quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

31 anos da morte de Bertrand Russel

"A paixão pela matemática trancou-o durante dez anos em casa, mas o estudo da lógica atirou-o nos debates públicos e às manifestações de protesto. Depois disso, nunca mais parou. Rico, famoso, nobre, aclamado em certas épocas, perseguido e preso em outras, o ateu Bertrand Russell converteu sua vida numa cruzada santa, cuja história e mais antiga do que a memória da maioria dos homens".


Matemático, filósofo e ativo militante da paz, Bertrand Russell, 97 anos, morreu durante a noite em sua residência no norte do País de Gales. As suas cinzas foram dispersas sobre as montanhas galesas.
Bertrand Arthur William Russell, descendente de uma família de nobres do século 13, nasceu em Trelleck, País de Gales. Órfão aos três anos, foi educado por preceptores na casa da avó, até ir para Cambridge, Inglaterra, onde se formou professor. Em 1916, foi expulso da universidade e preso por ter participado de movimentos pacifistas. Aplicado, dedicou-se basicamente ao estudo de três áreas: a teoria do conhecimento, as relações entre a lógica e a matemática e as relações entre a lógica e a matemática e as relações entre a lógica e a linguagem.

Autor de mais de 40 obras, entre elas se destacam The Principia Mathematica (1910-1913) - que abriu novas perspectivas para a lógica simbólica, da qual foi fundador, e A History of Western Philosophy (1945). Prêmio Nobel em 1950, nos últimos anos dedicou a sua vida pela paz no mundo. Nos anos 60 condenou a participação dos Estados Unidos na guera do Vietname.

"Três paixões, simples mas esmagadoramente fortes, têm governado a minha vida: o desejo pelo amor, a busca do conhecimento, e a pena insuportável pelo sofrimento da raça humana". Bertrand Russel.

O Tribunal Russell
Mais do que os avanços da Ciência e da Tecnologia, os conflitos sangrentos do século 20 foram os acontecimentos que mais impressionaram e mobilizaram Bertrand Russell.

Foi o testemunho destes episódios, fortalecedores de seus ideais pacifistas e humanizadores, que motivou Russell a fundar nos anos 60 o Tribunal Russel: organismo internacional, originalmente dirigido pelo filósofo e dramaturgo francês Jean-Paul Sartre. O tribunal investigou e avaliou a política externa americana e a intervenção militar no Vietnã que se seguiu à derrota das forças francesas em 1954 na batalha de Dien Biem Phu e o estabelecimento do Vietnã do Norte.

Bertrand Russel justificou assim a criação do tribunal: "Se certos atos e violações de tratados são crimes, eles são crimes se cometidos pelos Estados Unidos ou pela Alemanha. Nós não iremos desconsider uma regra de conduta criminal contra outros porque não gostaríamos de vê-la invocada contra nós".

A criação do tribunal foi seguida em 1966 pela publicação do livro de Russel War Crimes in Vietnam.

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