quinta-feira, 25 de outubro de 2012

1936: Constituição do Eixo Berlim-Roma

No dia 25 de outubro de 1936, a Alemanha nazista e a Itália fascista assinaram um acordo de amizade que as isolou no cenário internacional.


Hitler e Mussolini precipitaram seus países na guerra

O eixo Berlim-Roma, a aliança da Alemanha nazista e da Itália fascista, foi constituído em Berlim no dia 25 de outubro de 1936, com a assinatura de um tratado de amizade entre os dois países. Na época, a Alemanha e a Itália estavam internacionalmente isoladas.

No caso alemão, esse isolamento decorria da atribuição de culpa pela Primeira Guerra Mundial, bem como da política externa agressiva de Hitler. Apesar disso, a Alemanha nazista conquistara algum prestígio internacional, poucos meses antes, através dos Jogos Olímpicos de Berlim.

Já a situação da Itália era inteiramente distinta. Com a invasão do norte da África e a tentativa de conquistar a Abissínia, Mussolini fez com que seu país caísse em completo isolamento internacional. A Liga das Nações condenou a invasão e decretou sanções econômicas contra a Itália. Um ano depois da assinatura do tratado de amizade, Benito Mussolini fez uma visita oficial a Berlim.

Nessa ocasião, ele dirigiu um discurso à população da Alemanha. Seu único tema foi a amizade entre italianos e alemães. A aproximação entre as duas ditaduras fascistas era vista internacionalmente com desconfiança. Mussolini acreditou, por isso, que deveria tranquilizar a opinião pública mundial. "A implementação do eixo Berlim-Roma não está voltada contra outros países. Nós, nazistas e fascistas, desejamos a paz."

"Necessidade de união"

Também a tomada do poder pelos movimentos fascistas nos dois países não seria motivo para inquietação, segundo o ditador italiano: "Mesmo que o transcurso das duas revoluções tenha sido distinto, o objetivo que buscávamos e que alcançamos é o mesmo – a união do povo". Mas Mussolini citou também um motivo concreto para a amizade entre os dois países. "Esse foi o momento em que surgiu pela primeira vez a necessidade de uma união entre a Alemanha nazista e a Itália fascista: o que hoje é conhecido em todo o mundo como o eixo Berlim-Roma surgiu em março de 1935!"

Desta maneira, ele se referiu à condenação do ataque italiano à Abissínia: "Quando 52 países reunidos em Genebra decidiram sanções econômicas criminosas contra a Itália, sanções que foram executadas com todo rigor, mas que não lograram seu objetivo, a Alemanha não aderiu a tais sanções. Jamais nos esqueceremos disso".

Na Segunda Guerra Mundial, o eixo Berlim-Roma tornou-se também uma aliança militar e estratégica entre os dois países. Regimentos italianos lutaram na frente oriental alemã, enquanto tropas alemãs foram enviadas para apoiar a política expansionista de Mussolini nos Bálcãs e no norte da África.

Com a capitulação da Itália, após a invasão da Sicília pelos aliados, acabou também para os italianos a amizade de Hitler, supostamente inabalável. As tropas alemãs invadiram a Itália e criaram uma nova frente de batalha contra o avanço aliado.

DW.DE

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Sobre a real história do tráfico de drogas

Por Arlindo Montenegro

Nos anos 80, o General norte americano Paul Gorman, comandante de tropas americanas sediadas no Panamá, declarou: "O povo norte-americano deve compreender que nossa segurança e a de nossos filhos está ameaçada pelos cartéis latinos da droga que tem mais êxito subversivo nos EUA do que tudo o que vem de Moscou (...) Para empreender uma ação armada com qualquer fim, o lugar propício para encontrar dinheiro e fuzis é o mundo das drogas."

Em 1985, um grupo de investigadores da Intellience Review, publicou um livro intitulado NARCOTRÁFICO S.A. - A NOVA GUERRA DO ÓPIO", onde lemos a afirmação: “Os herdeiros da velha Companhia Britânica das Ìndias Orientais – a mesma monarquia britânica e algumas das mesmas casas bancárias – iniciaram a nova Guerra do Ópio, exatamente com o mesmo objetivo da primeira vez: saquear as nações, destruí-las e sobretudo manter o poder do império”.

Em Outubro de 1979, segundo a obra citada, o Presidente Jimmy Carter, um homem da Comissão Trilateral, designou Paul Volcker, por apadrinhamento de David Rockfeller, para chefiar a Reserva Federal. Iniciava-se a manobra para “transformar a AL numa grande colonia produtora de drogas”. A rede bancária norte americana recebeu sinal verde para lavar dinheiro do narcotráfico.

Foi quando o consórcio anglo americano, elevou os preços do petróleo e fabricou uma crise, legalizando a usura e impondo juros de até 20%. “Os países em desenvolvimento, particularmente na AL, caíram nas manobras dos narcobanqueiros. Ao mesmo tempo, as dívidas nacionais duplicaram e triplicaram e o FMI acelerou o processo de recolonização”.

Culturalmente começava a ser imposta uma velha política segundo a qual a sociedade estaria dividida em dois estamentos: as grandes massas ignorantes e a elite, uma classe especial de homens responsáveis por decidir tudo quanto fosse de “interesse nacional”, servindo aos negócios e prosperidade privada. Mas esta relação entre poder e prosperidade privada de uns poucos, nunca deveria ser revelada ao povo ignorante.

O modelo de Estado controlado pela elite, parece dominar o mundo. De modo semelhante a um partido comunista, pretende atuar como liderança ou “vanguarda” das massas ignorantes, como dizia Lenin. Um consórcio de potentados econômicos posicionou-se acima e à margem do modelo instituído na fundação dos EUA. Para os “subdesenvolvidos”, colonizados, ou submetidos, sobraram os simulacros de democracia.


O impacto das políticas impostas por Volcker e M. Thatcher resultou na pressão sobre os países pobres forçados a endividar-se. Os investidores passaram a reduzir suas remessas, determinaram cortes nas exportações e atrasaram os pagamentos dos créditos devidos ao mercado exterior, principalmente de minérios obtidos nos países “em desenvolvimento”. Arquivaram-se projetos de infra estrutura e obras essenciais para a construção de economias saudáveis. Foi tudo adiado por ordem do FMI.

Além disto os “pobres” foram obrigados a pagar juros elevados nas parcelas do serviço de uma dívida que duplicou do dia para a noite, por vontade unilateral dos investidores externos que determinam as políticas do Fundo Monetário Internacional. “Foi isto que os poderosos de Whashington e Londres denominaram “Crise de débito do Terceiro Mundo”. Uma crise criada em Londres, Washington e Nova Iorque e não na Cidade do México, Brasilia ou Buenos Aires“.

