terça-feira, 31 de janeiro de 2012

COMPANHIA AÉREA AMERICANA INTERROMPE ENTREGA DE FOLHETOS BÍBLICOS AOS PASSAGEIROS - PORQUE ISSO OFENDIA OS MUÇULMANOS...

Nos EUA, a companhia aérea Alaska Airlines deixará a partir de um de Fevereiro, de dar continuidade ao seu uso, iniciado nos anos setenta, de oferecer juntamente com a bandeja das refeições uma folha com citações do Antigo Testamento. Desde há seis anos que não serve refeições, mas mesmo assim fornecia aos passageiros as referidas páginas com frases bíblicas.
Só que... alguns passageiros muçulmanos queixaram-se, dizendo-se «ofendidos» por essa tradição da Alaska Airlines, a qual acabou por ceder e acabar com essa espécie de beatização dos vôos, dizendo que opta por «respeitar as diferentes crenças religiosas dos clientes e empregados».

Há males que vêm por bem, como se costuma dizer, e quando dois lutam um terceiro pode ficar a ganhar, e com estas lutas entre irmãos abraâmicos - Islão e Cristianismo - há de facto proveito para o Ocidente, que em casos como este vê a religião alógena do carpinteiro a perder terreno em espaço público...
O mau sintoma está na tibieza de quem na sua própria terra cede diante de alógenos, como também é o caso, fruto porventura, ironicamente, da mentalidade de amor ao Outro instaurada na Europa pelo credo de Cristo, que está agora a sofrer as consequências da disseminação dos seus valores em solo ocidental: é por ter interiorizado o padrão moral de dar a outra face e ceder ao alógeno, como manda Jesus, que quem no Ocidente tem poder decisório faz este tipo de vontadinhas aos escravos de Alá.

Sobretudo, fica mais uma vez à vista qual a real natureza quer do multiculturalismo quer da chamada «tolerância» da chamada «religião da paz» - o muçulmano sente-se ofendido só por lhe falarem doutra religião que não a sua, e depois já se sabe, a bem da «harmoniza civilizacional», aquilo que ofende os muçulmanos tem de ser, digamos, controlado...

http://www.minutodigital.com/2012/01/30/estados-unidos-prohibe-volar-con-%e2%80%9coraciones-cristianas%e2%80%9d-por-quejas-musulmanas/


segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

A mulher, o bebê e o intelectual

Luiz Felipe Pondé, Folha de SP

As pessoas não gostam de vagabundos, ladrões e drogados travestidos de revolucionários

Os comunistas mataram muito mais gente no século 20 do que o nazismo, o que é óbvio para qualquer pessoa minimamente alfabetizada em história contemporânea.

Disse isso recentemente num programa de televisão. Alguns telespectadores indignados (hoje em dia ficar indignado facilmente é quase índice de mau-caratismo) se revoltaram contra o que eu disse.

Claro, a maior parte dos intelectuais de esquerda mente sobre isso para continuar sua pregação evangélica (no mau sentido) e fazer a cabeça dos coitados dos alunos. Junto com eles, também estão os partidos políticos como os que se aproveitam, por exemplo, do caso Pinheirinho para "armar" a população.

O desespero da esquerda no Brasil se dá pelo fato de que, depois da melhoria econômica do país, fica ainda mais claro que as pessoas não gostam de vagabundos, ladrões e drogados travestidos de revolucionários. Bandido bom é bandido preso. A esquerda torce para o mundo dar errado e assim poder exercer seu terror de sempre.

Mas voltemos ao fato histórico sobre o qual os intelectuais de esquerda mentem: os comunistas (Stálin, Lênin, Trótski, Mao Tse-tung, Pol Pot e caterva) mataram mais do que Hitler e em nome das mesmas coisas que nossos intelectuais/políticos radicais de esquerda hoje pregam.

Caro leitor, peço licença para pedir a você que leia com atenção o trecho abaixo e depois explico o que é. Peço principalmente para as meninas que respirem fundo.

"(...) um novo interrogador, um que eu não tinha visto antes, descia a alameda das árvores segurando uma faca longa e afiada. Eu não conseguia ouvir suas palavras, mas ele falava com uma mulher grávida e ela respondia pra ele. O que aconteceu em seguida me dá náuseas só em pensar. (...): Ele tira as roupas dela, abre seu estômago, e arranca o bebê. Eu fugi, mas era impossível escapar do som de sua agonia, os gritos que lentamente deram lugar a gemidos e depois caíram no piedoso silêncio da morte. O assassino passou por mim calmamente segurando o feto pelo pescoço. Quando ele chegou à prisão, (...), amarrou um cordão ao redor do feto e o pendurou junto com outros, que estavam secos e negros e encolhidos."

Este trecho é citado pelo psiquiatra inglês Theodore Dalrymple em seu livro "Anything Goes - The Death of Honesty", Londres, Monday Books, 2011. Trata-se de um relato contido na coletânea organizada pelo "scholar" Paul Hollander, "From Gulag to the Killing Fields", que trata dos massacres cometidos pela esquerda na União Soviética, Leste Europeu, China, Vietnã, Camboja (este relato citado está na parte dedicada a este país), Cuba e Etiópia.

