segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Casal perde guarda de crianças por filiação partidária no Reino Unido


Um casal de pais adotivos britânicos perdeu a guarda de três crianças por causa de sua filiação partidária.

Morador da localidade de Rotherham, o casal havia adotado temporariamente as crianças, em um esquema que permite ao governo britânico reduzir o número de menores em orfanatos do Estado dando subsídios para que particulares lhes forneçam um lar provisório.
As três crianças – todas com menos de dez anos – seriam imigrantes de outros países da Europa e pertencentes a minorias étnicas.
Elas viveram com o casal por oito semanas até que assistentes sociais descobriram que ambos estavam filiados ao partido UK Independence Party (UKIP), um partido de direita que prega a saída do Reino Unido da União Europeia (UE) e políticas imigratórias mais duras.
O entendimento dos assistentes sociais de Rotherham foi que o casal não podia manter a guarda das crianças por pertencer a um partido "racista".
No passado, os integrantes do UKIP também foram chamados de "racistas no armário" pelo primeiro-ministro conservador, David Cameron, mas, em seguida, Cameron se retratou. Agora, há alguns conservadores que defendem uma aliança com o partido.
Em seu website, o UKIP diz defender a saída da UE "não porque odeia a Europa ou os estrangeiros, mas porque a UE se tornou antidemocrática, cara e mandona".
Apesar de a política britânica ser dominada por Conservadores e Trabalhistas, segundo o instituto de pesquisas YouGov, citado pela revista Economist, o UKIP estaria em uma competição apertada com os Liberais Democratas pelo posto de terceira força política do país.

Fonte voz da russia 

Globalização gera separatismo: Voz da Rússia





Nas eleições parlamentares da região autônoma espanhola da Catalunha ganharam os separatistas. A coalizão Convergência e União, considerada nacionalista, conseguiu mais de 30 por cento dos votos.

O crescimento das tendências separatistas é provocado pela globalização, por mais paradoxal que pareça, acreditam alguns especialistas. A globalização não é uma palavra retórica, disse em entrevista à Voz da Rússia o vice-diretor do Departamento de Política Mundial da Universidade Estatal de Moscou, Andrei Sidorov.

"Se, antigamente, as pessoas só podiam existir no espaço dos Estados nacionais, que as protegiam e abasteciam, no momento presente, devido a vários fatores e, acima de tudo, devido ao fator econômico, uma comunidade até mesmo muito pequena que tenha relações com um centro de crescimento econômico, mesmo fora das fronteiras nacionais, pode existir calmamente. Portanto, se levarmos a sério esta tendência, que é consequência da globalização, estamos perantre uma questão muito séria que pode levar à mudança total do mapa político do mundo."

Na conferência de imprensa, durante a cúpula Ibero-Americana em Cádiz (Espanha), os jornalistas perguntaram ao presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso: "Um território que se separa de um Estado-Membro da UE vai precisar de começar "do zero" todos os procedimentos de adesão à União Europeia?" O correspondente da Voz da Rússia gravou a resposta do líder europeu:

"A situação jurídica desde 2004 não mudou, porque no texto do Tratado de Lisboa não foram feitas nenhumas alterações.Portanto posso afirmar com a certeza absoluta que a posição da Comissão Europeia sobre esta questão permanece inalterada."

Voz da Rússia

domingo, 25 de novembro de 2012

Refundando ou afundando o PSDB?

O Painel da Folha informa que o PSDB vai de Aécio Neves. E já vai  em maio, no programa eleitoral do partido, onde Aécio Neves vai anunciar a "refundação do partido". Logo abaixo, é informado que os intelectuais do partido já estão coletando dados sobre o governo Dilma, para provar que "o Brasil parou". E que a plataforma tucana para o país será baseada em infra-estrutura e desenvolvimento. Lá vem o juscelinismo mineiro, que também está presente na andança que Aécio vai promover pelo Brasil, para consolidar a sua candidatura. Em outros tempos, Juscelino (e depois Lula) se fez presidente andando pelo país... Outríssimos e velhos tempos!

Não poderia haver estratégia pior, porque mesmo que o Brasil esteja parado, esta não é a percepção da população. O desenvolvimento tecnológico, o avanço das políticas sociais, a revolução dos costumes, hábitos, tudo isso é creditado aos governos petistas que, como ninguém, sabem se apropriar de tudo o que é bom, jogando para a herança maldita do FHC o que acontece de ruim no país. Infra-estrutura e crescimento? Que bobagem! Quando é que o PSDB vai aprender a falar com gente, com ser humano, com pessoa e não com números? Quando é que o PSDB vai entender que crescimento é poder comprar um carro, assumir uma prestação, botar o filho na faculdade? E que infra-estrutura é telefone celular, rua calçada no bairro e estrada boa até a praia?

O que o PSDB precisa mostrar ao povão é que pode dar "um plus a mais". Botar as coisas no plano do real. Apresentar e prometer um país palpável e viável. Um país melhor. Os tucanos tiveram toda a chance de fazer isso nos governos estaduais e o que temos hoje? Um Perillo enrolado com o Cachoeira, um Alckmin sitiado pelo PCC, um Richa perdendo o Paraná para o PT. Neste negócio de "Brasil parou", basta mostrar o quanto "Minas parou", "São Paulo parou", "Paraná parou". Até parece que ainda não exorcizaram o Gonzáles. Desse jeito, não vão "refundar" o PSDB. Vão afundar de vez.

do coturno noturno - http://coturnonoturno.blogspot.com/2012/11/refundando-ou-afundando-o-psdb.html

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Rússia quer implementar espaço econômico euroasiático

O Vice-Primeiro-Ministro russo, Arkadi Dvorkovitch, confirmou à Voz da Rússia que a Rússia pretende implementar a ideia da criação de um espaço econômico euroasiático unido, com base nos princípios universais. A nova entidade teria a denominação de Comunidade Econômica Euroasiática. Dvorkovitch explicou a ideia.

“A Comunidade Econômica Euroasiática será um espaço em que as pessoas e os capitais se deslocarão sem barreiras, onde vigorarão padrões e exigências de regulamentação técnica unificados e onde a legislação econômica terá perfeita harmonia.” (Diário da Rússia)

Partido Comunista russo faz campanha para que Volgogrado volte a se chamar STALINGRADO

São necessárias 100 mil assinaturas para que iniciativa seja considerada pelo governo
O Partido Comunista da Rússia começou a coletar assinaturas em favor da restauração do nome da cidade de Volgogrado, que até 1961 se chamava Stalingrado. A legenda pretende experimentar o sistema do site Iniciativa Civil, proposto pelo Presidente russo, Vladimir Putin, e programar o projeto para coincidir com o 70º aniversário da Batalha de Stalingrado, que foi decisiva para a derrota de Hitler na II Guerra Mundial. Os comunistas acreditam que a devolução do nome de Stalin à cidade é uma causa capaz de unir os cidadãos russos. Eles esperam recolher as 100 mil assinaturas requeridas dentro de, no máximo, quatro semanas.
O advogado do Partido Comunista, Vadim Soloviov, está confiante de que outros partidos políticos como o Liberal-Democrata e o Rússia Justa irão apoiar a iniciativa. Os saudosos de Stalingrado planejam angariar as regiões russas visitando companhias e lugares públicos durante manifestações de protesto e não excluem a ideia de ir de porta em porta à procura de apoio.
Apesar de insistirem tratar-se de uma homenagem à lembrança da batalha que garantiu a vitória dos aliados na II Guerra e não a nada que Stalin tenha feito pessoalmente, os comunistas podem enfrentar uma considerável resistência do povo russo. De fato, sociólogos de todo o país acreditam que a maioria das pessoas não se sente confortável com a ideia de usar o nome de Stalin, já que ele é largamente visto como um ditador e criminoso político.
O Partido Comunista espera que o projeto passe pelo parlamento russo na próxima primavera, outono no hemisfério sul. No entanto, mesmo que consiga as assinaturas necessárias, o site Iniciativa Civil, cujo conceito obriga o governo a considerar qualquer iniciativa popular que obtenha no mínimo 100 mil apoiadores, não será oficialmente lançado antes de abril de 2013, o que dificulta bastante o cronograma do partido.
FONTE: Diário da Rússia 