Como consequência das políticas que resultaram na globalização da economia o mundo continua em estado de guerra. A city londrina, as elites e banqueiros anglo americanos inventaram uma nova crise. Entre nós, uma guerra assimétrica aterroriza os cidadãos, reféns das drogas e das quadrilhas que se multiplicam, pervertendo a infância e a juventude, destruindo famílias e matando mais gente de fome, doença, tiroteios, assaltos e acidentes de trânsito, que em guerras declaradas.


E nem contabilizaram ainda os danos irreversíveis causados por drogas baratas e mortíferas fabricadas em laboratório, como alguns vírus que foram espalhados pelo mundo. Nem as doenças degenerativas e cânceres resultantes de alimentos contaminados por agrotóxicos, - distribuídos mundialmente por empresas como a Monsanto - e consumidos, sem alternativa por toda a população. Incluam-se os conservantes, químicos para colorir alimentos, aspartame e outras drogas, para imaginar o tamanho do buraco.

A viznha Bolívia produz centenas de milhares de toneladas de coca por ano, que são revertidas em quantias de bilhões de dólares, superando o PIB boliviano. O comércio e consumo de drogas de todo tipo aumenta radicalmente no Brasil e em outros países do mundo. Vale lembrar a Colômbia e o Peru. Os provedores criaram mercados internos e além de corromper quase imobilizaram os poderes públicos.

Tudo controlado pelos mesmos idealizadores da Nova Ordem Mundial, famílias nobres, banqueiros e empresários situados em todos os ramos de negócios e dominando a extração mineral, agro pecuária, industria, comércio e construções, transportes e obras públicas, comunicações e educação, até distribuição de alimentos à rede varejista. É a América Latina de propriedade dos controladores que implantam a nova ordem mundial capimunista.

O terror, decorrente das políticas do crime organizado no poder, abre as portas para os constantes assaltos a bancos, matança de policiais, sequestros, tráfico de armas, colocação de bombas em locais públicos. Nos anos 60 os comunistas fizeram a escola dos que hoje, soldadinhos das drogas, atuam em cada esquina.


O Fundo Monetário Internacional, (FMI), ocupa hoje em dia o lugar da Companhia Britânica das Índias Orientais tornando pálida aquela Guerra do Ópio controlada pela realeza britânica. A guerra do Afeganistão acompanhada pelo gigantesco aumento da produção de drogas naquele país revela a intimidade e os propósitos iguais da máfia russa e das máfias das oligarquias ocidentais.

Propaganda contra a Verdade

Hannah Arendt observa que uma das características do totalitarismo é a utilização da propaganda para esconder a verdade, com a pretensão de firmar a ideia de que o único discurso válido é aquele do “determinismo histórico” e quem ficar de fora é marginal e vai se ferrar.

A fabricação e desenvolvimento de armas leves e pesadas é monopólio dos países altamente militarizados, que lucram com o contrabando destes produtos, auferindo os lucros do maior comércio mundial: o comércio da morte. As drogas são, no dizer dos analistas, o segundo maior negócio do mundo. Em terceiro lugar está o petróleo.

A movimentação do comércio clandestino de armas e drogas é trilionaria. Os comerciantes e gerenciadores situados nos diversos níveis da hierarquia maldita destas corporações, são respeitáveis senhores, grandes doadores de recursos para fundações, obras caridosas e campanhas políticas. São verdadeiros mecenas!

Aos governantes cabe utilizar a propaganda para esconder esta verdade. Precisam manter e fomentar este negócio magnífico. Nada melhor que controlar os próprios cidadãos prometendo mundos e fundos, promovendo campanhas, recolhendo armas particulares e com a polícia recomendando: “não reaja ao assalto!” Entregue tudo ao bandido! De modo educado, humilhado, impotente, agradecendo ao governo por indicar que só é possível sobreviver, rendido.

O tráfico ilegal de armas e drogas – primeiro e o segundo dos comércios mais rentáveis do mundo - não paga impostos. Seus recursos financeiros incalculáveis estão girando na rede bancária, disponíveis para a corrupção e propaganda, para contratar assassinos, prestigiar ou derrubar governantes.

Assim o “problema das drogas” se constitui na peça de propaganda arteira, prestigiando as máfias internacionais, empresas de sucesso, cujos membros de destaque compõem a “fina flor” da sociedade e ocupam postos de mando estratégicos no mundo institucional, principalmente financeiro, influenciando todas as políticas de Estado.

Os estudiosos calculam que 95% das realizações financeiras destes mercados, estão lavadas e depositadas nos bancos internacionais. O resto fica com os miseráveis dos países produtores, que nem Afeganistão, Camboja, Peru, Colômbia, Bolívia e na disponibilidade dos comerciantes que nem Marcola, Beira Mar e traficantes menores.

O que mais afeta é ignorar que tais políticas são alimentadas por conspiradores estrangeiros. Tudo escondido do conhecimento público. Tal conspiração abriga sistemas de governo e ideologias conflitantes, sincretismos culturais e religiosos e lança os tentáculos do ópio, haxixe, heroina, maconha, cocaína e centenas de venenos sintéticos. Muitos usados em experiências dos agentes da inteligência anglo americana.

Escondem como os soviéticos promoveram a disseminação das drogas no ocidente; escondem que Mao determinou que as terras mais férteis da China fossem cultivadas com papoulas para produzir ópio e comercializar no ocidente; escondem a intimidade de Fidel Castro com os cartéis colombianos e como transformou Cuba num entreposto de drogas destinadas ao comércio nos EUA.

Escondem que inundaram as nossas escolas para entupir os neurônios e disseminar mais facilmente as idéias coletivistas. A população nem desconfia do cancer que corroi as entranhas das nações submetidas às políticas da globalização econômica. O resultado está presente nas escolas, nas igrejas, nas feiras e supermercados, nos hospitais, nas ruas.

Os promotores estão a salvo, confortavelmente protegidos em suas gaiolas de ouro. Resta para os contribuintes a confusão mental e a esperança, quando as autoridades policiais informam, que prenderam um moleque com umas troxinhas de drogas ou um caminhão com centenas de quilos. Ou seja quantidades que nem chegam a afetar o grande comércio. As prisões são imediatamente relaxadas.

Referências: F. William Engdahl, “A Century of War – Anglo-American oil politics and the New World Order” - 1st English edition, 1993, Paul & Company Publishers Consortium, Inc., Concord, Massachusetts

Narcotráfico, a Nova Guerra do Ópio, Inteligence Review

Ricardo Vélez Rodríguez, “Violência, Narcotráfico e Terrorismo na América Latina”. Juiz de Fora, 2008.

