Daí a necessidade de mobilização de oficiais
para mapear qualquer atividade suspeita.<br />
<br />
Jorge Ferreira: "Houve quem se inscrevesse apenas porque gostava de
Brizola. Teve gente que pôs até o nome de filhos pequenos nas fichas de
inscrição."<br />
<br />
Os chamados Grupos de Onze Companheiros – simplificadamente, Grupos
de Onze ou Gr-11 – e também conhecidos como Comandos Nacionalistas foram
concebidos por Brizola no fim de 1963. Tomando por base a formação de
um time de futebol, imagem de fácil assimilação e apelo popular, Brizola
pregava a organização de pequenas células – cada uma composta de onze
cidadãos, em todo o território nacional – que poderiam ser mobilizadas
sob seu comando.<br />
<br />
Jorge Ferreira, professor-titular de História da UFF (Universidade
Federal Fluminense), doutor em História Social pela USP (Universidade de
São Paulo) e autor do livro "O imaginário trabalhista", explica que um
dos poucos documentos disponíveis sobre o Grupo de Onze é o modelo de
ata de adesão. "Há poucos estudos sobre este movimento e praticamente
não há documentação a respeito. As atas, com os dados dos participantes,
eram enviadas para a Rádio Mayrink Veiga e depois ficaram em poder da
repressão.<br />
Como os Grupos de Onze foram criados no fim de 1963, o clima de
radicalização já se generalizara. A imprensa também supervalorizava sua
capacidade de ação, mas a verdade é que houve quem se inscrevesse apenas
porque gostava de Brizola e nunca teve participação efetiva. No Sul,
muitos achavam que iam ganhar terra, sementes. Teve gente que pôs até o
nome de filhos pequenos nas fichas de inscrição."<br />
O dossiê a que a CBN teve acesso disseca o manual de ação desses
militantes e foi criado quando Brizola, eleito deputado federal pelo PTB
(Partido Trabalhista Brasileiro) com 300 mil votos – até então, o mais
votado da antiga Guanabara – ocupou quase que diariamente o microfone da
Rádio Mayrink Veiga entre 1962 e 1963. A tradicional emissora do antigo
Distrito Federal, existente desde 1926, funcionava como palanque para
Brizola, que ali destilava inflamados discursos pela aprovação das
reformas de base – pilar do governo João Goulart e que compreendiam da
reforma fiscal à agrária, com a desapropriação de terras de grandes
proprietários rurais. E garantia que elas seriam aprovadas, "na lei ou
na marra".<br />
<br />
A Mayrink Veiga estava tão identificada com o projeto político
brizolista que uma cópia do documento assinado pelos integrantes de cada
recém-criado Gr-11 deveria ser enviada para a emissora. A militância da
Mayrink Veiga provocou uma reação dos empresários de comunicação
Roberto Marinho (Rádio Globo), Manoel Francisco Nascimento Brito (Rádio
Jornal do Brasil) e João Calmon (Rádio Tupi): a criação da Rede da
Democracia, uma cadeia radiofônica para combater a política do
presidente Jango. Também selou sua sorte: a emissora foi fechada pelo
presidente militar Castelo Branco um ano depois da queda de João
Goulart.<br />
<br />
O documento é composto de anexos que detalham o modus operandi dos
Grupos de Onze. O primeiro deles tem cinco páginas dedicadas aos
"companheiros nacionalistas", numa espécie de cartilha para a promoção e
organização de um comando nacionalista. Na abertura, uma afirmação
categórica de vitória: "A ideia de organização do povo em Comandos
Nacionalistas (CN) ou em Grupos de Onze (Gr-11) está amplamente
vitoriosa. Milhões e milhões de patriotas integram os Comandos
Nacionalistas formados em todo o território pátrio: a palavra de ordem,
organizados venceremos, penetrou na consciência de todos os
nacionalistas brasileiros."<br />
<br />
Para organizar um Gr-11, a primeira providência era a leitura e o
estudo das instruções, "quantas vezes forem necessárias até uma segura
compreensão dos fins e objetivos da organização." A etapa seguinte era
"procurar os companheiros com os quais têm convivência e ligações de
confiança". Vizinhos ou colegas de trabalho eram os mais indicados, e
sempre em grupos reduzidos, de três ou quatro pessoas. Diante de
receptividade para a ideia de organizar um Gr-11, "tal decisão
significará um verdadeiro pacto de solidariedade e confiança entre os
companheiros."<br />
<br />
O objetivo era reunir 11 pessoas, mas as instruções reconhecem que
arregimentar este contingente poderia ser um pouco difícil e estabelece
que, com sete integrantes, a célula de militantes poderia começar a
atuar. Ao alcançar este quorum mínimo, o grupo é fundado oficialmente e,
depois da leitura do manual e do "exame da situação política e da crise
econômica e social que estamos atravessando", é escolhido o dirigente
do Gr-11; seu assistente – e eventual substituto – e o
secretário-tesoureiro. "Tomadas estas decisões", prosseguem as
instruções, "proceder à leitura solene, com todos os onze companheiros
de pé, do texto da ata e da carta-testamento do presidente Getúlio
Vargas." Os integrantes devem assinar seus nomes logo abaixo da
assinatura de Vargas e do seguinte texto: "O presidente Vargas
sacrificou sua vida por nós. Nosso sacrifício não conhecerá limites para
que o nosso povo, de que ele foi escravo, conquiste definitivamente sua
libertação econômica e social." Entenda-se que a "libertação" passava
por reforma agrária e fim da espoliação internacional.<br />
<br />
A primeira reunião formal do grupo tinha objetivo bem burocrático:
montar a estrutura do Gr-11. As funções estão bem detalhadas e cada
integrante tem um papel específico (esta é a transcrição da descrição
das tarefas):<br />
Líder, dirigente ou comandante: representa, orienta e coordena as
atividades do grupo, de acordo com as instruções partidárias e os
objetivos da organização. Está previsto que seu mandato será a duração
de um ano;<br />
<br />
Assistente: prestar colaboração direta ao dirigente ou comandante do grupo, substituindo-o em seus impedimentos;<br />
<br />
Secretário-tesoureiro: responsável pela gestão dos recursos
financeiros e guarda de papéis e documentos (líder, assistente e
secretário-tesoureiro formam a comissão executiva do Gr-11);<br />
Comunicações: dois integrantes ficam encarregados das comunicações,
que englobam a troca de informações entre os elementos do Gr-11,
inclusive no caso de ser preciso avisar aos companheiros sobre a
necessidade de esconderijo ou fuga;<br />
Rádio-escuta: acompanhamento pelo rádio dos acontecimentos nacionais e locais;<br />
Transporte: coordenação das possibilidades de transportes para os membros do grupo no caso de atos e concentrações públicas;<br />
Propaganda: responsável por faixas, boletins, pichamentos, notícias para a imprensa;<br />
Mobilização popular: contatos e ligações com o ambiente local,
visando a formar um círculo de relações e colaboração em torno do grupo,
principalmente para garantir o comparecimento em comícios ou outros
atos públicos;<br />
Informações: atribuição de fazer contatos e o levantamento de
informações sobre a situação política e social, além de outros problemas
que interessem o grupo. Também fica responsável pela organização
partidária local;<br />
Assistência médico-social: o companheiro deve ser, se possível,
médico, enfermeiro ou assistente social, "ou no mínimo com alguma noção
ou treinamento para prestar assistência ou orientação a todas as pessoas
necessitadas no ambiente onde atuar o Comando Nacionalista (por
exemplo, aplicar injeção, conseguir medicamentos, curativos de
emergência)".<br />
<br />
A proposta era criar sucessivos grupos de 11 integrantes até atingir
11 células com estas características, quando, como relata o documento,
"seus onze líderes formarão um Gr-11-2, isto é, um grupo de onze de 2º.
nível, reunindo um total de 121 companheiros."<br />
<br />
Esta seria a matriz de multiplicação dos comandos nacionalistas: os
11 líderes escolheriam, entre si, um comandante de segundo nível, cuja
responsabilidade seria a coordenação dos onze grupos; e os outros dez
companheiros deste Gr-11-2 dariam apoio ao novo chefe. Mas nada de parar
por aí, porque cada nova célula deveria perseguir sua clonagem ao
infinito: "se num município, numa cidade, área ou bairro, se organizarem
onze grupos de onze, portanto um Gr-11-2 e depois onze grupos de 2º.
nível, teremos um total de 1.331 companheiros na organização, os quais
serão orientados e dirigidos por um Gr-11-3, ou seja, um grupo de onze
de 3º. nível, integrado pelos onze líderes dos grupos de 2º. nível."<br />
As "recomendações gerais" sugerem que os Gr-11 deveriam ser
integrados inicialmente por companheiros de "maior capacidade de direção
e liderança". Os demais grupos seriam compostos por militantes de
capacidade "aproximada ou igual". O documento frisa que o movimento
recebe, de braços abertos, gente de todas as procedências: "No mesmo
Gr-11 poderão estar um trabalhador da mais modesta atividade, ao lado de
um médico; um trabalhador ou técnico especializado, um estudante, um
agricultor, um intelectual, um motorista, ao lado de um camponês, um
militar."<br />
<br />
O contato com a liderança nacional era de responsabilidade de um
delegado de ligação (DL); enquanto não chegavam novas instruções, cabia
ao Gr-11 realizar reuniões para estreitar os laços entre seus militantes
e analisar a conjuntura, além de buscar adesões em sua área de atuação.
"Os companheiros devem estimular, particularmente, a formação de Gr-11
entre a mocidade e estudantes. É da maior significação esse ponto das
presentes instruções. A nossa causa depende fundamentalmente do apoio e
da integração dos jovens e das classes trabalhadoras."<br />
<br />
Embora não fizesse restrições a analfabetos, a arquitetura dos Gr-11
praticamente ignorava uma militância integral das mulheres: "As
companheiras integrantes do Movimento Feminino ou simpatizantes devem
formar seus próprios Gr-11. Oportunamente serão enviadas instruções
especiais sobre a estrutura desses grupos de companheiras."<br />
<br />
O chamado Anexo C é composto de documentos de Leonel Brizola com o
sugestivo título de "Subsídios para a Organização dos Comandos de
Libertação Nacional". Tem oito seções, todas subdivididas num minucioso
roteiro para a militância. E começa pelo nome a ser dado ao grupo. No
capítulo "Denominação", há cinco sugestões, por ordem preferencial:
Comandos de Libertação Nacional (Colina); Comando Revolucionário de
Libertação Nacional (Corlin); Comando Revolucionário dos Onze (Cron);
Comando de Libertação Brasileira (Colb); e Comando dos Onze
Revolucionários (Core).<br />
<br />
O capítulo seguinte é o da "Justificativa": "A palavra
revolucionária, como é sabido, exerce poderosa atração nas pessoas entre
17 e 25 anos – fator que servirá à etapa de arregimentação". O
documento aposta na força de atração do termo: "A sigla onde aparece a
ideia de revolução pode, com maiores possibilidades, ser difundida com
certo mistério e mística de clandestinidade, complementada por
instruções secretas, senhas, códigos, símbolos etc...", diz o texto que
exibe rudimentos de técnica de marketing e motivação.<br />
Vitor Borges: "Os militares queriam saber como pretendíamos envenenar
o reservatório de água e perguntavam onde estavam os sacos de veneno."<br />
<br />
O gaúcho Vitor Borges de Melo, natural de Alegrete, cidade que fica a
cerca de 500 quilômetros de Porto Alegre, é um bom exemplo de
arregimentação de jovens que queriam um pouco de ação. "Eu e meus
companheiros éramos simpatizantes de Brizola desde a Cadeia da
Legalidade, em 1961. Eu já tinha me apresentado como voluntário nesta
época. Depois passei a acompanhar os discursos na Rádio Mayrink Veiga e
decidi entrar para o Grupo de Onze. Todos usavam nomes de guerra e o meu
era Tavares." Aos 63 anos, embora seja citado como ex-integrante do
Gr-11, Vitor na verdade só se lembra de ter participado de uma reunião.