A Turquia e sua guinada ao autoritarismo islâmico

Primeiro ministro turco Recep Tayyip Erdoğan na capa da revista Time em 2011.
Caso Erdoğan perca o apoio eleitoral, prepare-se para que ele adote meios não democráticos a fim de manter-se no poder. Ele delineou esse caminho antes mesmo de se tornar primeiro ministro, com a famosa declaração "Democracia é como um bonde. Quando se chega no ponto, se desce".
Será que a Turquia está—devido ao seu tamanho, localização, economia e sofisticada ideologia islamista—posicionada para se tornar o maior problema do Ocidente no Oriente Médio?
Já se passou uma década tumultuada desde que o Partido da Justiça e do Desenvolvimento foi eleito pela primeira vez em 3 de novembro de 2002. Quase que despercebidamente, o país deixou a era pró Ocidente iniciada por Mustafa Kemal Atatürk (1881-1938) e entrou na era anti-ocidente de Recep Tayyip Erdoğan (nascido em 1954).
A eleição de 2002 foi seguida de 10 anos de idas e vindas entre frágeis governos de centro esquerda e centro direita. Os anos de 1990 também testemunharam a primeira vez em que um primeiro ministro islamista tomou posse, Necmettin Erbakan, permanecendo no poder por um ano antes de ser deposto via um golpe militar "light" em 1997. Visto o passado, aquele período marcou o intervalo entre a morte de Turgut Özal em abril de 1993, o imponente ex- primeiro ministro e presidente e a ascensão de Erdoğan ao cargo de primeiro ministro em 2003.
Foi uma época de oportunidades políticas perdidas, má gestão econômica e corrupção endêmica. A era foi marcada pelo escândalo Susurluk de 1996—no qual a investigação de um acidente de tráfego municipal levou a revelações sobre as conexões do governo com a máfia e de assassinatos patrocinados pelo estado—além da resposta ineficiente ao terremoto de 1999, expondo a até agora desconhecida abrangência da incompetência e insensibilidade.
Tal falta de competência fez com que o eleitorado se voltasse para o Partido da Justiça e do Desenvolvimento, recentemente constituído, mais conhecido como AKP, não devido as suas diretrizes islamistas e sim pelas promessas de filiação à União Européia, mais democracia e liberdade. Auxiliado por um sistema político excêntrico que determina que os partidos obtenham 10% dos votos para que possam fazer parte do parlamento, o AKP obteve 34% dos votos passando a controlar 66% das cadeiras em 2002.
O eleitorado aparentemente animado pelos resultados—principalmente pelas reformas inspiradas na Europa ecrescimento econômico espelhado na China—retribuiu com 47% dos votos ao AKP em 2007 e 50% em 2011. A popularidade permitiu que Erdoğan se entrincheirasse, seu partido e sua ideologia ("Minaretes são nossas baionetas, domos nossos capacetes, mesquitas nossas barracas e fiéis nosso exército").
Acima de tudo, Erdoğan colocou de lado as forças armadas (a mais alta autoridade turca desde os dias de Atatürk) e o restante do "estado profundo"—os serviços de inteligência, o judiciário, os responsáveis pelo cumprimento da lei e seus aliados criminosos. O governo AKP também reverteu o legado de Atatürk de olhar para o Ocidente em busca de inspiração e liderança.
O colapso quase que total das forças anti-islamistas— atatürkistas, socialistas, adoção de um estilo de vida ocidental, forças armadas e outras—é o mais importante desdobramento da década passada. Os líderes da oposição não foram muito além de dizer "não" às iniciativas do AKP, apresentando poucos programas de valia, adotando frequentemente posições ainda piores das adotadas pelo AKP (como por exemplo promover políticas pró Damasco e pró Teerã). Na mesma linha, intelectuais, jornalistas, artistas e ativistas reivindicavam e reclamavam mas não propuseram nenhuma visão alternativa, não islamista.
Assim o AKP entra na segunda década no poder com Erdoğan cacarejando em uma reunião do partido a respeito de "um histórico começo" e sobre governar o país como nenhum político turco governou desde Atatürk.
Seu desafio principal é se conter e não exagerar. No entanto, há indícios de que é justamente isto que ele está fazendo—alienando os não sunitas, as minorias não de língua turca, tomando emprestado em demasia, impondo a lei da Shariah com rapidez excessiva, alterando a constituição e debilitando as forças armadas encarcerando a liderança passada. Na esfera internacional, flerta com uma guerra com a Síria, malvista, dispondo de relações cada vez mais tensas com o Irã, Iraque e Chipre. Uma aliança próspera de outrora com Israel evaporou-se.
Se apenas há um ano a Turquia apareceu na Newsweek e em outras revistas como a "nova superpotência" do Oriente Médio, a excessiva ambição de Erdoğan—frequentemente atribuída ao sonho de recuperar o poder e prestígio do Império Otomano (1200-1923)—agora pode estar expondo os limites da influência Turca. Distanciando-se da OTAN, cercado de forma crescente por estados antagonistas, afligido pela crise interna, Ancara encontra-se cada vez mais isolada e afastada do status de grande potência.
Caso Erdoğan perca o apoio eleitoral, prepare-se para que ele adote meios não democráticos a fim de manter-se no poder. Ele delineou esse caminho antes mesmo de se tornar primeiro ministro, com a famosa declaração "Democracia é como um bonde. Quando se chega no ponto, se desce". Sua mentalidade proto-ditatorial já pode ser vista em tais passos como o desafio ao judiciário independente, fomento a teorias conspiratórias ridículas com o objetivo de encarcerar os oponentes, detenção de inúmeros jornalistas e a emissão de multas absurdas contra empresas de mídiamenos amigáveis. Estes meios autocráticos vêm crescendo com o passar do tempo.
Após uma década de governo razoavelmente democrático, crises iminentes—a econômica, a Síria e com a minoria curda da Turquia—podem sinalizar que chegou a hora de Erdoğan saltar do bonde democrático. À medida que o AKP vai arreganhando os dentes, preste atenção e veja a República da Turquia rejeitar ainda mais o Ocidente e começar a lembrar os regimes repressivos, estagnados e hostis que caracterizam o Oriente Médio muçulmano. E fique atento para ver se os líderes ocidentais percebem as mudanças e se agem na mesma proporção ou se continuam se apegando a uma visão do país de Atatürk que não existe mais.

Publicado no The Wall Street Journal.
Tradução: Joseph Skilnik

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Que União Europeia?

Que União Europeia?:
Após o flagelo da Segunda Guerra Mundial a Europa fica dividida por dois blocos geo-estratégicos gerados pelas potências vencedoras da guerra. A leste pelo totalitarismo comunista com sede em Moscovo e a oeste pelas forças democráticas apoiadas por Washington e por alguns regimes autoritários que sobreviveram quase ilesos, pois adoptaram uma posição neutral durante o conflito. Durante o século XX a Europa perdeu fatalmente em todo o mundo. Perdeu peso económico e político e com a descolonização perdeu o acesso às matérias-primas. Perante as cinzas da velha e gloriosa Europa ressurgiu instantaneamente a oportunidade para a transformar definitivamente num novo modelo de unidade política. A ideia do modelo federal dos Estados Unidos da Europa, despertada então, remonta ao filósofo liberal francês de grande actuação política, Victor Hugo, no século XIX. Este modelo foi apoiado no século seguinte, logo a seguir à Primeira Guerra Mundial, pelo futuro presidente italiano, Luigi Einaudi, que propõe em 1918 uma Europa Unida, pelo Conde Coudenhove-Kalergi que criou um movimento politico-intelectual de enorme peso, contando com distintas personalidades eurofederalistas tais como: Albert Einstein; Ortega y Gasset; Winston Churchill; Konrad Adeneuer; Thomas Mann; Miguel de Unamuno; Sigmund Freud. Outro apoio para o projecto federalista foi dado por Aristide Briand diplomata e chefe-de-estado francês, que aceita, em 1927, a presidência do movimento pan-europeu e apresenta propostas para a união federativa da Europa nos planos económico, social e político.

Em 1945 reúnem-se em três conferências: Estaline pela URSS, Roosevelt pelos EUA e Churchill pela Grã-Bretanha resultando na criação da ONU, a 26 de Junho, cuja finalidade é a manutenção da paz e a descolonização total. Quatro anos depois, em 1949, é constituída a OTAN que integrou a Europa numa lógica de blocos geo-estratégicos, comandada pelos EUA. Dois momentos tornam-se nesta altura decisivos para a consolidação do projecto federal: o impulso político sustentado no discurso de Winston Churchill, pronunciado em 1946 e o impulso económico com base no discurso do General Marshall pronunciado em 1947. Winston Churchill propôs: recrear a família europeia; providenciar para dar à Europa a paz e a liberdade; a construção de uma espécie de Estados Unidos da Europa. Por outro lado, o Plano Marshall foi visto como um dos primeiros elementos da integração europeia, já que anulou barreiras comerciais e criou instituições para coordenar a economia a nível continental através de uma gerência multinacional. Uma consequência, intencionada, foi a adopção sistemática de técnicas administrativas norte-americanas condicionando a Europa à força económica dos EUA. Os países da Europa Oriental foram também convidados, mas, o ditador José Estaline viu o Plano como uma ameaça e não permitiu a participação de nenhum país sob o controle soviético. Os benefícios imediatos do Plano foram o resultado de políticas de laissez faire que permitiram a estabilização dos mercados através do crescimento económico.

O Conde Coudenhove-Kalergi, dando nova contribuição para a união, propôs a abolição das barreiras aduaneiras entre os estados e a cedência de partes da soberania pelos parlamentos nacionais, apontando para uma Europa una, militar, económica e politicamente capaz de se defender do expansionismo militar da URSS e do domínio económico dos EUA. Entretanto, Jean Monnet, um bem relacionado político francês, actuando nos bastidores dos governos europeus e americanos como um internacionalista pragmático, lança a ideia de uma autoridade supranacional, onde os Estados abdicariam de certas áreas de soberania, e apresenta um projecto para uma economia europeia de base franco-alemã. Jean Monnet viria a formar o eixo franco-alemão e foi o principal inspirador da famosa “Declaração Schuman” de 9 de Maio de 1950, que conduziu à criação da Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (CECA), considerada o acto fundador da União Europeia. Robert Schuman, com a sua declaração, visava pôr em conjunto a produção franco-alemã do carvão e do aço, sob uma autoridade comum supranacional. A grande novidade, aqui, é que quem manda neste mercado comum não é a França nem a Alemanha, nem qualquer outro Estado-membro, mas sim uma Alta Autoridade que é uma instituição supranacional. O 1º Pilar da Construção da EU é, assim, a constituição de uma unidade supranacional e o primeiro sector posto em comum o mercado do carvão e do aço. O Tratado de Paris, a 18 de Abril de 1951, instituiu a CECA. O objectivo final, contudo, é a paz europeia, o progresso social e a tão ambicionada Europa Federal. Tendo sempre na mira a União Federal, o passo seguinte viria a ser os tratados de Roma, a 25 de Março de 1957, elaborados por Paul-Henri Spaak, que instituíram a CEE e a CEEA-EURATOM que administra a energia atómica. Os objectivos da CEE eram a livre circulação de mercadorias (desmantelamento aduaneiro), de pessoas e de serviços, o direito de estabelecimento em outros países da Comunidade, liberdade de trocas e uma política agrícola comum. As Instituições da CEE são a Assembleia Europeia, o Conselho, a Comissão como nova designação para a Alta Autoridade e o Tribunal de Justiça.