Dalrymple devia ser leitura obrigatória para todo mundo que tem um professor ou segue um guru de esquerda que fala como o mundo é mau e que devemos transformá-lo a todo custo. Ou que a sociedade devia ser "gerida" por filósofos e cientistas sociais.

Pol Pot, o assassino de esquerda e líder responsável por este interrogador descrito no trecho ao lado, estudou na França com filósofos e cientistas sociais (que fizeram sua cabeça) antes de fazer sua revolução, e provavelmente tinha como professor um desses intelectuais (do tipo Alain Badiou e Slavoj Zizek) que tomam vinho chique num ambiente burguês seguro, mas que falam para seus alunos e seguidores que devem "mudar o mundo".

De início, se mostram amantes da "democracia e da liberdade", mas logo, quando podem, revelam que sua democracia ("real", como dizem) não passa de matar quem não concorda com eles ou destruir toda oposição a sua utopia. O século 20 é a prova cabal deste fato.

Escondem isso dos jovens a fim de não ter que enfrentar sua ascendência histórica criminosa, como qualquer idiota nazista careca racista tem que enfrentar seu parentesco com Auschwitz.

Proponho uma "comissão da verdade" para todas as escolas e universidades (trata-se apenas de uma ironia de minha parte), onde se mente dizendo que Stálin foi um louco raro na horda de revolucionários da esquerda no século 20. Não, ele foi a regra.

Com a crise do euro e a Primavera Árabe, o "coro das utopias" está de volta.


Via blog do Rodrigo Constantino

Gnosticismo, Cabalismo e Esoterismo

Gnosticismo, Cabalismo e Esoterismo: Michael A. Hoffmann

O traço principal compartilhado pelo Gnosticismo e o Cabalismo é uma fonte de presunção e orgulho e uma tradição secreta de um super-homem com um aspecto sexual oculto, aquele de um hermafrodita.

Na Espanha Medieval, em Castela, os mais importantes gnósticos eram rabinos judeus e cabalistas tais como Jacob Kohen, Moses ben Shemtov de Leon e Moses de Burgos. A característica saliente de seu pensamento era o desenvolvimento de uma teoria elaborada de uma emanação demoníaca dos dez Sefirot.

A tradição gnóstica-hermética encontra ressonância nas páginas do texto cabalístico, Sefer ha-Bahir que teve uma influência profunda nos cristãos do Sul da França, resultando em sua suscetibilidade à demonologia cátara/albingense e farisaísmo “perfecti”.

O coração do Judaísmo, como o centro do gnosticismo e hermetismo egípcio é a magia, a manipulação do universo contra a criação de Deus; isto é, contra a natureza.

Gershom Scholem (1897-1982) foi professor de Kabbalah na Universidade Hebraica de Jerusalém. Ele escreveu que há: “...na Kabbalah prática... uma ótima magia negra – isto é, magia... de vários poderes sombrios e demoníacos... Tal magia negra abraçava um reino amplo da demonologia e várias formas de feitiçaria que eram programadas para atrapalhar a ordem natural das coisas e criar conexões proibidas entre coisas que eram para tidas para ser mantidas separadas... no Tikkunei Zohar a manipulação de tais forças é considerada justificável sob certas circunstâncias...” [1]

Esse elemento diabólico é raramente reconhecido, Judith Weill, uma professora de misticismo Judaico na Inglaterra e uma consultora do Museu Judaico de Londres declara: “A Bíblia bastante claramente proíbe a magia, assim como chegamos a ter um tal complexo sistema? A resposta é que a magia é profundamente enraizada na tradição Judaica – mas nós não a chamamos de magia.” [2]

Uma das mais comuns e populares manifestações da prática cabalística é o estabelecimento de maldições e o uso de talismãs e outros amuletos mágicos – tudo isso pelas práticas dos rabinos que são uma abominação ao Deus de Israel.

No Estado de Israel, vários rabinos especializam-se no comércio de amuletos mágicos e talismãs, tanto confeccionando-os como disseminando-os.

Como o Talmud, a Kabbalah substitui, anula e, finalmente, toma o lugar da Bíblia. O Prof. Fine: “...o leitor deve ficar acostumado a respeitar a linguagem bíblica de um forma cabalisticamente simbólica. Os cabalistas ensinavam que a Torah... é um vasto corpo de símbolos... O simples significado da linguagem bíblica se retira como um pano de fundo para um discurso simbólico que assume o controle. O verdadeiro significado das Escrituras se tornam manifestos somente quando é lido com o próprio código (sefirótico).

Assim, a Torah não deve ser lida em um nível simples ou óbvio de significado; deve ser lido com o conhecimento de um cabalista, que possui as chaves hermenêuticas com as quais abre suas verdades secretas.” [3]

O principal processo para a exegese cabalística da Bíblia é conhecido como gematria, um sistema babilônico de criptografia envolvendo o uso de letras para significar números. O primeiro uso registrado de gematria ocorre em uma inscrição de Sargon II (727-707 A.C.).

