sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

PROS e Solidariedade atraem adeptos para oficializar registro partidário

Depois do sucesso da criação do PSD, o mercado de novos partidos políticos cresceu e assedia deputados federais com promessas de controle partidário e autonomia política. Desde a volta das eleições, duas legendas em processo de criação estão à frente desse movimento no Congresso Nacional: o Partido da Renovação da Ordem Social (PROS) e o "Solidariedade".

Seus emissários tentam convencer deputados federais a deixar suas legendas. O foco são parlamentares dos chamados partidos "nanicos", conhecidos no Legislativo por terem "bancadas de um deputado só". Caso do PMN, PRP, PSL, PHS, PRTB e PTC, ou de dois deputados, como o recente PEN e o PTdoB. O que não significa que não há tratativas com integrantes de bancadas maiores, como PSDB, DEM, PDT e PTB.
Inspirado no sindicato que alçou à fama o polonês Lech Walesa, interessados no "Solidariedade" tem se reunido para conversas na residência do deputado Paulinho da Força. A ideia é montar um partido de centro-esquerda baseado no trabalhismo e com base sindical. E aproveitar a insatisfação com rumos políticos, eleitorais de suas siglas, ou ainda o controle autoritário de burocratas. "Tem muita gente conversando sobre partidos porque tem muita insatisfação dentro dos atuais partidos", afirma Paulinho da Força. Ele mesmo um bom exemplo disso. Derrotado no primeiro turno das eleições em São Paulo, apoiou no segundo José Serra (PSDB), enquanto o PDT foi de Fernando Haddad (PT). Ele diz, porém, que sua participação no "Solidariedade" é secundária. "Tem muito boato, mas nada concreto. Isso é coisa do "Marcílio". Ele que está fazendo e pediu ajuda para alguns sindicatos."

O advogado paulista Marcílio Duarte Lima é um antigo conhecido de Paulinho e de outras tantas figuras da política nacional, sobre as quais conta histórias em que demonstra com elas intimidade. Tudo em decorrência dos seus feitos na criação e participação em seis partidos nos últimos 25 anos: PRTB, PST, Prona, PGT, PSL e PTW. No entanto, seu ápice na "carreira política" foi como dirigente do PST, pelo qual foi vereador em Mairinque (SP).

O Senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL) diz conhecer desde as eleições de 1989, quando seu PST se coligou ao PRN dele. Costumam se encontrar até hoje em São Paulo. Também tem relação próxima com o deputado Valdemar Costa Neto (PR-SP), cuja relação é oriunda da época em que PST foi incorporado pelo PL. A opção ocorreu apos ouvir um conselho do então deputado Gilberto Kassab para negar semelhante união com o PTB, à época presidido José Celso Martinez, já falecido, outro que tam- bem afirma ter tido relação por muito tempo.

"Vivia uma vida de deputado sem ser. Tinha que estar aqui se não levavam meus deputados. A troca de partido era fácil. Mas tenho a frustração de ter criado tanto partido e não controlado nenhum." Nas negociações, seu único pedido é para ter o controle do partido em São Paulo. O partido já esta registrado no cartório civil de Brasília e agora parte em busca das 500 mil assinaturas necessárias. A ideia é aproveitar a entrada de Paulinho no meio sindical para conseguir isso rapidamente. Um número aproximado de dez deputados está mais próximo ao projeto.

Em estágio mais avançado, segundo seus fundadores, está o PROS. Já tem registro em 10 Estados (são necessários pelo menos 9) e mais de 300 mil assinaturas conferidas. À frente das conversas está Eurípedes Júnior, eleito vereador em 2008 pelo PSL em Planaltina (GO) e candidato derrotado a deputado estadual pelo PRP em 2010.

Ele repete o mantra de Kassab sobre o PSD: "t um partido nem de direita, nem de centro, nem de esquerda. Estamos abertos a trazer deputados federais e estaduais. Muita gente que disputou a eleição não está satisfeita no partido", afirmou. A proposta é filiar um deputado de cada Estado e entregar o controle do diretório regional a eles. Assim, sua meta é de 27 deputados, embora as conversas, por ora, estejam sendo feitas com 8 deputados. Esse número pode aumentar a depender do futuro do PTB. Integrantes da legenda querem destituir Roberto Jefferson da legenda e afirmam que, se isso não ocorrer, haverá uma debandada.
fonte - agencia senado

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