domingo, 3 de julho de 2011

"A Suruba com mais Estados"

09 de junho de 2011
Sérgio Alves de Oliveira*

A criação de novos estados, abusivamente utilizada na Ditadura 64, e agora incrementada no petismo, sem dúvida é uma técnica preconizada por Maquiavel, considerado criador da ciência política moderna. A ditadura fê-lo em áreas geográficas onde tinha certeza que elegeria seus candidatos e capangas para a Câmara e Senado. Depois de muitos anos a oposição da época conseguiu chegar ao poder e passou a utilizar a mesma técnica para tentar se perpetuar no poder. Certamente aproveitaram bem as lições “maquiavélicas”, repetindo-as, sem qualquer originalidade, agora.

Além disso, a  nefasta ação governamental fortalece o único setor do mercado de trabalho que jamais tangenciou qualquer crise, tanto em número de vagas novas criadas (deputados, senadores, governadores, secretários, etc.), como no aspecto remuneratório “nababesco” fixado por eles e para si mesmos. Enquanto o povo passa muito trabalho para levar a vida, apesar das mentiras diariamente repetidas nas informações oficiais, os políticos, estes sim, vivem num mar de rosas nunca visto.

Portanto, hoje o contraste não é mais entre o CAPITAL e o TRABALHO, que movimentou e convulsionou o mundo durante muito tempo. No Brasil ele reside agora na comparação dos ganhos dos políticos e alguns privilegiados do serviço público, ”versus” os ganhos do cidadão comum fora dessas esferas. O contraste reside entre cidadãos de primeira e segunda classe.

E pelo que se viu até agora, o mais expressivo foco de resistência a essa bandalheira - já que os juízes do “czar” irão homologar a vontade “soberana” do povo nos plebiscitos respectivos - está no separatismo Sulista. Basta conferir entrevista do jornalista Celso Deucher, Presidente do Movimento o Sul é o Meu País, no jornal Zero Hora de 8.6.11. Está na vontade do Povo do Sul, e certamente  de outros também, o desligamento da maldita federação brasileira para formar país próprio, descartando toda a indecência acumulada durante os séculos. A premissa central separatista é que “o Brasil não deu certo”.

Se não vivêssemos numa terra onde os valores estão completamente invertidos, de cabeça para baixo, a única divisão que em nome da decência se discutiria seria a do próprio país, deixando que cada região escolhesse seu próprio destino.

*O autor é sociólogo, advogado e Membro Fundador do GESUL.

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