– Que perspectivas terá a atual União da Sérvia e do Monte Negro e como irão evoluir as relações entre Belgrado e Podgorica?
– Foi
Xavier Solana que inspirou o processo de reunificação da Sérvia e do
Monte Negro. Em 1999, ele ocupava o posto de secretário-geral da OTAN e
iniciou a guerra contra a Iugoslávia. O atual chefe do governo, Milo
Ducanovic, sempre quis ser um político independente, mas hoje as suas
posições são mais fracas do que há alguns anos atrás. Ele espera contar
com o apoio da União Européia e de Solana que tudo fazem para que Monte
Negro se transforme num Estado soberano. Posso dizer com certeza que o
nosso partido e o nosso parceiro no parlamento – o Partido Radical da
Sérvia – não vão apoiar a saída do Monte Negro da Federação. Sem isso
Ducanovic jamais poderá alcançar os seus objetivos visando à soberania.
– Nos
últimos anos o Kosovo tem sido "um ponto mais quente" no contexto da
situação regional. Lá restaram poucos sérvios, os albaneses kosovares
aterrorizam-nos e os sérvios locais não têm por onde se refugiar.
Vêem-se forçados a vender seus terrenos por uma pechincha. Tudo isso
acontece sob a supervisão da ONU. Nova York qualifica o processo de
pacificação como um sucesso. Mas na realidade está em vias de formação
um novo país chamado a Grande Albânia com a eventual sede em Prístina.
– Lamentavelmente,
os interesses dos EUA no Kosovo e no Monte Negro estão virados não para
a unificação, mas sim para o apoio de ânimos separatistas no Balcãs.
Não é segredo que, nos anos de 1998-99, Washington prestava apoio às
organizações muçulmanas do Kosovo. Por via clandestina, os
independentistas recebiam milhões de dólares para a criação do Exército
de Libertação do Kosovo. O dinheiro era doado por alguns congressistas
norte-americanos, bem como por uma série de organizações não
governamentais dos EUA. Hoje este processo não é tão patente, mas alguns
políticos da época do Presidente Clinton continuam criando Fundos de
Apoio através dos quais têm canalizado para o Kosovo os tamanhos meios
financeiros.
Não
queremos que o estatuto do Kosovo seja definido já este ano. Não se
esqueça que a Resolução 1244 do Conselho de Segurança da ONU, adotada no
Verão de 1999, não faz referência alguma à soberania do Kosovo. Basta
citarmos os exemplos de Hong Kong e do Macau. Lá eram necessários quase
50 anos para resolver a questão da independência. Por é que nos propõem
entregar Kosovo aos albaneses locais, conceder-lhes a terra, onde
durante séculos viveram nossos antepassados sérvios e onde se encontram
nossos santuários cristãos ortodoxos? Só porque este desígnio tem sido
apoiado pelos EUA?
Leia mais: http://portuguese.ruvr.ru/2013_01_29/Zoran-Andelkovic-os-EUA-tem-interesse-em-apoiar-separatismo-nos-Balcas/
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