segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

O Cristianismo no Iraque

O Iraque é um grande país desértico localizado no Oriente Médio. O país pode ser dividido em quatro regiões principais: desertos ao oeste, áreas montanhosas ao norte, planícies entre os rios Tigre e Eufrates e uma planície de aluvião no sudeste.

População

Quase 40% da população é formada por pessoas abaixo dos 15 anos de idade. A maioria da população é constituída de árabes, a segunda maior população é de curdos. Além dessas etnias, há turcomanos e assírios.

Aproximadamente dois milhões de iraquianos deixaram o país desde o começo da guerra, fugindo para nações vizinhas, como a Jordânia e a Síria. Aqueles que têm famílias no Ocidente juntaram-se aos seus parentes.

Com a falta de ordem no país, radicais islâmicos continuam exercendo tremenda pressão na sociedade, para conformar-se às interpretações extremas da lei islâmica. Além do mais, a frequente violência sectária, inclusive ataques a templos, tem impedido a livre prática da religião.

História

A Mesopotâmia, região onde o Iraque está localizado hoje, já foi o centro do Oriente Médio e da civilização mundial na Idade Antiga. Os sumérios utilizaram as terras férteis e o abundante suprimento de água da região e desenvolveram uma sociedade complexa. Seus sucessores, os acádios, desenvolveram o famoso Código de Hamurabi, que era o mais completo sistema de leis da época.

O Iraque viveu sob o comando de vários conquistadores, entre eles os mongóis, os turcos otomanos, e os ingleses, logo após a I Guerra Mundial. Os britânicos colocaram um rei no trono iraquiano, mas uma revolução militar em 1958 resultou na derrubada da monarquia, na instalação do Partido Socialista Árabe (quando se iniciou a era Saddam Hussein) e na Constituição Provisória de 1970.

A partir do fim da Guerra do Golfo em 1991, a minoria curda recebeu certa autonomia, mas não a independência que desejava, o que fez com que as tensões e conflitos civis persistissem.

A partir dessa data, o Conselho de Segurança da ONU solicitou ao país que se desfizesse de todas as armas de destruição em massa e dos mísseis de logo alcance, e também que permitisse uma inspeção da ONU. A suposta desobediência a essas determinações levou os Estados Unidos a invadir o país em março de 2003 e derrubar o regime de Saddam.

A guerra e o pós-guerra

Todo o período durante a guerra no Iraque (2003) e após ela foi marcado por ataques terroristas, explosões e bombardeios. Em 2006, a ONU estimou que uma média de 100 civis morriam diariamente em decorrência da violência no país.

Em junhos de 2004, os EUA formaram um regime interino no Iraque ao qual foi passado o governo da nação. Em abril de 2005, após a eleição do parlamento, escolheu-se o presidente, Jalal Talabani. Talabani é da etnia curda e foi o primeiro não-árabe a governar um país árabe.

Em outubro do mesmo ano votou-se uma nova Constituição que visa criar uma democracia islâmica.

Em novembro de 2008, o governo dos EUA assinou um tratado de segurança com o Iraque no qual promete retirar as tropas norte-americanas do país até o fim de 2011. O presidente Barack Obama anunciou em março de 2009 que retirará a maior parte das tropas até o fim de agosto de 2010.


A Igreja

O Iraque tem uma longa história com a Igreja. Diz-se que o Jardim do Éden foi localizado no Iraque.

Todos os grandes grupos cristãos encontram-se no país: católicos caldeus, ortodoxos assírios e evangélicos.

Em 1991, havia aproximadamente 850 mil cristãos no país. Em 2003, com a guerra, o número caiu para 550 mil cristãos. A invasão e as atividades terroristas que se sucederam levaram muitas pessoas a emigrar.

Atualmente, o número de cristãos no Iraque é estimado em 385 mil.


A perseguição

A situação tem piorado para a comunidade cristã. Muitos se mudaram para o Curdistão, região autônoma no norte do país, no qual há relativa segurança. O governo tem se mostrado incapaz de proteger os cidadãos, especialmente as minorias. Assim, há uma espécie de anarquia, e a minoria cristã é a que mais sofre.

