segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Um livro polêmico sobre a divisão do País



Um livro polêmico sobre a divisão do País
COMUNIDADES DAS REPÚBLICAS INDEPENDENTES DO BRASIL – CORE
Em livro a ser editado pela PANNARTZ, o engenheiro Braz Juliano, da turma de 1948 da POLI (USP) que trabalha há 43 anos na área de Engenharia Civil realizando importantes obras, desenvolve um projeto polêmico, que deverá agitar os meios culturais e políticos do País. Baseado em teoria científica e em dados que comprovam a sua tese, ele propõe nada menos que a divisão do Brasil em quatro nações independentes, formando que ele chama de CORA – Comunidade de Repúblicas Independentes do Brasil, título de seu livro, ao qual acrescenta: “Ensaio de Engenharia Política”.
Vamos ouvi-lo.
JPA – O título de seu livro lembra a Comunidade Britânica de Nações e, mais recente, a CEI – Comunidade de Estados Independentes. O que levou a propor esse assunto tão explosivo?
BJ – Uma convicção lastreada em 40 anos de estudos muito sérios, dentro e fora do brasil. Mas, também, a constatação de que o Sul do Brasil vem sendo odiosamente discriminado, particularmente São Paulo. Basta lembrar que a representação de São Paulo na Câmara Federal foi reduzida, apesar do que manda a Constituição de 88. Agora, temos a estranha situação de um eleitor de Roraima (Estado com pouco mais de cem mil habitantes) valer tanto quanto 36 eleitores de São Paulo. Em outras palavras: o voto de um eleitor de nosso Estado vale 1/33 avos do voto de um eleitor de Roraima. A constituição, garante que “todos são iguais perante a lei” e que o “voto terá o mesmo valor para todos”. Não é assim que acontece.
JPA – A separação que o senhor propõe, então, visa ao benefício do Brasil?
BJ – Sem dúvida. A CORA não vem somente corrigir essa intolerável discriminação contra os Estados do Sul, mas ela se justifica pelos ensinamentos de renomados sociólogos, como Alberto Salles, Alberto Torres e Euclides da Cunha. Eu demonstro, com apoio em fatos e em estudo profundo das civilizações antigas e novas, que não se podem resolver os graves problemas regionais do Brasil, com seu imenso território, usando as mesmas soluções políticas para todos os estados, tão diferentes entre si. Se não existe um tipo brasileiro, mas vários, numa unidade que se fragmenta em meios, costumes, populações e possibilidades de progresso tão diferentes, é inviável promulgar-se a mesma Constituição para regiões e indivíduos díspares. É exatamente por isso que o Brasil viva em permanente crise institucional. Veja o caso do salário mínimo, que abre frentes de lutas diversas, pois será benvindo num Estado rico, mas será a desgraça dos Estados pobres, se não for regionalizado. Fatos como esse, corriqueiros na vida política, provam que o Brasil já são vários Brasis, separados por diferentes níveis de civilização e de progresso.
JPA – Pelo que o senhor disse, sua proposta já tem precedente no Brasil?
BJ – Sim, inspirei-me principalmente no livro “A Pátria paulista”, de Alberto Salles, publicado em 1887. Ele foi irmãos de Campos Salles, que presidiu a República de 1898 a 1902. Alberto Salles foi um grande propagandista da República e do famoso PRP – Partido Republicano Paulista. Seu livro consta com três partes: “O Separatismo em face da ciência”; “Vantagens Práticas do Separatismo”; e “Confronto do Separatismo com a Nacionalidade”. Mas eu tenho um presente aos meus leitores: como se trata de livro raro eu o inclui como apêndice do meu. “A Pátria Paulista” foi escrito há 105 anos, mas é de impressionante atualidade. Veja o que ele diz, em 1887: “Quem dá mais do que recebe, quem paga mais do que deve, é roubado. Eis as verdades que acharam moradia nos raciocínios do contribuinte paulista, após a publicação de dados oficiais concernentes à renda da Província. O comerciante diz hoje (em 1887, não confundir com 1992, grifo meu) o que não murmurava ontem: eu pago três vezes mais imposto que deveria pagar. Se São Paulo, se em seu proveito fossem aplicados os dezessete mil contos que anualmente desaparecem na voragem imperial?” O excesso de impostos, gravando as indústrias, levando o cidadão comum à miséria, enquanto os escândalos se sucedem na Corte, isso é coisa que persiste até hoje.
JPA – O senhor diz em seu livro que o clima...
BJ – Sim, eu afirmo que o desenvolvimento humano tem íntima relação com o clima e eu provo, com a própria História, que as nações mais desenvolvidas sempre estiveram entre os 30 e os 60 graus de latitude norte e que nunca houve uma grande civilização nos trópicos. Nisso tem razão o determinismo geográfico de Friedrich Ratzel, geógrafo e sociólogo alemão, que afirma que o homem é integralmente produto do meio e que tudo lhe é determinado pelo clima. Isto não é difícil de comprovar: qualquer pessoa, de boa instrução, compulsando um mapa-múndi, descobrirá entre os 30 e os 60 graus de latitude norte, longe do clima tropical, portanto as grandes civilizações do passado e as do presente, Estados Unidos, Japão, Alemanha, França, Itália, Grã-Bretanha e Canadá, os sete países mais ricos e desenvolvidos aí se encontram hoje.
JPA – Vamos fornecer ao leitor, em primeira mão, a divisão do Brasil em quatro nações diferentes, mas federadas, na CORA – Comunidade das Repúblicas Independentes do Brasil.
BJ – Será preciso que o leitor leia o meu livro, para conhecer as sólidas razões e argumentos científicos que me levam a essa proposta, que espero seja discutida em alto nível. As quatro repúblicas, independentes, seriam: I – República do Brasil Norte, incluindo os atuais Estados do Acre, Amapá, Mato Grosso, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins; República do Norte e Sergipe; República do Brasil sudeste, com  Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro; República do Brasil Sul, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e São Paulo. A divisão baseia-se em fatores econômicos, geográficos, biológicos, políticos e culturais.
Quem quiser aprofundar o debate, leia o livro – recomenda o Autor. E nós também.

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