Mesmo assim ficou preso, incomunicável, por 31 dias. "Os militares
queriam saber como pretendíamos envenenar o reservatório de água de
Alegrete e perguntavam onde estavam os sacos de veneno. Não sei de onde
tiraram isso, como é que faríamos uma coisa dessas?", lembra Vitor, hoje
aposentado, filiado ao PTB e beneficiado, pela Lei da Anistia, com uma
indenização de R$ 12 mil. Provavelmente, por só ter ido a uma reunião,
Vitor não foi "iniciado" em todas as propostas de ação do movimento.<br />
<br />
No dossiê, a delimitação de áreas de ação é meticulosa e pretende
cobrir todo o território nacional. Do contingente inicial de 11 membros,
a proposta é multiplicá-los de forma que um distrito tenha 11 unidades
de 11 membros, contabilizando 121 almas. A província terá 22 distritos,
ou 2.662 membros; e a região será composta por 11 ou mais províncias,
com 29.282 membros. O documento divide o país em sete regiões, mas
exclui a Região Norte, provavelmente por problemas de logística:<br />
1ª. Região: Guanabara, Rio de Janeiro e Espírito Santo;<br />
2ª. Região: Bahia e Sergipe;<br />
3ª. Região: Minas Gerais;<br />
4ª. Região: São Paulo e Paraná;<br />
5ª. Região: Santa Catarina e Rio Grande do Sul;<br />
6ª. Região: Pernambuco, Alagoas, Paraíba e Rio Grande do Norte;<br />
7ª. Região: Ceará, Piauí, Maranhão e Fernando de Noronha.<br />
A estrutura administrativa nacional também previa um organograma que
contava com um comandante supremo (CS); dois inspetores regionais (IN); e
oito conselheiros regionais (CR), uma elite de burocratas encarregados
de escolher, nomear ou destituir as camadas inferiores de militantes.
Mas, abaixo deles, também havia espaço para muita gente se acomodar.<br />
O desenho da burocracia interna do poder é rico em categorias e
deixaria qualquer analista de RH impressionado com o número de cargos.
Sob a estrutura nacional, há estruturas administrativas regionais,
provinciais e distritais, com direito a chefias, secretarias-executivas,
assessorias e monitorias. Ao todo, são listados 32 cargos de alguma
relevância – uma longa carreira que se descortinava para os aspirantes à
militância.<br />
Especialmente suculento é o capítulo sobre instruções gerais aos
companheiros que quisessem organizar um Gr-11. Uma das principais
preocupações diz respeito à seleção de indivíduos: "Procure conhecer bem
as ideias políticas de cada uma das pessoas que você pretende
convidar", ensina a cartilha, batendo na tecla da prudência: "Convide a
pessoa para uma conversa reservada. Peça sigilo sobre o assunto. Procure
certificar-se de que ela manteve sigilo. Mande alguém, seu conhecido,
testá-la nesse pormenor."<br />
A paranóia pela segurança se estende aos deveres dos dirigentes.
Entre os dez itens listados, cinco dizem respeito ao controle da
informação e dos membros do grupo: "manter severa vigilância em sua
jurisdição para evitar infiltrações de inimigos entre os seus
comandados"; "alternar, sempre, os locais de reuniões de seu grupo,
fazendo as convocações sempre em código ou através de senhas"; "manter
sob rigoroso controle os arquivos secretos e os dados sigilosos sobre a
organização e seus membros"; "não discutir assuntos referentes aos
planos dos Comandos de Libertação Nacional exceto com as pessoas
autorizadas"; "procurar organizar em sua jurisdição um esquema de rápida
mobilização popular para enfrentar golpistas, reacionários e grupos
antipovo."<br />
O código de segurança detalha os cuidados a serem adotados e a ordem é
clara: desconfiar o tempo todo. Por isso o telefone fica banido na
transmissão de mensagens. O militante também deve anotar tudo o que
ouvir sobre a organização, especialmente quando partir de um
"reacionário": "até as piadas têm sua importância. Não as despreze."<br />
Os comandantes são instruídos a buscar subordinados para os Grupos de
Onze que sejam "os autênticos e verdadeiros revolucionários, os
destemerosos da própria morte."<br />
Os comandantes regionais, devido à sua importância na estrutura do
movimento, recebem instruções secretas que só devem ser compartilhadas
com os companheiros do Grupo de Onze "com as devidas cautelas e
ressalvas". O filé mignon da pregação revolucionária brizolista se
encontra no Anexo D, cuja abertura tem o pomposo título "Preâmbulo
Ultra-secreto" e determina que "só os fortes e intemeratos podem
intentar a salvação do Brasil das garras do capitalismo internacional e
de seus aliados internos. Quem for fraco ainda terá tempo de recuar ante
a responsabilidade que terá que assumir com o conhecimento pleno destas
instruções."<br />
Os comandantes são instruídos a buscar subordinados para os Grupos de
Onze que sejam "os autênticos e verdadeiros revolucionários, os
destemerosos da própria morte, os que colocam a Pátria e nossos ideais
acima de tudo e de todos." E a recomendação seguinte é evitar
arregimentar parentes ou amigos íntimos.<br />
Findo o preâmbulo, as instruções secretas têm dez seções. A primeira,
sobre os objetivos, volta a pregar a importância do Gr-11 como a
"vanguarda avançada" do movimento e compara esta célula à Guarda
Vermelha da Revolução Socialista de 1917. Por ser revolucionária, ela
não precisa prestar contas dos seus atos: "Não nos poderemos deter à
procura de justificativas acadêmicas para atos que possam vir a ser
considerados, pela reação e pelos companheiros sentimentalistas,
agressivos demais ou até mesmo injustificados." Sem sombra de dúvida, os
fins justificam os meios.<br />
O quesito seguinte, que tem o título genérico de "Observações",
descreve o que seria uma espécie de estado de espírito permanente dos
participantes: "Os Grupos dos Onze Companheiros, como vanguardeiros da
libertação nacional, terão que se preparar devidamente (...) devendo
considerar-se, desde já, em REVOLUÇÃO PERMANENTE e OSTENSIVA." A
revolução cubana vitoriosa de Fidel Castro é a principal referência: "A
condição de militantes dos gloriosos Gr-11 traz consigo enormes
responsabilidades e, por isso, embora para formação inicial de nossas
unidades não seja condição sine qua o conhecimento da técnica
propriamente militar, torna-se absolutamente necessário o da técnica de
guerrilhas e a leitura, entre outras importantes publicações, do folheto
cubano a respeito daquele mister."<br />
No terceiro capítulo, sobre a ação preliminar, os companheiros são
instados a tentar conseguir o quanto antes armamentos para o "Momento
Supremo". E a lista contempla desde espingardas a pistolas e
metralhadoras. Com um lembrete: "Não esquecer os preciosos coquetéis
Molotov e outros tipos de bombas incendiárias, até mesmo estopa e panos
embebidos em óleo ou gasolina." A instrução reconhece a escassez de
armas no movimento, mas conta com aliados militares (segundo o
documento, "que possuímos em toda as Forças Armadas") e garante ter o
apoio da população rural. "Os camponeses virão destruindo e queimando as
plantações, engenhos, celeiros e armazéns."<br />
O descolamento entre propostas e realidade é flagrante, mas não
diminui o grau de virulência da ação que, pelo menos em tese, seria
desencadeada pelos Grupos de Onze. Juarez Santos Alves, de 61 anos, é
contemporâneo e até hoje amigo de Vitor Borges de Melo. O pai, dono de
farmácia, e o tio, militar, eram militantes do PCB (Partido Comunista
Brasileiro) e foram sua inspiração. No entanto, no que diz respeito à
sua passagem pelo Grupo de Onze, a monotonia imperava. "Considero mais
um grupo poético, porque nunca demos um passo além das reuniões.
Falava-se em tomar o quartel, mas como é que iríamos resistir se no
máximo tínhamos armas pessoais ou de caça?", rememora Juarez, que depois
ingressou na Vanguarda Popular Revolucionária. Preso e torturado, foi
beneficiado com uma indenização de R$ 100 mil.<br />
A cartilha de ação inclui escudos humanos, saques e incêndios de
edifícios públicos e empresas particulares, além da difusão de notícias
falsas.<br />
Em centros urbanos, a tática adotada será assumidamente a de guerra
suja, com a utilização de escudos civis, principalmente mulheres e
crianças. "Nas cidades, os companheiros (...) incitarão a opinião
pública com gritos e frases patrióticas, procurando levantar a bandeira
das mais sentidas reivindicações populares, devendo, para a vitória
desta tática, atrair o maior número de mulheres e crianças para a frente
da massa popular." Agitação é a palavra de ordem, com direito a
depredação de estabelecimentos comerciais, saques e incêndios de
edifícios públicos e de empresas particulares. Também estão incluídos
ataques a centrais telefônicas, emissoras de rádio e TV. O objetivo?
"Com as autoridades policiais e militares totalmente desorientadas,
estaremos, nesse momento, a um passo da tomada efetiva do Poder-Nação."<br />
Sobre a tática geral da guerrilha nacional, tema do item quatro, a
ênfase recai na guerra de informação. Depois de a autodenominada ação
revolucionária ter provocado o caos, o passo seguinte seria cortar a
comunicação entre as cidades e divulgar apenas o que interessasse ao
movimento. "Difundindo-se notícias falsas, tendenciosas e inteiramente
favoráveis aos nossos Gr-11 e aos nossos planos, com interceptação de
comunicações telefônicas isolamento das cidades e de seus meios de
comunicação."<br />
Em "O porquê da revolução nacional libertadora", a explicação de
cartilha revolucionária: a exploração do capital monopolista
estrangeiro, principalmente americano; e a estrutura agrária baseada na
concentração latifundiária. No capítulo sobre "o aliado comunista", não
resta dúvida de que Brizola não via o Partido Comunista Brasileiro (PCB)
com a menor simpatia. "Devemos ter sempre presente que o comunista é
nosso principal aliado mas, embora alardeie o Partido Comunista ter
forças para fazer a Revolução Libertadora, o PCB nada mais é que um
movimento dividido em várias frentes internas em luta aberta entre si
pelo poder absoluto e pela vitória de uma das facções em que se
fragmentou." E continua, aumentando o tom da crítica: "São fracos e
aburguesados esses camaradas chefiados pelos que veem, em Moscou, o
único sol que poderá guiar o proletariado mundial à libertação
internacional. Fogem à luta como fogem à realidade e não perderão nada
se a situação nacional perdurar por muitos anos ainda."<br />
"No caso de derrota do nosso movimento, os reféns deverão ser sumária e imediatamente fuzilados."<br />
O trecho mais chocante das instruções secretas aos comandantes diz
respeito à guarda e ao julgamento dos prisioneiros. Para esta tarefa, a
orientação é clara: "Deverão ser escolhidos companheiros de condições
humildes mas, entretanto, de férreas e arraigadas condições de ódio aos
poderosos e aos ricos". Além da prisão, está previsto o julgamento
sumário de oponentes ao movimento, onde se incluem autoridades públicas,
políticos e personalidades. "No caso de derrota do nosso movimento, o
que é improvável, mas não impossível (...) e esta é uma informação para
uso somente de alguns companheiros de absoluta e máxima confiança, os
reféns deverão ser sumária e imediatamente fuzilados, a fim de que não
denunciem seus aprisionadores e não lutem, posteriormente, para sua
condenação e destruição."<br />
Para o professor Jorge Ferreira, entre 1961 e 1964 houve uma profunda
mudança nos interesses que alimentavam a correlação de forças entre
militares, partidos políticos e sociedade. "Em agosto de 1961", diz ele,
"quando Jânio Quadros renuncia, os militares deram um golpe que foi
rechaçado pelo Congresso, pelos partidos e pelas entidades civis. Os
grupos progressistas e legalistas venceram.<br />
A sociedade brasileira não queria romper com o processo democrático."
O período parlamentarista manteve o equilíbrio, ainda que precário,
entre essas correntes. Jango sabia que precisava de maioria no Congresso
ou não governaria, mas o plebiscito que lhe devolveu o presidencialismo
acabou dando outro rumo aos acontecimentos, como afirma Ferreira: "a
Frente de Mobilização Popular, encabeçada por Brizola, havia unificado
praticamente todas as esquerdas, englobando o Comando Geral dos
Trabalhadores, Ligas Camponesas, UNE, Ação Popular, a esquerda do
Partido Socialista Brasileiro, a esquerda mais radical do PCB, os
movimentos de sargentos e marinheiros. E a exigência dessas esquerdas
era o rompimento com o PSD (Partido Social Democrático), a convocação de
Assembleia Nacional Constituinte e o questionamento das instituições
liberais vigentes. É quando se estabelece o confronto."<br />
Desta vez, o estado de direito não venceu.<br />
Mariza Tavares, Jornalista, é Diretora de Jornalismo do Sistema Globo de Rádio e da CBN – de cujo site foi extraído este texto.</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5510040795240386787.post-22949890538730088122013-08-25T03:12:00.001-03:002013-08-25T03:12:08.615-03:00Notícias de Jornal Velho: das frentes comunistas a Antonio Gramsci<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<span class="author">Escrito por Carlos Azambuja </span>
<span class="created">
| 29 Setembro 2004</span> <br />
<blockquote class="tr_bq">
<div style="text-align: justify;">
A subversão é uma meta para os comunistas de todo
mundo. Isso não é nenhuma novidade. É um dever de todo membro do partido
destruir a estabilidade dos governos, semear dúvidas acerca da ordem
social e lograr adeptos para o marxismo, atuando dentro dos marcos
constitucionais ou usando a violência caso necessário, com o objetivo de
acelerar o advento da revolução.</div>
<div style="text-align: justify;">
Entre muitos
liberais do Ocidente, observa-se uma resistência em aceitar essas
realidades que podem chegar a recordar os piores momentos da
Guerra-Fria. Essa relutância em aceitar os fatos em toda a sua realidade
é, na verdade, um símbolo da eficiência e persistência do aparato
propagandístico comunista e também produto natural das pessoas comuns e
bem intencionadas de todo o mundo de viverem em paz. Essas pessoas
acreditam que tudo isso acabou e que hoje em dia os partidos comunistas
já não recebem ordens de Moscou, Pequim ou Havana. Afinal, o socialismo
real não foi desmantelado? A União Soviética não acabou? O ouro de
Moscou não cessou de fluir para Cuba e para os partidos comunistas de
todo o mundo? </div>
<div style="text-align: justify;">
É evidente que a subversão
comunista já não mais pode convocar os operários franceses a uma greve,
bem como ordenar aos comunistas indonésios um levantamento armado, como
nos tempos de Stalin. Porém, pelo menos nos tempos de Stalin, havia uma
clareza absoluta acerca das atividades do movimento comunista
internacional. Os países podiam saber exatamente de onde provinham as
ordens e o dinheiro. Hoje em dia essa ameaça é difusa, ambígua, difícil
de identificar, pois provém de distintas direções, tornando-se uma
ameaça muito mais complexa.</div>
<div style="text-align: justify;">
Quando Lênin criou o
Komintern, em 1919, um dos seus principais objetivos foi o
fortalecimento da revolução em todo o mundo, objetivando lograr o
colapso do capitalismo.</div>
<div style="text-align: justify;">
Um outro instrumento foi a
formação de uma rede de organizações de frente, que Lênin concebia como
correias de transmissão do partido para com as massas. Frentes Únicas,
Frentes Populares, Frentes de Libertação Nacional e Frentes Nacionais.