A justificação para a Unidade Política da Europa tem normalmente três argumentos fortes: o argumento identitário que se refere a uma identidade comum que deve ser preservada, restaurada ou defendida de um poder externo hostil ou de um factor interno de desagregação; o argumento de prevenção da catástrofe cuja unidade é justificada pela necessidade de uma defesa colectiva e o argumento da emancipação humana que se entende como um projecto global de libertação do homem da menoridade e da ignorância. Os argumentos, identitário e de prevenção da catástrofe, foram predominantes desde Jiri Podiebrad, o rei da Boémia, no século XV com a necessidade de unir a cristandade e travar o avanço dos turcos, visando também o estabelecimento da Paz, da União, da Fraternidade e da Concórdia entre os príncipes e reis cristãos, até ao século XVIII com o projecto de paz perpétua de Saint-Pierre e Jacques Rousseau que entendiam que as ligações entre os povos europeus são de hábitos, crenças, vida intelectual, comércio, religião, etc., formando uma verdadeira sociedade europeia.

Marcando ruptura com Antigo Regime, o precursor do socialismo utópico, Saint-Simon, defende a soberania popular, a soberania dos povos europeus. É o primeiro a falar em parlamento europeu. Critica o modelo da Paz Perpétua e defende o princípio parlamentar, o princípio da soberania popular. A grande ideia é a criação de um parlamento comum que represente os povos e não os Estados. Faz a proposta de uma forma mais profunda de uma união política, não entre estados, mas entre povos (nações) numa instituição adequada ao efeito: um Parlamento Europeu. Assim, apela à unidade das nações europeias numa representação única para acabar com as guerras e propõe que os cientistas tomem o lugar dos padres para conduzir a era Moderna. Porém, a propriedade privada não caberia no seu novo sistema industrial. Entendia que a sociedade seria perfeita depois de reformar o Cristianismo. O “novo Cristianismo” substituiria o “Cristianismo degenerado”, que teria como imperativo a justiça social e a fraternidade entre os homens resultando num mundo de homens livres. Nesta altura abandona-se o modelo confederativo, cujo último defensor de peso foi Immanuel Kant, e apostam-se as energias no modelo federativo. A federação de Estados não resulta de um tratado mas de uma constituição, o que significa a união de Estados-membros num só Estado central que se rege por normas constitucionais comuns a todos os membros. Os Estados federados são Estados não-soberanos, não têm personalidade internacional, enquanto que, a confederação é uma associação de Estados soberanos, formada por um tratado internacional para fins determinados.

Entretanto, a partir da Revolução Francesa, de 1789, vincadamente liberal, surge um novo conceito de liberdade. Um líder francês da esquerda-liberal, Benjamin Constant, faz uma crítica negativa do que considera ser a liberdade dos antigos, caracterizando-a pelo exercício colectivo e directo, com uma participação activa e constante do cidadão no poder político, onde se deliberava na praça pública sobre a guerra e a paz. O cidadão votava as leis; procedia a julgamentos, examinava as contas, etc. Contudo, Benjamin Constat argumentava que o indivíduo tinha que estar submisso à autoridade do todo, que as acções privadas estavam sujeitas a vigilância e que nada era deixado à independência individual. A autoridade intervinha nas relações domésticas e as leis regulamentavam os costumes. Conclui que o indivíduo era soberano nas questões públicas mas escravo nos assuntos privados e que havia uma forte tendência para a guerra. A obtenção de poder vinha através da guerra e cada cidadão de Roma, de Atenas ou de Esparta era uma autoridade. Assim, Constant lança as bases de um novo paradigma de liberdade, a liberdade deixa de se identificar com a liberdade dos indivíduos no Estado ("liberdade no") e passa a existir em relação ao Estado ("liberdade de"). A liberdade dos antigos é a liberdade no Estado, a liberdade dentro do Estado, enquanto que a liberdade dos modernos é a liberdade perante o Estado. Constat sugere, ainda, a proposta de um governo representativo, a nação deverá delegar em certos indivíduos aquilo que não quer ou não pode fazer por si própria. A Liberdade para Constat é: o direito de não se submeter senão às leis e de não poder ser possível a vontade arbitrária; o direito de exprimir a sua opinião; o direito de propriedade; o direito de reunir-se com outros; o direito de cada qual influir na administração do governo. Entendia que a obtenção de poder através do comércio provoca uma tendência para a paz. Mas, neste modelo a influência pessoal é um elemento imperceptível na vontade social e o indivíduo perdido na multidão não se apercebe da sua influência, porém tem garantido a segurança do seu bem-estar privado e chama-se liberdade às garantias que as instituições concedem a esse bem-estar. Premeia-se o amor pela emancipação individual, o gozo da independência privada e a segurança dos privilégios pessoais. A Liberdade individual é o novo paradigma político-social devendo a autoridade ter respeito pelos hábitos, afectos e independência dos cidadãos. A liberdade dos modernos é um verdadeiro tratado individualista. Privilegia-se, neste modelo de liberdade, o comércio porque emancipa os indivíduos e torna a autoridade dependente, provocando que os particulares se tornem mais fortes do que os poderes políticos. Há o sonho da felicidade através do bem-estar que o jogo comercial permitirá. O comércio competitivo toma o lugar do amor de Deus.

Na actualidade a legitimidade para a União Europeia reduz-se aos argumentos económicos assentes na prosperidade e aos argumentos de política interna assentes na paz entre os estados europeus. Os eurofederalistas entendem que a economia global obriga a que a Europa opte rapidamente pelo modelo da federação, que entretanto foi abortado, mas que, no seu lugar nos legou um modelo supranacional. Este novo modelo, incrivelmente indefinível no momento, ronda a obscuridade pois ninguém sabe ao certo o que é. Sabe-se que é algo mais do que uma confederação, mas menos do que uma federação. A Europa política globalizada precisa de uma ideia que a justifique, entendem os federalistas, e como tal, há urgência em encontrar uma ideia para a Europa que não se quer apenas política, mas que permita criar um Povo Europeu, ou seja, uma totalidade de indivíduos ligados por vínculos comuns sob um Estado Europeu. Pretendem os globalizadores, que surja, uma sociedade civil transnacional, um espaço público multinacional e instituições supranacionais. Esta ideia de Europa deve assentar no modo de vida, no modo de pensar, num futuro comum, na justiça global, na prosperidade interna com preocupações no exterior, na preservação do princípio da humanidade como fim em si e do princípio de cidadania. Dizem-nos que a nova identidade europeia, não se reconhece nas suas raízes nem nos valores herdados, não corresponde ao que a Europa foi, mas sugere aquilo que a Europa poderá ser. Mas, para que todos estes planos se cumpram falta ainda uma constituição comum.

Jurgen Habermas, eurofederalista, defensor de uma ética universalista deontológica formal, sustenta que a Europa necessita de uma Constituição. Afirma que as vantagens económicas, alicerçadas numa mundivisão neo-liberal, constituem o argumento para uma mais ampla construção da EU. Habermas entende que o universalismo igualitário e individualista é uma grande conquista da Europa moderna. Porém, para sua tristeza, o termo Federalismo é hoje evitado, mas não é por acaso que se omite esse palavrão aos povos europeus. É amplamente sabido da antipatia que o projecto de unificação provoca, quer pelos efeitos negativos da globalização quer pela ausência de um modelo efectivamente coeso e motivador. Por outro lado, a inflação e o agravamento do custo de vida, que diminuiu o poder de compra, trazido pela moeda única, o Euro, gelou os ânimos e quebrou as ilusões utópicas. A ameaça hoje já não são as guerras sangrentas entre os povos europeus, mas sim, uma paz podre que corrói o coração de cada europeu, que todos sentem mas que ninguém sabe explicar as causas nem prever os efeitos terríveis na hora da decomposição total.

Apesar das tentativas para a dispersão colectiva e para o aniquilar da consciência nacional há um ensejo de regresso ao Estado-Nação. A defesa da forma de vida sustentada por elevados padrões de consumo está-se a tornar insustentável. Os eurofederalistas já não conseguem convencer os povos, apenas, usando o argumento das vantagens económicas. Inevitavelmente terão que oferecer um projecto de atracção cultural com base numa argumentação de tipo identitário. Surge aqui um problema: a globalização é de todo incompatível com um meio colectivo coeso, com uma comunidade forte alicerçada nos valores ancestrais. A Europa actual tornou-se num mero mercado e tem vindo a perder peso com a globalização, e a transição para o capitalismo transnacional tem provocado uma cada vez mais desigual partilha de recursos. Por isso, há a necessidade de se contrariar as consequências indesejáveis de tais decisões políticas, há que repensar o caminho percorrido até aqui, há que abandonar o nível megalómano de bem-estar social geral com base na despesa supérflua em que cada indivíduo vale por aquilo que consome.

O padrão de valores que tem vindo a combinar o individualismo privado com o colectivismo público tem resultado em penoso fracasso, pois o individualismo engoliu completamente o colectivismo. Verificou-se ainda que a globalização económica afectou a margem de manobra dos governos nacionais, e que os grupos de pressão impõem sem dificuldade as suas vontades individuais ao poder colectivo. Como resultado lamentável, o Estado, aprisionado ao estigma do autoritarismo, surge agora totalmente permissivo, assim, qualquer que seja a política escolhida, os governos estão obrigados a adaptar-se aos constrangimentos dos mercados mundiais desregulados. A mundivisão neo-liberal materializada nas desgraças globais provocadas pelo triunfo do individualismo, do subjectivismo e do materialismo tornou-se um pesadelo. A União Europeia pode ser vista como um enorme laboratório onde as conclusões obtidas lançam o homem europeu cada vez mais na incerteza, no desespero, na falta de esperança e na falta de um móbil para a vida. Por outro lado, considera-se que o défice democrático das autoridades de Bruxelas é cada vez mais uma fonte de insatisfação crescente entre a população em geral.

