
Großansicht des Bildes mit der Bildunterschrift: 'Vocês querem a guerra total?', perguntava Goebbels após a derrota de Estalingrado
Em fevereiro de 1943, quando a derrota de Estalingrado tornara evidente que seria absurdo prosseguir a Segunda Guerra Mundial e que a Alemanha não tinha como vencê-la, o ministro da Propaganda do Reich, Joseph Goebbels, fez um comício no Sportpalast de Berlim, perguntando ao microfone: "Vocês querem a guerra total?". "Sim", gritou a massa em uníssono.
Grave transtorno de personalidade

Em sua biografia de 900 páginas Joseph Goebbels - Biographie, o historiador Peter Longerich esboça, no entanto, um Goebbels bem distinto do homem poderoso do regime nazista. Longerich foi o primeiro historiador a investigar todos os diários de Goebbels que restaram. Em suas anotações de 1924 até o seu suicídio em 1945, o político registrou pensamentos, observações e acontecimentos, escrevendo assim uma cronologia do nazismo através de uma ótica pessoal.
A partir desses testemunhos, Longerich reúne indícios de que Goebbels sofria de um grave transtorno de personalidade. O grande propagador do nazismo buscava de forma extrema o reconhecimento por parte de outras pessoas, indica o historiador.
Uma possível origem disso pode ter sido a deficiência provinda de uma doença da medula óssea em sua infância. Goebbels tinha baixa estatura e era aleijado. Durante toda a vida, o estrategista de Hitler lutou por reconhecimento, mesmo que se mostrasse forte e superior.
Uma religião chamada nacional-socialismo
Nascido na Renânia, uma região predominantemente católica, Goebbels se afastou da religião desde cedo. E o nacional-socialismo acabou se tornando para ele um substituto da religião. Seu novo redentor se chamava Adolf Hitler.
"Ao que tudo indica, ele considerava Hitler realmente um enviado de Deus, um homem com habilidades super-humanas", explica Longerich a completa fixação de Goebbels em seu ídolo. O partido e Hitler lhe propiciaram a ascenção social e o reconhecimento que ele ansiava. E assim Goebbels se tornou o mais leal adepto e uma pessoa de absoluta confiança do ditador nazista.

A receita de sucesso de Goebbels foi usar e aperfeiçoar os métodos da agitação de massa empregados nas disputas eleitorais da República de Weimar. Quanto à mídia, conseguiu mantê-la sob controle por meio da censura.
Fixação em Hitler
Ao assumir o controle sobre todos os âmbitos da cultura, do teatro ao cinema, passando pela música, ele se projetou como político cultural. O biógrafo Longerich considera peculiar essa posição de poder que Goebbels insistiu em assumir. "Embora ele certamente tenha sido a figura dominante da propaganda nazista, nunca conseguiu controlar absolutamente o aparato. Medido por seus próprios padrões de qualidade, no fundo não foi tão longe".
Mas sem o ministro da Propaganda Goebbels, responsável por ter estabelecido Hitler como uma "marca", a política nazista jamais teria tido o alcance que teve. O estrategista recorreu ao lema "Um Führer – Um Povo", usando virtuosamente as mídias novas da época, o rádio e o cinema, como canais de manipulação.

A biografia de Longerich esboça o retrato de um homem que sacrificaria tudo para obter reconhecimento e êxito, até mesmo sua própria família. Em 1º de maio de 1945, poucos dias antes de Hitler se matar e de a Alemanha capitular, Goebbels e sua mulher Magda cometeram suicídio.
Pouco antes, o casal assassinara seus seis filhos. Esse cínico homicídio colocou um ponto final desesperado a uma vida de identificação incondicional com Adolf Hitler.
Autora: Sigrid Hoff (sl)
Revisão: Alexandre Schossler
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