Arlindo Montenegro é Apicultor.

Fonte - www.alertatotal.net

As Drogas no Poder / Narcotráfico - AMIGOS DA GUARDA CIVIL

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Mais F-16 para o Iraque

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O Iraque firmou na última quinta um contrato para a compra de um segundo lote de 18 caças a jato F-16.

Assim o iraque formaliza o compromisso de adquirir 36 caças F-16 que reequiparão a NOVA Força Aérea Iraquiana.
O primeiro lote de 18 aviões teve contrato firmado em setembro do ano passado. Estas aeronaves deverão ser entregues em meados de setembro de 2014. Na oportunidade também foi externado a intenção de adquir uma frota de helicópteros Apache.

Os Estados Unidos tem 12 bilhões de dolares de contratos firmados com o governo iraquiano para recostrução e reequipamento das forças armadas do país desmobilizadas desde a invasão em 2003.

By Vinna com informações da menafn

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

A Civilização Europeia




“O nome de Europa apareceu há cerca de 2500 anos em Heródoto e na «Descrição da Terra» de Heraclito de Mileto. E não é por acaso que esse geógrafo grego catalogava os Celtas e os Citas entre os povos da Europa e não entre os bárbaros. Essa época foi a de uma primeira consciência de si próprio, surgida da ameaça das guerras médicas. É uma constante histórica: a identidade nasce das ameaças da alteridade.

Uma vintena de séculos depois de Salamina, a queda de Constantinopla, em 29 de Maio de 1453, foi sentida como um sismo ainda pior. Toda a frente oriental da Europa encontrava-se aberta à conquista otomana. A Áustria dos Habsburgos tornava-se o último baluarte.
Esse instante crítico favoreceu a eclosão de uma consciência europeia, no sentido moderno da palavra. Em 1452, o filósofo Jorge de Trebizonda tinha já publicado »Pro defenda Europa«, um manifesto em que o nome Europa substituía cristandade. Após a queda da capital bizantina, o cardeal Piccolomini, futuro papa Pio II, escrevia: “Estão a arrancar à Europa a sua parte oriental”. E, para tornar sensível todo o alcance do acontecimento, invocava, não os padres da Igreja, mas, mais atrás na memória europeia, os poetas e trágicos da Grécia antiga. Esta catástrofe, dizia ele, representa “a segunda morte de Homero, de Sófocles e de Eurípides”. Este Papa lúcido morreu em 1464 desesperado por não ter conseguido reunir um exército e uma frota para libertar Constantinopla.

Toda a história é um testemunho de que a Europa foi uma muito antiga comunidade de civilização. Sem remontar às gravuras rupestres e à cultura megalítica, não há um uníco grande fenómeno histórico vivido por um dos países do espaço franco que não tenha sido comum a todos os outros. A cavalaria medieval, a poesia épica, o amor cortês, o monaquismo, as liberdades feudais, as cruzadas, a emergência das cidades, a revolução do gótico, o Renascimento, a Reforma e o seu contrário, a expansão para além-mar, o nascimento dos Estados-nações, o barroco profano e religioso, a polifonia musical, as Luzes, o romantismo, o universo prometeico da técnica ou o despertar das nacionalidades… Sim, tudo isso é comum á Europa e só a ela. Ao longo da história, qualquer grande movimento nascido num país da Europa encontrou imediatamente a sua equivalêncianos povos irmãos e em mais parte alguma. Quanto aos nossos conflitos, que durante muito tempo contribuiram para o nosso dinamismo, foram ditados pela concorrência dos príncipes ou dos Estados, de nenhuma maneira por oposições de cultura e de civilização.

Ao contrário de outros povos menos favorecidos, os europeus raramente tiveram de colocar a si próprios a questão da sua identidade. Bastava-lhes existir, numerosos, fortes e frequentemente conquistadores. Isso acabou.” (..)

Dominique Venner ” O Século de 1914″ - Via ÚLTIMO BASTIÃO

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Documentário FRAUDE: EXPLICANDO A RECESSÃO

Iraque deve adquirir jatos de treinamento L-159 da República Checa

O governo iraquiano pretende adquirir até 24 jatos de treinamento avançado / ataque leve Aero Vodochody L-159 ALCA fabricados na República Checa, conforme disse o primeiro-ministro do Iraque, Nuri al-Maliki, durante uma reunião em Praga na quinta-feira com o seu homólogo checo Petr Necas, conforme relato de um canal de TV local.

“Mais negociações sobre a compra dos L-159 ALCA ocorreram na sexta-feira, entre os ministérios de defesa do Iraque e da República Chaca”, disse ele. O acordo de compra de jatos L-159 entre Bagdá e Praga estão em andamento há pelo menos três anos, de acordo com o Defense Industry Daily.

O governo checo espera vender ao Iraque até 24 dos jatos, que segundo o Defense Industry Daily são aeronaves usadas que foram operadas por um curto período de tempo pela Força Aérea Checa. O Iraque chegou a utilizar o modelo antecessor do jato, o L-39 Albatros e também as aeronaves L-29 também da Aero. O acordo está avaliado em cerca de US$ 1 bilhão.

O L-159, o qual teve 72 aeronaves produzidas para Força Aérea da República Checa, pode ser armado com mísseis Sidewinder, pods de designação e armas ar-superfície guiadas a laser, e pode operar a partir de pistas de pouso semipreparadas.

Fontes: RIA Novosti e Flightglobal – VIA: Vinna - Cavok

domingo, 14 de outubro de 2012

Oito mil velas formam bandeira separatista na Catalunha - Mundo - Gazeta do Povo

Oito mil velas formam bandeira separatista na Catalunha - Mundo - Gazeta do Povo

REUTERS/Gustau Nacarino / espanha

Oito mil velas formam bandeira separatista na Catalunha

Manifestação ocorreu em frente à Câmara Municipal de Barcelona, na Espanha. Esta é a maior formação da bandeira com velas já criada.
Centenas de pessoas se reuniram nesta quinta-feira (11) em frente à Câmara Municipal de Barcelona para manter acesa, literalmente, a chama separatista da Catalunha.
Cerca de 8 mil velas acesas foram usadas para formar a maior bandeira do estado separatista já feita até então. A "Estelada" é o principal símbolo separatista da Catalunha.


sábado, 13 de outubro de 2012

Maluf, um atleta político



Maluf, um atleta político
Roberto Campos
13/08/98

Como fanático da causa do serviço público, Paulo Maluf sabe ganhar e perder eleições sem descrer da democracia