Um dos problemas mais difíceis de resolver dá-se ao nível da redistribuição de riquezas em que a falta de solidariedade cívica é descomunal. Aumenta o fosso entre ricos e pobres. Mesmo assim, os eurofederalistas encorajam o projecto de uma Constituição europeia federalista, sabendo que as novas formas de identidade nacional possuem carácter artificial, pois transformam os cidadãos em grupos fragmentados de indivíduos desenraizados. O objectivo declarado dos eurofederalistas é a promoção de novas constelações de poder e para isso apresentam com orgulho o universalismo igualitário e individualista como uma das maiores conquistas da Europa moderna. A Carta Europeia dos Direitos Fundamentais determina o direito de cada pessoa à sua integridade física e mental. Tem realmente um fim nobre, todavia assistimos a um aumento da criminalidade de toda a espécie e a uma impunidade crescente. Alguma coisa está a falhar. Perante a aceitação de algum falhanço do projecto inicial de união, advogam agora que melhor do que um rompimento ou um desmoronamento, será sempre preferível uma Europa a duas ou três velocidades.

A subsidariedade tem sido o princípio funcional que tem mantido vivo o projecto da união, mas, será sustentável? e até quando?! Razões não faltam para um esclarecedor debate entre federalistas e nacionalistas.

Do blog Filosofia Tradicional

EUA manterão presença duradoura no Afeganistão







O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Leon Panetta, assegurou nesta terça-feira que o compromisso com o Afeganistão é a longo prazo e que seu país manterá em solo afegão uma presença duradoura após 2014 para garantir que a Al Qaeda não recupere territórios.

Panetta assinalou perante os membros do Center for a New American Security os avanços alcançados na última década na luta contra a Al-Qaeda, organização à qual se referiu como um "câncer" que foi possível "enfraquecer" mas não eliminar de todo.

O chefe do Pentágono destacou que nos últimos dois anos os níveis de violência caíram, após cinco anos seguidos de altas, e os insurgentes foram expulsos das grandes cidades e de áreas estratégicas.

Panetta citou a "grande melhora" obtida este ano em Cabul, onde a queda dos ataques foi de 22%. Em Kandahar, houve um decréscimo de 62%, enquanto as baixas da Força Internacional de Apoio à Segurança (Isaf, na sigla em inglês), dirigida pela Otan, diminuíram 30%.

No entanto, o secretário de Defesa lembrou que um dos principais desafios das forças da coalizão são os ataques de terroristas infiltrados - que já mataram 50 militares -, uma tática usada pela insurgência para mostrar força perante os afegãos e a comunidade internacional.

Apesar dessas táticas, Panetta destacou a "forte unidade" e o "forte compromisso" para continuar o trabalho, já que está previsto que as tropas internacionais deixem o Afeganistão no final de 2014, um processo que já está em andamento. Os afegãos já controlam as áreas onde vivem 75% da população.

Panetta assegurou que em meados de 2013 as forças de segurança afegãs irão liderar a segurança do país, assumindo a responsabilidade completa no final de 2014. Atualmente, os EUA têm 68 mil militares apoiando as operações da Otan.

Iraque cancela compras dos Mi-28 e Pantsir-S1 da Rússia

O governo do Iraque informou neste sábado que cancelou uma cordo de 4,2 bilhões de dólares para comprar aviões militares, helicópteros e mísseis da Rússia, citando uma possível corrupção no contrato.

Em uma troca confusa, o anúncio feito pelo gabinete do primeiro-ministro, Nuri al-Maliki, foi imediatamente desmentido pelo ministro da Defesa, que negou as acusações de corrupção, alegando que os negócios ainda eram válidos.

Equipamentos militares dos Estados Unidos continuam sendo fundamentais para as forças armadas do Iraque, mas analistas de segurança disseram que o acordo russo havia aparecido para abrir um caminho para Maliki para resistir à pressão dos EUA para diversificar seus fornecedores de armas.
O acordo russo foi fechado assim que Washington advertiu o líder xiita iraquiano para frear vôos transportando armas iranianas através do espaço aéreo iraquiano para ajudar o presidente sírio, Bashar al-Assad, em sua luta contra uma revolta lá.

O conselheiro de mídia de Maliki, Ali al-Moussawi, disse que a decisão de renegociar os acordos foi tomada depois de o primeiro-ministro ser informado sobre irregularidades no contrato. "Nossa necessidade de armas ainda está de pé e vamos renegociar novos contratos", disse Moussawi. "Esta é uma medida de precaução por causa de suspeitas de corrupção."

Mas o ministro da Defesa, Sadoon al-Dulaimi, que negociou com os russos, rejeitou as acusações de corrupção. "Nenhum contrato foi assinado. Estas foram apenas ofertas técnicas e financeiras", disse ele a repórteres em Bagdá.