Gematria é uma forma de numerologia segundo a qual o alfabeto hebraico é um valor numérico determinado. Há uma grande quantidade de várias permutações e sistemas para chegar na correta correspondência da letra/palavra.

Durante a Renascença, o criptojudaísmo formava a peça central do cinturão oculto de transmissão o qual deu surgimento à Franco-maçonaria e à Ordem Rosa-cruz, os fundadores de uma professada “Kabbalah Cristã” e executavam seus ritos de magia no nome de Jesus Cristo.

O grande apelo da Kabbalah para os nascentes Franco-maçons e Rosa-cruzes era a doutrina Judaica, como expresso pelo Rito Escocês do Franco-maçom Albert Pike, em seu Morals and Dogma, da “perfeição” do universo através da intervenção do poder do cérebro humano.

Por esse conceito, a criação de Deus é imperfeita e o “Judeu” e os assistentes dos Judeus, o Franco-maçom (um “Judeu” incompleto com simbolizado pelo esquadro e compasso maçônico, que é uma hexagrama incompleto, isto é, “Estrela de David”) aperfeiçoará essa criação defeituosa.

Notas:

[1] Gershom Scholem, Kabbalah, [op. cit.], pp. 183-184.

[2] Jewish Chronicle, 7 de maio de 1999.

[3] Lawrence, Fine, “Kabbalistic Texts”, Back to the Sources: Reading the Classic Jewish Texts [op. cit.], p. 337

VIA COMBATENDO A NOVA ORDEM MUNDIAL

Noruega barra caminho à China no Ártico

Noruega barra caminho à China no Ártico: Um incidente diplomático ocorrido há dois anos entre Oslo e Pequim se transformou de repente em um escândalo. A Noruega tenciona bloquear a entrada da China no Conselho Ártico na qualidade de observador permanente, escreve o jornal local Aftenposten, citando fontes no Ministério Norueguês de Relações Exteriores.

O século XIX - René Rémond

O século XIX
de René Rémond Editora Cultrix, São Paulo, 1990

A visão da história do século XIX do recém falecido prof. René Rémond, que compreende o período entre o Tratado de Viena de 1815 até a primeira guerra mundial de 1914, só poderia ser mesmo de um francês, ou eurocêntrica, como ele próprio vai concluir no final do livro, quando define como europeizantes, enfim, todas as visões de mundo deste último século. Mas de modo algum esta visão compromete a lúcida abordagem do emérito professor da Universidade de Nanterre.

Ignorando a tradição política inglesa da relação do cidadão com os impostos cobrados pelas monarquias, da Carta Magna do século XIII à Revolução Gloriosa de 1688, Rémond destaca a principal mudança da ordem monárquica francesa até 1789 para o início do século XIX que, sem dúvida alguma, é a demanda por consentimento para a cobrança do imposto através da exigência de uma ordem constitucional (rules of law da tradição inglesa).




Nesta perspectiva separa o século em quatro grandes influências doutrinárias: a ascensão do liberalismo no primeiro quarto do século, seguido da ascensão da democracia de massas, dos socialismos e nacionalismos.

É de se frisar, todavia, que todas estas doutrinas políticas respondem a uma mesma visão de mundo romântica que vigora do final do século XVIII até o século XX. E o professor contesta que o liberalismo, por exemplo, pode ser reduzido à expressão dos interesses de classe da burguesia, como vão martelar os socialistas e nacionalistas daí por diante.

Se os regimes das monarquias absolutistas intitulavam do direito político-eleitoral apenas os nascidos da nobreza, a Monarquia de Julho, depois da Restauração de 1830, incluirá os capacitados pelos títulos do conhecimento, da propriedade e da renda a partir de 200 francos, denunciando a demagogia republicana do sufrágio universal que prevalecerá a partir de sua queda pelas barricadas da Segunda República de 1848. Deste apogeu ao declínio do liberalismo francês, passaremos a identificar a própria república com as sucessivas lutas da democracia e dos socialismos, onde imperará o princípio de cada cidadão, um voto. Pois o fato de distinguir duas categorias de cidadãos, entre nobre da Câmara Alta e os plebeus da Câmara Baixa, é perfeitamente natural para o liberalismo que não compactua com a hipocrisia e a demagogia. François Guizot, um ministro da Monarquia de Julho, chegará a aconselhar: - enriquecei-vos os que querem participar do processo político! Ou seja: o reconhecimento da igualdade de todos diante da lei, da justiça e dos impostos, não exclui as diferenças sociais, de fortuna e de cultura!