Quando assentar a poeira e a história penetrar friamente os homens e os eventos de nossa década perdida de 80, haverá um redimensionamento da silhueta dos políticos.
A década foi uma ladainha de erros. Os militares erraram em não promover a liberalização econômica antes da política. Os civis erraram porque completaram a liberalização política, mas agravaram o autoritarismo econômico. Os planos de estabilização chamados heterodoxos introduziram a suprema forma de autoritarismo econômico _o congelamento de preços, salários, taxa de câmbio e, na era Collor, o sequestro das poupanças privadas.
O último grande erro da era militar foi a política de informática, que provocou a desmodernização da indústria e excluiu o Brasil da corrida tecnológica. Os civis agravaram o obscurantismo informático e lhe adicionaram dois erros: a moratória unilateral da dívida externa, em 87, e a Constituição de 88, híbrida na política, utópica no social e superintervencionista na economia. O país estagnou até 1994; estamos gastando uma década para reformá-la.
A história futura não tratará bem os principais responsáveis pela orientação demagógica e antimercado dessa Carta _Ulysses Guimarães e Mário Covas, os líderes do PMDB, partido que detinha a maioria absoluta no Congresso. E reabilitará os liberais, que acreditaram na superioridade do mercado capitalista, lutaram contra os monopólios estatais e o obscurantismo "reacionalistóide" e advertiram contra as pseudoconquistas sociais, que provocaram desemprego e elevaram o "custo Brasil".
Nessa reavaliação histórica, como se comportará a imagem de Paulo Maluf? Foi um atleta político. Ganhou e perdeu sem nunca se rebelar contra a vontade do eleitor, voltando sempre ao esforço penoso de persuasão política.
É sabido que muitas figuras, inclusive Ulysses, anticandidato civil em 1973, trouxeram contribuição importante à redemocratização. O que é menos sabido é que, por ousar desafiar o sistema militar de dentro da Arena (e, depois, de dentro do PDS), Maluf provocou uma dissensão interna que contribuiria eficazmente para "civilianizar" o regime e apressar o fim do ciclo militar.
Seu primeiro desafio ao sistema foi mobilizar a Assembléia Legislativa de São Paulo para não ratificar passivamente Laudo Natel, candidato à governança ungido pelo Planalto. Maluf elegeu-se governador pelo voto indireto da Assembléia e se provou grande fazedor de obras, devendo-se-lhe a grande maioria de projetos de modernização da infra-estrutura paulista.
Mais importante: apressou o fim do interregno militar ao se lançar como candidato civil à Presidência em 1984, contrariando o dispositivo militar que favorecia o coronel Mário Andreazza, que daria sobrevida ao regime. Essa rebelião civil dentro do sistema provocou uma cisão, que levou à criação do PFL e viabilizou a eleição de Tancredo Neves. Se o PDS tivesse ficado unido em torno de um candidato militar, a vitória da oposição e a restauração democrática em 1985 seriam adiadas.
Há políticos que prosperam cultivando o modismo efêmero e há os temporariamente derrotados por fidelidade ao fundamental. A maioria dos políticos de minha geração tremia de medo ante duas vacas sagradas: o monopólio estatal do petróleo da década de 50 e, 30 anos depois, a política de informática. O único político de projeção a questionar os dois mitos foi Maluf.
Ele ousou criticar a distorção de investimentos da Petrobrás, que até a segunda crise do petróleo dedicava dois terços desses investimentos a atividades complementares e não à pesquisa e à exploração. Fê-lo com a Paulipetro, concebida originalmente para fazer contratos de risco, usando recursos estrangeiros e não nacionais. Essa modalidade de contrato foi bloqueada pela Petrobrás, que não queria competidores independentes nessa área; mas ela teve de mudar de orientação, deslocando tardiamente seus investimentos para pesquisa e exploração.
Nenhum dos grandes políticos brasileiros, inclusive Tancredo, se insurgiu contra a estagnação trazida pela política de informática, que nos negou o passaporte à sociedade do conhecimento. Fê-lo Maluf, que, como industrial, sabia dos perigos da desmodernização.
Até o colapso do Muro de Berlim, era "politicamente incorreto" falar de privatização, liberalismo ou capitalismo. Novamente, Maluf era a exceção.
Tem até hoje curso entre nós a imbecil idéia de que o capitalismo liberal descura do bem-estar e é indiferente à pobreza. A evidência histórica é totalmente contrária. É precisamente o capitalismo liberal, pela liberação das energias criadoras, que tem propiciado a cura da pobreza; os Estados Unidos são pioneiros em absorver miseráveis do mundo inteiro em busca de melhor opção de vida, fugindo de países socialistas ou dirigistas. Os liberais, que querem que o Estado deixe de ser mau empresário para ser bom samaritano, são os verdadeiros amigos dos pobres.
Como prefeito de São Paulo, Maluf provou outra vez que, para um empresário esclarecido, a sensibilidade social não é opção, mas obrigação. Paralelamente a importantes obras viárias, sem as quais a metrópole estaria paralisada, surgiram iniciativas sociais de inspiração criativa: o projeto Cingapura (habitação popular), o PAS (atendimento à saúde) e o programa Leve-Leite.
Sem ficar chorando no muro das lamentações pela ruinosa herança que recebeu do "governo popular" petista, Maluf, sem temer arreganhos corporativistas, fechou a CMTC, economizando US$ 1 milhão de déficit diário. O Cingapura é hoje considerado um modelo pelo Banco Mundial; o PAS foi criado sem aumento de impostos.
Como fanático da causa do serviço público, Maluf sabe ganhar e perder eleições sem descrer da democracia. Nos casos em que foi derrotado, nem São Paulo nem o Brasil ganharam. Perdeu para Tancredo a eleição presidencial indireta de 1985, mas este não chegou a governar. Não se sabe o que Tancredo faria, mas se sabe o que Maluf não faria: não destruiria o sistema de preços com os congelamentos dos planos heterodoxos, não arruinaria o crédito brasileiro com a moratória, não endossaria a demagogia intervencionista da Constituição de 88 e não confiscaria a poupança, como fez Collor.
Perdeu a prefeitura para Erundina, que inchou o funcionalismo e paralisou obras, coisas que certamente não melhoraram o bem-estar de São Paulo. Perdeu o governo para Quércia e Fleury, nenhum dos quais passará à história como honesto realizador de obras e modernizador de instituições.
São Paulo, após repetidos erros de escolha, merece entrar no próximo milênio sob um governo eficiente e dinâmico, que não gaste anos a lamentar o passado ou a acomodar pressões corporativas. Maluf é agora candidato. Os amigos desse grande Estado só podem desejar que desta vez São Paulo acerte.