Fonte: VINNA

A agonia do liberalismo nos EUA

Pensei intitular este artigo “A morte do liberalismo nos EEUU”, mas a palavra era forte demais e não correspondia à realidade.
O liberalismo clássico – o de Adam Smith, John Locke, Thomas Jefferson, etc – não morreu. Agoniza em seu leito, mas pode ainda se recuperar salvando-se da morte.
Uma das evidências disso é que, na recente eleição para Presidente dos EEUU, o eleitorado mostrou-se dividido entre Mitt Romney – o candidato mais próximo da tradição liberal dos founding fathers e Barack Obama – o candidato antiliberal que obteve uma vitória apertada, muito diferente de sua primeira eleição.
Além disso, o Partido Republicano tem a maioria na Câmara dos Deputados, o que significa dizer que Obama e os membros do Partido Democrata não conseguirão passar facilmente suas medidas, sem uma negociação com a oposição.
Parece uma constante em eleições americanas que quando é eleito um Presidente democrata, ele tem que governar com a maioria do Congresso de membros do Partido Republicano e vice-versa.
Constitui-se desse modo um sistema de contrapeso capaz de impedir a hegemonia de qualquer partido, diferentemente do Brasil atual em que a oposição é venal ou tíbia, e o PT já se tornou um partido hegemônico.
Derrotada nas urnas, a oposição nos EEUU não passa a ficar se lamentando da derrota, nem aguardando barganhas oportunistas com o partido do governo, mas sim cumpre seu papel de oposição, que consiste em exercer seu senso crítico em relação a medidas governistas.
E isto é justamente o que se espera do jogo da democracia em que a oposição tem um relevante papel a cumprir. Não se coloca à espera da compra de seus votos por um partido que almeja a hegemonia, como mostrou o lamentável episódio do julgamento do Mensalão – uma meia-sola, é verdade, mas é melhor do que sapatos furados.
Mas qual a razão da vitória apertada de Obama? É escusado dizer que ela é uma evidência da predominância conjuntural das ideias da social democracia européia continental sobre o liberalismo clássico angloamericano.
E isto apesar de um fator de grande peso nas decisões dos eleitores: a taxa de desemprego. Enquanto ela é da ordem de 8% nos EEUU – uma taxa considerada alta para os padrões americanos – ela atinge 25% em alguns do PIGS da zona do euro, mais especificamente Espanha e Grécia.
Contudo, a maioria do eleitorado americano não leva em consideração essa comparação. Ouso dizer que esta mesma maioria simplesmente a ignora em virtude de seu caráter paroquial e sua grande indiferença pela situação econômica da zona do euro e por tudo que não diz respeito diretamente aos EEUU.
Uma pista para uma tentativa de explicação para a apertada vitória de Obama está no eleitorado de Washington DC. Neste Distrito Federal, Obama obteve 93% de votos contra 7% dos votos de Romney – uma vitória acachapante! Este fato é bastante relevante quando examinamos a peculiaridade do eleitorado local, emblemático do nacional.
A capital dos EEUU é conhecida como “a cidade dos telefones¨”, pois tem mais linhas telefônicas do que habitantes. Acrescente-se a isto que a maioria esmagadora dessas linhas não é privada, mas sim de órgãos da administração pública federal.
Além disso, e complementando isso, Washington é extremamente parecida com a douce France. De cada grupo de dez habitantes empregados, muito mais da metade são funcionários públicos.
“Bureaucratie”, um hibridismo de cunho gaulês, composto de ‘bureau” (escrivaninha em francês) e “kratos” (poder, governo, em grego) que caracterizou o governo francês desde a Revolução Francesa (1789) até os tempos atuais.
Mas atualmente não só os jovens franceses desempregados estão atravessando o Canal da Mancha, como também os mais ricos. E isto em virtude de uma alíquota de 75% de seus vencimentos decretada pelo socialista democrático François Hollande, além de taxar em 60% os ganhos de capital. Isso é um assalto à mão armada…de caneta!
Macaquinho de imitação das francesites, Obama já acenou com um aumento de impostos incidindo sobre os mais ricos. E seu critério de “mais ricos” não inclui apenas bilionários, como Warren Buffet e Bill Gates, mas também grande parte da alta classe média.
Não chega a ser como o do PT, que considera alguém que ganha de R$ 200,00 a R$1.200,00 inserido na classe média.
Desse modo, fica muito fácil noticiar a ascensão à classe média de 40.000.000 de brasileiros promovida pelo grande partido Será preciso ser economista para perceber essa picaretagem, ô mané?!
Aumento de impostos é a única forma que os socialistas conhecem para reduzir os gastos do governo. Pelo aumento da receita, não por cortes de despesas, porém pela elevação crescente da tributação.
Aumento de impostos é a única forma que os socialistas conhecem para reduzir os gastos do governo
É compreensível que uma cidade de burocratas – Washington ou Brasília – em que a maioria da mão-de-obra ativa é funcionário público ou pendurada no Estado – tenha uma tendência a votar sempre a favor do governo. A menos que este mesmo trate com desdém suas reivindicações salariais pelo congelamento de seus salários diante uma inflação crescente.
Mas não parece haver insatisfação dos funcionários federais com Obama. 93% de votos a seu favor é uma clara evidência do contrário: eles estão muito satisfeitos com Obama, apesar de seu governo medíocre no âmbito nacional.
É verdade que Obama reduziu a taxa de desemprego gerada no governo do republicano George W.Bush, mas é verdade também que aumentou consideravelmente a burocracia e com seus bail outs colossais elevou em níveis estratosféricos o défict público, coisa capaz de gerar problemas econômicos em médio e longo prazo.
Mas que importa o longo prazo? “Em longo prazo estaremos todos mortos”, como dizia John Maynard Keynes, o guru do democrata Franklin Delano Roosevelt e seu New Deal. E ao que tudo indica o guru de Obama também.
Contrapondo-se a essa ideia perversa acalentada por ambos os Presidentes, o liberal clássico Winston Churchill costumava dizer: “A diferença entre o bom e o mau político é que o primeiro age pensando nas próximas gerações, mas o segundo nas próximas eleições”.
E é preciso acrescentar que o próprio Churchill foi uma vítima disso que disse, pois finda a Segunda Guerra – em que ele foi o líder da heróica resistência britânica ao nazismo – seu partido, o Partido Conservador (Tory) perdeu as eleições para o Labour Party (Partido Trabalhista). E seu líder, Clement Attlee, se tornou Primeiro-Ministro.
Na realidade, o liberalismo clássico é o de Adam Smith, John Locke, Thomas Jefferson e sua facção dentre os founding fathers.
Não o que os americanos hoje chamam de “liberalism” que nada mais é do que o welfare liberalism (liberalismo do bem-estar) que teve sua origem na Inglaterra do século XIX e que pretendia cuidar do cidadão paternalisticamente from womb to tomb (do útero ao túmulo ou, mais coloquialmente: do berço ao túmulo).
Essa outra forma de liberalismo só era liberal na dimensão juridicopolítica em que defendia as chamadas liberdades civis: as liberdades de associação, de expressão, de ir e vir, etc. Mas nessa dimensão, os social-democratas também são liberais.
Mas não poderiam ser considerados liberais, no sentido clássico do termo, porque não conjugavam o liberalismo político com o econômico, pois praticavam e ainda praticam hoje fortes intervencionismo e protecionismo, entre outras práticas visceralmente contrárias aos princípios do liberalismo clássico de Adam Smith.
O chamado welfare liberalism, sustentado principalmente pelos fabianos no Reino Unido, pouco diferia das políticas públicas assistencialistas de Bismarck e E. Bernstein na Alemanha e do atual socialismo democrático europeu representado no Reino Unido pelo PartidoTrabalhista.
E é por isso que não é equivocado dizer que o Partido Democrata, em um momento de sua história, transformou-se em um partido social-democrata da Comunidade Européia. E que Obama é o Hollande americano que sucedeu o republicano Bush, assim como o Obama francês sucedeu o “direitista” ou “conservador” Sarkozy.
Seu maior defeito já foi apontado: a única maneira que eles conhecem para reduzir os gastos do governo é pelo aumento da receita, não por cortes de despesas, mas sim pelo aumento da tributação.
Não importa que o novo sistema de saúde venha a aumentar drasticamente a dívida pública, desde que ele agrade às massas, pois os bail outs colossais obamistas são empurrados com a barriga para futuros governos.
Na realidade, o que Obama pratica é a chamada política Robin Hood, tirando dos ricos para dar aos pobres. É a execrável redistribuição de renda tão louvada pelos socialistas que, como Hollande, elevou a alíquota do imposto de renda a 75%.
Fazem isso sem se preocupar com as nefastas conseqüências disso: aumento da sonegação – mediante a qual os ricos protegem seu patrimônio – e desemprego causado pelo fator negativo ao empreendedorismo. Descapitalizados, os grandes empresários investem menos em suas empresas e se vêem compelidos a despedir muita gente, para evitar a falência.
E isto para não falar nos que atravessam a fronteira para a Bélgica ou o Canal da Mancha na direção da Ilha de John Bull.
Ao fazer constantes vituperações contra as grandes fortunas, Obama se assemelha a um comunista em seu forte ressentimento em relação aos bem sucedidos, como se ele não fosse um deles.
Como se os ricos construíssem seu patrimônio mediante a exploração dos pobres, não mediante seu trabalho duro e honesto, bem como a aceitação dos riscos inerentes a todo e qualquer empreendimento privado, não aquinhoado por benesses do Estado.
Dos founding fathers ao governo do Presidente Calvin Cooolidge, pode-se dizer que a orientação politicoeconômica americana era autenticamente liberal na sua acepção clássica, mas no annus mirabilis de 1929 ocorreu uma drástica mudança de rumo.
Coolidge governou o país de 1923 a 1929, o fatídico ano do crash da Bolsa de Valores de Nova Iorque, que produziu grandes recessão e desemprego nos EEUU e em todo mundo, com maior ou menor gravidade.
Veio então a terrível década de 30 – em que ocorreu a colossal inflação da República de Waimar – numa época em que a imaginação econômica ainda não tinha inventado a correção monetária – a ascensão do Partido Nazista e, na União Soviética, com a morte de Lenin em 1924, Stalin, “o homem de aço”, chegou ao poder.
Membro do Partido Democrata, Franklin Delano Roosevelt sucedeu Calvin Coolidge e teve de enfrentar a Grande Depressão.
E o que fez ele? Criou grandes empresas estatais, como a Tenessee Valley, voltadas para grandes empreendimentos cuja função precípua era fornecer o maior número possível de empregos.
Levando em consideração o grande problema social do desemprego em massa, podemos discutir se Roosevelt não teve outra alternativa ou se ele teria outros modos de resolver, ainda que em médio prazo, o desemprego que assolava o país.
Mas o fato é que, da década de 30 em diante, o Estado americano não parou de crescer e a mentalidade estatizante do welfare state passou a fazer um contraponto com a mentalidade liberal clássica, tendência predominante de George Washington a Calvin Coolidge.
Os governos dos republicanos Ronald Reagan, George Bush e George W. Bush foram apenas interrupções atenuantes da mentalidade (social) democrata sucessora da grande Era Liberal iniciada por Washington e finda com Coolidge.
Quando estourou a grande crise americana no governo de George W. Bush não podemos eximi-lo totalmente de responsabilidade pela mesma, mas devemos lembrar que os estopins da crise foram a falência da Freddie Mac e da Fanny May, grandes imobiliárias semiestatais criadas pelo governo democrata de Franklin Delano Roosevelt.
Em outras palavras: seguindo a orientação de seu guru, John Maynard Keynes, Roosevelt pensava que “em longo prazo todos estaríamos mortos”. Sendo assim, não pensou nas próximas gerações – como propugnava Churchill – porém nas próximas eleições.
Não é de surpreender que esse Presidente democrata tivesse armado uma bomba-relógio que estouraria no colo do republicano George W. Bush.
E que acabaria se tornando um terreno fértil para outro democrata, Barack Obama, desenvolver seu discurso demagógico e populista enfeixado por dois slogans de grande efeito retórico: Change! Yes, we can!
Mutatis mutandis, Obama, Hollande e Lula são farinha podre do mesmo saco. Sofistas mais habilidosos do que o vetusto Górgias de Leôncio (483-376 a.C), são capazes de produzir uma pegajosa baba-de-quiabo persuadindo milhões de apedeutas e esquerdopatas que eles são os salvadores de suas pátrias.
Com a segunda vitória de Obama, as esquerdas em todo mundo, já estão vaticinando a vitória das minorias crescentes nos EEUU e a derrota final dos WASPS (“Vespas” em inglês, mas como sigla: “White American Anglo-Saxon Protestants”).
Mas se esquecem de que foram estes mesmos WASPS que transformaram um país pobre até século XIX na maior potência econômica, bélica e cultural mundial nos séculos XX e inícios do XXI.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

DIFERENÇAS ENTRE O MENSALÃO DO PT E O MENSALINHO DO PSDB

Apenas para colocar as coisas no seu devido lugar, vamos falar em cifras:


O Mensalão do PT envolveu a cifra deR$ 141 milhões. Este foi o montante movimentado pelo mensalão em dois anos, somados empréstimos bancários e os recursos que teriam sido desviados de contratos com o setor público. As informações são da Procuradoria Geral da República. Destes, R$ 32 milhões foi a soma total repassada a beneficiários do esquema do mensalão, apontados nominalmente pela Procuradoria nas alegações finais do processo. O Ministério Público não esclareceu o que aconteceu com o restante do dinheiro. Outros R$ 56 milhões foi o valor total dos repasses de Marcos Valério a pedido do PT, segundo lista apresentada pelo próprio publicitário às autoridades, em 2005. Por fim, o valor de R$ 55 milhões foi o montante de empréstimos tomados pelas empresas de Marcos Valério junto aos Bancos Rural e BMG, segundo relação apresentada pelo publicitário para justificar a origem do dinheiro que movimentou.


O Mensalão do PSDB envolveu, segundo denúncia do Ministério Público Federal, a importância de R$ 3,5 milhões, transferida dos cofres públicos das estatais mineiras COPASA, COMIG e BEMGE para a empresa privada SMP&B Comunicação, de Marcos Valéio, sob a justificativa formal de patrocínio a três eventos esportivos cuja organização era controlada pela empresa de três acusados. As provas constantes dos autos demonstram que, do montante total retirado das estatais, parcela ínfima teve a destinação efetivamente prevista. O restante foi desviado para a campanha do acusado, que à época exercia mandato de Governador do Estado de Minas Gerais.


A conclusão do MPF é que no Mensalão do PT houve compra de votos, enquanto no Mensalão do PSDB houve caixa dois. A tese que o PT quis defender, de que o desvio de dinheiro público era apenas caixa dois, é o crime que consta da acusação contra o PSDB. Lá não se fala em compra de votos o que, de certa forma, descaracteriza o uso do termo para os tucanos.