Estas últimas são uma aliança dos partidos comunistas com outros
partidos, não comunistas, que serão descartados tão logo cumpridos os
objetivos dos comunistas. Esse tipo de Frentes está nas origens do
próprio comunismo soviético. Em novembro de 1917, o Partido Bolchevique
se associou ao Partido Social Revolucionário e, nas eleições de 25 de
novembro, os bolcheviques, já no Poder, obtiveram apenas 175 deputados
na Assembléia Nacional Constituinte, composta por um total de 707. Essa
Constituinte, como se sabe, foi dissolvida em seu primeiro dia de
reunião e algum tempo depois os social-revolucionários foram expulsos do
governo.</div>
<div style="text-align: justify;">
Na década de 30, os comunistas franceses
e espanhóis formaram também Frentes Populares com os partidos
socialistas com o objetivo de obterem maior poder. Essa mesma técnica
foi utilizada por Mao-Tsetung durante a guerra civil chinesa e, na
Europa Oriental, após a II Guerra, os comunistas locais, com a
inspiração e a proteção soviética, estabeleceram várias Frentes
Nacionais Tudo isso, para os incautos, constitui uma armadilha mortal.</div>
<div style="text-align: justify;">
Em
março de 1926, em uma reunião do Comitê Executivo do Komintern, o
veterano comunista finlandês Otto Kusinen propôs a criação de “<i>um</i><i>
complexo sistema solar de organizações e pequenos comitês girando ao
redor dos partidos comunistas, trabalhando sob sua influência”.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
Muitas
dessas Frentes foram estabelecidas nas décadas de 1920 e 1930, mas foi a
partir de 1945 que os soviéticos criaram um espectro completo de
organizações de frente. A maioria delas existe até hoje, malgrado o
socialismo realmente existente tenha sido desmantelado.</div>
<div style="text-align: justify;">
No
início, muitos indivíduos e grupos de não comunistas se uniram a esses
corpos internacionais, acreditando que eram apolíticos, até que em 1949,
já sob o controle total dos soviéticos, muitos membros originais
afastaram-se face à virulência de sua propaganda contra o Ocidente, o
que se tornou contraproducente para os próprios interesses soviéticos.
Porém, os comunistas jamais desistiram de recrutar novas gerações de
inocentes úteis para manter e aumentar essas Frentes.</div>
<div style="text-align: justify;">
As
Organizações de Frente mais influentes foram o Conselho Mundial da Paz
(em virtude da palavra mágica que figura em seu título), a Confederação
Internacional de Sindicatos Livres, a Organização Internacional de
Jornalistas, a Federação Democrática Internacional de Mulheres, ora com
sede em Havana e presidida por uma militante do Movimento Revolucionário
Oito de Outubro, a Federação Mundial da Juventude Democrática, a União
Internacional de Estudantes, Federação Sindical Mundial e várias outras.</div>
<div style="text-align: justify;">
Posteriormente, nos tempos dos chamados “<i>anos</i><i> de chumbo</i>”,
para não ficar marginalizada da vanguarda da revolução internacional, a
União Soviética viu-se na necessidade de dar apoio, ainda que velado,
em dinheiro, cursos e assessoria aos movimentos dedicados à violência
revolucionária na África e América Latina, embora, por outro lado,
sempre apoiassem os partidos comunistas ortodoxos, contrários à luta
armada, tornando sua política ambígua e confusa, especialmente na
América Latina. Ou seja, foram utilizadas <i>todas as formas de luta.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
Atualmente
está na ordem do dia na América Latina a teoria engendrada nos anos 20
pelo comunista italiano Antonio Gramsci, que objetiva fundamentalmente
privar a classe dominante da direção da <i>sociedade</i><i> civil </i>antes
de atacar o poder do Estado, estratégia que exige a constante
infiltração e subversão nos múltiplos e complexos mecanismos de
dominação ideológica, a fim de provocar a erosão do domínio ideológico
burguês, sua substituição por uma contra-hegemonia marxista e a adesão
do espírito popular aos <i>novos</i><i> princípios</i>, pois, sem essa prévia <i>revolução</i><i> do espírito</i> toda e qualquer vitória comunista seria efêmera.</div>
<div style="text-align: justify;">
O objetivo da <i>revolu
ção</i><i> gramscista</i> é
o de conquistar, um após outro, todos os instrumentos de difusão
ideológica – escolas, universidades, editoras, meios de comunicação
social e sindicatos – uma vez que os principais confrontos ideológicos
não mais têm como cenário as fábricas, as ruas ou os quartéis e sim, a
esfera cultural.</div>
<div style="text-align: justify;">
Todavia, a flexibilidade não
equivale ao revisionismo. A transformação socialista não é um pic-nic e
nenhum assunto cavalheiresco levado adiante com uma preocupação
meticulosa pelos princípios do liberalismo. A teoria de Gramsci não
exclui a violência, pois a <i>guerra</i><i> de movimento </i>– assalto ao Estado burguês pela violência – constitui um suplemento crucial para a <i>guerra</i><i> de posições</i> – infiltração permanente na sociedade civil e no aparato ideológico do Estado -.</div>
<div style="text-align: justify;">
Em
tudo isso, o que leva alguns a considerar Gramsci – que nunca deixou de
ser um ferrenho leninista - uma espécie de social-democrata, não foi a
presumível mudança de suas idéias para a <i>direita</i>, mas o fato da política do Komintern, sob Stalin, ter descambado fortemente para a esquerda.</div>
<div style="text-align: justify;">
Os que procuram atenuar o choque dialético entre capitalismo e socialismo argumentam que o “<i>lado</i> <i>bom</i>”
de todo momento histórico deve ser preservado na antítese dialética.
Gramsci, no entanto, explicita que essa posição implica em negar a força
da negatividade, espinha dorsal da dialética e da História, pois na
realidade histórica, cada antítese deve, necessariamente, colocar-se
como antagonista radical da tese, destruí-la e substituí-la por
completo, pois o autêntico pensamento dialético considera a antítese
como a negação total da tese, que é demolida e não simplesmente
modificada, dando lugar a uma nova tese.</div>
<div style="text-align: justify;">
O proletariado é a antítese, a força inovadora, e a nova tese, daí resultante, o socialismo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<i>“A
dialética significa o negativo, o antigo e o novo, a negação da
negação, a identidade dos contrários e a contradição dos idênticos. A
inesgotável e miraculosa capacidade da história de ultrapassar-se
negando sua positividade e afirmando sua negatividade. Isso não é
sublime?”</i> (livro “<i>A Montanha Branca</i>”,
de Jorge Semprun, que foi membro dirigente do Partido Comunista
Espanhol, esteve preso no campo de concentração de Buchenwald e em 1964
foi expulso do partido, por ter decidido, segundo ele próprio escreveu, “<i>começar a pensar com a própria cabeça e escorregar para a realidade</i>”).</div>
</blockquote>
<br />
FONTE >> <a href="http://www.midiasemmascara.org/arquivos/3074-noticias-de-jornal-velho-das-frentes-comunistas-a-antonio-gramsci.html" target="_blank"><b>MIDIA SEM MÁSCARA</b></a> </div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5510040795240386787.post-78617226114466877692013-08-10T21:11:00.000-03:002013-08-10T21:11:06.500-03:00Rússia e Ossétia do Sul celebram os cinco anos do movimento da independência ossétia<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
As igrejas de Moscou celebraram nesta quinta-feira, 8, diversos atos
solenes em homenagem às vítimas dos conflitos que envolveram Rússia,
Geórgia e Ossétia do Sul em agosto de 2008. As principais solenidades
aconteceram no templo maior da Igreja Ortodoxa na capital russa, a
Catedral do Cristo Salvador. Segundo o Arcipreste Mikhail Ryazantsev, o
serviço religioso na Catedral foi encomendado pela Embaixada da Ossétia
do Sul em Moscou.<br />
Outra igreja, a da Natividade da Virgem Maria
Abençoada, também registrou um grande número de fiéis durante as missas,
pois é este o templo frequentado pela comunidade ossétia da capital
russa.<br />
Durante todo o dia, a Embaixada da Ossétia do Sul manteve
as portas abertas para que os visitantes pudessem registrar presença no
Livro de Condolências.<br />
Os conflitos envolvendo os três países se
acentuaram na madrugada de 8 de agosto de 2008, quando tropas da Geórgia
invadiram a Ossétia do Sul após a proclamação da independência ossétia.
