Nas actuais circunstâncias durante a década de 2011 a 2020 não será construído seguramente nenhum porta-aviões, confirmou à agência noticiosa russa Interfax uma fonte não identificada.
Segundo a mesma fonte, a marinha russa tem dinheiro para projectar os navios, mas não tem os recursos para construi-los.
A possibilidade de começar a desenhar porta-aviões está além disso condicionada pelos desenhos e projectos de navios mais modernos que a marinha russa precisa para poder ter alguma capacidade operacional no futuro.
A dura realidade dos números
A realidade da marinha da Federação Russa está condicionada por dois factores. Por um lado a necessidade de dinheiro e por outro a dimensão territorial da Rússia, que leva a que o país tenha que possuir quatro frotas distintas.
Com o fim da guerra fria, em que num ambiente de guerra atómica generalizada, a arma nuclear poderia ser utilizada como último recurso, os grandes navios de superfície que baseavam o seu poder em mísseis nucleares, tornara-se gigantescos elefantes brancos e uma realidade nova veio demonstrar as enormes deficiências da marinha da Russia.
Utilizada em grande medida como meio de demonstração de prestigio - com grandes unidades navais inúteis para a guerra moderna – a marinha da Russia é secundária em todos os cenários em que está presente.
No Mar Negro as forças convencionais russas teriam dificuldade em defrontar a marinha da Turquia que além disso tem capacidade para encerrar os russos naquele mar. No Mar Báltico, o mesmo problema se levanta, pois os países da NATO podem encerrar a frota russa com grande facilidade. A Polónia por exemplo está a investir fortemente em mísseis anti-navio com base em terra, que permitem atingir qualquer navio que navegue entre a Polónia e a Suécia.
A frota do Mar do Norte enfrenta o poder das marinhas dos Estados Unidos, Grã Bretanha e Noruega, todas elas possuidoras de navios de guerra tecnologicamente muito mais avançados que qualquer navio russo.
No oriente, ainda que com o mar aberto, a Rússia encontra-se na presença da muito mais sofisticada (e claramente mais numerosa) marinha japonesa e perante o poder crescente da marinha chinesa. Presentemente, a frota russa do Pacífico está atrás até da frota da própria Coreia do Sul.
Força de segunda linha em todo o lado
Porque não consegue concentrar todos os seus navios, a marinha russa encontra-se perante o seu dilema de sempre, que é o de se ver forçada a uma posição secundária em todos os cenários onde opera. As dificuldades financeiras crescentes, tornam impossível à marinha russa conseguir dispor de uma força equilibrada em qualquer dos cenários.
O resultado, é que os custos de possuir uma força naval poderosa são de tal forma elevados que os políticos acabam por dar menos importância à marinha.
BRIC e a comparação com o Brasil
A situação futura das forças navais russas, pode ser comparada com o país mais próximo entre os parceiros «BRIC»[1].
O Brasil tem uma população de 200 milhões contra 140 milhões da Rússia. O Brasil tem um PIB de 1,574 bilhões contra um PIB russo de 1,232 bilhões [2].
A economia brasileira é portanto 27,8% maior que a economia russa.
Os custos da mão de obra na Rússia são mais caros que no Brasil, embora a percentagem de pessoas com formação superior seja bastante superior.
O Brasil, tem por isso bastante mais dinheiro para gastar que a Russia, sendo que os planos militares brasileiros são muito mais modestos que os russos.
Os analistas mais conservadores apontam a análise das diferenças entre a economia russa e a economia brasileira, como forma de estabelecer uma linha de separação entre a realidade económica e os planos baseados em desejos dos militares russos.
Em Abril de 2008, a imprensa internacional noticiou que a marinha russa pretendia construir cinco ou seis porta-aviões.
Perante esta situação, ganha mais credibilidade a tese de que a actual administração russa pretende criar uma marinha de dimensão muito menor, reduzindo a sua presença em alguns cenários.
Uma ligação entre a Rússia e os países europeus da Aliança Atlântica, permitiria aos russos dispor de uma força mais poderosa no Pacífico.
Segundo a mesma fonte, a marinha russa tem dinheiro para projectar os navios, mas não tem os recursos para construi-los.
A possibilidade de começar a desenhar porta-aviões está além disso condicionada pelos desenhos e projectos de navios mais modernos que a marinha russa precisa para poder ter alguma capacidade operacional no futuro.