Agora vamos falar das acusações feitas pelo Ministério Público Federal:


No Mensalão do PT, as acusações contra José Dirceu e Delúbio Soares incluiam formação de quadrilha e corrupção ativa. Contra outros réus, as acusações foram de corrupção passiva, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e peculato


No Mensalão do PSDB, existe acusação apenas contra um tucano: Eduardo Azeredo. Ele está sendo acusado de peculato e lavagem de dinheiro.


A pena do tucano Azeredo, para lavagem de dinheiro, é mínima de 3 e máxima de 10 anos. Já para peculato é mínima de 2 anos e máxima de 12 anos. Ou seja: se os crimes não prescreverem e o STF usar o mesmo peso e medida que usou com José Dirceu, o tucano deverá ter uma pena alta, que lhe renderá regime fechado.

DO COTURNO NOTURNO

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

João Mellão Neto - Eu sou um conservador

Mídia Sem Máscara - Eu sou um conservador

Os principais países desenvolvidos têm, todos eles, partidos conservadores que disputam e vencem eleições. Por que será que só aqui, no Brasil, os conservadores relutam em se admitir como tal?

Embora conservadorismo, na cabeça das pessoas, lembre mofo e bolor, a verdade é que o conservadorismo está voltando a ser levado a sério por aqui. E quais são as principais teses defendidas pelos conservadores?

A principal delas afirma que é muita pretensão a nossa de querer virar o mundo do avesso, ignorando toda a experiência, os ajustes e o processo de tentativas e erros obtidos em milênios de civilização. Tal abandono do passado pode ser útil no que tange às ciências exatas, mas revela-se quase sempre desastroso quando aplicado às ciências humanas. Na História humana, os grandes avanços sempre se deram pela evolução, nunca pela revolução. As grandes revoluções, como a francesa ou a russa, sempre foram muito eficientes na derrubada das instituições que já existiam, mas nunca souberam como pôr outras melhores em seu lugar.

Outra tese, dentre as principais, se resume numa frase proclamada por sir Isaac Newton (1643-1727): àqueles que lhe indagavam como conseguira formular a Teoria da Física Mecânica, respondia que nada fizera de mais, apenas "se debruçara sobre os ombros de gigantes". Queria o cientista inglês dizer que nada daquilo seria possível se não tivesse contado com o conhecimento acumulado por todos os que o precederam. Os conservadores também pensam dessa forma. A realidade tal qual a conhecemos é o produto de milênios de tentativas, erros e acertos. Sendo assim, é muito pouco provável que nós, modernos, venhamos a fazer alguma grande descoberta em termos de moral ou de política.

Filósofos de araque existem em profusão. Todos pregam mudanças radicais na natureza humana. E foram justamente eles - que prometiam a perfeição do homem e da sociedade - que transformaram grande parte do século passado num verdadeiro inferno terrestre.

O ceticismo quanto à perfeição humana é outro aspecto importante do pensamento conservador. Nós conseguimos realizar mudanças na natureza exterior. Já a natureza humana se tem mostrado praticamente imutável. O conservador não acredita que exista algum homem tão acima da média, tão isento de paixões e preconceitos que se possa com tranquilidade entregar-lhe um poder sem limites. Assim sendo, a melhor forma de governo é mesmo a democracia. Esta dispõe dos freios e contrapesos (checks and balances) necessários para refrear logo no nascedouro qualquer tentação totalitária. A sociedade possui anticorpos. E eles são acionados sempre que há exorbitância de poder.

O grande autor moderno do conservadorismo é Russell Kirk (1918-1994) e no passado foi Edmund Burke (1729-1797). Este último, além de ter sido o grande precursor dos princípios conservadores, notabilizou-se por ter escrito um livro intitulado Reflexões sobre a Revolução em França, no qual, ainda no calor dos acontecimentos, defende ardorosamente o sistema político inglês - de reformas graduais, em contraposição ao extremismo e às exorbitâncias que ocorriam do outro lado do Canal da Mancha. Depois que Luiz XVI foi guilhotinado, em 1792, Burke voltaria ao tema, argumentando que os franceses teriam cometido um erro político gravíssimo: "Vocês ainda haverão de se arrepender amargamente deste ato. Ao invés de fazer como a Inglaterra, que em 1688 promoveu todas as reformas necessárias pacificamente e ainda com a chancela real, vocês, franceses, acabam de proclamar oficialmente a sua orfandade. E viverão eternamente carentes de um rei". Os fatos demonstraram que Burke tinha razão. Depois de Luiz XVI, os franceses viriam a proclamar diversos reis e imperadores, sendo o mais importante deles Napoleão Bonaparte.

Nos dias de hoje, quem passa por cima do viaduto d'Alma, em Paris, encontra uma espécie de santuário onde muitos acendem velas e pedem milagres. Nesse mesmo local, uns 20 metros abaixo, num acidente de automóvel, morreu Lady Di. Diana Frances Spencer não era uma santa (longe disso), mas foi uma princesa. Seria mais um indício de que Burke tinha razão?

Voltando às principais teses conservadoras, um conservador de verdade não tolera o relativismo moral. Ainda no século passado, terríveis consequências sofreram os povos onde ocorreu um colapso da ordem moral, onde os cidadãos transigiram quanto a isso. A moral há de ser uma só, seja ela fruto de revelação divina ou tenha sido forjada pela convenção humana. Ela é o resultado de um arranjo costumeiro, cuja origem data de tempos imemoriais. E é ela que nos preserva do abismo.

O pensamento conservador, nos dias atuais, vem ganhando relevo justamente porque os recursos naturais estão se tornando exíguos. Três décadas atrás ninguém demonstrava a menor preocupação com esse tema. Agora ele ocupa o proscênio das preocupações humanas. O polêmico aquecimento global e o esgotamento de matérias-primas importantes põem na ordem do dia a necessidade premente de preservar. E preservar é a principal bandeira do pensamento conservador - que não cuida somente de instituições sociais, mas abrange tudo o que diz respeito à humanidade.

Quem imaginava ser a ecologia uma bandeira de esquerda percebe agora que não é. Foi o comunismo, aliás, o regime político que mais sacrificou a natureza. Tudo em nome do progresso, conceito que vem sendo cada vez mais questionado pela opinião pública esclarecida. Os adeptos mais exaltados do pensamento conservador não acreditam na existência de progresso algum. Eles defendem, sim, mudanças graduais.

Os principais países desenvolvidos têm, todos eles, partidos conservadores que disputam e vencem eleições. Por que será que só aqui, no Brasil, os conservadores relutam em se admitir como tal?

Se o problema é a falta de alguém que puxe o cordão, tudo bem. Eu me declaro um conservador. E não tenho por que ter vergonha disso.

João Mellão Neto, jornalista, foi deputado, secretário e ministro de estado.

Publicado no jornal O Estado de São Paulo.

O papel político do Brasil, segundo o embaixador Samuel Pinheiro Guimarães

SUPERPOPULAÇÃO É UM MITO - A pobreza diminui com o aumento da população

sábado, 17 de novembro de 2012

Gás de Xisto Vai Garantir a Segurança Energética Global Para os Próximos 300 Anos







Al-Attiyah: " O gás de xisto vai garantir a segurança energética global
para os próximos 300 anos!



Finalmente, a fala das Nações Unidas sobre alterações climáticas têm um presidente - Abdullah bin Hamad Al-Attiyah , vice-primeiro-ministro do Qatar - que parece saber o que ele está falando :


O Presidente da próxima Cúpula de Mudança Climática da ONU, no Qatar, diz que o gás de xisto é a "boa notícia" e vai garantir a segurança energética global para os próximos 300 anos.

"É uma boa notícia, porque dá ao mundo segurança e confiança no gás", disse ele a um repórter de TV na Conferência de Petróleo e Dinheiro de 2012.


"Alguns anos atrás, houve incerteza sobre a oferta suficiente para o mundo - hoje o gás vai dar ao mundo 300 anos de segurança. Eu acredito que esta é uma boa notícia e que vai dar ao consumidor mais confiança no gás.

Os verdes estão, naturalmente, furiosos:
Reagindo a estes comentários, a conselheira Internacional da Política sobre as Alterações Climáticas do WWF do Reino Unido, Kat Watts disse que é vital que todas as partes em direção a Doha percebam que o mundo precisa se afastar de petróleo e do gás como fonte de energia.


"Todos os governos precisam entender que o futuro não pode ser abastecido por combustíveis fósseis. Há enormes emissões de gases de efeito estufa na produção e consumo de carvão, petróleo e gás, e a única maneira de minimizar a crise do clima é mantê-los no chão", disse ela.

Se Al-Attiyah mantém o curso e ignora os alarmistas, algo de bom pode, pela primeira vez de sair da mega festa de mudança climática da ONU.


Fonte: The New Nostradamus of the North


Nota deste blog: Nos EUA e no Canadá, o WWF ainda é chamado corretamente de Fundo Mundial para a Vida Selvagem. Certíssimo; é isso que, exatamente, o WWF deseja para nós. latino-americanos e nossos irmãos africanos e asiáticos: O nosso retorno à Vida Selvagem, como "nos bons tempos" em que "o sol nunca se punha no Império Britânico"!!!


Não será isso que o Presidente Emérito do WWF, o Príncipe "Vírus" Philip e seu filho, o Príncipe Charles, Presidente do WWF do Reino Unido desejam?


Sinceramente, eu tenho certeza!


