quinta-feira, 18 de julho de 2013

Globalização gera separatismo

Globalização gera separatismo

Nas eleições parlamentares da região autônoma espanhola da Catalunha ganharam os separatistas. A coalizão Convergência e União, considerada nacionalista, conseguiu mais de 30 por cento dos votos.

O crescimento das tendências separatistas é provocado pela globalização, por mais paradoxal que pareça, acreditam alguns especialistas. A globalização não é uma palavra retórica, disse em entrevista à Voz da Rússia o vice-diretor do Departamento de Política Mundial da Universidade Estatal de Moscou, Andrei Sidorov.
"Se, antigamente, as pessoas só podiam existir no espaço dos Estados nacionais, que as protegiam e abasteciam, no momento presente, devido a vários fatores e, acima de tudo, devido ao fator econômico, uma comunidade até mesmo muito pequena que tenha relações com um centro de crescimento econômico, mesmo fora das fronteiras nacionais, pode existir calmamente. Portanto, se levarmos a sério esta tendência, que é consequência da globalização, estamos perantre uma questão muito séria que pode levar à mudança total do mapa político do mundo."
Na conferência de imprensa, durante a cúpula Ibero-Americana em Cádiz (Espanha), os jornalistas perguntaram ao presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso: "Um território que se separa de um Estado-Membro da UE vai precisar de começar "do zero" todos os procedimentos de adesão à União Europeia?" O correspondente da Voz da Rússia gravou a resposta do líder europeu:
"A situação jurídica desde 2004 não mudou, porque no texto do Tratado de Lisboa não foram feitas nenhumas alterações.Portanto posso afirmar com a certeza absoluta que a posição da Comissão Europeia sobre esta questão permanece inalterada."

http://portuguese.ruvr.ru/2012_11_26/sede-mundial-pela-soberania/

Zoran Andelkovic: os EUA têm interesse em apoiar separatismo nos Bálcãs

Num encontro com Zoran Andelkovic em maio de 2005 quando ele acumulava os cargos de vice-presidente do parlamento da Sérvia e de secretário geral do Partido Socialista, abordamos o tema da união estatal entre a Sérvia e o Monte Negro, sem deixar à margem a situação no Kosovo.

– Que perspectivas terá a atual União da Sérvia e do Monte Negro e como irão evoluir as relações entre Belgrado e Podgorica?
 Foi Xavier Solana que inspirou o processo de reunificação da Sérvia e do Monte Negro. Em 1999, ele ocupava o posto de secretário-geral da OTAN e iniciou a guerra contra a Iugoslávia. O atual chefe do governo, Milo Ducanovic, sempre quis ser um político independente, mas hoje as suas posições são mais fracas do que há alguns anos atrás. Ele espera contar com o apoio da União Européia e de Solana que tudo fazem para que Monte Negro se transforme num Estado soberano. Posso dizer com certeza que o nosso partido e o nosso parceiro no parlamento – o Partido Radical da Sérvia – não vão apoiar a saída do Monte Negro da Federação. Sem isso Ducanovic jamais poderá alcançar os seus objetivos visando à soberania.
 Nos últimos anos o Kosovo tem sido "um ponto mais quente" no contexto da situação regional. Lá restaram poucos sérvios, os albaneses kosovares aterrorizam-nos e os sérvios locais não têm por onde se refugiar. Vêem-se forçados a vender seus terrenos por uma pechincha. Tudo isso acontece sob a supervisão da ONU. Nova York qualifica o processo de pacificação como um sucesso. Mas na realidade está em vias de formação um novo país chamado a Grande Albânia com a eventual sede em Prístina.
 Lamentavelmente, os interesses dos EUA no Kosovo e no Monte Negro estão virados não para a unificação, mas sim para o apoio de ânimos separatistas no Balcãs. Não é segredo que, nos anos de 1998-99, Washington prestava apoio às organizações muçulmanas do Kosovo. Por via clandestina, os independentistas recebiam milhões de dólares para a criação do Exército de Libertação do Kosovo. O dinheiro era doado por alguns congressistas norte-americanos, bem como por uma série de organizações não governamentais dos EUA. Hoje este processo não é tão patente, mas alguns políticos da época do Presidente Clinton continuam criando Fundos de Apoio através dos quais têm canalizado para o Kosovo os tamanhos meios financeiros.
 Não queremos que o estatuto do Kosovo seja definido já este ano. Não se esqueça que a Resolução 1244 do Conselho de Segurança da ONU, adotada no Verão de 1999, não faz referência alguma à soberania do Kosovo. Basta citarmos os exemplos de Hong Kong e do Macau. Lá eram necessários quase 50 anos para resolver a questão da independência. Por é que nos propõem entregar Kosovo aos albaneses locais, conceder-lhes a terra, onde durante séculos viveram nossos antepassados sérvios e onde se encontram nossos santuários cristãos ortodoxos? Só porque este desígnio tem sido apoiado pelos EUA?
Leia mais: http://portuguese.ruvr.ru/2013_01_29/Zoran-Andelkovic-os-EUA-tem-interesse-em-apoiar-separatismo-nos-Balcas/

