sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Uma Londrina paulista

Gosto de Curitiba. É uma das cidades mais bonitas que conheço. Curitiba tem ótimos parques, ótimos cinemas, ótimos restaurantes, ótimos bares, ótimo transporte público, ótimo comércio, ótimas oportunidades de trabalho. Sem falar nas pessoas: em Curitiba tenho ótimos amigos. Adoro a capital paranaense e um dia, se Deus quiser, vou morar lá.

Só tem uma coisa que não me agrada em Curitiba: o Palácio Iguaçu. Há muitos anos, os ocupantes do Palácio Iguaçu têm alternado duas atitudes em relação a Londrina: desprezo e hostilidade.
Alguns, no passado, defenderam a saída separatista. Seríamos, então, o Estado do Norte do Paraná, ou do Paranapanema, ou da Terra Vermelha. Sou contra a idéia. A criação de um Estado exigiria um gigantesco aparato burocrático – tudo que nós menos precisamos. Imagine o cabide de empregos. Sem contar o risco de ter um Belinati ou Nedson como governador. Deus nos livre.

Mas o fato é que não dá mais para agüentar o Palácio Iguaçu. Lerner detestava tanto Londrina que chegou a mandá-la para aquela parte – sim, aquele lugar que vocês estão imaginando. Requião, que teve apenas 30% dos votos da cidade, acaba de cortar a verba do Filo por “motivos pessoais”. Particularmente acho que o festival e a cultura em geral deveriam buscar a iniciativa privada, e não o dinheiro público, mas não é preciso ser nenhum gênio da psicologia para entender os verdadeiros motivos de Requião. Só alguém que não gosta da cidade (ou a ignora completamente) pode dizer, por exemplo, que Londrina está segura.

Então, meus amigos, o negócio é passar Londrina para controle do Estado de São Paulo. As correntes migratórias que deram origem à cidade vieram quase todas de São Paulo. Falamos com o mesmo sotaque dos caipiras paulistas. Mais de 80% dos londrinenses torcem para times paulistas, como demonstra recente pesquisa. E, se o governador paulista não nos ouvir, pelo menos faremos parte do Estado mais rico da nação.

Não seria preciso criar nenhuma instituição ou cabide de empregos. Tudo que é paranaense, dentro dos limites de Londrina, passaria a ser paulista. Inclusive os impostos. Seríamos um enclave paulista no Paraná, mais ou menos como a Berlim Ocidental era dentro da antiga Alemanha Oriental. Com a diferença de que não precisaríamos construir nenhum muro. Até mesmo Roberto Requião seria bem-vindo a Londrina, na condição de governador do Estado circundante.
Claro que a idéia de uma Londrina paulista é absurda e nunca vai dar certo. Mas mostra a que ponto chegamos.

 http://www.tipos.com.br/areas/briguet/blog/2007/07/03/uma-londrina-paulista-1291682/

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