segunda-feira, 23 de julho de 2012

Separatismo e crise na China

Habitada pela etnia uigur, de descendência turca e religião muçulmana, é o ponto de contato da China com o conflito que se expandiu, em função da intervenção do imperialismo norte-americano, do Oriente Médio (Iraque e Afeganistão) para o Sul da Ásia (Paquistão) em direção ao Extremo Oriente.

Atualmente uma região autônoma da República Popular da China, Xinjiang, com 2,3 milhões de habitantes, é uma região desértica rica em petróleo e gás, onde a maioria uigur é governada pela etnia han, majoritária no país. Os han promoveram um afluxo de pessoas para a região nos últimos cinqüenta anos, criando as condições para a opressão a que a minoria nacional muçulmana está submetida.

Os uigures protestam contra a situação de pobreza a que são submetidos e a repressão política e religiosa.

O governo chinês acusou uma liderança exilada em 2005 nos EUA após ter sido presa em 1999 de estar por trás dos protestos, Rebiya Kadeer, empresária e ex-parlamentar.

Kadeer assumiu a presidência de dois grupos de exilados uigures, a Associação Uigur Americana e o Congresso Mundial Uigur, ambos recebedores de fundos de uma organização financiada pelo Congresso norte-americano. Ela rejeita qualquer acusação de estar ligada ao extremismo religioso muçulmano.

Juntamente com o Tibete, com o qual faz fronteira, a província de Xinjiang (que em chinês significa “nova fronteira”) é um dos pontos de conflito permanente e desagregação do Estado chinês.

Os líderes uigures afirmam que, tal como a minoria tibetana, sofrem com a repressão política, cultural e religiosa do governo chinês. Embora sejam maioria na província de Xinjiang, os uigures são minoria na cidade de Urumqi, onde 70% da população de cerca de dois milhões de pessoas é da etnia han.

O governo incentivou a migração de pessoas da etnia han para a região, que foi anexada novamente à China em 1949 após ter se tornado independente por um curto período.

A província de Xinjiang havia se declarado independente da China em 1933, conformando a República do Turquistão Oriental. Faz fronteira com a Rússia ao Norte e com o Cazaquistão, o Quirguistão, o Tadjiquistão, o Afeganistão e as partes da Caxemira controladas pelo Paquistão e pela Índia a Oeste.

A repressão policial deixou mais mortos do que o Massacre da Praça da Paz Celestial em 1989. Segundo o governo chinês, os distúrbios em Xinjiang são os “piores” desde a fundação da República Popular em 1949.

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