Das garantias civis e políticas, através dos direitos de sucessão e do ensino fundamental, todos terão igualdade de oportunidades. Ultrapassando-se esta realidade a partir da metade do século XIX, as repúblicas instauradas caem no perigo de ver a democracia se tornar demagogia. Mas desde 1820-1830, os Estados Unidos estão experimentando a transição do sufrágio censitário para o sufrágio universal. Com a posse do General Jackson em 1828 pelo voto universal, excluídos menores, escravos, mulheres e iletrados, os Estados Unidos se consagram como regime essencialmente liberal. A segunda experiência é a francesa que, em 1848, abole a escravidão e adota o sufrágio universal, deixando o destino político do país nas mãos dos demagogos, quando, para um liberal-democrata o direito do voto só deve ser estendido àqueles com condições de independência para exercê-lo. Mas os democratas insistirão na tese de que mesmo a igualdade política diante da lei só se atinge pela igualdade de oportunidades, com o fim de diminuir as desigualdades de nascimento e de fortuna.

Todavia, é o próprio desenvolvimento capitalista das tecnologias que irá garantir o direito de acesso à informação. Desde o início do século XIX, é a venda de publicidade que derruba os preços das assinaturas dos jornais diários que, até então, eram objeto até mesmo de assinatura coletiva. Assim acontece também com várias outras conquistas de cidadania como bicamerismo com limitação de poder das câmaras altas, maior acesso às câmaras baixas, sufrágio universal com inclusão das mulheres, candidaturas universais, maior acesso ao ensino público fundamental, adoção de concurso público para as carreiras de Estado, maior acesso à carreira militar, maior acesso ao crédito bancário, justiça gratuita, saúde pública preventiva, partidos políticos instituídos, imposto progressivo sobre mercadorias e rendas etc.

No final do século XIX, o Estado exerce numa escala crescente o mecenato dos antigos príncipes renascentistas e passa, por conseguinte, a se tornar objeto da luta política concreta dos socialistas, justificando, inclusive, a ascensão do anarco-sindicalismo de Bakunin, que objetiva não apenas a abolição da propriedade preconizada por Proudhon, como a substituição do Estado por uma confederação de sindicatos, além da abolição do exército, da religião, da polícia e dos tribunais, radicalizando por assim dizer a crítica liberal do Estado. Cabe aqui uma citação do próprio René Rémond de que o melhor governo é sempre aquele que não se faz sentir, que se faz esquecer!

Na luta anarquista, o argumento da propaganda é substituído pela criação do fato político, enquanto atentado, como no caso do assassinato do arque-duque Francisco Ferdinando, estopim da primeira guerra mundial. A partir do século das revoluções, a ênfase dos nacionalismos será contrapontuada pela ênfase do internacionalismo socialista: a Primeira Internacional é fundada na cosmopolita e industrial Londres de 1864 é contemporânea de um ucasse imperial abolindo a servidão na Rússia czarista, campesina e feudal de 1861 como o decretado pelo iluminista e reformador Alexandre II. No entanto, é na Rússia que se fará uma revolução comunista em 1917 sem ter adotado o sufrágio universal que impediria o despotismo e a corrupção da nomenclatura soviética. É uma revolução cultural que determina as mudanças políticas e não apenas as condições históricas. A substituição do ambiente rural pelo urbano para a propagação das novas idéias políticas corresponde à supremacia do valor da segurança pelo valor da liberdade e, neste aspecto, se trata de uma revolução eminentemente cultural.

Seja como for, o que René Rémond quer destacar é a importância fundamental da vigência do romantismo como visão de mundo e sistema de valores sobredeterminante dos eventos políticos. Como no caso da ênfase no nacionalismo que foi a maior contradição do liberalismo, uma vez que implica no fortalecimento dos Estados nacionais. Enquanto foi uma grande arma nas mãos do socialismo internacional que os tornava apenas seções nacionais da Internacional Socialista.


sábado, 28 de janeiro de 2012

Oposição sem rumo

Oposição sem rumo

28 de janeiro de 2012 | 3h 05

MARCO ANTONIO VILLA - O Estado de S.Paulo

Nesta semana fomos surpreendidos por uma entrevista de Fernando Henrique Cardoso. Não pela entrevista, claro, mas pela análise absolutamente equivocada da conjuntura brasileira. Esse tipo de reflexão nunca foi seu forte. Basta recordar alguns fatos.

Em 1985 iniciou a campanha para a Prefeitura paulistana tendo como aliados o governador Franco Montoro e o governo central, que era controlado pelo PMDB, além da própria Prefeitura, sob o comando de Mário Covas. Enfrentava Jânio Quadros, um candidato sem estrutura partidária, sem programa e que entrou na campanha como livre atirador. Fernando Henrique achou que ganharia fácil. Perdeu.

No ano seguinte, três meses após a eleição municipal, propôs, em entrevista, que o PMDB abandonasse o governo, dias antes da implementação do Plano Cruzado, que permitiu aos candidatos da Aliança Democrática vencer as eleições em todos os Estados. Ele, aliás, só foi eleito senador graças ao Cruzado.

Passados seis anos, lutou para que o PSDB fizesse parte do governo Fernando Collor. Ele seria o ministro das Relações Exteriores (e o PSDB receberia mais duas pastas). Graças à intransigência de Covas, o partido não aderiu. Meses depois, foi aprovado o impeachment de Collor.