Tanques, abortos e café instantâneo: 24 coisas em que a Rússia é campeã do mundo

País também tem o primeiro lugar em número de feriados e ataques cibernéticos

Tanques, abortos e café instantâneo: o que essas três coisas têm em comum? Simples: todas fazem parte das coisas que a Rússia exporta, realiza ou consome mais do que qualquer outra nação do mundo. A última edição da Revista Esquire em língua russa divulgou esta semana uma lista das 24 coisas nas quais o país é líder mundial com comprovação estatística.

Um dos destaques é o consumo de café instantâneo, em que a Rússia ultrapassou o Japão, de acordo com um estudo realizado pela agência de marketing russa Navigator. O país é também o maior fornecedor de tanques de batalha: as exportações russas dos veículos de guerra devem chegar a 859 no período de 2009 a 2013, de acordo com o Centro de Análise do Comércio Global de Armas, que tem sede em Moscou.A Rússia é a maior exportador de tanques de guerra do mundo

Em uma nota mais triste, a Rússia viu mais gestações terminarem em abortos do que no ano passado. Houve 1.022 interrupções de gravidez para cada mil nascimentos, de acordo com as estatísticas estatais. O segundo lugar no ranking, Romênia, registrou “apenas” 684 abortos para cada mil bebês nascidos.

Outros índices demográficos ligados à saúde incluem na conta da Rússia o consumo de vodka, com 13,2 litros per capita da bebida sendo ingerida por ano, e de heroína, com 21% do total consumido no mundo. O país ainda é recordista no número de mortes causadas pelo álcool e, separadamente, por acidentes de avião. Também tem o maior percentual de fumantes e de assassinatos de pessoas com idade entre 10 e 29 anos.

Os russos também são os que mais passam tempo navegando na internet: em média, são 6,6 horas diárias per capita, de acordo com a empresa de pesquisa de mercado digital comScore. O país também é o que mais recebe ataques cibernéticos, com 2,4 milhões registrados apenas em maio deste ano, de acordo com a Deutsche Telekom.

Além disso, com 28 dias de feriados sancionados pelo Estado e 12 folgas nacionais, os russos desfrutam de mais dias de descanso do que os habitantes de todos os 40 maiores países do mundo.

Os números relacionados à economia incluem a compra de ouro pelo Banco Central, o suborno no exterior, as reservas de petróleo de xisto, a contratação de gestores de nível médio e superior e a desigualdade de renda, 1% dos russos controla 71% da riqueza do país, de acordo com o Relatório da Riqueza Global publicado pela consultoria britânicaKnight Frank.

A Rússia também terá os Jogos Olímpicos mais caros da história: até 2014, os Jogos de Inverno em Sochi custarão ao país cerca de US$ 51 bilhões, em comparação com os US$ 45 bilhões gastos em Pequim para os Jogos de Verão de 2008.

Outros números incluem ainda as armas nucleares, o desmatamento e os lugares mais poluídos, com oito dos 35 locais listados pelo Blacksmith Institute. No setor de engarrafamentos, a menção especial foi para Moscou. O país também é líder no percentual da população com ensino superior e na pesca no gelo: em fevereiro, a Rússia venceu o Campeonato Mundial de Pesca no Gelo de 2013, evento realizado em Wisconsin, nos Estados Unidos.