Solidária, a Rússia saiu em defesa daquela república do Cáucaso, e em
26 de agosto reconheceu a sua emancipação do território georgiano. <br />
Esta
semana, em Tskhinval, capital da Ossétia do Sul, o Presidente Leonid
Tibilovesteve à frente de todas as solenidades, e mais uma vez agradeceu
à Rússia por ter evitado o que chamou de massacre do povo ossétio pelas
forças georgianas.<br />
Já o primeiro-ministro da Rússia, Dmitri
Medvedev, que em 2008 estava no seu primeiro ano como presidente da
Federação Russa, concedeu entrevista à emissora de TV da Geórgia,
Rustavi 2, afirmando que não se arrepende da sua decisão de ter ordenado
o enfrentamento militar para proteger a população da Ossétia do Sul
contra as forças georgianas. Para Medvedev, não há razão alguma para que
a sua atitude seja revista ou questionada.</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5510040795240386787.post-6730307800614509962013-07-18T14:29:00.006-03:002013-07-18T14:29:53.902-03:00Globalização gera separatismo <div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="article-media article-media__video" style="text-align: justify;">
<blockquote class="tr_bq">
<div class="article-media-img-wrap" style="text-align: justify;">
<img alt="Globalização gera separatismo" class="w100" height="297" itemprop="image" src="http://m.ruvr.ru/2012/11/26/1278115076/000_DV1355563.jpg.1000x297x1.jpg" title="Globalização gera separatismo" />
<div class="img-copyright">
AFP</div>
</div>
</blockquote>
</div>
<blockquote>
<div class="article-caption" style="text-align: justify;">
<h2>
Nas eleições parlamentares da região autônoma espanhola da Catalunha ganharam os separatistas. A coalizão <em>Convergência e União, </em>considerada nacionalista, conseguiu mais de 30 por cento dos votos.</h2>
</div>
</blockquote>
<div class="article-text" style="text-align: justify;">
<blockquote>
</blockquote>
<div class="article-timeline article-stretcher article-hovered">
<blockquote>
<div id="p_10">
O crescimento das tendências separatistas é
provocado pela globalização, por mais paradoxal que pareça, acreditam
alguns especialistas. A globalização não é uma palavra retórica, disse
em entrevista à Voz da Rússia o vice-diretor do Departamento de Política
Mundial da Universidade Estatal de Moscou, Andrei Sidorov.</div>
<div id="p_20">
"Se,
antigamente, as pessoas só podiam existir no espaço dos Estados
nacionais, que as protegiam e abasteciam, no momento presente, devido a
vários fatores e, acima de tudo, devido ao fator econômico, uma
comunidade até mesmo muito pequena que tenha relações com um centro de
crescimento econômico, mesmo fora das fronteiras nacionais, pode existir
calmamente. Portanto, se levarmos a sério esta tendência, que é
consequência da globalização, estamos perantre uma questão muito séria
que pode levar à mudança total do mapa político do mundo."</div>
<div id="p_30">
Na
conferência de imprensa, durante a cúpula Ibero-Americana em Cádiz
(Espanha), os jornalistas perguntaram ao presidente da Comissão
Europeia, José Manuel Barroso: "Um território que se separa de um
Estado-Membro da UE vai precisar de começar "do zero" todos os
procedimentos de adesão à União Europeia?" O correspondente da Voz da
Rússia gravou a resposta do líder europeu:</div>
<div id="p_40">
"A situação
jurídica desde 2004 não mudou, porque no texto do Tratado de Lisboa não
foram feitas nenhumas alterações.Portanto posso afirmar com a certeza
absoluta que a posição da Comissão Europeia sobre esta questão permanece
inalterada."<br /><br /><a href="http://portuguese.ruvr.ru/2012_11_26/sede-mundial-pela-soberania/"><b>http://portuguese.ruvr.ru/2012_11_26/sede-mundial-pela-soberania/</b></a></div>
</blockquote>
</div>
</div>
</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5510040795240386787.post-81228903696288452032013-07-18T14:26:00.003-03:002013-07-18T14:26:56.242-03:00Zoran Andelkovic: os EUA têm interesse em apoiar separatismo nos Bálcãs <div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<blockquote class="tr_bq">
<div class="article-caption" style="text-align: justify;">
<h2>
Num encontro com Zoran Andelkovic em
maio de 2005 quando ele acumulava os cargos de vice-presidente do
parlamento da Sérvia e de secretário geral do Partido Socialista,
abordamos o tema da união estatal entre a Sérvia e o Monte Negro, sem
deixar à margem a situação no Kosovo.</h2>
</div>
</blockquote>
<div class="article-timeline article-stretcher article-hovered" style="text-align: justify;">
<blockquote>
<div id="p_10" style="text-align: justify;">
<span style="font-style: italic;">– Que perspectivas terá a atual União da Sérvia e do Monte Negro e como irão evoluir as relações entre Belgrado e Podgorica?</span></div>
<div id="p_20" style="text-align: justify;">
<span style="font-style: italic;">–</span> Foi
Xavier Solana que inspirou o processo de reunificação da Sérvia e do
Monte Negro. Em 1999, ele ocupava o posto de secretário-geral da OTAN e
iniciou a guerra contra a Iugoslávia. O atual chefe do governo, Milo
Ducanovic, sempre quis ser um político independente, mas hoje as suas
posições são mais fracas do que há alguns anos atrás. Ele espera contar
com o apoio da União Européia e de Solana que tudo fazem para que Monte
Negro se transforme num Estado soberano. Posso dizer com certeza que o
nosso partido e o nosso parceiro no parlamento – o Partido Radical da
Sérvia – não vão apoiar a saída do Monte Negro da Federação. Sem isso
Ducanovic jamais poderá alcançar os seus objetivos visando à soberania.</div>
<div id="p_30" style="text-align: justify;">
<span style="font-style: italic;"><span style="font-style: italic;">–</span> Nos
últimos anos o Kosovo tem sido "um ponto mais quente" no contexto da
situação regional. Lá restaram poucos sérvios, os albaneses kosovares
aterrorizam-nos e os sérvios locais não têm por onde se refugiar.
Vêem-se forçados a vender seus terrenos por uma pechincha. Tudo isso
acontece sob a supervisão da ONU. Nova York qualifica o processo de
pacificação como um sucesso. Mas na realidade está em vias de formação
um novo país chamado a Grande Albânia com a eventual sede em Prístina.</span></div>
<div id="p_40" style="text-align: justify;">
<span style="font-style: italic;">–</span> Lamentavelmente,
os interesses dos EUA no Kosovo e no Monte Negro estão virados não para
a unificação, mas sim para o apoio de ânimos separatistas no Balcãs.
Não é segredo que, nos anos de 1998-99, Washington prestava apoio às
organizações muçulmanas do Kosovo. Por via clandestina, os
independentistas recebiam milhões de dólares para a criação do Exército
de Libertação do Kosovo. O dinheiro era doado por alguns congressistas
norte-americanos, bem como por uma série de organizações não
governamentais dos EUA. Hoje este processo não é tão patente, mas alguns
políticos da época do Presidente Clinton continuam criando Fundos de
Apoio através dos quais têm canalizado para o Kosovo os tamanhos meios
financeiros.</div>
<div id="p_50" style="text-align: justify;">
<a class="article-timeline-link" href="http://draft.blogger.com/null" name="p_50"></a><a class="article-commented-link comments_count toggler-opener comments_count__empty" href="http://portuguese.ruvr.ru/2013_01_29/Zoran-Andelkovic-os-EUA-tem-interesse-em-apoiar-separatismo-nos-Balcas/#p_50" id="comments_102796842_p_50" style="visibility: visible;" title="Comentar"> </a>Não
queremos que o estatuto do Kosovo seja definido já este ano. Não se
esqueça que a Resolução 1244 do Conselho de Segurança da ONU, adotada no
Verão de 1999, não faz referência alguma à soberania do Kosovo. Basta
citarmos os exemplos de Hong Kong e do Macau. Lá eram necessários quase
50 anos para resolver a questão da independência. Por é que nos propõem
entregar Kosovo aos albaneses locais, conceder-lhes a terra, onde
durante séculos viveram nossos antepassados sérvios e onde se encontram
nossos santuários cristãos ortodoxos? Só porque este desígnio tem sido
apoiado pelos EUA?<span id="ctrlcopy"><br />Leia mais: <a href="http://portuguese.ruvr.ru/2013_01_29/Zoran-Andelkovic-os-EUA-tem-interesse-em-apoiar-separatismo-nos-Balcas/">http://portuguese.ruvr.ru/2013_01_29/Zoran-Andelkovic-os-EUA-tem-interesse-em-apoiar-separatismo-nos-Balcas/</a></span></div>
</blockquote>
</div>
</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5510040795240386787.post-31616733233873233962013-07-18T14:05:00.002-03:002013-07-18T14:05:22.223-03:00Tanques, abortos e café instantâneo: 24 coisas em que a Rússia é campeã do mundo<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<blockquote class="tr_bq">
<div style="text-align: justify;">
<i>País também tem o primeiro lugar em número de feriados e ataques cibernéticos</i><br /><br />Tanques, abortos e café instantâneo: o que essas três coisas têm em comum? Simples: todas fazem parte das coisas que a Rússia exporta, realiza ou consome mais do que qualquer outra nação do mundo. A última edição da Revista Esquire em língua russa divulgou esta semana uma lista das 24 coisas nas quais o país é líder mundial com comprovação estatística.<br /><br />Um dos destaques é o consumo de café instantâneo, em que a Rússia ultrapassou o Japão, de acordo com um estudo realizado pela agência de marketing russa Navigator. O país é também o maior fornecedor de tanques de batalha: as exportações russas dos veículos de guerra devem chegar a 859 no período de 2009 a 2013, de acordo com o Centro de Análise do Comércio Global de Armas, que tem sede em Moscou.<img src="http://media.diariodarussia.com.br/fotos/2013/07/18/630x390crop/RIAN_01163847.LR.en.jpg" />A Rússia é a maior exportador de tanques de guerra do mundo<br /><br />Em uma nota mais triste, a Rússia viu mais gestações terminarem em abortos do que no ano passado. Houve 1.022 interrupções de gravidez para cada mil nascimentos, de acordo com as estatísticas estatais. O segundo lugar no ranking, Romênia, registrou “apenas” 684 abortos para cada mil bebês nascidos.<br /><br />Outros índices demográficos ligados à saúde incluem na conta da Rússia o consumo de vodka, com 13,2 litros per capita da bebida sendo ingerida por ano, e de heroína, com 21% do total consumido no mundo. O país ainda é recordista no número de mortes causadas pelo álcool e, separadamente, por acidentes de avião. Também tem o maior percentual de fumantes e de assassinatos de pessoas com idade entre 10 e 29 anos.<br /><br />Os russos também são os que mais passam tempo navegando na internet: em média, são 6,6 horas diárias per capita, de acordo com a empresa de pesquisa de mercado digital comScore. O país também é o que mais recebe ataques cibernéticos, com 2,4 milhões registrados apenas em maio deste ano, de acordo com a Deutsche Telekom.<br /><br />Além disso, com 28 dias de feriados sancionados pelo Estado e 12 folgas nacionais, os russos desfrutam de mais dias de descanso do que os habitantes de todos os 40 maiores países do mundo.<br /><br />Os números relacionados à economia incluem a compra de ouro pelo Banco Central, o suborno no exterior, as reservas de petróleo de xisto, a contratação de gestores de nível médio e superior e a desigualdade de renda, 1% dos russos controla 71% da riqueza do país, de acordo com o Relatório da Riqueza Global publicado pela consultoria britânicaKnight Frank.<br /><br />A Rússia também terá os Jogos Olímpicos mais caros da história: até 2014, os Jogos de Inverno em Sochi custarão ao país cerca de US$ 51 bilhões, em comparação com os US$ 45 bilhões gastos em Pequim para os Jogos de Verão de 2008.<br /><br />Outros números incluem ainda as armas nucleares, o desmatamento e os lugares mais poluídos, com oito dos 35 locais listados pelo Blacksmith Institute. No setor de engarrafamentos, a menção especial foi para Moscou. O país também é líder no percentual da população com ensino superior e na pesca no gelo: em fevereiro, a Rússia venceu o Campeonato Mundial de Pesca no Gelo de 2013, evento realizado em Wisconsin, nos Estados Unidos.<br /><br />Por outro lado, desde que a revista Esquire começou a publicar a lista em 2005, o país perdeu o posto de primeiro lugar no número de policiais per capita, no de lançamentos espaciais comerciais e no da população carcerária, bem como nas exportações de óleo de semente de girassol e, curiosamente, de carne de canguru.</div>
</blockquote>
FONTE: Diário da Rússia - http://www.diariodarussia.com.br/fatos/noticias/2013/07/18/tanques-abortos-e-cafe-instantaneo-24-coisas-em-que-a-russia-e-campea-do-mundo/ <br />
</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5510040795240386787.post-26649285825409996642013-07-08T13:43:00.001-03:002013-07-08T13:43:22.119-03:00Maioria dos ortodoxos russos não leem a Bíblia, rezam ou frequentam a igreja<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br />
<br />
<br />
<i>Pesquisa realizada pela Fundação de Opinião Pública tentou esclarecer
cenário religioso no país, diante de lei que estipula penas para
“ofensas religiosas”.
