quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Marilândia do Sul produz filme

Uma luxuosa construção com 2.142 metros quadrados edificada pela família Stalk durante a II Guerra Mundial. Quatro pavimentos e inúmeros aposentos construídos e decorados com todo luxo e conforto: escadarias, elevador, banheiro em mármore de Carrara, vidros franceses, lustres tchecos e cortinas da Síria. Todo esse requinte construído em meio à Mata Atlântica no Vale do Ivaí, em um lugar quase inacessível na época, gera inúmeras hipóteses – como a de que o castelo teria servido de fortaleza de luxo para os nazistas fugidos da Alemanha durante a guerra – e lendas... E também gerou um filme.

“A lenda do Castelo” é uma produção idealizada, encenada, dirigida e editada por jovens integrantes do grupo teatral “Ultrapasso” de Marilândia do Sul. No roteiro, sete jovens que terminaram o terceiro ano colegial decidem passar o fim de semana em um castelo sem autorização dos pais. Durante o dia, passeios ao redor do castelo revelam as maravilhas naturais, mas ao cair da noite coisas inesperadas começam acontecer.

“É meio sinistro”, define uma das participantes do elenco, Nayara Pelógia. A trama gira em torno do desaparecimento – um a um – dos jovens que apenas queriam se divertir. O mordomo Alberto, personagem inspirado na lenda “real” que envolve a construção, é peça-chave do jogo de esconde-esconde que os dois irmãos que conseguem fugir do Castelo Eldorado irão desvendar.

Das telas para vida real, e vise-e-versa, mistério é o ingrediente principal da história construída ao redor do castelo. Fantasmas e até Hitler e outros carrascos nazistas teriam passado por ali. O fato é que a fazenda possuía 5000 alqueires e ficou conhecida como República do Eldorado. A história “oficial” afirma que a família alemã fornecia caixas para as grandes indústrias de cerveja de nosso país, num apogeu que pode ser situado entre 1940 e 1965. Tão grande era a riqueza nos tempos áureos da exploração de madeira, que a República chegou a ter uma moeda própria - o Boró - aceita em toda a região e uma pequena cidade se formou no seu entorno.


Hoje, a área de 12 alqueires conserva reminiscências da mata nativa e apresenta outras atrações como chalés, cascata, represas para pescarias e banhos e mirante em cima de uma grande árvore, de onde se avistam as cidades circunvizinhas. É também palco de motocross e já foi cenário para ensaios fotográficos.

Salpicado por traços da história do Castelo Eldorado e, por conseqüência, do município de Marilândia, o filme foi gravado e finalizado em dezembro de 2005, estreando na terra natal logo depois “com um público muito bom”, como acrescenta Nayara. A idéia bem como o roteiro e a direção do projeto são de Juliano Delecrod. Para ele, que agora cursa Educação Artística na Unoeste em Presidente Prudente, a estréia foi o final perfeito: “naquele dia tive a certeza do apoio da comunidade no projeto”.

Luzes, câmera, ação!

Dia 10/12/2005. “E exatamente com umas 19 horas sem parar, a gente concluiu as filmagens”. Duas semanas depois: a edição. “Você nem imagina a correria que foi, e nós não tínhamos nada profissional, tudo era amador”, relata Juliano Delecrod, lembrando a maratona coletiva do grupo. Dia 21/01/2006: a estréia.

Da largada das idéias aos detalhes da arte final, a produção colecionou marcas de esforço. Juliano, que cultivou o gosto pela interpretação, ao participar do Festival FERA, as portas para o mundo audiovisual abriram-se como uma brecha em uma oficina cultural sobre cinema. “Decidi então primeiramente escrever um roteiro de um filme. Foi difícil, mas em novembro de 2005 eu concluí e já apresentei esse roteiro para um grupo de amigos que primeiramente ficaram com receio, mas depois aceitaram entrar no projeto”, conta.

Vieram as dúvidas, o trabalho de campo com o levantamento de depoimentos com algumas pessoas que trabalharam no castelo para seu antigo dono (Henrique Stalk), a falta de dinheiro para pagar as filmagens, a procura por alguém que fizesse a edição e etc. “Claro, nosso filme não é um TITANIC, mas é um documentário que ficou marcado na historia de nosso município, pois resgatou uma lenda esquecida pela população”, conclui Juliano.

“Agradeço ao Juliano por ter me chamado para gravar o filme, ele é esforçado e deste o primeiro momento sabíamos que tudo iria ter um final positivo” Declara Cradenil Shibao que fez sua participação no filme com a personagem Heloísa.

Fonte: Tharita Franzini

Obrigado Tharita por esta matéria publicada sobre o filme. Esse foi o maior projeto realizado na cidade de Marilândia do Sul, e sem duvidas já ficou marcado na historia do município. E Na próxima matéria, vou postar sobre a estréia do nosso segundo filme que ocorreu dia 29/09, e que mais uma vez foi sucesso de publico.

-Juliano Delecrod
Acadêmico em Educação Artística

http://www.portaldeapucarana.com.br/coluna/8/marilandia-do-sul-produz-filme.html

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