Em 1993, contra a sua vontade, foi nomeado ministro da Fazenda por Itamar Franco. Não queria, de forma alguma, aceitar o cargo. Só concordou quando soube que a nomeação havia sido publicada no Diário Oficial (estava no exterior quando da designação). E chegou à Presidência justamente por esse fato - e por causa do Plano Real, claro.

Em 2005, no auge da crise do mensalão, capitaneou o movimento que impediu a abertura de processo de impeachment contra o então presidente Lula. Espalhou aos quatro ventos que Lula já era página virada na nossa História e que o PSDB deveria levá-lo, sangrando, às cordas, para vencê-lo facilmente no ano seguinte. Deu no que deu, como sabemos.

Agora resolveu defender a tese de que a oposição tenha um candidato presidencial, com uma antecedência de dois anos e meio do início efetivo do processo eleitoral. É caso único na nossa História. Nem sequer na República Velha alguém chegou a propor tal antecipação. É uma espécie de dedazo, como ocorria no México sob o domínio do PRI. Apontou o dedo e determinou que o candidato tem de ser Aécio Neves. Não apresentou nenhuma ideia, uma proposta de governo, nada. Disse, singelamente, que Aécio estaria mais de acordo com a tradição política brasileira. Convenhamos que é um argumento pobre. Ao menos deveria ter apresentado alguma proposta defendida por Aécio para poder justificar a escolha.

A ação intempestiva e equivocada de Fernando Henrique demonstra que o principal partido da oposição, o PSDB, está perdido, sem direção, não sabendo para onde ir. O partido está órfão de um ideário, de ao menos um conjunto de propostas sobre questões fundamentais do País. Projeto para o País? Bem, aí seria exigir demais. Em suma, o partido não é um partido, na acepção do termo.

Fernando Henrique falou da necessidade de alianças políticas. Está correto. Nenhum partido sobrevive sem elas. O PSDB é um bom exemplo. Está nacionalmente isolado. Por ser o maior partido oposicionista e não ter definido um rumo para a oposição, acabou estimulando um movimento de adesão ao governo. Para qualquer político fica sempre a pergunta: ser oposição para quê? Oposição precisa ter programa e perspectiva real de poder. Caso contrário, não passa de um ajuntamento de vozes proclamando críticas, como um agrupamento milenarista.

Sem apresentar nenhuma proposta ideológica, a "estratégia" apresentada por Fernando Henrique é de buscar alianças. Presume-se que seja ao estilo petista, tendo a máquina estatal como prêmio. Pois se não são apresentadas ideias, ainda que vagas, sobre o País, a aliança vai se dar com base em qual programa? E com quais partidos? Diz que pretende dividir a base parlamentar oficialista. Como? Quem pretende sair do governo? Não será mais uma das suas análises de conjuntura fadadas ao fracasso?

O medo de assumir uma postura oposicionista tem levado o partido à paralisia. É uma oposição medrosa, envergonhada. Como se a presidente Dilma Rousseff tivesse sido eleita com uma votação consagradora. E no primeiro turno. Ou porque a administração petista estivesse realizando um governo eficiente e moralizador. Nem uma coisa nem outra. As realizações administrativas são pífias e não passa uma semana sem uma acusação de corrupção nos altos escalões.

O silêncio, a incompetência política e a falta de combatividade estão levando à petrificação de um bloco que vai perpetuar-se no poder. É uma cruel associação do grande capital - apoiado pelo governo e dependente dele - com os setores miseráveis sustentados pelos programas assistencialistas. Ou seja, o grande capital se fortalece com o apoio financeiro do Estado, que o brinda com generosos empréstimos, concessões e obras públicas. É a privatização em larga escala dos recursos e bens públicos. Já na base da pirâmide a estratégia é manter milhões de famílias como dependentes de programas que eternizam a disparidade social. Deixam de ser miseráveis. Passam para a categoria da extrema pobreza, para gáudio de alguns pesquisadores. E tudo temperado pelo sufrágio universal sem política.

Em meio a este triste panorama, não temos o contradiscurso, que existe em qualquer democracia. Ao contrário, a omissão e a falta de rumo caracterizam o PSDB. Para romper este impasse é necessário discutir abertamente uma proposta para o País, não temer o debate, o questionamento interno, a polêmica, além de buscar alianças programáticas. É preciso saber o que pensam as principais lideranças. Numa democracia ninguém é líder por imposição superior. Tem de apresentar suas ideias.

MARCO ANTONIO VILLA, HISTORIADOR, É PROFESSOR DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS (UFSCAR)

Helicoptero Necessidade: Aguias da Polícia de São Paulo já atendem 22 chamados por dia

Perseguições policiais com helicópteros estão se tornando cada vez mais rotineiras no Estado. Em 2011, as 30 aeronaves Águia da Polícia Militar (24 helicópteros e seis aviões) foram acionadas 8.070 vezes para ir atrás de criminosos, média de 22 chamadas por dia. Isso representa um aumento de 43% em comparação com o ano anterior, quando foram 5.620 acionamentos. Segundo a PM, 70% dos atendimentos do helicóptero da PM foram na capital paulista.