</i><img alt="Maioria dos ortodoxos russos não leem a Bíblia, rezam ou frequentam a igreja" class="image" id="article_img" src="http://nl.media.rbth.ru/web/br-rbth/images/2013-06/big/church.jpg" />
<br />
<figure class="article-visual orientation-undefined"><figcaption class="caption">52% dos cristãos ortodoxos russos nunca leram qualquer escritura importante Foto: Serguêi Kaptilkin</figcaption>
</figure>
<div class="article-text x1">
<div class=" PIN_1373301598823_hazClick">
<span class=" PIN_1373301598823_hazClick" style="line-height: 1.5;">Cerca de 64% dos russos se identificam como seguidores
da Igreja Ortodoxa Russa, mas muitos deles nunca leram a Bíblia e raramente vão
à igreja ou rezam, revelou uma pesquisa recente publicada pela Fundação de
Opinião Pública (FOM).</span></div>
A pesquisa constatou que aproximadamente 52% dos
cristãos ortodoxos russos disseram nunca ter lido o Novo Testamento, o Velho
Testamento ou qualquer outra escritura importante, enquanto 24% revelaram ir
raramente à igreja e 28% quase nunca rezam.<br />
<div class=" PIN_1373301598823_hazClick">
O estudo da FOM, conduzido em abril deste ano com 1.500 entrevistados em 43 regiões russas, é
parcialmente baseado no modelo de uma pesquisa realizada nos Estados Unidos em
2005 pela “Newsweek” e Beliefnet. </div>
Os resultados da FOM mostram que há mais incrédulos na
Rússia (25%) agora do que nos EUA em 2005, quando apenas 6% dos americanos se declararam
como não religiosos.<br />
O instituto de pesquisa russo observou que apenas 57%
das pessoas que se identificaram como cristãos ortodoxos afirmaram também
acreditar que o universo foi criado por Deus. Cerca de 43% acham que o céu e o
inferno realmente existem, e 25% creem em reencarnação.<br />
O número total de entrevistados que acreditam na
origem divina do universo gira em torno de 46%, enquanto nos EUA esse índice
era de 80%. Nos EUA, 67% de todas as pessoas que participaram da pesquisa
disseram acreditar que as almas vão para o céu ou inferno. Já na Rússia, apenas
34% compartilham esse mesmo pensamento. <br />
Em junho, a Duma de Estado (câmara baixa do Parlamento
russo) aprovou uma lei pela qual a ofensa aos sentimentos religiosos dos fieis
passa a ser um crime punível com até três anos de prisão. A iniciativa, proposta
em meio ao julgamento das Pussy Riot no ano passado, foi massacrada pelos
críticos por levar a Rússia “de volta à Idade das Trevas”.<br />
Outra pesquisa de opinião realizada pela FOM no início
deste ano mostrou que 45% dos russos acreditavam que ofender sentimentos dos
fiéis religiosos deveria ser uma ofensa criminal. Na época, 22% contestaram e
ideia e 33% não tinham opinião formado a respeito do assunto.<br />
<br />
<em style="line-height: 1.5;">Publicado originalmente
pela <a href="http://en.ria.ru/" target="_blank">RIA Nóvosti</a></em><br />
</div>
</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5510040795240386787.post-19681006463524906832013-07-02T15:19:00.003-03:002013-07-02T15:19:43.858-03:00Moscou não reconhece independência do Kosovo<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="article-media article-media__video">
<div class="article-media-img-wrap">
<img alt="Konstantin Dolgov, relações exteriores, rússia" class="w100" height="297" src="http://m.ruvr.ru/2013/02/19/1339107651/6Dolgov2.jpg.1000x297x1.jpg" title="Moscou não reconhece independência do Kosovo" />
<div class="img-copyright">
© Voz da Rússia</div>
</div>
</div>
<div class="article-caption">
<h3>
<div style="text-align: left;">
<i>Moscou não reconhece a
independência do Kosovo, afirmou hoje o comissário do Ministério das
Relações Exteriores da Rússia para Direitos Humanos, Democracia e
Supremacia do Direito, Konstantin Dolgov</i></div>
</h3>
</div>
<div class="article-timeline article-stretcher article-hovered">
<div id="p_10">
O anúncio foi feito em resposta aos relatos da
mídia sobre a decisão das autoridades do Kosovo de introduzir um regime
de vistos para cidadãos de 87 países, incluindo a Rússia.</div>
<div id="p_20">
"Nossa posição não mudou, não reconhecemos a independência do Kosovo", disse Dolgov, sublinhando que a Rússia continua a acreditar que o Kosovo é uma parte da Sérvia.</div>
</div>
</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5510040795240386787.post-64903698231688142862013-07-02T15:17:00.003-03:002013-07-02T15:17:46.455-03:00Hungria vende tanques e aviões de combate soviéticos<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="article-media article-media__video">
<div class="article-media-img-wrap">
<img alt="t-72, tanque, blindado" class="w100" height="297" src="http://m.ruvr.ru/2012/04/13/1305636691/T72_Georgia.jpg.1000x297x1.jpg" title="Hungria vende tanques e aviões de combate soviéticos" />
<div class="img-copyright">
© ru.wikipedia.org</div>
</div>
</div>
<div class="article-caption">
<h3>
<div style="text-align: left;">
<i>O governo húngaro irá vender os
restantes caças e tanques da fabricação soviética que, de acordo com o
porta-voz do Ministério da Defesa, estão em muito bom estado, mas não
atendem as exigências da OTAN.</i></div>
</h3>
</div>
<div class="article-timeline article-stretcher article-hovered">
<div id="p_10">
Os caças MiG-29, tanques T-72, outros equipamentos militares e uniformes serão postos a venda até o final do ano.</div>
<div id="p_20">
Em 2005, as autoridades húngaras venderam ao Iraque 77 de 180 tanques soviéticos T-72.</div>
<div id="p_20">
<br /></div>
<div id="p_20">
Fonte: <a href="http://portuguese.ruvr.ru/news/2013_07_02/Hungria-vende-tanques-e-avioes-de-combate-sovieticos-3841/" target="_blank">Voz da Rússia </a></div>
</div>
</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5510040795240386787.post-30964494638351169142013-07-02T15:13:00.001-03:002013-07-02T15:13:32.584-03:00"Marrocos jamais poderá apagar nosso espírito de luta"<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
<blockquote class="tr_bq">
O embaixador da República Árabe Saaraui Democrática, Malainine
Etkana, conversou com o jornal Granma sobre a situação do povo da última
colônia na África<br />
CLAUDIA FONSECA SOSA/Granma<br />
<br />Decorreram 38 anos desde que o
Marrocos invadiu Saara ocidental, privando o povo saaraui de seu direito
à autodeterminação e independência.<br />
<br />Após décadas de enfrentamento armado
contra as forças invasoras, em 1991 a Frente Polisário declarou o
cessar-fogo sob o suposto de que seriam efetuadas eleições
supervisionadas pela ONU. Contudo, o ansiado referendo ainda não se
concretizou e continua adiando-se, em virtude dos interesses da
monarquia norte-africana.<br />
<br />Acerca deste tema conversou com o
jornal Granma o embaixador da República Árabe Saaraui Democrática (RASD)
em Cuba, Malainine Etkana.<br />
<br />"Após a assinatura do plano de paz
chegou a Missão das Nações Unidas para o Referendo no Sara ocidental
(Minurso), mas infelizmente - embora se tenham feito várias rodadas de
negociações - ainda continuamos esperando pelo referendo, pois Marrocos
continua colocando empecilhos e descumprindo seus compromissos
internacionais".<br />
<br />
"O referendo propõe a opção de
integrarmo-nos ao Marrocos ou conseguir a total independência, e nós
temos certeza de que a maior parte dos saarauis vai votar por esta
segunda opção", afirmou.
<br />
<br />Etkana denunciou que, entretanto,
"Marrocos continua aproveitando-se dos nossos recursos naturais. O Saara
tem uma das maiores reservas no mundo de fosfato e uma zona de pesca
muito favorecida". "A Frente Polisário devolveu os marroquinos presos
durante os anos da luta armada, mas Marrocos não liberou nenhum dos
nossos combatentes".<br />
<br />
"Desde o ano 2005, quando nossa
população nos territórios ocupados começou a manifestar-se, mediante o
que chamamos a Intifada (método de protesto pacífico) houve uma forte
repressão por parte das autoridades marroquinas. Os direitos humanos dos
civis saarauis são violados, chegando inclusive a ser submetidos a
julgamentos militares, e a Minurso não faz nada a esse respeito, porque
Marrocos não permite".
<br />
<br />Então, essa é a razão pela que se fala em voltar às armas?<br />
<br />"Se bem estamos dispostos a
continuar negociando com a mediação da ONU, os saarauis não descartamos a
possibilidade de voltar às armas para que finalmente o Saara seja
livre. Não podemos continuar suportando a intransigência de Marrocos e
que este país continue rejeitando a legalidade internacional".<br /><br />Neste
2013 completam-se 40 anos da fundação da Frente Polisário (Frente
Popular de Libertação de Saguía el Hamra e Rio de Oro), único
representante legítimo do povo saaraui...<br />
<br />"A Frente Polisário fundou-se em 10
de maio de 1973, para lutar contra o colonialismo espanhol. Em 1975, a
Espanha foi embora do território saaraui de uma maneira vergonhosa,
assinando um acordo tripartite com o Marrocos e Mauritânia (retirou-se
em 1979) e a partir desse momento, nosso povo tem enfrentado torturas,
desalojos, encarceramentos arbitrários e outras formas de repressão".<br />
<br />"Contudo, estamos orgulhosos destes
40 anos de luta e resistência. Marrocos invadiu o Saara para liquidar os
saarauis, mas não conseguiu vencer-nos. Nosso povo está agora mais
unido que nunca. A Frente Polisário fundou em 1976 a República Árabe
Saaraui Democrática, que hoje é reconhecida por mais de 80 nações no
mundo".<br />
<br />"A integração da RASD à Organização
para a Unidade Africana (OUA) em 1984 e a participação na fundação da
União Africana em 2002, têm sido os sucessos diplomáticos mais
importantes do nosso povo".<br /><br />Como se define a República Árabe Saaraui Democrática?<br />
<br />"Somos uma frente de libertação
nacional, com uma ideologia revolucionária que garante os direitos
civis, a liberdade e a dignidade do nosso povo. Temos aprendido muito
das revoluções independentistas do mundo, como - por exemplo - a de
Cuba, a da Argélia e a de muitos países no sul da África. Desejamos um
Saara livre da opressão marroquina".<br />
<br />"Boa parte da nossa população vive
em acampamentos de refugiados na Argélia, onde - apesar das dificuldades
- temos conseguido alguns sucessos em matéria de educação e saúde".<br /><br /><br />Como se desenvolvem as relações com Cuba?<br />"Cuba
sempre tem acompanhado a causa saaraui e nos ajudou. Muitos dos nossos
profissionais foram graduados em universidades cubanas, e uma brigada
médica cubana trabalha nos acampamentos de refugiados, em Tinduf".<br />
<br />"Parafraseio as palavras do
secretário-geral da Frente Polisário e presidente da RASD, Mohamed
Abdelaziz, durante a comemoração do 50º aniversário da OUA, quando disse
que Cuba fez muito pela África e por isso temos que apoiá-la em sua
luta contra o bloqueio estadunidense".<br />
<br />"Também felicitamos René González
por seu retorno à Pátria e esperamos que em breve se unam a ele seus
quatro irmãos lutadores antiterroristas".<br />
<br />"Os saarauis temos muita fé no
futuro, nosso povo está unido para conseguir o projeto nacional e seu
legítimo representante: a Frente Polisário". <br /><br /><a href="http://www.patrialatina.com.br/editorias.php?idprog=30f21d8fae944d4353b36d59500d9eaa&cod=11781">http://www.patrialatina.com.br/editorias.php?idprog=30f21d8fae944d4353b36d59500d9eaa&cod=11781</a><br />
</blockquote>
</div>
</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5510040795240386787.post-21109634903355410032013-06-04T14:23:00.000-03:002013-06-04T14:23:06.210-03:00As famílias diplomáticas do Itamaraty<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
AS FAMÍLIAS DIPLOMÁTICAS DO ITAMARATY - Com a criação do Instituto
Rio Branco, em 1946 o Brasil passou a ser o segundo país das Américas
que estruturou a diplomacia como carreira com acesso por concurso
público para uma escola de formação de diplomatas. Os EUA criaram em
1916 o Foreign Service Institute dentro do mesmo modelo. Antes do
concurso pùblico, o acesso à carreira diplomática era por indicação
política no mais alto nível. Nos tempos do Barão do Rio Branco o
indicado por um alto padrinho era avaliado pelo Barão durante um almoço.
