segunda-feira, 23 de julho de 2012

Kosovo enfrenta os problemas da independência


As autoridades do Kosovo receberão todo o poder em suas mãos em setembro deste ano. O grupo internacional de vigilância do Kosovo irá entregar as rédeas do poder às autoridades locais.


O governo e o parlamento do Kosovo têm dois meses para fazer as mudanças necessárias na legislação. É mais ou menos o tempo de vida relativamente segura que resta aos sérvios do Kosovo.

Há um grande progresso no Kosovo em termos de reformas democráticas, bem como na reconciliação das populações albanesa e sérvia. É esta a conclusão dos representantes de 23 países da UE, da Turquia e dos Estados Unidos, que exercem o controle da independência da república separatista. O chefe da Organização Civil Internacional em Pristina, o diplomata holandês Pieter Feith, anunciou que o plano de Ahtisaari para a independência de Kosovo foi “de fato, realizado”. Embora ainda haja muito que fazer, já se pode transferir todo o poder para as autoridades do Kosovo.

O plano do ex-presidente finlandês Martti Ahtisaari foi elaborado em 2007. Ahtisaari propôs dotar o Kosovo de muitos dos atributos de um Estado. Mas até que fosse criado um sistema confiável de auto-governo local, e para proteger os interesses da comunidade sérvia do Kosovo, o controle das ações de Pristina foi confiado a estruturas internacionais.

As autoridades albanesas concordaram com esta independência supervisionada, e em fevereiro de 2008 declararam a separação do Kosovo da Sérvia. No entanto, nem os sérvios do norte de Kosovo, nem a Sérvia, nem membros do Conselho de Segurança da ONU – Rússia e China – aceitaram o plano de Ahtisaari, reconheceram a soberania do Kosovo ou consideram legítimas as autoridades de Pristina.

Agora, o grupo internacional de administração do Kosovo considera sua missão cumprida e promete soberania completa a Pristina. No entanto, a retirada do pessoal internacional do Kosovo poderá prejudicar a posição da minoria sérvia, acredita o presidente da organização internacional Diáspora Sérvia Unida da Eurásia, Dragan Stanojevic.

"Todas essas instituições internacionais que têm trabalhado no Kosovo não cumpriram seus deveres e obrigações. Na verdade, eles ajudaram a criar um quase-estado e, de fato, um estado criminoso. Não é nenhum segredo que o Kosovo atual é grande ponto de transbordo de drogas. Mas a presença dessas organizações internacionais lá constituia, pelo menos, algum impedimento para o extremismo albanês e kosovar. Partindo, eles vão permitir que as autoridades e extremistas albaneses aumentem a pressão sobre o resto dos sérvios."

A imposição à força pelas autoridades albanesas de suas regras aos sérvios residentes no norte do Kosovo vai explodir a situação na região e envolver no conflito a Sérvia vizinha, onde com a chegada ao poder do novo presidente, Tomislav Nikolic, aumentou acentuadamente o apoio aos sérvios do Kosovo. Recentemente, ele já disse que pretende no futuro próximo retomar as negociações sobre a normalização das relações com Pristina. Ao mesmo tempo, ele notou que “Belgrado jamais reconhecerá a independência do Kosovo”.

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