Por outro lado, desde que a revista Esquire começou a publicar a lista em 2005, o país perdeu o posto de primeiro lugar no número de policiais per capita, no de lançamentos espaciais comerciais e no da população carcerária, bem como nas exportações de óleo de semente de girassol e, curiosamente, de carne de canguru.
FONTE: Diário da Rússia - http://www.diariodarussia.com.br/fatos/noticias/2013/07/18/tanques-abortos-e-cafe-instantaneo-24-coisas-em-que-a-russia-e-campea-do-mundo/

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Maioria dos ortodoxos russos não leem a Bíblia, rezam ou frequentam a igreja




Pesquisa realizada pela Fundação de Opinião Pública tentou esclarecer cenário religioso no país, diante de lei que estipula penas para “ofensas religiosas”. Maioria dos ortodoxos russos não leem a Bíblia, rezam ou frequentam a igreja
52% dos cristãos ortodoxos russos nunca leram qualquer escritura importante Foto: Serguêi Kaptilkin
Cerca de 64% dos russos se identificam como seguidores da Igreja Ortodoxa Russa, mas muitos deles nunca leram a Bíblia e raramente vão à igreja ou rezam, revelou uma pesquisa recente publicada pela Fundação de Opinião Pública (FOM).
A pesquisa constatou que aproximadamente 52% dos cristãos ortodoxos russos disseram nunca ter lido o Novo Testamento, o Velho Testamento ou qualquer outra escritura importante, enquanto 24% revelaram ir raramente à igreja e 28% quase nunca rezam.
O estudo da FOM, conduzido em abril deste ano com  1.500 entrevistados em 43 regiões russas, é parcialmente baseado no modelo de uma pesquisa realizada nos Estados Unidos em 2005 pela “Newsweek” e Beliefnet.
Os resultados da FOM mostram que há mais incrédulos na Rússia (25%) agora do que nos EUA em 2005, quando apenas 6% dos americanos se declararam como não religiosos.
O instituto de pesquisa russo observou que apenas 57% das pessoas que se identificaram como cristãos ortodoxos afirmaram também acreditar que o universo foi criado por Deus. Cerca de 43% acham que o céu e o inferno realmente existem, e 25% creem em reencarnação.
O número total de entrevistados que acreditam na origem divina do universo gira em torno de 46%, enquanto nos EUA esse índice era de 80%. Nos EUA, 67% de todas as pessoas que participaram da pesquisa disseram acreditar que as almas vão para o céu ou inferno. Já na Rússia, apenas 34% compartilham esse mesmo pensamento.
Em junho, a Duma de Estado (câmara baixa do Parlamento russo) aprovou uma lei pela qual a ofensa aos sentimentos religiosos dos fieis passa a ser um crime punível com até três anos de prisão. A iniciativa, proposta em meio ao julgamento das Pussy Riot no ano passado, foi massacrada pelos críticos por levar a Rússia “de volta à Idade das Trevas”.
Outra pesquisa de opinião realizada pela FOM no início deste ano mostrou que 45% dos russos acreditavam que ofender sentimentos dos fiéis religiosos deveria ser uma ofensa criminal. Na época, 22% contestaram e ideia e 33% não tinham opinião formado a respeito do assunto.

Publicado originalmente pela RIA Nóvosti

terça-feira, 2 de julho de 2013

Moscou não reconhece independência do Kosovo

Konstantin Dolgov, relações exteriores, rússia

Moscou não reconhece a independência do Kosovo, afirmou hoje o comissário do Ministério das Relações Exteriores da Rússia para Direitos Humanos, Democracia e Supremacia do Direito, Konstantin Dolgov

O anúncio foi feito em resposta aos relatos da mídia sobre a decisão das autoridades do Kosovo de introduzir um regime de vistos para cidadãos de 87 países, incluindo a Rússia.
"Nossa posição não mudou, não reconhecemos a independência do Kosovo", disse Dolgov, sublinhando que a Rússia continua a acreditar que o Kosovo é uma parte da Sérvia.

Hungria vende tanques e aviões de combate soviéticos

t-72, tanque, blindado

O governo húngaro irá vender os restantes caças e tanques da fabricação soviética que, de acordo com o porta-voz do Ministério da Defesa, estão em muito bom estado, mas não atendem as exigências da OTAN.

Os caças MiG-29, tanques T-72, outros equipamentos militares e uniformes serão postos a venda até o final do ano.
Em 2005, as autoridades húngaras venderam ao Iraque 77 de 180 tanques soviéticos T-72.

"Marrocos jamais poderá apagar nosso espírito de luta"

O embaixador da República Árabe Saaraui Democrática, Malainine Etkana, conversou com o jornal Granma sobre a situação do povo da última colônia na África
CLAUDIA FONSECA SOSA/Granma

Decorreram 38 anos desde que o Marrocos invadiu Saara ocidental, privando o povo saaraui de seu direito à autodeterminação e independência.

Após décadas de enfrentamento armado contra as forças invasoras, em 1991 a Frente Polisário declarou o cessar-fogo sob o suposto de que seriam efetuadas eleições supervisionadas pela ONU. Contudo, o ansiado referendo ainda não se concretizou e continua adiando-se, em virtude dos interesses da monarquia norte-africana.