O Barão, com seu profundo conhecimento dos homens, aprovava ou não o
candidato nesse almoço, fazia uma análise de personalidade e raramente
errava.<br />
Mas havia um filtro anterior, a maioria dos canidatos vinha das
"famílias diplomáticas" do Segundo Império que até nos dias de hoje tem
um bom prestígio e presença na "carriere".<br />
Nomes como Villela Barbosa (Marquês de Paranaguá), Carneiro de Campos
(Marquês de Caravellas), Carvalho e Melo (Visconde da Cachoeira),
Araujo Lima (Marquês de Olinda), Du Pin e Almeida (Marquês de Abrantes),
Limpo de Abreu (Visconde do Abaeté), Gê Acaiaba de Montezuma (Visconde
do Jequetinhonha) se somaram a familias mais modernas como Leão Velloso,
Melo Franco, Macedo Soares, Sousa Leão Gracie, Silva Paranhos, Paula
Sousa.<br />
Dois casos de diplomatas importantes oriundos de familias
tradicionais, Embaixador Sebastião do Rego Barros, descendente de um
Ministro da Guerra do Império, seu homônimo, foi Embaixador na ONU, na
Comunidade Europeia, na OEA, na Argentina e o último Embaixador
brasileiro na extinta URSS, também foi o diretor geral da Agência
Nacional do Petróleo no 1º mandato do Presidente FHC.<br />
Vasco Leitão da Cunha foi Embaixador em Cuba antes de Castro e o
primeiro Chanceler do Governo Castelo Branco de 64, neto do Barão de
Mamoré, presidente das Provincias do Pará, Paraiba, Pernambuco e
Maranhão.<br />
Familia longeva no Itamaraty foram os Melo Franco, chanceler na República Velha e muito depois, seu <span style="line-height: 1.6em;">descedente repetiu a Chancelaria na década de 60 (Governo Jânio).</span><br />
As famílias diplomáticas existem em todas as grandes Chancelarias,
mesmo nos EUA. John Foster Dulles, célebre Secretário de Estado no
Governo Eisenhower era neto e sobrinho de Secretários de Estado, na
Alemanha o Barão Ernst von Weizsacker, Secretário de Estado na
Chancelaria do Reich de 1938 a 1943 e depois Embaixador na Santa Sé, em
pleno nazismo, teve seu filho Richard von Weizsacker eleito Presidente
da República Federal Alemã na década de 80, os laços do pai com o
nazismo não impediram seu filho de ser Chefe de Estado quarenta anos
depois.<br />
Mas o recorde de uma família diplomática são os Alwyn no Panamá. o
Chanceler Samuel Alwyn é a sétima geração da família a ocupar o cargo de
Ministro das Relações Exteriores da República.<br />
Nem os países comunistas escapam da elitização da Chancelaria, os
dois primeiros chanceleres da União Soviética eram da mais alta elite
anterior ao regime comunista, Giorgy Chicherin, de familia latifundiária
no Império e Maxim Litvinov, de uma família de banqueiros judeus de
Kiev. Na China Comunista o Chanceler Chu En Lai era da aristocracia
mandarim, os regimes reconheciam a necessidade de uma representação
perante o mundo de personalidades culturalmente sofisticadas.<br />
O máximo histórico, porém, foi o Príncipe Charles Maurice de
Talleyrand-Perigord, de nobreza mais antiga e mais alta do que os Reis
Bourbon, Ministro das Relações Exteriores do Governo da Revolução
Francesa, uma aberração mesmo naquele tempo de transformações nunca
vistas.<br />
<br />
http://www.advivo.com.br/node/1394657</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5510040795240386787.post-4554264060385740302013-05-31T11:28:00.003-03:002013-05-31T11:28:39.511-03:00Dom, o nome perdido da partilha. <div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
A economia precisa da moeda como meio de mediação entre os participantes de uma troca. Diferente é a dinâmica do <a href="https://www.google.com/url?q=http://www.ihuonline.unisinos.br/index.php%3Foption%3Dcom_content%26view%3Darticle%26id%3D487%26secao%3D199&sa=U&ei=RfkOUba4KenO0QHOroGwCg&ved=0CAcQFjAA&client=internal-uds-cse&usg=AFQjCNGcH-7DxSkvNAGPj796LvkxpttndQ">dom</a>, em que a reciprocidade abre espaço para possível e inéditas relações sociais.<br /><br />A opinião é do filósofo francês <a href="https://www.google.com/url?q=http://www.ihu.unisinos.br/noticias/39486-o-natal-e-o-fracasso-do-pensamento-entrevista-com-jean-luc-marion&sa=U&ei=MfkOUaD2Aqby0wGt6YGIBQ&ved=0CAoQFjAB&client=internal-uds-cse&usg=AFQjCNGvuHFCF708HfLxWNYKwjP3_TsiOQ">Jean-Luc Marion</a>, <em>immortel </em>da <strong>Academia Francesa</strong>. O artigo foi publicado no jornal <strong>Il Manifesto</strong>, 30-01-2013. A tradução é de <strong>Moisés Sbardelotto</strong>.<br /><br /><strong>Eis o texto.</strong><br /><br />A
economia que, literalmente, significa "a lei que reina em casa", é
interpretada como troca econômica. Mas esta última deve ser considerada
como um aspecto da economia que pode ser discutido, e não como sinônimo
de economia. O que, dentro da economia, pode se contrapôr à troca? Não a
abolição do sistema de mercado, não a oposição do capitalismo ao
socialismo, mas sim o dom. Quando se opõe o dom à troca, aparentemente
se vai contra a definição mais célebre de troca, formulada por <a href="https://www.google.com/url?q=http://www.ihu.unisinos.br/noticias/noticias-anteriores/978-a-economia-do-dom-segundo-mauss&sa=U&ei=W_kOUeKQJIXq0QHoooH4AQ&ved=0CA0QFjAC&client=internal-uds-cse&usg=AFQjCNHJ1IkScnnsKclXb9gh-7Y2JpHkxw">Marcel Mauss</a> nos anos 1920, e na qual se baseia a maioria dos estudos sobre o dom. <br /><br />Segundo <strong>Mauss</strong>,
o dom é um caso particular de troca, isto é, uma troca gratuita. Se
olharmos para a história de certos grupos étnicos que permaneceram
alheios à revolução econômica, encontramos um sistema de troca em que
uma tribo que encontra outra faz-lhe uma doação em sinal de
benevolência, forçando, assim, a outra tribo, para manter a paz, a uma
troca recíproca, que é igual à anterior +1.<br /><br /><strong>Em nome de Mauss</strong><br /><br />Graças à troca gratuita, mas que inclui uma lógica de reciprocidade, a paz é mantida. É o sistema do dom de <em>potlatch</em>.
O dom, de fato, é uma troca, sem a mediação da moeda. Poder-se-á dizer
que há trocas gratuitas, o dom, e trocas não gratuitas, o comércio,
mediado pelo valor de troca e pela moeda. Eu gostaria de mostrar que não
é assim: a gratuidade e o dom não são um caso particular da troca; a
lógica do dom é irredutível à lógica da troca e do comércio.<br /><br />Para estabelecer esse ponto, é preciso entender que há também uma dificuldade do dom, destacada por <a href="https://www.google.com/url?q=http://www.ihu.unisinos.br/noticias/37052-a-importancia-de-reconstruir-derrida&sa=U&ei=c_kOUeHuA8SL0QGSvIHYDQ&ved=0CBAQFjAD&client=internal-uds-cse&usg=AFQjCNFOaRZVFNfXq1MGw9CHXT_ZZ_QTig">Jacques Derrida</a>, que, para reforçar a redução do dom à gratuidade por parte de <strong>Marcel Mauss</strong>,
dizia que o dom é sempre uma ilusão, e que a realidade do dom é sempre
implicitamente a lógica da troca. Se eu faço uma doação a alguém, ele me
deve algo, mesmo que eu não lhe peça nada. Em uma troca econômica, é
muito claro que eu devo alguma coisa. No dom, aparentemente, eu não
tenho mais nada a fazer. <br /><br />Na verdade, aquele a quem a doação foi
feita, mesmo que lhe tenha sido feito por nada, deve algo, ao menos o
reconhecimento do qual tentará se livrar fazendo uma contra-doação um
dia. Se ele não der nada em troca, será considerado por todos como um
ingrato, perderá a reputação de homem generoso, porque foi-lhe feito um
presente que ele não vai restituir. Ele parecerá um homem consumido pela
ingratidão, pela avareza, se sentirá culpado. <br /><br />Aquele que
recebe, portanto, deverá pagar, em termos reais ou simbólicos. Quem
entra no déficit simbólico, pagará com juros. O dom é sempre suspeito,
não só de hipocrisia, mas continua implicitamente em uma troca ainda
mais radical ser for feita de modo subterrâneo e talvez mórbido. O dom é
sempre apenas uma troca silenciosa – e, de fato, nem tão silenciosa.
Essa é uma forma para conservar a posição de <strong>Mauss</strong>.<br /><br />É
possível ter um dom, embora reduzindo o seu beneficiário, o donatário. É
uma experiência que fazemos frequentemente – dar não sabendo a quem
damos – por exemplo às ONGs: é precisamente porque não sabemos a quem
damos que podemos dar de modo eficaz. O desaparecimento do donatário não
impede o dom. Tentemos ser cínicos: às vezes, preferimos não ter que
nos ocupar com o fim da distribuição, que deixamos a profissionais. <br /><br />O
anonimato do donatário pode ser uma solução cômoda. Mas há dons mais
dignos de admiração que se baseiam no desaparecimento do donatário.
Quando damos a alguém que não nos pediu nada ou de quem sabemos que
conservará a sua ingratidão e a sua incapacidade de nos agradecer,
quando sabemos que nos deixaremos criticar por ter feito uma doação e a
fazemos mesmo assim: nessas situações, o nosso presente se torna ainda
mais claro.<br /><br />Mas também se pode fazer uma doação sem que ninguém a
dê e sem que apareça como um dom. O exemplo mais evidente da doação que
ninguém dá é aquela feita por quem morreu. O morto dá no momento em que
ninguém dá: é a questão da herança. Torna-se o protótipo do dom
anônimo. Como no romance em que o <strong>Capitão Nemo </strong>faz aos
náufragos da ilha misterioso a doação da qual eles têm uma necessidade
vital; ou nos romances populares, em que um misterioso doador se esconde
e vela sobre a salvação da pobre órfã. O melhor doador é o doador
ausente. No caso da herança, é necessário que o doador esteja ausente
para que ela ocorra; aqui, a ausência é a própria condição do dom; e não
haverá troca, porque não haverá um retorno à vida do doador. <br /><br />A
herança é um dom perfeitamente injusto: pode ocorrer com alguém que não
precisa dela, ou com alguém que o falecido detestava, ou vice-versa. Ela
não está ligada aos juros, não tem interesse em todos os sentidos do
termo. Vem à mente a imagem bíblica de Deus, que dispensa os seus
benefícios tanto sobre o mau quanto sobre o bom. Em outras palavras, o
dom não está ligado ao interesse, e uma das formas do desinteresse é que
não há doador. Esse é o motivo pelo qual os antigos diziam que os
deuses não sentem inveja, fórmula retomada pelos primeiros cristãos:
Deus dá sem inveja, sem fazer cálculos, em perda. De fato, o doador deve
desaparecer, no sentido de que ele dá sempre em perda, e quanto mais
ele dá em perda, mais o seu dom é dom.<br /><br />Chegamos à terceira redução. <strong>Santo Agostinho</strong>,
para explicá-la, faz a hipótese de uma mulher que recebe do seu futuro
esposo um anel e diz: "Obrigado, vou guardar a joia e não nos
casaremos". Pensando assim, ela se comporta como se o jovem a tivesse
dado o anel e nada mais; mas não é assim que o jovem pensava: ele
pensava que, colocando-lhe o anel no dedo, ele teria se dado a ele e,
reciprocamente, ela a ele. Embora a joia tenha um valor, o que constitui
o seu valor profundo é o que procede com a pessoa amado. <br /><br />Na
maior parte das doações que fazemos, o que doamos efetivamente nunca é o
que constitui o dom, mas sim o que "procede com". Quando você quer
agradar alguém, você lhe dá algo, mas o presente é somente o porta-voz, o
acessório do carinho que, assim, você o testemunha. E quanto mais o que
se dá for importante, mais o dom deve ser irreal, irrealizado e
simbólico.<br /><br />Pensemos em quando tomamos posse de um imóvel ou de
uma empresa que se adquiriu. Para fazer isso, vai-se a um cartório, e
assinam-se documentos. Mas a tomada de posse não tem nenhuma relação com
a efetividade do que se está por possuir. Quando é eleito, o presidente
dos <strong>Estados Unidos </strong>recebe os códigos nucleares, mas
não algo como "o poder", que permanece invisível. O que se dá nunca é
proporcional ao que acompanha o dom. Quanto mais o dom é considerável,
mais se torna imaterial. <br /><br />Quando há pessoas que morrem de fome, e
nós lhe damos de comer, de beber, um abrigo, certamente doamos algo,
mas é a vida que doamos, além do pão, da água e das cobertas. Não doamos
medicamentos, mas sim a possibilidade de sobreviver a uma doença; não
produtos agrícolas, mas sim a possibilidade de comer; em suma, a vida.