Roberto Campos, 81, economista e diplomata, é deputado federal pelo PPB-RJ. Foi senador pelo PDS-MT e ministro do Planejamento (governo Castello Branco). É autor de "A Lanterna na Popa" (Editora Topbooks, 1994).

Roberto Campos - O livro negro do comunismo

O livro negro do comunismo
Roberto Campos
O Globo, 19/04/98

"Le livre noir du communisme" (Edições Robert Laffont, Paris, 1997), escrito por seis historiadores europeus, com acesso a arquivos soviéticos recém-abertos, é uma espécie de enciclopédia da violência do comunismo. O chamado "socialismo real" foi uma tragédia de dimensões planetárias, superior em abrangência e intensidade ao seu êmulo totalitário do entreguerras - o nazifascismo.

Ao contrário da repressão episódica e acidental das ditaduras latino-americanas, a violência comunista se tornou um instrumento político-ideológico, fazendo parte da rotina de governo. Essa sistematização do terror não é rara na história humana, tendo repontado na Revolução Francesa do século 18 na fase violenta do jacobinismo, na "industrialização do extermínio judaico" pelos nazistas, e - confesso-o com pudor - na inquisição da Igreja Católica, que durante séculos queimava os corpos para purificar as almas.

O "Livre noir" me veio às mãos num momento oportuno em que, reaberto na mídia e no Congresso o debate sobre a violência de nossos "anos de chumbo" nas décadas de 60 e 70, me pusera a reler o "Brasil Nunca Mais", editado em 1985 pela Arquidiocese de São Paulo.

Comparados os dois, verifica-se que o Brasil não ultrapassou o abecedário da violência, palco que foi de um miniconflito da Guerra Fria, enquanto que o "Livre noir" é um tratado ecumênico sobre as depravações ínsitas do comunismo, este sem dúvida o experimento mais sangrento de toda a história humana.

Produziu quase 100 milhões de vítimas, em vários continentes, raças e culturas, indicando que a violência comunista não foi mera aberração da psique eslava, mas, sim, algo diabolicamente inerente à engenharia social marxista, que, querendo reformar o homem pela força, transforma os dissidentes primeiro em inimigos e, depois, em vítimas.

A aritmética macabra do comunismo assim se classifica por ordem de grandeza: China (65 milhões de mortos); União Soviética (20 milhões); Coréia do Norte (2 milhões); Camboja (2 milhões); África (1,7 milhão, distribuído entre Etiópia, Angola e Moçambique); Afeganistão (1,5 milhão); Vietnã (1 milhão); Leste Europeu (1 milhão); América Latina (150 mil entre Cuba, Nicarágua e Peru); movimento comunista internacional e partidos comunistas no poder (10 mil).

O comunismo fabricou três dos maiores carniceiros da espécie humana - Lênin, Stálin e Mao Tse-tung. Lênin foi o iniciador do terror soviético. Enquanto os czares russos em quase um século (1825 a 1917) executaram 3.747 pessoas, Lênin superou esse recorde em apenas quatro meses após a revolução de outubro de 1917.

Alguns líderes do Terceiro Mundo figuram com distinção nessa galeria de assassinos. Em termos de percentagem da população, o campeão absoluto foi Pol Pot, que exterminou em 3,5 anos um quarto da população do Camboja.

Fidel Castro, por sua vez, é o campeão absoluto da "exclusão social", pois 2,2 milhões de pessoas, equivalentes a 20% da população da ilha, tiveram de fugir. Juntamente com o Vietnã, Fidel criou uma nova espécie de refugiado, o "boat people" - ou seja, os "balseros", milhares dos quais naufragaram, engordando os tubarões do Caribe.

A vasta maioria dos países comunistas é culpada dos três crimes definidos no artigo 6º do Estatuto de Nuremberg: crimes contra a paz, crimes de guerra e crimes contra a humanidade.

A discussão brasileira sobre os nossos "anos de chumbo" raramente situa as coisas no contexto internacional da Guerra Fria, a qual alcançou seu apogeu nos anos 60 e 70, provocando um "refluxo autoritário" no Terceiro Mundo. Houve intervenções militares no Brasil e na Bolívia em 1964, na Argentina em 1966, no Peru em 1968, no Equador em 1972, e no Uruguai em 1973.

Fenômeno idêntico ocorreu em outros continentes. Os militares coreanos subiram ao governo em 1961 e adquiriram poderes ditatoriais em 1973. Houve golpes militares na Indonésia em 1965, na Grécia em 1967 e, nesse mesmo ano, o presidente Marcos impunha a lei marcial nas Filipinas, e Indira Gandhi declarava um "regime de emergência". Em Taiwan e Cingapura houve autoritarismo civil sob um partido dominante.

O grande mérito dos regimes democráticos é preservar os direitos humanos, estigmatizando qualquer iniciativa de violá-los. Mas por lamentáveis que sejam as violências e torturas denunciadas no "Brasil, Nunca Mais", elas empalidecem perto das brutalidades do comunismo cubano, minudenciadas no "Livre noir".

Comparados ao carniceiro profissional do Caribe, os militares brasileiros parecem escoteiros destreinados apartando um conflito de subúrbio... Enquanto Fidel fuzilou entre 15 mil e 17 mil pessoas (sendo 10 mil só na década de 60), o número de mortos e desaparecidos no Brasil, entre 1964 e 1979, a julgar pelos pedidos de indenização, seria em torno de 288, segundo a Comissão de Direitos Humanos da Câmara Federal, e de 224 casos comprovados, segundo a Comissão de Mortos e Desaparecidos do Ministério da Justiça. O Brasil perde de longe nessa aritmética macabra.

Em 1978, quando em nosso Congresso já se discutia a "Lei da Anistia", havia em Cuba entre 15 mil e 20 mil prisioneiros políticos, número que declinou para cerca de 12 mil em 1986. No ano passado, 38 anos depois da Revolução de Sierra Maestra, ainda havia, segundo a Anistia Internacional, entre 980 e 2.500 prisioneiros políticos na ilha. Em matéria de prisões e torturas, a tecnologia cubana era altamente sofisticada, havendo "ratoneras", "gavetas" e "tostadoras". Registre-se um traço de inventividade tecnológica - a tortura "merdácea", pela imersão de prisioneiros na merda.

Não houve prisões brasileiras comparáveis a La Cabaña (onde ainda em 1982 houve 100 fuzilamentos), Boniato, Kilo 5,5 ou Pinar Del Rio. Com estranha incongruência, artistas e intelectuais e políticos que denunciam a tortura brasileira visitam Cuba e chegam mesmo a tecer homenagens líricas a Fidel e a seu algoz-adjunto Che Guevara.