Maurício Porto - http://terrorismoclimatico.blogspot.com.br/2012/11/0388-presidente-da-conferencia.html

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

'Nova Arena' diz que lutará contra 'comunização' do país

O grupo que tenta refundar a Arena (Aliança Renovadora Nacional) -partido que deu sustentação à ditadura militar (1964-1985)- publicou ontem no "Diário Oficial da União" seu estatuto e seu programa de atuação prometendo uma "luta contra a comunização da sociedade".
A publicação é uma das etapas que antecedem o registro do partido na Justiça Eleitoral. Agora, a sigla precisa coletar assinaturas de apoio de cerca de 500 mil pessoas em nove Estados do país para obter seu registro.
Depois disso, o partido passa a poder disputar eleições e a ter direito a uma parcela do Fundo Partidário, formado por recursos públicos.
Presidente nacional da sigla, a estudante de direito Cibele Baginski, 23, diz não se importar com a associação do partido ao regime militar.
"[Conotação] negativa ou positiva é questão de ponto de vista. Ter um nome desse traz um grande histórico, mas o saldo ainda foi positivo. O Brasil ainda estaria na idade da pedra se não tivesse existido essa época [da ditadura]", afirmou à Folha.
O secretário-geral do grupo, João Maganelli, 25, estudante de engenharia no Rio Grande do Sul, disse que há ao menos três membros da antiga Arena entre os fundadores do partido atual.
No documento registrado, o grupo elenca como um de seus objetivos a "defesa de preceitos democráticos". "Em respeito à convicções ideológicas de direita, não coligará com partidos que declaram a defesa do comunismo, bem como vertentes marxistas."
A instância superior do partido é um órgão chamado de "Conselho Ideológico", que tem nove membros, cinco deles vitalícios.
Entre suas bandeiras, defende a "abolição de quaisquer sistemas de cotas raciais, de gênero ou condições 'especiais'", a maioridade penal aos 16 anos e o retorno ao currículo escolar da Educação Moral e Cívica -disciplina imposta em 1969 e tirada das grades em 1993.
Baginski disse que o partido já conversa com políticos com mandato, mas não quis dar nomes. Disse apenas que entre as pessoas "muito respeitadas" estão os deputados Jair Bolsonaro (PP-RJ) e Romário (PSB-RJ).

Como apareceram os estados na Rússia antiga e na Europa medieval

Este ano a Rússia comemora o 1150º aniversário da fundação do seu Estado. Nesse contexto, o Instituto de História Geral da Academia de Ciências da Rússia realizou de 29 de outubro a 2 de novembro, em Moscou, uma conferência internacional de historiadores com o tema A Rússia antiga e a Europa medieval: a origem dos Estados.

A conhecida escandinavista russa, Elena Melnikova, que analizou o aparecimento do Estado Russo Antigo numa perspetiva europeia, partilhou o seu ponto de vista com a Voz da Rússia.

"Este tema é um tema de discução já há vários séculos e possui uma pesada carga de considerações políticas, nacionais e outras. É a chamada questão normanda. Os partidários de um ponto de vista exageravam o papel dos escandinavos na formação do estado russo e os seus oponentes não admitiam a presença dos escandinavos na Europa Oriental nos séculos VIII-X, ou seja quando se estava formando o Estado Russo Antigo.

Atualmente, a comunidade científica, cientistas russos incluidos, concorda que os escandinavos estiveram na Europa Oriental e que desempenharam um papel importante na formação do estado russo. A elite do estado russo antigo, o príncipe e o seu séquito mais chegado, eram de origem escandinava nos séculos IX-X. Eles foram gradualmente assimilados no contexto eslavo oriental, e no século XI a sua origem escandinava já não se manifestava de nenhuma forma. Eles próprios se consideravam como príncipes russos, como boiardos russos ou voyevodas (chefes militares) russos".

Sabemos agora que o grande universo eslavo oriental, que abrangia do Lago Ladoga até Novgorod e para leste até os Urais se estendendo a Kiev mais ao sul, não era homogéneo. Nele existiam várias regiões muito desenvolvidas, onde decorriam os processos que finalmente resultaram na formação de um grande e único Estado Russo Antigo no século XI. Há poucas fontes escritas daquele período, só há achados arqueológicos. Daí a importância de se comparar com o decorrer de processos idênticos que decorriam simultaneamente nos países escandinavos e, um pouco antes, na Inglaterra, em França, na Alemanha e com os eslavos ocidentais.

Na conferência de Moscou, se estudaram precisamente os mecanismos de formação dos estados na Europa e na Rússia. Os fatos confirmam que a Rússia Antiga era parte integrante da Europa e era uma parte importante. Se assim não fosse, o rei de França não teria casado com uma princesa russa, uma das suas irmãs não seria esposa do rei da Hungria e outra do rei da Noruega. O seu irmão era casado com uma princesa dinamarquesa e o outro irmão com uma princesa bizantina. Todos eles eram filhos do príncipe russo Yaroslav. Desta forma, ele criou laços de parentesco com as mais importantes dinastias da Europa, e como os casamentos dinásticos nada tinham a ver com o amor, podemos afirmar com segurança que se tratava de alianças políticas.

Por isso, afirmar que a Rússia Antiga viveu e se desenvolveu isolada é simplesmente ridículo! Temos de acrescentar que todos estes fatos se referem à Rússia da primeira metade do século XI, quando a Rússia já era um estado poderoso.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

A mãe de todas as teorias da conspiração: a Terra-plana

A mãe de todas as teorias da conspiração: a Terra-plana:


Os membros da Sociedade Terra Plana (STP) alegam acreditar que a Terra é plana. Quando você caminha por aí, o planeta parece aplanado, e a sensação
que você tem é que ele é plano. 


Os membros daquela sociedade tomam toda a
evidência contrária, como fotos da esfericidade da Terra feitas por
satélites, como falsificações criadas por uma “conspiração da Terra
redonda”, orquestrada pela Nasa e outras agências do governo.


Esta crença, de que a Terra é plana, tem sido descrita como a maior
das teorias conspiratórias. Segundo seus líderes, o número de crentes
tem crescido na base de 200 pessoas (a maioria americanos e britânicos)
por ano, desde 2009. 


E se a gente levar em conta a energia que eles
dedicam em montar sua teoria no site, e as defesas que fazem de seus
pontos de vista, eles parecem realmente, honestamente, acreditar que a Terra é plana.


Mas será que em pleno século 21 isto é sério? E se for, como é que isto pode ser psicologicamente possível?


O que exatamente eles acreditam

 

Ao mesmo tempo em que eles rejeitam baldes de evidência concreta de
que a Terra é esférica, eles aceitam sem muito questionamento uma lista
de afirmações que qualquer um chamaria de ridículas: a principal teoria
deles afirma que a Terra é um disco com o círculo ártico no centro e a
Antártida, um muro de gelo de 45 metros de altura, na borda. 


Segundo
eles, funcionários da Nasa guardam o muro de gelo para evitar que as
pessoas subam o mesmo e caiam fora do disco.


O ciclo de dia e noite é explicado pelo posicionamento do sol e da
lua que são esferas com 51 quilômetros que se movem em círculos de 4.828
km sobre o plano da terra (as estrelas estariam em um plano 4.988 km
acima). 


Como holofotes, estas esferas celestes iluminam diferentes
partes do planeta em um ciclo de 24 horas. Além disso, haveria uma
“antilua” que escureceria a lua durante eclipses lunares.



A gravidade, para eles, é uma ilusão. Os objetos não são acelerados
para baixo, mas é o disco da Terra que acelera para cima a 9,8 m/s²,
movido por uma força misteriosa chamada energia escura. 



Por enquanto,
eles não chegaram a uma conclusão se a teoria da relatividade permite ou
não que a Terra acelere para cima indefinidamente sem que o planeta
eventualmente ultrapasse a velocidade da luz (aparentemente as leis de
Einstein se mantém nesta versão de realidade alternativa).



E o que tem abaixo do disco da Terra? Eles não sabem, mas a maioria acredita que seja composto de “pedras”.


E há também a conspiração de que as fotos do globo são Photoshop, os
aparelhos de GPS são fraudados para fazer os pilotos pensarem que estão
voando em linha reta sobre uma esfera quando na verdade estão voando em
círculos sobre um disco. 


O motivo pelo qual o governo esconderia a verdade sobre a forma da
Terra não está bem claro, mas eles acreditam que provavelmente é alguma
coisa financeira. 


Segundo o site, “logicamente custaria muito menos para
falsificar um programa espacial do que ter um, e os conspiradores
lucram a partir do financiamento que a Nasa e outras agências espaciais
recebem do governo”.


E não é brincadeira

 

Os adeptos da teoria da Terra plana seguem um método de pensamento
chamado “método Zetético”, uma alternativa ao método científico criado
por um crente na Terra plana do século 19, segundo o qual as observações
dos sentidos são inquestionáveis. 


Segundo o Michael Wilmore,
vice-presidente da STC, “o método coloca bastante ênfase na
reconciliação do empirismo e racionalismo, fazendo deduções lógicas
baseadas em dados empíricos”.


Na astronomia zetética, a percepção de que a Terra é plana leva à
dedução de que ela realmente deve ser plana, e a antilua, a conspiração
da Nasa e todo o resto são apenas racionalizações de como isto funciona
na prática.


E eles levam isto a sério, considerando que este é um modelo de astronomia mais plausível que o encontrado em livros-texto. 


Segundo Wilmore, enquanto alguns membros veem a sociedade e a teoria
como um tipo de exercício epistemológico, seja como crítica ao método
científico ou um tipo de “solipsismo
para iniciantes”, há também os que apenas acham que a certidão de sócio
fica engraçada na sala de estar. Mas muitos membros, sem dúvida, estão
convencidos desta crença. O próprio Wilmore se diz um crente.


Estranhamente, tanto Wilmore quanto o presidente da sociedade, Daniel
Shenton, acreditam que a evidência do aquecimento global é forte,
apesar da maioria dela vir de dados de satélite obtidos pela Nasa,
considerada o carro-chefe da conspiração da Terra redonda. Além disso,
eles também aceitam a evolução e as principais teorias da ciência.