Doa-se a vida doando outra coisa junto com ela, e essa outra coisa não
teria nenhum valor se não tivéssemos necessidade dela para permanecer
com vida. <br /><br />Quando você doa o seu tempo, a sua vida, o seu amor,
em sentido estrito, não doa nada. Realiza um gesto ou outro, mas os
gestos não são objetos. Você doa o que não é uma coisa, porque a
diferença entre a vida e a morte não é real, o morto é tão real quanto o
vivo. O tempo que você doa não é real; ao invés, é a única coisa que o
dinheiro não pode comprar. Com o tempo, faz-se dinheiro, mas com o
dinheiro ninguém nunca comprou tempo. Portanto, quando se perde o
próprio tempo para fazer dinheiro, de fato, não se tem a certeza de
ganhar algo em troca. Quanto mais o que você doa é essencial, menos é
real. Dizer que quanto mais o dom é fundamental, menos é real, significa
dizer a verdade. São apenas os dons de pouquíssimos valor que são
reais, como oferecer um cigarro a alguém na rua.<br /><br /><strong>O contrato erótico</strong><br /><br />A
questão do dom é realmente paradoxal, já que não precisa dos termos da
troca para parecer como um dom; ao contrário, parece como tal apenas se
se abre mão de termos da troca. O que se produz no dom? Produz-se uma
lógica do avanço – em sentido econômico – que eu chamei em outro lugar
de lógica da experiência erótica.<br /><br />Na experiência erótica, de
fato, também se pode pensar segundo a lógica da economia e da troca,
seguindo o princípio: "Eu amo você somente se você começou a me amar. Eu
vou amar você somente em troca do primeiro investimento que você tiver
feito para me amar. E não espere ser o primeiro a jogar as minhas
cartas". É uma interpretação econômica do amor. Mas há uma outra: a
interpretação erótica do amor. Nesse caso, trata-se de dar sem esperar a
troca em resposta, até mesmo sem esperá-la, nem desejá-la. É o que faz a
grandeza de Deus, quando cria coisas que não estão em condições de
amá-lo, porque ainda não existem; ou o fascínio de <strong>Don Juan </strong>que diz a uma mulher: "Você é linda, eu te amo", e que, de repente, faz com que ela se torne linda. <br /><br />Quem
é o primeiro a amar assume o risco da ausência de reciprocidade, essa é
a lógica do dom. Ele cria as condições eventuais da resposta, mas não é
orientado pela possibilidade da troca e da resposta. Ele tem um poder
criador, como não acontece com a troca. A troca visa à justiça, à
reciprocidade e se concilia com o crescimento ou com o interesse do
reembolso da dívida. A troca segue a igualdade em sentido matemático e
político. O que é próprio do dom, ao invés, é estar sempre no princípio
da antecipação sem resposta, portanto, na lógica do crescimento.<br />
<br />
<a href="http://www.ihu.unisinos.br/noticias/517404-dom-o-nome-perdido-da-partilha-artigo-de-jean-luc-marion" target="_blank"><i>http://www.ihu.unisinos.br/noticias/517404-dom-o-nome-perdido-da-partilha-artigo-de-jean-luc-marion </i></a></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5510040795240386787.post-78515734891896364622013-05-18T09:59:00.001-03:002013-05-18T09:59:17.419-03:00Hino de Montenegro - Instrumental - lindo<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="344" src="//www.youtube.com/embed/Nyu43ypBq1M" width="459"></iframe>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5510040795240386787.post-19285034734167381642013-03-08T22:30:00.001-03:002013-03-08T22:30:52.442-03:00Tatuagens – são erradas?<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
Opinião do Logos: Tatuagens – são erradas?<br />
<br />
<div style="text-align: right;">
<b><i>“Não vos deveis fazer cortes na carne em prol duma alma falecida e não deveis fazer tatuagem em vós. Eu sou Deus.” </i></b></div>
<div style="text-align: left;">
<div class="cat_article_title" style="text-align: right;">
Levítico 19,28 </div>
<b><i> </i></b></div>
“Algumas tatuagens são ‘legais’. São bem artísticas.” — Jalene.<br />
“Já fazia dois anos que eu sonhava com a minha primeira tatuagem.” — Michelle.<br />
TATUAGENS estão em toda parte — pelo menos é o que parece. Astros da
música rock, atletas ou modelos famosos e artistas de cinema as exibem
sem a menor cerimônia. Muitos adolescentes seguem o mesmo caminho,
exibindo orgulhosamente tatuagens no ombro, na mão, na cintura e no
tornozelo. Andrew argumenta: “As tatuagens são ‘legais’. Fazer ou não
fazer . . . você é quem decide.”<br />
A <em>Enciclopédia Delta Universal</em> explica: “Tatuagem é a prática
de pintar desenhos que permanecem no corpo humano. Faz-se a tatuagem
perfurando na pele pequenos e profundos furos que são enchidos com uma
substância corante.”<br />
Embora seja difícil obter uma estatística exata, estima-se que 25% dos
jovens entre 15 e 25 anos nos Estados Unidos têm uma tatuagem. Sandy
explica: “Virou moda.” Por que alguns jovens gostam tanto de tatuagens?<br />
<strong>Por que é tão comum?</strong><br />
Alguns acham que com uma tatuagem dá para fazer uma grande declaração de
amor. Michelle comenta: “Meu irmão tem o nome de uma garota tatuado no
tornozelo.” O problema? “Eles não estão mais namorando.” Segundo a
revista Teen, “os médicos calculam que mais de 30% de todas as
tatuagens retiradas são de adolescentes que não querem mais o nome do
ex-namorado no corpo”.<br />
Outros jovens acham que as tatuagens são obras de arte. Ainda outros
vêem-nas como símbolo de independência. “Eu é que mando na minha vida”,
declarou Josie, e acrescentou que fazer uma tatuagem foi ‘a única
decisão importante que fez na vida’. A tatuagem permite aos jovens
experimentar algo novo — sentir que têm o controle sobre sua aparência.
Também serve como símbolo de rebelião ou de estilos de vida
alternativos. Algumas tatuagens contêm palavrões e obscenidades ou lemas
provocativos.<br />
A maioria dos jovens, no entanto, talvez tenha apenas aderido à moda.
Mas só porque todo mundo está fazendo uma, será que você deveria fazer
também?<br />
<strong>A antiga arte de tatuar</strong><br />
As tatuagens não são de forma alguma algo moderno. Foram encontradas
múmias egípcias e líbias, que remontam a centenas de anos antes de
Cristo, com tatuagens em seu corpo. Encontraram-se também múmias
tatuadas na América do Sul. Muitas das figuras tatuadas estavam
diretamente relacionadas com a adoração de deuses pagãos. Segundo o
pesquisador Steve Gilbert, “a mais antiga tatuagem de que se tem
registro — algo mais do que uma figura abstrata — é a do deus Bes. Na
mitologia egípcia, Bes é o deus lascivo das festanças”.<br />
Significativamente, a Lei mosaica proibia o povo de Deus de se tatuar.
Levítico 19,28 relata: “Não vos deveis fazer cortes na carne em prol
duma alma falecida e não deveis fazer tatuagem em vós. Eu sou Deus.”
Adoradores pagãos, como os egípcios, tatuavam nomes ou símbolos de suas
deidades no peito ou no braço. Por aderirem aos preceitos de Deus de não
fazer tatuagens, os israelitas se distinguiriam das outras nações.
— Deuteronômio 14,1-2.<br />
O veto a tatuagens ainda é sério e dá o que pensar, apesar de os
cristãos hoje não estarem mais debaixo da Lei mosaica. (Efésios 2,15;
Colossenses 2,14-15) Se você for cristão, certamente não fará marcas no
seu corpo — mesmo que temporárias — que lembrem o paganismo ou a
adoração falsa. — 2 Coríntios 6,15-18.<br />
<strong>Riscos à saúde</strong><br />
Existem também riscos à saúde que você deve levar em conta. O Dr. Robert
Tomsick, professor-adjunto de dermatologia, comenta: “Tatuar é, na
verdade, perfurar a pele e introduzir uma substância pigmentada naquela
região. Mesmo que a agulha penetre apenas alguns milímetros, ainda assim
há o risco de infecção por bactérias ou vírus. Eu acho que [fazer
tatuagens] é, de forma geral, algo arriscado.” O Dr. Tomsick continua:
“Uma vez que o pigmento está dentro da pele, mesmo que não ocorra a
infecção, sempre há o risco de alergias de contato, dermatite e reações
alérgicas, que podem provocar a irritação da pele, inchaço, descamação
ou prurido.”<br />
Apesar do caráter permanente das tatuagens, diversos métodos são usados
para tentar removê-las: aplicação de laser (feixe de luz), cirurgia
(incisão), dermabrasão (lixamento da pele com uma escova de arame),
salabrasão (uso de uma solução de sal para embeber a pele) e
escarificação (emprega-se uma solução de ácido para criar uma cicatriz
no lugar da tatuagem). Todos esses métodos são caros e podem ser
dolorosos. “Dói mais a remoção da tatuagem com laser do que a aplicação
dela na pele”, comenta a revista Teen.<br />
<strong>O que os outros vão pensar?</strong><br />
Você também deve levar em conta como os outros vão reagir caso o vejam
com uma tatuagem, pois a reação das pessoas pode ser negativa.
(1 Coríntios 10,29-33) Num ímpeto, Li, uma taiwanesa, fez uma tatuagem
quando tinha 16 anos. Agora ela tem 21 e trabalha num escritório. “Meus
colegas de trabalho ficam olhando para a tatuagem e isso me incomoda”,
admite Li. O britânico Theodore Dalrymple, profissional de saúde mental,
comenta que para muitas pessoas, as tatuagens “são frequentemente um
sinal visível de que um homem . . . pertence a uma subcultura violenta,
cruel, antissocial e considerada criminosa”.<br />
Um artigo na revista <em>American Demographics</em> observou de maneira
similar: “É claro que a maioria dos norte-americanos considera perigoso
ter algum tipo de decoração corporal. Oitenta e cinco por cento [dos
jovens] concordam com a afirmação de que ‘aqueles que têm uma tatuagem
visível . . . devem ter em mente que essa forma de autoexpressão
provavelmente vai criar obstáculos em sua carreira profissional ou em
seus relacionamentos pessoais’.”<br />
Avalie também se o fato de fazer uma tatuagem vai realçar ou rebaixar
sua condição de cristão. Será que isso seria uma ‘causa de tropeço’ para
outros? (2 Coríntios 6,3) É verdade que alguns jovens fizeram tatuagens
em partes escondidas do corpo e talvez seus pais nem saibam disso. Mas
cuidado! Uma ida de emergência ao médico ou o simples fato de ter de
tomar banho no colégio pode revelar o seu segredo a todos! É melhor
‘comportar-se honestamente em todas as coisas’ para não ficar
decepcionado por coisas tolas. — Hebreus 13,18.<br />
Assim como todos os modismos, com o tempo as tatuagens podem não ser
mais tão apreciadas. Na verdade, existe alguma peça de roupa de que você
gosta muito — jeans, camisa, vestido ou sapatos — que estaria disposto a
usar pelo resto da vida? É claro que não! Estilos, modelos e cores
mudam. Diferente de uma peça de roupa, a tatuagem não sai facilmente.
Além do mais, o que é “legal” para você aos 16 anos pode não ser mais
quando tiver 30.<br />
Muitos já se arrependeram de ter feito mudanças permanentes na
aparência. “Eu fiz uma tatuagem antes de conhecer a Deus”, relata Amy.
“Tento mantê-la escondida. Quando alguém na Igreja a vê por acaso, fico
constrangida.” Qual é o ponto, então? É melhor pensar antes de se
tatuar. Não tome nenhuma decisão da qual se arrependerá depois.<br />
<a href="http://logosapologetica.com/opiniao-do-logos-tatuagens-sao-erradas/" target="_blank"> http://logosapologetica.com/opiniao-do-logos-tatuagens-sao-erradas/</a></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5510040795240386787.post-52277642541903652982013-03-06T14:29:00.002-03:002013-03-06T14:29:56.809-03:00Separatismo e conflitos culturais no Século XXI<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<span id="ctl00_ContentPlaceHolder1_lblText"><a href="http://draft.blogger.com/blogger.g?blogID=5510040795240386787" name="OLE_LINK14">Em
seu livro </a><a href="http://www.amazon.com/exec/obidos/ASIN/0060928832/qid%3D1006202087/sr%3D8-1/ref%3Dsr_8_3_1/104-2075069-0682356/ludwigvonmisesinst/104-2075069-0682356" target="_blank"><i>From Dawn to Decadence</i></a>, lançado
em 2001, o historiador Jacques Barzun afirmou que o separatismo seria uma
"forte tendência" do século XXI. Ele
forneceu vários exemplos ilustrando que "a maior criação política do Ocidente,
o estado-nação, estava seriamente afetada."
</span><br />
Entre
outros exemplos, Barzun citou os esforços dos bascos e dos alsacianos por uma
maior independência em relação à França; o desejo de independência da Córsega;
as guerras civis na Irlanda do Norte, na Argélia e no Líbano; os espanhóis
bascos lutando para se separar da Espanha; o colapso da União Soviética em
vários territórios menores e os problemas da Rússia com a Chechênia; as brigas
dos governos turcos e iraquianos com os separatistas kurdos; os zapatistas
rebeldes do México; as demandas periódicas de Quebec por mais autonomia em
relação ao governo canadense; e os conflitos étnicos e religiosos nos
Bálcãs. Com efeito, ao redor de todo o
mundo, encontramos evidências de estados-nação sendo fragilizados e se
debatendo contra movimentos separatistas.<br />
Nos EUA,
a força de tais movimentos nunca esteve tão evidente quanto atualmente. Foi possível testemunhar a divisão do país
durante a última eleição presidencial, na qual os densos conglomerados urbanos
da região leste se contrapuseram às amplas comunidades do centro e do
meio-oeste do país. Vários movimentos
separatistas estão aflorando no Texas. O
que antes se manifestava timidamente, hoje já se mostra mais
explicitamente. A eleição americana
simplesmente salientou todas as diferenças políticas profundamente
incompatíveis em relação a uma ampla gama de questões. <br />
Em termos
globais, embora haja forças neutralizantes que visam a contrabalançar
tendências separatistas — por exemplo, os esforços de entidades governamentais
internacionais como a União Europeia ou as Nações Unidas —, estas forças conseguem
no máximo mascarar toda a turbulência inerente a um arranjo que tenta
forçosamente integrar pessoas com visões políticas conflitantes. <br />
A questão
é que, assim como a intervenção estatal na economia faz com que capital e
outros recursos escassos sejam investidos de forma errônea e insustentável, a
intervenção estatal em outros aspectos sociais de nossas vidas também gera
fissuras políticas e cria relações antagonistas entre vários grupos distintos, uma
vez que cada grupo almeja objetivos diferentes e muitas vezes contraditórios. Seria correto dizer que a intervenção estatal
em nossas vidas cria uma situação exatamente igual àquela descrita por Auberon
Herbert no final do século XIX:<br />
<blockquote>
<blockquote>
Sob uma organização política centralizada, você
forçosamente mistura todos os tipos de indivíduos, os semelhantes e os
completamente opostos, e os obriga a atuar e a falar por meio de um mesmo
representante político.</blockquote>
</blockquote>
As
consequências desta mistura não-natural já eram nítidas àquela época. Atualmente, as subdivisões dentro da
sociedade aumentaram. Além do eterno
conflito entre pagadores de impostos e consumidores de impostos, há agora
também o novo conflito entre os "cidadãos opressores" e os vários grupos
vitimistas, que se autodenominam 'minorias oprimidas'. Não importa o que um cidadão faça ou como ele
aja: suas características étnicas e raciais, bem como suas preferências sexuais
e ideológicas irão automaticamente classificá-lo em um destes dois grupos. No final, tudo se resume ao mesmo objetivo:
um grupo querendo viver à custa do outro; um grupo querendo confiscar a renda
do outro; um grupo querendo tolher a liberdade do outro em prol de seus
"direitos".<br />
É
evidente que até mesmo o mais justo, imparcial e ponderado indivíduo irá
inevitavelmente se tornar intolerante se você colocá-lo em uma situação na qual
ele possui apenas duas opções desagradáveis: devorar ou ser devorado. <br />
Como
fazer com que volte a ser possível que um indivíduo mantenha suas
convicções e
ainda assim seja completamente tolerante a tudo o que seu vizinho diz ou
faz? E como fazer com que este seu vizinho tenha o mesmo
comportamento?<br />
A
política cria um arranjo em que, nas palavras do poeta Longfellow, "o homem tem
de ser ou a bigorna ou o martelo".