Este, como procurador-geral, foi comandante da prisão La Cabaña, onde, nos primeiros meses da revolução, ocorreram 120 fuzilamentos (dos 550 confessados por Fidel Castro), inclusive as execuções de Jesus Carreras, guerrilheiro contra a ditadura batista, e de Sori Marin, ex-ministro da agricultura de Fidel. Note-se que Che foi o inventor dos "campos de trabalho coletivos", na península de Guanaha, versão cubana dos "gulags soviéticos" e dos "campos de reeducação" do Vietnã.

A repressão comunista tem características particularmente selvagens. A responsabilidade é "coletiva", atingindo não apenas as pessoas, mas as famílias. É habitual o recurso a trabalhos forçados, em campos de concentração. Não há separação carcerária, ou mesmo judicial, entre criminosos comuns e políticos. Em Cuba, criou-se um instituto original, o da "periculosidade pré-delitual", podendo a pessoa ser presa por mera suspeita das autoridades, independentemente de fatos ou ações.

Causa-me infinda perplexidade, na mídia internacional e em nosso discurso político local, a "angelização" de Fidel e Guevara e a "satanização" de Pinochet. Isso só pode resultar de ignorância factual ou de safadeza ideológica.

Pinochet foi ditador por 17 anos; Fidel está no poder há 39 anos. Pinochet promoveu a abertura econômica e iniciou a redemocratização do país, retirando-se após derrotado em plebiscito e em eleições democráticas como senador vitalício (solução que, se imitada em Cuba, facilitaria o fim do embargo).

Fidel considera uma obscenidade a alternância no poder, preferindo submeter a nação cubana à miséria e à fome, para se manter ditador. Pinochet deixou a economia chilena numa trajetória de crescimento sustentado de 6,5% ao ano. Antes de Fidel, a economia cubana era a terceira em renda por habitante entre os latino-americanos e hoje caiu ao nível do Haiti e da Bolívia.

O Chile exporta capitais, enquanto Fidel foi um pensionista da União Soviética e, agora, para arranjar divisas, conta com remessas de exilados e receitas de turismo e prostituição. Em termos de violência, o número de mortos e desaparecidos no Chile foi estimado em 3.000, enquanto Fidel fuzilou 17 mil!

Apesar de fronteiras terrestres porosas, o Chile, com população comparável à de Cuba e sem os tubarões do Caribe, sofreu um êxodo de apenas 30 mil chilenos, hoje em grande parte retornados. Sob Fidel, 20% da população da ilha, ou seja, algo que nas dimensões brasileiras seria comparável à Grande São Paulo, teve de fugir.

Em suma, Pinochet submeteu-se à democracia e tem bom senso em economia. Fidel é um PhD em tirania e um analfabeto em economia. O "Livre noir" nos dá uma idéia da bestialidade de que escapamos se triunfassem os radicais de esquerda. Lembremo-nos que, em 1963, Luiz Carlos Prestes declarava desinibidamente que "nós os comunistas já estamos no governo, mas não ainda no poder".

Parece-me ingenuidade histórica imaginar que, na ausência da revolução de 1964, o Brasil manteria apenas com alguns tropeços sua normalidade democrática. A verdade é que Jango Goulart não planejara minimamente sua sucessão, gerando suspeitas de continuísmo. E estava exposto a ventos de radicalização de duas origens: a radicalização sindical, que levaria à hiperinflação, e a radicalização ideológica, pregada por Brizola e Arraes, que podia resultar em guerra civil.

É sumamente melancólico - porém não irrealista - admitir-se que, no albor dos anos 60, este grande país não tinha senão duas miseráveis opções: "anos de chumbo" ou "rios de sangue"...

Roberto Campos, 81, economista e diplomata, é deputado federal pelo PPB do Rio de Janeiro. Foi senador pelo PDS-MT e ministro do Planejamento (governo Castello Branco). É autor de "A Lanterna na Popa" (Ed. Topbooks, 1994). Este e outros artigos podem ser encontrados no novo livro de Roberto Campos, Na Virada do Milênio, ed. Topbooks, 1998.

Celso Pitta prefeito 1996 - Comerciais

Desconstruindo Hobsbawm - O ESQUELETO QUE SORRI

No seu "Era dos Extremos", Eric Hobsbawm, tão lido no Brasil, falsifica a história para absolver Stálin. Sua versão da 2ª Guerra foi aquela fabricada em Moscou

Por Demétrio Magnoli


"Eu entendi isso, Edward. Esse esqueleto nunca sorrirá novamente." Leszek Kolakowski, filósofo polonês exilado, concluiu com essas palavras sua réplica ao historiador Edward P. Thompson, que o acusara de trair os ideais socialistas.
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O ano era 1974, seis depois da invasão da Tchecoslováquia pelas Forças do Pacto de Varsóvia. Thompson rasgara sua carteirinha do Partido Comunista britânico em 1956, na hora da invasão soviética da Hungria, mas interpretava o stalinismo como apenas um deplorável desvio no curso da história rumo ao radioso futuro comunista. Kolakowski, porém, sabia mais -e tinha um norte moral melhor.
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Eric Hobsbawm nunca renunciou à sua carteirinha do partido.