O número de operações bem-sucedidas do Grupamento de Radiopatrulha Aérea, ou seja, que resultaram na prisão de criminosos, cresceu praticamente na mesma proporção: de 967 em 2010 para 1.374 no ano passado, alta de 42%. Os casos envolvem roubos de residência, arrastões em prédios, assaltos a banco, lotéricas e sequestros relâmpagos. "O helicóptero permite uma ação de acerto dos policiais em terra, agiliza o atendimento da ocorrência e, principalmente, salva a vida da população com agilidade", diz o especialista em segurança Felipe Gonçalves.

Se não fosse o helicóptero, uma quadrilha que invadiu uma casa no Jardim Paulista, zona sul de São Paulo, não seria capturada. No último dia 12, o bando invadiu a residência e amarrou o proprietário, um bancário de 30 anos. Os criminosos levaram vários objetos de valor e colocaram tudo no carro da vítima. Na saída, o bando foi seguido por terra por viaturas da PM e por ar pelo Águia. Com o apoio aéreo, a polícia conseguiu prender três assaltantes em flagrante. Com eles foram encontrados telefones, relógios de grife, joias e o carro do bancário.

O tenente Rui Galetti, oficial de relações públicas do Grupamento Aéreo, explica que, em algumas ocorrências, o próprio piloto se aproxima dos suspeitos no solo e os prende. "Aconteceu isso uma vez, os tripulantes se aproximaram bem dos ladrões e deram voz de prisão para criminosos que estavam escondidos em uma região de mata."

Helicóptero Águia 4 da Polícia Militar pousa no centro de São Paulo, onde um prédio pegou fogo

A PM diz que o acionamento do Águia pode ser feito pelo policial da rua que está na ocorrência, por meio de rádio. Outra forma é o pedido do próprio operador do telefone 190. Se ele analisar que o caso é grave ou precisaria de uma aeronave, ele mesmo faz a solicitação.

Emergências. Em meio a tantos crimes, os pilotos e suas equipes também relatam casos dramáticos de salvamento na água ou resgates de fogo e acidentes. No dia 22 de dezembro, a Favela do Moinho, nos Campos Elísios, região central de São Paulo, ficou em chamas. Onze pessoas foram resgatadas em cestos pelo Águia. O dia de trabalho intenso deixou reflexos no corpo do capitão Marcelo César Cancian, 12 anos no Grupamento de Radiopatrulha Aérea e 25 de PM. "Estava com tensão muscular, travado e com os dedos duros."

Fonte: Estadão via Vinna

GOVERNO CATALÃO ORDENA QUE COMUNICAÇÃO SOCIAL CATALÃ PASSE A CHAMAR «NAÇÃO» APENAS À CATALUNHA, NÃO A ESPANHA

Los medios de comunicación dependientes de la Generalidad -TV3, Cataluña Radio, la Agencia Catalana de Noticias- deberán emplear el término “nación” sólo y exclusivamente cuando se refieran a Cataluña. Si se refieren a España, deberán especificarlo.
Así consta en el nuevo libro de estilo del Consejo de la Corporación Catalana de Medios de Comunicación (CCMA), dependiente del departamento de Cultura. El libro de estilo pretende “preservar la identidad nacional catalanas”, por lo que “términos como país, nación, nacional, gobierno y Parlamento, entre otros, hacen referencia a Cataluña si no se indica otra cosa”.
Además, tendrán que usar la expresión Países Catalanes para referirse “al conjunto de territorios de habla catalana desde el punto de vista histórico, lingüístico o cultural”, pese a reconocer que “no corresponde a una entidad política oficialmente reconocida”. Las regiones que forman los Países Catalanes, según el mapa del tiempo de TV3 son Cataluña, Valencia, Islas Baleares y el sur de Francia.
Además, el libro de estilo limita considerablemente el uso del castellano. “La lengua propia de los medios de la Corporación es el catalán” porque son “una herramienta de normalización lingüística y cultural con vocación de promover el conocimiento y el uso de la lengua catalana”.
“Los medios tenemos el catalán como lengua vehicular y, por tanto, nuestros profesionales utilizan la lengua catalana en las diversas plataformas de difusión de contenidos. El uso de otras lenguas es excepcional y tiene que estar justificado”, dice el libro de estilo.

Iraque quer comprar armas russas


27.01.2012, 21:15
Um dos líderes xiitas do Movimento de Sadr, Mustafa Iakubi, comunicou que o Iraque está interessado em comprar armas russas. “Os iraquianos não querem depender de apenas um fornecedor de armas – dos Estados Unidos. Essas aquisições devem ser diversificadas, é necessário abastecer-se de armas de fontes diferentes.
Um dos líderes xiitas do Movimento de Sadr, Mustafa Iakubi, comunicou que o Iraque está interessado em comprar armas russas. “Os iraquianos não querem depender de apenas um fornecedor de armas – dos Estados Unidos. Essas aquisições devem ser diversificadas, é necessário abastecer-se de armas de fontes diferentes. E na busca de uma alternativa, a prioridade no campo dos armamentos será dada aos russos,” disse numa entrevista à estação de rádio Voz da Rússia.De acordo com ele, essa questão já foi discutida no Ministério da Defesa do Iraque. “O exército iraquiano tem usado armas russas desde há muito, os iraquianos acostumaram-se, já sabem como lidar com elas”, afirmou Iakubi.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Putin aborda problemas étnicos da Rússia