Grupos criminosos de fundamentalistas islâmicos lutam uma guerra não-oficial contra os cristãos, tentando acabar com a herança cristã no país. Templos e mosteiros foram destruídos; cristãos foram raptados e mortos.

A perseguição não se dá de forma sistemática. No entanto, quase todos os grupos independentes (alheios ao governo) se posicionam contra a minoria cristã.

Sabe-se que nas cidades de Bagdá e Mosul cobra-se taxas de não-muçulmanos, há conversão forçada ao islã, sequestros e vandalismo nas igrejas. Esses casos são muito numerosos, mas é quase impossível encontrar alguém que testemunhe tais fatos.

Após um curto período de paz no Iraque no fim de 2007, a minoria cristã iraquiana enfrentou um ano violento em 2008. Igrejas foram atacadas ou destruídas por bombas, cristãos receberam ameaças de morte e foram assassinados, ofendidos e/ou sequestrados

Em 2007, uma onda de sequestros deixou a população cristã em pânico. Na manhã do domingo de 19 de novembro de 2006, o sacerdote iraquiano Douglas Yusuf al-Bazy tinha terminado um culto e dirigia na rodovia al-Kanat, de Bagdá, quando quatro carros o cercaram e o forçaram a abandonar o veículo em que estava. Os homens dos veículos vendaram seus olhos sob a mira de suas armas e o colocaram no porta-malas de seu carro. O padre disse que os sequestradores dirigiram em círculos antes de o levarem até uma casa no cair da noite.

"Eles ligaram a TV no canal al-Quran e aumentaram o volume antes de me interrogar", disse o padre. "Eles não queriam que a vizinhança me escutasse, queriam que pensassem que uma boa família muçulmana morava na casa." Durante o período de cativeiro, os sequestradores os torturaram sem piedade.

"O mais difícil foi o sexto dia", disse Douglas. "Foi quando eles começaram a martelar todo o meu corpo. Eles colocaram uma pistola descarregada em minha cabeça por mais de cem vezes e puxaram o gatilho. Minha alma desfalecia continuamente", contou o padre.

A parte mais dura do cativeiro foi a falta de água e de comida. Ele disse que começou a ver miragens de seus amigos e membros da família lhe oferecendo água, até recobrar os sentidos e perceber que eles não eram reais. O clérigo disse que exercícios psicológicos, senso de humor e fé em Deus o mantiveram mentalmente forte diante da tortura. Ele também costumava fazer marcas na parede com a corrente que prendia suas mãos para manter a noção de tempo. Para escapar da tortura mental, ele dividia seus pensamentos e os concentrava em algo que faria se estivesse seguindo sua rotina normal.

"Não tenho mais medo", disse o padre caldeu. "Depois de ver a morte de perto, você acaba perdendo o medo. Eu orei a Deus: "Senhor, nem sempre tenho sido fiel a Ti, mas confio em Ti para me salvar, se for esse o seu desejo", disse Douglas. "Mas, por favor, não esqueça de mim", ele ainda pediu em oração.


Motivos de oração

1. A Igreja tem sido afetada pelas constantes guerras. Ore pedindo o fim dos conflitos que perduram há décadas e para que as agências de auxílio humanitário desenvolvam programas de ministério que alcancem aqueles que sofrem.

2. Vamos orar para que a justiça seja feita a esses cristãos e a todo o povo. Oremos pela paz da região e que os líderes de todos os países envolvidos busquem a sabedoria do Senhor ao tomar decisões.

3. O ministério entre os curdos é particularmente perigoso. Os cristãos que vivem entre esse povo são constantemente perseguidos, ameaçados e mortos. Ore pela proteção e segurança dos evangelistas que trabalham entre eles.

4. Ainda não existe a Bíblia publicada em nenhum idioma curdo. A tradução já foi feita, mas não foi concluída. Ore para que esse trabalho seja colocado à disposição dos cristãos.
FONTE: Missão Portas Abertas

ESPECIAL - VERSÃO IRAQUIANA

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