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Aos 23 anos, ele assinou com Raymond Williams um panfleto de apoio ao pacto Molotov-Ribbentrop, entre a URSS de Stálin e a Alemanha de Hitler. Na maturidade, atravessou impávido as fogueiras da Hungria e da Tchecoslováquia.
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Em 1994, aos 77 anos, pouco depois da queda do Muro de Berlim, publicou "Era dos Extremos", uma interpretação do século 20 consagrada a desenhar um sorriso no esqueleto já enterrado do stalinismo.
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Hobsbawm, notável narrador do século 19, autor da trilogia das "eras" que desvendou para o grande público a trama da história contemporânea, entregou-se então à falsificação deliberada para restaurar o argumento imoral de Thompson.
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A "era dos extremos" é uma tese paradoxal, cuja síntese emerge na sua introdução: "A vitória da URSS sobre Hitler foi uma realização do regime lá instalado pela Revolução de Outubro. Sem isso, o mundo hoje (com exceção dos EUA) provavelmente seria um conjunto de variações sobre temas autoritários e fascistas, mais que de variações sobre temas parlamentares liberais."
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O totalitarismo stalinista, assegura-nos o historiador, podia ter seus defeitos, mas representava o socialismo e, sem ele, a humanidade teria sido tragada, em definitivo, pelo vórtice do fascismo.
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O tribunal final da História, constituído por um único juiz, o próprio Hobsbawm, oferece um veredicto de absolvição dos processos de Moscou, do gulag, da supressão absoluta da liberdade. A matéria pútrida do "socialismo real" salvou-nos, a todos, de um destino pior, que era tecido pelo capitalismo em crise.
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A narrativa inteira se organiza persuasivamente ao redor da tese, investindo na aposta segura de que o leitor médio carece das informações indispensáveis para refutá-la.
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O regime de Stálin destroçou o comando das Forças Armadas soviéticas nos expurgos dos anos 30, aumentando a vulnerabilidade do país à invasão alemã. A URSS não triunfaria sobre Hitler sem a vasta ajuda militar americana.
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No primeiro e crucial ano do conflito, a aliança firmada pelo pacto Molotov-Ribbentrop converteu a URSS em fornecedora principal de matérias-primas e combustíveis para a máquina de guerra nazista.
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A história de cartolina de Hobsbawm é uma contrafação da história da Segunda Guerra, inspirada diretamente pelas narrativas oficiais fabricada por Moscou no imediato pós-guerra. O esqueleto precisa antes mentir, para depois sorrir.
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A trilogia das "eras", narrativas eruditas escritas em linguagem cristalina, foi a porta de entrada de centenas de milhares de leitores para as delícias da história. "Era dos Extremos" singrou no oceano de autoridade das obras precedentes.
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No Brasil, país onde Hobsbawm tem mais leitores do que na Grã-Bretanha, o livro beneficiou-se de uma recepção laudatória, patrocinada por intelectuais inconformados com as marteladas críticas dos berlinenses daquele 9 de novembro de 1989.
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Fora daqui, porém, nem todos aceitaram sorrir junto com o esqueleto de uma mentira.
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Num ensaio de 2003, o historiador Tony Judt escreveu o epitáfio incontornável: "Hobsbawm recusa-se a encarar o mal face a face e chamá-lo pelo seu nome; nunca enfrenta a herança moral e política de Stalin e de seus feitos. Se ele pretende seriamente passar o bastão radical às futuras gerações, essa não é a maneira de proceder".
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DEMÉTRIO MAGNOLI, 53, é sociólogo e doutor em geografia humana
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Fonte: Folha de São Paulo

Rússia e Iraque tem posicionamente alinhado sobre a questão Síria

A Rússia e o Iraque compartilham a opinião de que a situação na Síria deve ser resolvida sem qualquer interferência estrangeira. A declaração é do Primeiro-Ministro do Iraque, Nouri al-Maliki, durante seu encontro com o Presidente russo, Vladimir Putin, na quarta-feira, 10, em Novo-Ogarevo, na região de Moscou. Ambos os líderes manifestaram o total apoio à missão do Enviado Especial da ONU e da Liga Árabe, Lakhdar Brahimi, para que se alcance uma solução pacífica para a crise interna síria.  

O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou que o encontro serviu para trocar opiniões sobre as grandes questões internacionais e regionais. Ele afirmou que é gratificante que os pontos de vista entre os dois países estão muito próximos em diversas questões.

(FONTE: DIÁRIO DA RÚSSIA)

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Mi-28 e Pantsir-S1 para o Iraque



https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhWbrhiUCzUOfAOGtUqFwcgWJfka-8B88IlYQy4eB3JxWH6G8ARTjHTXnsi6nUUdBSBiDpuS_s9-dlKng1a0e1cYUbdFoJ_XFs6pjInE1Rb9HYHtb7A4Tdgleu5uX1XdeO_HaZOeY_F-E8/s400/mi-28-1.jpgFoi confirmado hoje a transação de armas entre a Rússia e o Iraque, avaliada em cerca de US$ 4,2 bilhões, incluindo helicópteros de ataque Mi-28N e sistemas móveis de defesa aérea, num acordo que já estaria definido em segredo desde o começo do ano. O acordo é o maior já realizado pela Rússia desde 2006.
Nessa terça-feira, um documento emitido sobre a reunião entre o primeiro-ministro iraquiano Nouri al-Maliki, com o seu homólogo russo, Dmitry Medvedev, confirmou que os acordos foram definidos nos meses de abril, julho e agosto, conforme disse o ministro interino da Defesa do Iraque.
Segundo o documento, Moscou fornecerá 30 helicópteros de ataque Mil Mi-28NE com capacidade de voo noturno e em qualquer condição atmosférica, e 50 sistemas de defesa aérea Pantsir-S1 com mísseis de curto alcance.
Não foram divulgados os prazos de entrega, mas o negócio confirma o interesse de Bagdá de não ficar totalmente dependente dos EUA, país o qual já vendeu caças F-16 para o Iraque.

Fonte: CAVOK via Vinna


Iraque surge como peça "chave" no mercado global de petróleo

Iraque surge como peça "chave" no mercado global de petróleo:
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0KONwv-xgzb5G1hh7tYTZ_rzRJv7Gi4OjSda0ORC5zhOAgfKGdZ3N36C2pd1bxYftem-YYYzHB16vmfmOPP_fe2bWd4RUYHqcLuEfqbtpln1021E5sUbAPeZ3oM5Y7eYfnXAYc1wDRYKy/s1600/Iraq_six_years_later_by_Latuff2.jpg

O Iraque poderia superar a Rússia como segundo exportador de petróleo do mundo, em 2035, se conseguir usar seu potencial para dobrar a produção nesse período, segundo disse nesta terça-feira a Agência Internacional de Energia (AIE).
A AIE, que avalia periodicamente o mercado energético para seus 28 Estados-membros, afirma que o país árabe tem recursos para duplicar a produção até 2020, chegando a 6 milhões de barris diários. Se mantiver o ritmo, poderá chegar a produzir 8 milhões de barris diários em 2035.
Isto situaria o país como segundo exportador mundial, atrás apenas da Arábia Saudita, e transformaria o Iraque em peça "chave" para os mercados globais, já que garantiria a provisão e apresentaria uma estabilidade frente ao risco de escassez de petróleo e alta dos preços, indicou a agência ao apresentar o relatório em Londres.
Neste documento, a AIE- fundada após a crise de 1973 para garantir segurança energética a seus membros, os países desenvolvidos- estima que, em ótimas condições, o Iraque representará 45% do aumento da produção mundial para 2035 pela frente do conjunto da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).
Nas próximas décadas, o Iraque, que atualmente é o terceiro exportador do mundo, se transformará no principal fornecedor da Ásia, sobretudo da China, aonde, dentro de 25 anos, poderia enviar cerca de 2 milhões de barris de petróleo diários.