A dura realidade dos números
A realidade da marinha da Federação Russa está condicionada por dois factores. Por um lado a necessidade de dinheiro e por outro a dimensão territorial da Rússia, que leva a que o país tenha que possuir quatro frotas distintas.
Com o fim da guerra fria, em que num ambiente de guerra atómica generalizada, a arma nuclear poderia ser utilizada como último recurso, os grandes navios de superfície que baseavam o seu poder em mísseis nucleares, tornara-se gigantescos elefantes brancos e uma realidade nova veio demonstrar as enormes deficiências da marinha da Russia.
Utilizada em grande medida como meio de demonstração de prestigio - com grandes unidades navais inúteis para a guerra moderna – a marinha da Russia é secundária em todos os cenários em que está presente.
No Mar Negro as forças convencionais russas teriam dificuldade em defrontar a marinha da Turquia que além disso tem capacidade para encerrar os russos naquele mar. No Mar Báltico, o mesmo problema se levanta, pois os países da NATO podem encerrar a frota russa com grande facilidade. A Polónia por exemplo está a investir fortemente em mísseis anti-navio com base em terra, que permitem atingir qualquer navio que navegue entre a Polónia e a Suécia.
A frota do Mar do Norte enfrenta o poder das marinhas dos Estados Unidos, Grã Bretanha e Noruega, todas elas possuidoras de navios de guerra tecnologicamente muito mais avançados que qualquer navio russo.
No oriente, ainda que com o mar aberto, a Rússia encontra-se na presença da muito mais sofisticada (e claramente mais numerosa) marinha japonesa e perante o poder crescente da marinha chinesa. Presentemente, a frota russa do Pacífico está atrás até da frota da própria Coreia do Sul.
Força de segunda linha em todo o lado
Porque não consegue concentrar todos os seus navios, a marinha russa encontra-se perante o seu dilema de sempre, que é o de se ver forçada a uma posição secundária em todos os cenários onde opera. As dificuldades financeiras crescentes, tornam impossível à marinha russa conseguir dispor de uma força equilibrada em qualquer dos cenários.
O resultado, é que os custos de possuir uma força naval poderosa são de tal forma elevados que os políticos acabam por dar menos importância à marinha.
BRIC e a comparação com o Brasil
A situação futura das forças navais russas, pode ser comparada com o país mais próximo entre os parceiros «BRIC»[1].
O Brasil tem uma população de 200 milhões contra 140 milhões da Rússia. O Brasil tem um PIB de 1,574 bilhões contra um PIB russo de 1,232 bilhões [2].
A economia brasileira é portanto 27,8% maior que a economia russa.
Os custos da mão de obra na Rússia são mais caros que no Brasil, embora a percentagem de pessoas com formação superior seja bastante superior.
O Brasil, tem por isso bastante mais dinheiro para gastar que a Russia, sendo que os planos militares brasileiros são muito mais modestos que os russos.
Os analistas mais conservadores apontam a análise das diferenças entre a economia russa e a economia brasileira, como forma de estabelecer uma linha de separação entre a realidade económica e os planos baseados em desejos dos militares russos.
Em Abril de 2008, a imprensa internacional noticiou que a marinha russa pretendia construir cinco ou seis porta-aviões.
Perante esta situação, ganha mais credibilidade a tese de que a actual administração russa pretende criar uma marinha de dimensão muito menor, reduzindo a sua presença em alguns cenários.
Uma ligação entre a Rússia e os países europeus da Aliança Atlântica, permitiria aos russos dispor de uma força mais poderosa no Pacífico.
Fonte: Area Militar
[1] – Brazil – Russia – India – China : Designação dada a algumas das economias emergentes de maiores dimensões.
[2] – Preços reais considerando a taxa de câmbio, normalmente mais adequado para comparar aquisições militares. O PIB segundo o método PPP, resuylta em valores superiores, mas estes valores são condicionados pelos preços de produtos de primeira necessidade. Este tipo de análise não faz sentido quando se comparam compras militares.
[1] – Brazil – Russia – India – China : Designação dada a algumas das economias emergentes de maiores dimensões.
[2] – Preços reais considerando a taxa de câmbio, normalmente mais adequado para comparar aquisições militares. O PIB segundo o método PPP, resuylta em valores superiores, mas estes valores são condicionados pelos preços de produtos de primeira necessidade. Este tipo de análise não faz sentido quando se comparam compras militares.
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