Assim, uma vasta máquina política é criada com o intuito de
representar uma ampla variedade de interesses, cada qual fazendo de
tudo para sobrepujar os interesses dos outros grupos.<br />
À medida
que o estado-nação cresce, essa mistura de semelhantes e opostos vai se
tornando cada vez mais problemática.
Aqueles grupos que possuírem mais conexões políticas irão utilizar o
estado para seus interesses próprios, o que inevitavelmente significa a
opressão dos grupos opostos. Vai se
tornando cada vez mais difícil, se não impossível, reconciliar as diferenças
dentro de um mesmo território. O
estado-nação se torna um instável composto de pluralidades, incapaz de formar
aquela maioria contente que é quem dá a liga à sociedade de um país. É neste solo pantanoso que as sementes do
separatismo prosperam.<br />
A ideia
de que o tamanho do governo possui limites naturais que não podem ser excedidos
— pois isso desencadearia as forças do separatismo — é similar à ideia
misesiana de que o socialismo é impossível.
A tradição misesiana sempre afirmou que o socialismo é impossível. A incapacidade de um sistema socialista de
fazer cálculos econômicos — ou, em outras palavras, sua incapacidade de
determinar lucros e prejuízos — torna a economia incapaz de incorrer nos mais
básicos processos de produção. Sendo
incapaz de racionalmente escolher os meios disponíveis com os quais alcançar os
fins desejados, uma economia puramente socialista (isto é, uma na qual o
governo é o proprietário dos meios de produção) se dissolveria no mais completo
caos.<br />
(A
longeva existência da velha União Soviética e de outros países socialistas pode
ser explicada pelo fato de que seus planejadores centrais recorriam aos preços
de mercado utilizados pelos países capitalistas ao redor do mundo. O experimento soviético também foi mantido
vivo pelo vibrante mercado negro que subsistia em paralelo à economia oficial. Ironicamente, o socialismo só conseguiu se
manter operante — e muito longe daquele esplendor teórico prometido — por
causa da existência daqueles mesmos mercados que os socialistas haviam jurado
abolir).<br />
Parece verossímil
que, assim como o governo não é capaz de calcular no que tange a recursos
econômicos, ele também não é capaz de calcular no que diz respeito a decidir
aspectos não-econômicos da vida social dos cidadãos. As diferenças fundamentais entre os vários indivíduos
da população fazem com que o problema seja insolúvel; as pessoas sempre serão
forçadas a apoiar políticas ou a fazer certas coisas que em outras
circunstâncias não apoiariam ou não fariam. Porém, assim como uma economia socialista como
a União Soviética tinha seus mercados negros e recorria a pontos de referência
nas economias de mercado de todo o mundo, as pessoas coagidas por um
estado-nação também podem se organizar e alterar este arranjo, readquirindo
algumas liberdades individuais e com isso tornando sua vida mais suportável.<br />
O que é
possível fazer? O que pode ser feito
quando suas liberdades individuais estão cada vez mais oprimidas, tanto em
termos econômicos quanto em termos sociais?<br />
Um
arranjo viável e eficaz já no curto prazo é a descentralização. O
federalismo pleno. Plena autonomia local em relação ao governo
federal. Isso pode não ser fácil de ser
alcançado, pois exige organização política, muita persistência e, acima
de
tudo, uma fatia da população educada nos princípios da liberdade.
Trata-se de uma tarefa bastante árdua. O objetivo é simples, mas sua
implementação é
trabalhosa. No entanto, vale ressaltar,
não há outro arranjo que possa ser efetivado em um prazo humanamente
suportável. <br />
Do nosso
lado, ajudando a ganhar adeptos para a causa, temos o fato de que a experiência
e toda a história intelectual do liberalismo comprovam que um governo
descentralizado é o arranjo mais compatível com as aspirações de longo de prazo
para a liberdade.<br />
Por que a
postura em prol da descentralização? Há
vários motivos.<br />
Primeiro:
em um arranjo descentralizado, as jurisdições têm de concorrer entre si para
atrair residentes e capital. Isso
fornece algum incentivo para maiores graus de liberdade, nem que seja porque o
despotismo em nível local não é nem popular e nem produtivo. Se os déspotas ainda assim insistirem em ser
totalitários, as pessoas e o capital sempre poderão sair dali e ir para outra
jurisdição. Por outro lado, se há apenas
uma vontade soberana e uma grande máquina burocrática e autoritária para
impingir esta vontade, você não tem para onde correr.<br />
Segundo:
quanto mais perto estão das pessoas, menos ruins e menos opressoras tendem a
ser as leis. E sob estas condições é
mais propício haver um genuíno 'poder emanando do povo'. Mesmo que isso não ocorra, pequenas unidades
de governo permitem que as pessoas se locomovam de uma jurisdição para
outra. Essa concorrência entre
jurisdições leva todo o sistema a um maior grau de liberalização. Capital e mão-de-obra irão para as áreas que
permitem mais liberdade, uma vez que jurisdições despóticas afugentam riqueza e
talento.<br />
Terceiro:
o localismo internaliza a corrupção, de modo que ela passa a ser mais
rapidamente descoberta e extirpada. Sob
esta mesma perspectiva, a corrupção de um governo local pode ser até benigna em
comparação à corrupção federal: é mais fácil, tendo uma renda apertada,
subornar um guarda que vai lhe dar uma multa de trânsito a subornar todo o
DENATRAN.<br />
Quarto: a
tirania em nível local minimiza os estragos na mesma intensidade que a tirania
em nível macro a maximiza. Se Hitler
governasse somente Berlim, Stalin somente Moscou e Franklin Roosevelt somente
Washington, os efeitos de suas políticas dementes poderiam ter sido
contidos. E isso não é uma consideração
meramente utilitarista, pois significa que pessoas más são impedidas de violar
os direitos das outras pessoas que estão fora de sua jurisdição.<br />
Quinto:
não é possível crer que algum governo utilizará seus poderes para intervir de
forma sensata. Gozando de tamanha
concentração de poder, governos centralizados irão sempre invocar bons motivos
para suas medidas, mesmo que tais motivos sejam uma mera camuflagem para se
adquirir ainda mais poder e controle sobre a vida da população. O roteiro típico é mais ou menos assim: o
governo se autoconcede um determinado poder para intervir em um arranjo
voluntário — por exemplo, nas relações trabalhistas entre empregadores e
empregados. Tal medida é imediatamente
celebrada pelos progressistas como sendo sensata e necessária. Porém, tão logo este poder é adquirido pelo
governo, ele é utilizado para impor legitimidade a todo tipo de planejamento
central, impedindo os governos locais de adotar legislações próprias (por
exemplo, localidades mais pobres não podem revogar o salário mínimo, o que leva
ao desemprego da mão-de-obra menos produtiva). <br />
Sexto:
uma pluralidade de formas de governo — uma "separação vertical de poderes" —
impede que o governo central acumule poder excessivo. Governos locais são compreensivelmente ciosos
e zelosos quanto à sua jurisdição, e tendem a resistir a investidas hostis do
governo central. Isso é ótimo. Com efeito, toda a história da liberdade está
ligada aos gloriosos resultados gerados por estruturas institucionais
concorrentes, sendo que em momento algum se pode confiar a alguma delas o
completo controle sobre uma determinada área.<br />
Apenas
para deixar claro, tudo isso que foi dito não implica que libertários devem ser
agnósticos em relação à questão de como deve ser o governo. As leis devem proteger o indivíduo e sua
propriedade contra qualquer tipo de agressão.
Este princípio tem de ser seguido em todas as épocas e em todos os
lugares. Mas isso não significa que deve
haver um único legislador. Para
maximizar as chances de que as boas leis prevalecerão sobre as ruins no longo
prazo, e impedir tomadas de poder desde cima, é necessário haver uma
multiplicidade de formas jurídicas.<br />
Murray
Rothbard costumava recorrer a uma ótima frase para resumir esta posição:
direitos são universais, mas devem ser impingidos localmente. Esses
dois princípios frequentemente estão em conflito. No entanto, se você
abrir
mão de um deles, estará colocando toda a sua liberdade em risco. Ambos
são importantes. Nenhum deve prevalecer sobre o outro. Um governo
local que viola direitos é
intolerável. Um governo central que
governa em nome dos direitos universais é igualmente intolerável. O
paraíso seria direitos universais
localmente impingidos. Não, isso ainda
não existe. Mas é por isso que os
libertários existem: para trabalhar em prol deste ideal.<br />
Por fim,
existe uma outra forma de descentralização sobre a qual você certamente ouve
bastante. Ela é frequentemente defendida
por aqueles que vociferam contra todas as formas atuais de globalização,
especialmente na forma de corporações multinacionais. Eles reclamam da centralização da vida
moderna e sentem nostalgia dos tempos antigos.
Eis o problema: esse tipo de centralização que eles lastimam é resultado
de decisões voluntárias tomadas no mercado.
Trata-se de uma centralização livremente escolhida. Os planos destas pessoas para fazer
retroceder essa centralização iriam requerer uma maciça coerção e iriam
produzir acentuadas calamidades econômicas.<br />
No que
diz respeito a associações voluntárias e economia de mercado, libertários <i>não</i> podem tomar uma decisão <i>a priori</i> sobre qual seria a melhor
maneira de organizar este arranjo.
Rothbard defendia corporações multinacionais e o livre comércio global,
mas ele também sabia que uma integração excessiva da estrutura de produção é
ruim para os negócios. As empresas
perdem a capacidade de calcular seus lucros e prejuízos quando elas se tornam
responsáveis por grande parte da produção interna de seus próprios bens de
capital. No extremo, se uma única
empresa fosse a proprietária de todos os meios de produção, ela estaria sujeita
ao mesmo tipo de caos calculacional que aflige uma economia socialista. Sua incapacidade de alocar recursos
racionalmente rapidamente levaria a prejuízos.<br />
Qual o
impacto que esse raciocínio gera sobre a organização de outras instituições da
sociedade, como a igreja, a família, as associações civis e os movimentos
ideológicos? É melhor a centralização ou
a descentralização? A resposta deve
ficar por conta da experiência. A Igreja
Católica é doutrinariamente centralizada, mas descentralizada
administrativamente. A família, entre as
gerações, não é centralizada. Os avós
estão lá para dar conselhos e serem amados, e não para administrar e dar
ordens. Associações civis assumem vários
formatos, desde associações nacionais até clubes locais.<br />
Na vida
intelectual, precisamos de uma vasta multiplicidade de mecanismos que impeçam a
corrupção e a concessão a ideias estatizantes.
Mesmo no movimento libertário é necessário haver diversidade e
experimentações, e não centralização, comando e controle. <br />
Na
gerência de empreendimentos, na organização de ideias e nas ponderações sobre a
própria vida, é recomendável ter equilíbrio e temperança. Sendo assim, podemos articular estes dois
princípios. Nas questões públicas,
precisamos de direitos universais localmente impingidos. Nas questões privadas e econômicas, não
precisamos nem de centralização nem de descentralização, mas de equilíbrio e
temperança, tentativa e erro. Em minha
visão, essas formulações representam o ápice do pensamento virtuoso, das boas
leis e da sociedade próspera.<br />
<br />
http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1535 <br />
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