Putin aborda problemas étnicos da Rússia

23.01.2012, 11:05
Num artigo intitulado A Rússia: a Questão do Estado Multiétnico , publicado no Nezavissimaia Gazeta , o primeiro-ministro Vladimir Putin propôs a criação de uma estrutura federal que seja responsável pela problemática multiétnica da Rússia.
Num artigo intitulado A Rússia: a Questão do Estado Multiétnico, publicado no Nezavissimaia Gazeta, o primeiro-ministro Vladimir Putin propôs a criação de uma estrutura federal que seja responsável pela problemática multiétnica da Rússia.Ao qualificar o povo russo como etnia estruturante, o chefe de governo destaca que a grande missão dos russos reside em unificar e em cimentar o Estado. As tentativas para apregoar a ideia de um estado russo monoétnico contradiz toda a história da Rússia.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Falácias lullistas contra o Plano Real

Política - Grandes Debates - 1982 a 2000

Propaganda de Leonel Brizola em 1994

Jingle Paulo Maluf - São Paulo é Paulo (1990)

Jingles Eleitorais 2002 e 2004

Partido Municipalista Comunitário

Nas primeiras eleições do período de redemocratização do Brasil muitos partidos tidos como nanicos apareceram. Alguns deles, até por uma dada situação pessoal, me chamam muito a atenção, os partidos ditos municipalistas e comunitários.

Houve o PCN (Partido Comunitário Nacional, n° 31), que chegou a lançar candidato a presidente em 1989 e contou em suas fileiras com a presença de Francisco Rossi; também teve o PMB (Partido Municipalista Brasileiro) que ficou conhecido por dar abrigo a candidatura de Silvio Santos e que acabou sendo frustrada por impedimentos legais (número de legenda 26); e finalmente, o PMC (Partido Municipalista Comunitário - n° 18), que disputou as eleições de 1985, 1986 e 1989. Lançou vários candidatos a vereador, deputados estaduais e federais, como Antônio Carlos Fernandes, que em 1996 veio a se candidatar a vereador em São Paulo capital, pelo PTB, partido com o qual o PMC sempre manteve boas relações, ainda em 1986 teve como candidato a deputado estadual David Bueno, meu finado pai.

Hoje parece que a temática comunitária, que não tem nada a ver com comunista, simplesmente desapareceu da cena política brasileira. E mesmo o municipalismo também perdeu muito de sua força. Acredito que uma das soluções para que os cidadãos venham a participar mais da política, de modo comunitário, será quando a política estiver mais perto dele, ou seja, com descentralização. A criação de partidos regionais, municipais e estaduais seria nesse sentido uma boa pedida.

Os candidatos nanicos da eleição de 1989


Veja trechos de candidatos menos votados em 1989: Armando Corrêa (PMB), Manoel Horta (PDCdoB), Antônio Pedreira (PPB), Celso Brant (PMN), Fernando Gabeira (PV), Eudes Mattar (PLP), Lívia Maria (PN), Zamir José Teixeira (PCN), Paulo Gontijo (PP), Marronzinho (PSP), Enéas Carneiro (PRONA), Affonso Camargo (PTB), Ronaldo Caiado (PSD), Aureliano Chaves (PFL) e Roberto Freire (PCB)

Eleições de 2002 em São Paulo - alguns dados.

Coligação 'São Paulo em boas mãos' (PFL-PSD-PSDB)
Governador - Geraldo Alckmin
Vice - Cláudio Lembo
Senador: José Aníbal (PSDB)
Senador: Romeu Tuma (PFL)

Coligação 'Resolve São Paulo' (PL,PPB,PSDC,PTN)
Governador - Paulo Maluf
Vice - Heitor Pinto e Silva Filho (Dono da Uniban)
Senador: Cunha Bueno ( PPB )
Senador: Paulo Fernando Fortunato (PSDC)
Senador: Thereza Tinajero Ruiz (PTN)

Coligação 'São Paulo quer mudança' (PT/PCB e PC do B)
Governador- José Genoino (Envolvido em escândalos de corrupção; hoje assessor do Ministério da Defesa)
Vice - Luiz Marinho (Prefeito eleito em 2008 de São Bernardo do Campo; ex-ministro do Trabalho do Lula)
Senador - Aloizio Mercadante (PT)
Senador - Wagner Gomes (PC do B)

Coligação 'Frente Trabalhista' (PDT/PPS/PTB)
Governador - Antonio Cabrera Mano Filho (Cabrera é São Paulo e São Paulo é o nosso país...)
Vice - Celso do Carmo Jatene (Atualmente vereador em São Paulo/SP)
Senador: Willian Rafael da Silva (PTB)
Senador: Eliseu Gabriel (PDT) (Hoje vereador na capital pelo PSB)

