segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Memória de um povo

Autor: Cassio Forcignano, de Itaquaquecetuba/SP
 
A memória de um povo é muito importante para a formação do caráter e faz parte de sua história, história que é contada de pai para filho, de geração em geração, historiadores e escritores de ficção, que procuraram retratar em seus livros a vida dos paulistas. Alfredo Ellis e Afonso Taunay foram alguns dos que procuraram em suas obras retratar nossa história.
Mesmo tendo suas obras muitas vezes contestadas, essas obras não deixam de conter algumas verdades que, como em qualquer obra histórica ou não, não são verdades absolutas. Assim nosso artigo procurou examinar outros livros para nos aproximarmos mais próximo possível da verdade.

As bandeiras e sua importância
As bandeiras foram expedições armadas que durante o século XVII lançaram-se rumo ao interior, e passando meses e por vezes anos, em busca de metais preciosos e de índios para serem escravizados. E no tocante à escravização dos indígenas muitas críticas são hoje dirigidas a esses desbravadores. Não podemos nos esquecer que a escravidão está contida em um contexto da época, porém não é a única coisa que nos chama atenção no período. Nossa sociedade também mantinha certa autonomia em relação à Coroa portuguesa, fato mencionado por Boris Fausto: "A independência dos paulistas precisa ser qualificada. Sem dúvida, não tiveram um comportamento subserviente com relação à Coroa, cujas determinações muitas vezes desafiavam" (História do Brasil, Boris Fausto. p. 97).

Os primeiros paulistas já demonstravam em seu espírito uma das grandes virtudes do nosso povo, de ser um povo empreendedor e que como nenhum outro sabe valorizar sua autonomia. A economia da colônia se concentrava no Nordeste, o que possibilitou que a formação embrionária de nosso povo fosse diversa do Brasil, com características próprias. Em 1641, tentamos nos separar de Portugal com a Aclamação de Amador Bueno, com a recusa do mesmo que se refugiou no convento de São Bento, traindo o povo. Em 1819, contávamos com uma população de 160.656 livres e 77.667 escravos. E foi no século XIX que teve início uma próspera fase de nossa história, que, como as histórias dos maiores povos do mundo, foram décadas marcadas por prosperidade, mas também por grandes injustiças. São Paulo era massacrado por uma enxurrada de tributos, tinha que pagar o ônus da manutenção do Império e, ao mesmo tempo que o povo de São Paulo tinha orgulho do progresso paulista, também era cerceado em iniciativas, pela excessiva centralização. Valorosos paulistas como Martim Francisco, Alberto Salles e J. F. de Barros levantavam a questão que a única maneira de acabar com as injustiças seria a separação e muitos separatistas defendiam a abolição, levantando assim, mais uma justa bandeira. Nos nossos dias temos também nossas lutas, e a principal, que é nossa luta por liberdade.

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