segunda-feira, 23 de julho de 2012

Feriado em São Paulo assinala Revolução de 32

Presos após a derrota, os principais líderes da Revolução de 32 foram deportados para Lisboa. Voltaram em 1933, com a anistia decretada por Getúlio.

São Paulo
- O estado de São Paulo assinala nesta segunda-feira (9) o 80. aniversário da Revolução Constitucionalista de 1932, contra a ditadura de Getúlio Vargas.

A revolução durou 84 dias e mobilizou nas trincheiras e barricadas cerca de 200 mil voluntários paulistas e 300 mil soldados federais.

Os combates causaram a morte de mais de mil constitucionalistas e também elevado número de mortes entre as tropas do governo federal,

A propaganda de Getúlio descrevia a Revolução Constitucionalista como uma revolta da elite paulista, liderada pelo "comunista" Francisco Matarazzo, que pretendia separar São Paulo do Brasil. O separatismo foi uma das teclas das acusações da ditadura contra os revolucionários, escreve nesta segunda-feira o jornal Estado de S. Paulo.

"Falar em separatismo foi enorme equívoco, assim como é preconceituoso dizer que a Revolução foi iniciativa da elite paulista", diz o professor Marco Antônio Villa, citado pelo Estado, lembrando que houve mobilização política, que se estendeu além das fronteiras paulistas. Os historiadores citam manifestações de apoio em Porto Alegre, Belo Horizonte, Salvador e Manaus. Em Itacoatiara, no Rio Amazonas, a Marinha afundou dois barcos aliados de São Paulo.

A falta de armas modernas e de munição ajudam a explicar a derrota dos constitucionalistas.

"Quando os militares assinaram o armistício com o poder central, em 2 de outubro, os líderes civis protestaram. Consideraram uma traição, pois acreditavam que São Paulo ainda tinha condições de lutar. Julio de Mesquita Filho, que serviu no Estado Maior do coronel Euclydes, enquanto seus irmãos Francisco e Alfredo lutavam na linha de frente, apostou na vitória até o fim".

Presos após a derrota, os principais líderes da Revolução de 32 foram deportados para Lisboa. Eram 48 oficiais do Exército, 3 da Força Pública e 53 civis, entre os quais Julio de Mesquita Filho, seu irmão Francisco Mesquita, Armando de Salles Oliveira, Paulo Nogueira Filho, Pedro de Toledo, Antônio Mendonça e Guilherme de Almeida. Voltaram em 1933, com a anistia decretada por Getúlio.

"Entrego o governo de São Paulo aos revolucionários de 1932", anunciou Getúlio Vargas no dia 16 de agosto, ao nomear interventor o civil e paulista Armando de Salles Oliveira, depois eleito governador pela Assembleia.

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