A psicologia da conspiração

 

 

Todas estas crenças absurdas não surpreendem os especialistas. Karen
Douglas, psicóloga na Universidade de Kent, no Reino Unido, na qual
estuda a psicologia das teorias conspiratórias, diz que as crenças deste
grupo são coerentes com outros adeptos de teorias conspiratórias que
ela já estudou.


Segundo a psicóloga, todas as teorias da conspiração compartilham a
mesma estrutura: apresentam uma teoria alternativa sobre algum evento ou
aspecto importante, e constroem uma explicação geralmente vaga do por
que alguém está ocultando a “verdadeira” versão dos eventos. Quanto mais
vaga a explicação, maior o apelo da teoria conspiratória.


Outro apelo destas teorias é dado pela forma com que os adeptos
aderem à sua história. Por exemplo, os crentes da teoria da Terra plana
geralmente são mais incisivos que a Terra é plana do que a maioria das
pessoas sobre a Terra ser redonda (quando é que você achou que tinha que
provar que a Terra é redonda?).


Além disso, o ponto de vista de uma minoria que seja apresentado de
forma inteligente e que pareça bem informada, e quando os proponentes
não se desviam de suas fortes opiniões, pode exercer bastante
influência. 


Em um estudo recente, os cientistas políticos Eric Oliver e Tom Wood,
da Universidade de Chicago (EUA), descobriram que cerca de metade dos
americanos acredita em pelo menos uma teoria conspiratória, como a de
que o 11 de setembro foi um trabalho interno.


Há uma propensão a acreditar em muitas ideias que contradigam
diretamente uma narrativa cultural dominante. Segundo Oliver, as crenças
em conspirações nascem da tendência humana de perceber forças
invisíveis atuando, conhecida como “pensamento mágico”.


Mas os crentes na Terra plana não se encaixam perfeitamente nesta
imagem. A maior parte dos adeptos de teorias de conspiração adotam
teorias marginais, e até mesmo contraditórias. Os adeptos da Terra plana
só se prendem à forma da Terra.


Segundo o mesmo Oliver, se eles fossem os crentes comuns, eles teriam
uma tendência para o pensamento mágico, como a crença em OVNIs, no
demônio, ou em outras forças invisíveis. 
Aparentemente não é este o caso
deles, o que faz com que sejam bastante anormais em relação à maioria
dos americanos que acredita em teorias conspiratórias. 
Fonte: Hypescience

Aprofundamento da Revolução Bolivariana na Venezuela

Hugo Chávez radicaliza e aprofunda ainda mais sua “revolução bolivariana” e gera preocupação, numa Venezuela que está com sua economia destroçada, apesar de todo o petróleo que possui.


Depois de ter sido reeleito para mais um mandato, o caudilho venezuelano Hugo Chávez se apressa em aprofundar a sua revolução socialista apresentando uma proposta comunista sinistra para substituir o arco atual do estado que permitirá um acúmulo ainda maior de poder em suas mãos.

Analistas políticos dizem que o governo de Caracas planeja radicalizar o chamado “socialismo do século XXI” a partir do próximo ano e que a oposição, que já era débil e amedrontada, perdeu ainda mais força e ânimo depois da derrota de Capriles nas eleições do mês passado e estão praticamente incapazes de oferecer resistência.

O escritor e historiador Agustín Blanco Muñoz afirmou que na Venezuela hoje não há qualquer programa conhecido para deter a investida comunista de aprofundar e radicalizar o “Socialismo do Século XXI”. Não existe nenhuma planificação, nenhum programa de metas, nenhuma ação que se oponha aos desígnios de Chávez. A oposição venezuelana se limita a conseguir algumas prefeituras e governos estaduais.

Chávez, reeleito com diversas urnas sendo impugnadas pelo Tribunal Superior de Justiça, promete aprofundar sua revolução socialista e acelerar as mudanças políticas e econômicas “para estabelecer uma sociedade mais igualitária e justa”. Para isso, o caudilho quer acabar com as prefeituras e reduzir os governos dos estados a meros organismos de consulta, criando um novo ordenamento econômico em torno do governo central e das comunas, que ele chama de “economia comunal”, que, segundo o próprio Chávez, implicará em novas relações de trabalho e produção onde a única força capitalista será a do “estado comunal”, com base na renda do petróleo.

Tais conceitos começam a gerar alarme e pânico entre alguns setores da oposição, e não faltam avisos de que Chávez pretende desmantelar as instituições democráticas descritas pela constituição, uma vez que elas consistem nos últimos obstáculos que ainda separam o chavezismo de uma ditadura socialista plena no país.

A consecução dos planos de Chávez e seus seguidores irá, seguramente, aumentar em muito a dependência dos venezuelanos ao estado, um projeto que só serve para agudizar a polarização e acelerar o colapso econômico do país, cuja economia desce aceleradamente ladeira abaixo causando o empobrecimento mais intenso e rápido de um país sulamericano, conforme as declarações de uma deputada e ex-candidata presidencial Marina Corina Machado, que explica: “o socialismo chavezista é uma neoditadura que tem contado com recursos econômicos gigantescos para desenvolver uma campanha política sem precedente, pregando “a justiça e a inclusão social”, das quais se afasta cada vez mais. O resultado tem sido uma crescente dependência da sociedade ao estado, fuga de capitais produtivos privados importantes, a perda da capacidade de produção, a divisão pelo ódio, pelos preconceitos econômicos, raciais, geracionais e ainda religiosos. O poder se concentrou numa reduzida burguesia estatal, em parte graças a instituições prostradas e servis”.

Enquanto isso, as comunas se preparam para nivelar a todos por baixo, pelos mesmos padrões de pobreza e miséria existentes em Cuba, de onde Chávez importou do castrismo as bases de sua doutrina socialista ‘bolivariana’.

A população está apavorada e assustada pelo fantasma da fome, que já começa a se manifestar por um desabastecimento que lembra o de Cuba. Não será nenhuma surpresa se em breve o Palácio Miraflores mandar distribuir “libretas” de racionamento de comida como de há muito corre na ilha-cárcere dos irmãos Castro.

No réquiem pela Venezuela, a permanência de Chávez no poder pode significar a pá de cal final no sepultamento de um país outrora próspero e promissor.
Título, Imagem e Texto: Francisco Vianna, 14-11-2012 - Via O CÃO QUE FUMA

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Os comunistas usam com frequência uma frase, cujo autor deve ser Trotsky ou alguém da 4ª Internacional, seu conteúdo é: "Socialismo ou barbárie". Que ignorância! Socialismo é barbárie. O que pretende Chavez senão a barbárie e o primitivismo!?

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Paulo lauro - primeiro negro prefeito de São Paulo

Nascimento de Paulo Lauro - primeiro prefeito negro de São Paulo, SP / 1907 

Os prefeitos de São Paulo eram nomeados pelos governadores do estado. O prefeito nomeado por Getulio Vargas em 1938 foi Francisco Prestes Maia, que gerenciou a cidade de São Paulo por sete anos, deixando a prefeitura em 1945. Depois de Prestes Maia vieram mais sete prefeitos nomeados. A saber: Abrão Ribeiro, Cristiano das Neves, Paulo Lauro (o primeiro prefeito negro), Miltom Improta, Asdrubal Cunha, Lineu Prestes. Quando Lucas Nogueira Garces tomou posse como governador, achou que o povo é quem devia escolher o prefeito da cidade. Provisoriamente nomeou Armando de Arruda Pereira, até que houvesse eleição para se saber que governaria a cidade de Sã Paulo. Aprovado pela assembléia a eleição foi marcada para o dia 21 de março de 1953. O ex. governador Adhemar de Barros, apoiou o senhor Antônio Cardoso pelo PSP. Jânio da Silva Quadros um professor de português do colégio Dante Aligueri, que tinha sido eleito vereador, e posteriormente deputado estadual, era o principal adversário do candidato de Adhemar de Barros. Era a campanha do milhão contra o tostão. O milhão representava Adhemar que era rico e o tostão era Jânio Quadros. Jânio surpreendentemente derrotou Antônio Cardoso considerado favorito absoluto daquela eleição. Jânio Quadros foi o primeiro prefeito eleito da cidade de Sã Paulo. Daí para frente Jânio começou a fazer sua carreira política. Ele ia nas repartições publicas ver com seus próprios olhos quem trabalhava ou não. Demitia sem dó e nem piedade aqueles que ele considerava vagabundos.

Certa ocasião ele foi no mercado municipal de madrugada, tinha poucos faxineiros trabalhando. Os demais iam chegando lá pelas nove horas. Todos foram demitidos. Começava ali o símbolo da vassoura, que marcou sua carreira, como símbolo de campanha. Em 1971 quando o prefeito faria Lima estava para terminar seu mandato, eleito que foi pelo povo. Foi também o ultimo. Pois dali para frente os militares nomearam os prefeitos a seu bel prazer. Isto perdurou até 1985. Quando a democracia voltou a reinar no Brasil. Curiosamente Jânio Quadros estava novamente na disputa com outro Cardoso. Era Fernando Henrique, que detinha o cargo de senador pelo PMDB, apoiado pelo governador Franco Montoro e favorito absoluto para ganhar a eleição. Numa visita de cortesia ao prefeito Mário covas, que era o prefeito, sentou-se na cadeira do gabinete para as fotos para os jornais. Jânio Quadros dizia, naquele seu tom jocoso. Derrotei um Cardoso 32 anos atrás, e vou derrotar outro este ano. e não deu outra, Jânio ganhou com diferença de 150 mil votos de diferença. Quando foi tomar posse ele levou um Spray, e detetizou a cadeira. Sob o espanto de todos Jânio disse: "Nádegas indevidas sentaram nesta cadeira". 
Mário Lopomo 

FONTE >> http://blogdaconsciencianegra.blogspot.com.br/2010/11/1911-nascimento-de-paulo-lauro-primeiro.html