Segundo o economista-chefe da AIE, Fatih Birol, é de interesse global que o país árabe possa alcançar esse potencial de produção de petróleo, já que, caso contrário, com a alta dos preços e diminuição de áreas exploráveis, "os mercados passarão por fases turbulentas" nos próximos anos.
É necessário que o Iraque aumente progressivamente o ritmo de investimento em infraestrutura, fornecimento de água e educação, que hoje é de US$ 9 bilhões. O ideal seria, nos próximos 25 anos, investimentos de US$ 530 bilhões.
Outro desafio que o governo de Bagdá enfrenta - apontou Birol- é melhorar a provisão elétrica nacional, ainda muito pobre, o que permitiria se concentrar em desenvolver a indústria petrolífera.
No melhor dos casos, aponta o economista, o país poderia chegar até 2035 com rendas anuais de US$ 200 bilhões provenientes do petróleo, o que compensaria amplamente o investimento necessário.
Birol assinalou que, com essa receita, o Iraque poderia diversificar sua economia, que atualmente depende da venda de petróleo em uma proporção de 72% do Produto Interno Bruto (PIB).
A AIE, que contou com a colaboração das autoridades iraquianas em seu relatório, assinalou que o país tem também muito por fazer no campo do gás natural, embora essa fonte de energia deveria ser utilizada num primeiro momento internamente para melhorar a provisão energética, e depois ser exportada.

Fonte: Terra via Vinna

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

As tatuagens e a desfiguração do corpo

POR ORLANDO BRAGA | 03 OUTUBRO 2012 


“Um destes últimos dias – o que, de resto, faço em quase todas as semanas do ano – fui ao supermercado. Que tenha reparado, na ocasião, cruzei-me sucessivamente com três moçoilas, todas elas tatuadas: uma, tinha o desenho de um golfinho no pescoço; outra, de um conjunto de estrelas também no pescoço; outro ainda, por sinal trajada de forma bastante imodesta, de mais um conjunto de estrelas, desta vez abaixo do seu ombro esquerdo, e do que me pareceu ser um sol no respectivo tornozelo direito. Pelo meio, ainda topei um “orc” com um caracter chinês grafado na zona da nuca. Pensei para comigo: isto são pequenos sinais evidentes de uma sociedade em avançado estado de decomposição e em processo de acelerado retorno à barbárie.”

A tatuagem moderna tem pouco a ver com as culturas dos povos primitivos; trata-se de um fenômeno cultural novo e muitíssimo mais nocivo do que as tatuagens das culturas arcaicas. Enquanto que, nas sociedades primitivas, a tatuagem tinha um valor de ordem, na sociedade atual tem um valor de desordem.

No homem das culturas primitivas — vulgo “bárbaro” — a tatuagem tinha um sentido religioso e comunitário. Podemos discutir se a religião dele era positiva e evoluída, ou não. Mas a verdade é que a tatuagem desempenhava uma função religiosa que ligava o indivíduo à comunidade. 

Ora, o que acontece com a função cultural atual da tatuagem é exatamente o contrário da do homem primitivo: é a manifestação de uma anti-religiosidade básica e primária mediante a adoração do feio e da desfiguração do corpo, por um lado, e, por outro lado, é o divórcio do indivíduo em relação à comunidade, por intermédio de uma afirmação radical da identidade individual e da supremacia absoluta do valor da denominada “autonomia do indivíduo”.

A tatuagem revela também o masoquismo prevalecente em uma certa subcultura atual e o mimetismo preconizado por Georg Simmel mediante o conceito de efeito “trickle-down”. Um certo masoquismo e sadomasoquismo que prevalece em uma certa elite cultural tatuada — por exemplo, as estrelas POP e de cinema imiscuídas na cultura gayzista que é sadomasoquista por sua própria natureza, e naideologia de neutralidade de gênero que nega a realidade objetiva da Natureza —, e esses valores negativos são transmitidos por mimetismo cultural através dos “me®dia” à sociedade em geral.

A assunção da tatuagem, à semelhança por exemplo do “coming-out” gay, é uma espécie de “coming-out” anti-social e, por isso, anti-religioso. Não é possível separar o fenômeno da tatuagem atual, por um lado, dos valores estéticos negativos da moda controlada por criadores homossexuais, a partir da década de 1970, que criaram o modelo da mulher anoréxica que revela a imagem do prazer do pederasta, por outro lado.

Um fenômeno idêntico aconteceu com o consumo de drogas: começou por ser um fenômeno cultural de uma certa elite, passou à sociedade em geral e às classes mais baixas através da moda e mediante o efeito trickle-down, e hoje é já uma cultura rejeitada tanto pelas elites como pela sociedade.

O significado (o valor do símbolo) não é o mesmo do do homem primitivo. A tatuagem no homem primitivo era um símbolo, e não apenas um signo ou sinal. O símbolo tem um conteúdo, em que é simbolizado o representado, enquanto que os sinais são escolhidos arbitrariamente. O símbolo, para além do significado cultural que o sinal também pode ter, tem um significado espiritual (relativo à experiência humana subjetiva e que adquire uma significação de experiência intersubjetiva e/ou coletiva, e por isso, religiosa) que o sinal não tem. Um sinal só passa a ser um símbolo quando passa a ter um conteúdo com relação a um representado, o que lhe retira a arbitrariedade previamente existente. Um símbolo é eminentemente intersubjetivo, e nunca se muda porque isso resultaria também na dissolução do seu significado intersubjetivo; um sinal pode ser mudado mantendo-se o seu significado anterior.

Portanto, enquanto que para o homem das culturas primitivas, a tatuagem era um símbolo (com respeito à religião e à sua ligação à comunidade), para o homem contemporâneo a tatuagem é apenas um signoou sinal desprovido de qualquer religiosidade e de qualquer ligação intrínseca à comunidade



Nova série de tevê aborda nova tendência bizarra no Japão, os ‘bagel heads’ - via Bagel head trend: Are saline injections Japan´s most extreme beauty look yet? | Mail Online.
A tatuagem pretende ser também a negação da uniformidade pós-modernista e a luta contra a homogeneização cultural, mas acaba por redundar numa uniformização e homogeneização formal da cultura, ou seja, mudam os conteúdos mas mantém-se uma forma cultural homogeneizada.
O valor da tatuagem, em relação à sociedade e ao contrário do que acontecia nas sociedades primitivas, é hoje um fenômeno cultural negativo porque se trata de uma auto-mutilação com um conteúdo e valor estritamente individual — na maior parte dos casos inestética, anética e por isso anti-religiosa —, desprovido de simbolismo intersubjetivo social e comunitário. Revela o fenômeno cultural atual daatomização da sociedade e do isolamento do indivíduo face ao Estado, que anuncia um novo tipo de totalitarismo que ameaça.

Orlando Braga edita o blog Perspectivas – http://espectivas.worpress.com