Acerca deste tema conversou com o jornal Granma o embaixador da República Árabe Saaraui Democrática (RASD) em Cuba, Malainine Etkana.

"Após a assinatura do plano de paz chegou a Missão das Nações Unidas para o Referendo no Sara ocidental (Minurso), mas infelizmente - embora se tenham feito várias rodadas de negociações - ainda continuamos esperando pelo referendo, pois Marrocos continua colocando empecilhos e descumprindo seus compromissos internacionais".

"O referendo propõe a opção de integrarmo-nos ao Marrocos ou conseguir a total independência, e nós temos certeza de que a maior parte dos saarauis vai votar por esta segunda opção", afirmou.

Etkana denunciou que, entretanto, "Marrocos continua aproveitando-se dos nossos recursos naturais. O Saara tem uma das maiores reservas no mundo de fosfato e uma zona de pesca muito favorecida". "A Frente Polisário devolveu os marroquinos presos durante os anos da luta armada, mas Marrocos não liberou nenhum dos nossos combatentes".

"Desde o ano 2005, quando nossa população nos territórios ocupados começou a manifestar-se, mediante o que chamamos a Intifada (método de protesto pacífico) houve uma forte repressão por parte das autoridades marroquinas. Os direitos humanos dos civis saarauis são violados, chegando inclusive a ser submetidos a julgamentos militares, e a Minurso não faz nada a esse respeito, porque Marrocos não permite".

Então, essa é a razão pela que se fala em voltar às armas?

"Se bem estamos dispostos a continuar negociando com a mediação da ONU, os saarauis não descartamos a possibilidade de voltar às armas para que finalmente o Saara seja livre. Não podemos continuar suportando a intransigência de Marrocos e que este país continue rejeitando a legalidade internacional".

Neste 2013 completam-se 40 anos da fundação da Frente Polisário (Frente Popular de Libertação de Saguía el Hamra e Rio de Oro), único representante legítimo do povo saaraui...

"A Frente Polisário fundou-se em 10 de maio de 1973, para lutar contra o colonialismo espanhol. Em 1975, a Espanha foi embora do território saaraui de uma maneira vergonhosa, assinando um acordo tripartite com o Marrocos e Mauritânia (retirou-se em 1979) e a partir desse momento, nosso povo tem enfrentado torturas, desalojos, encarceramentos arbitrários e outras formas de repressão".

"Contudo, estamos orgulhosos destes 40 anos de luta e resistência. Marrocos invadiu o Saara para liquidar os saarauis, mas não conseguiu vencer-nos. Nosso povo está agora mais unido que nunca. A Frente Polisário fundou em 1976 a República Árabe Saaraui Democrática, que hoje é reconhecida por mais de 80 nações no mundo".

"A integração da RASD à Organização para a Unidade Africana (OUA) em 1984 e a participação na fundação da União Africana em 2002, têm sido os sucessos diplomáticos mais importantes do nosso povo".

Como se define a República Árabe Saaraui Democrática?

"Somos uma frente de libertação nacional, com uma ideologia revolucionária que garante os direitos civis, a liberdade e a dignidade do nosso povo. Temos aprendido muito das revoluções independentistas do mundo, como - por exemplo - a de Cuba, a da Argélia e a de muitos países no sul da África. Desejamos um Saara livre da opressão marroquina".

"Boa parte da nossa população vive em acampamentos de refugiados na Argélia, onde - apesar das dificuldades - temos conseguido alguns sucessos em matéria de educação e saúde".


Como se desenvolvem as relações com Cuba?
"Cuba sempre tem acompanhado a causa saaraui e nos ajudou. Muitos dos nossos profissionais foram graduados em universidades cubanas, e uma brigada médica cubana trabalha nos acampamentos de refugiados, em Tinduf".

"Parafraseio as palavras do secretário-geral da Frente Polisário e presidente da RASD, Mohamed Abdelaziz, durante a comemoração do 50º aniversário da OUA, quando disse que Cuba fez muito pela África e por isso temos que apoiá-la em sua luta contra o bloqueio estadunidense".

"Também felicitamos René González por seu retorno à Pátria e esperamos que em breve se unam a ele seus quatro irmãos lutadores antiterroristas".

"Os saarauis temos muita fé no futuro, nosso povo está unido para conseguir o projeto nacional e seu legítimo representante: a Frente Polisário".

http://www.patrialatina.com.br/editorias.php?idprog=30f21d8fae944d4353b36d59500d9eaa&cod=11781