Coligação 'São Paulo nas mãos de Deus' (PGT/PHS/PST)
Governador: Carlos Alberto Eugênio Apolinário
Vice: Egeferson dos Santos Craveiro
Senador: Ademar Barros Bezerra (PGT)
Senador: José Raul Brasiliense Carneiro (PHS)

Coligação 'Bandeira Paulista' (PRP/PSC/PTC/PT do B)
Governador: Ciro Tiziani Moura
Vice - Eduardo Souza Costa Júnior
Senador - José Maria Marin (PSC)

PMDB
Governador - Fernando de Morais (Se não estou enganado, depois desistiu da campanha)
Vice - Alda Marco Antonio
Senador: Orestes Quércia (Saiu muito bem na frente nas pesquisas, mas se não me trai a memória, acabou em quarto lugar)
Senador: Lauro Péricles Gonçalves

PSTU
Governador - Dirceu Travesso
Vice - Maria Aparecida da Silva Lamas
Senador: Mauro Ailton Puerro
Senador: Renato Bento Luiz

PSL
Governador - Roberto Siqueira Gomes
Vice - Edward Bairo Ferraz
Senador - Fernando Sérgio Pereira
Senador - Benícia Glória Damião

PAN
Governador - Osmar de Oliveira Lins
Vice - Roberto Antonio Machioni
Senador - José Costa

PRTB
Governador - Levy Fidélix
Vice - Roberto Brunello
Senador - Carlos Henrique Darde

PCO
Governador - Anai Caproni Pinto
Vice - Ednaldo Augusto da Silva
Senador - Wlamisa Carmo Moraes

PSB
Governador - Jacó Bittar
Vice - Raimundo de Oliveira
Senador - Mohamad Said Mourad (depois mudou para o PSC, onde em 2006 foi eleito para a Alesp)

PV
Governador - Antonio Fernando Pinheiro Pedro
Vice - Claudio Turtelli
Senador - José Luiz de França Penna

Prona
Governador - Robson Malek
Vice - Adalton Nimtz
Senador - Paulo César Correa

PMN
Senador - Lucas Albano Ribeiro dos Santos

(Com informações da Revista Crescer)

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Antônio Cabrera: personalidade de São José do Rio Preto



Imagens da internet

Cabrera o mecenas do campo

Ex-ministro da Agricultura retoma as rédeas dos negócios de sua família e investe R$ 15 milhões na industrialização de ração animal e na área cultural

Por Rosenildo Gomes Ferreira

O ex-ministro da Agricultura, Antonio Cabrera Mano Filho, é um homem do campo. Empresário rural, divide seu tempo, hoje, entre a administração das seis fazendas que a família possui no interior de São Paulo, o manejo de 17 mil cabeças de gado e a preparação de novos saltos no mundo dos negócios. “Estamos estreando na área industrial”, anuncia Cabrera. Mais especificamente na agroindústria, com a fabricação de ração animal feita a partir do bagaço de cevada. Além disso, pretende tirar da gaveta projetos que vêm amadurecendo desde os tempos de ministro. O mais ambicioso deles envolve uma antiga paixão pelos livros, que o guiou ao mesmo caminho de outro empresário, José Mindlin, ex-Metal Leve. Verdadeiro mecenas do campo, Cabrera está montando na paulista São José do Rio Preto uma das maiores bibliotecas privadas do País. São 45 mil títulos raros, garimpados em leilões nas principais casas do mundo como Sotheby’s e Christie. “Queremos que este acervo fique à disposição da comunidade e tenha o tratamento histórico que merece.”

A biblioteca será erguida em uma área de seis mil metros quadrados e vai consumir investimentos de R$ 3,5 milhões. O projeto foi concebido com a ajuda de técnicos do Massachusetts Institute of Technology (MIT). “Fui buscar o que há de mais moderno neste campo”, conta Cabrera. A área interna será climatizada e o ar, filtrado – para não prejudicar a conservação das peças. Um complexo sistema de fibras ópticas garantirá a iluminação. Antes de se integrar ao acervo os itens vão passar por um período de restauração e quarentena para evitar contaminações. Tanto capricho tem explicação. No prédio será instalada a coleção reunida por três gerações da família. Uma das “jóias” é a primeira edição da Bíblia escrita por Martin Lutero, em 1534, avaliada em US$ 500 mil. No campo industrial, o ex-ministro uniu-se à Kaiser e à Brahma para fabricar ração animal. As duas cervejarias entram com a matéria-prima, o bagaço de cevada. “Fomos buscar a tecnologia na África do Sul”, conta Cabrera. Com todas as etapas preliminares resolvidas, o empresário sacou R$ 12 milhões para montar fábricas. A primeira foi erguida no Rio de Janeiro em abril e já entrou em operação. Em 2001 será instalada nova unidade no Rio e outra em Ponta Grossa (PR). Sobre uma possível volta ao mundo político, Cabrera é categórico: “Já dei minha contribuição. E não sinto saudades do poder”.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Orfandade da Classe Média

"A ascensão, na última década, de expressiva parcela da população brasileira à classe média - cerca de 30 milhões, segundo o IBGE - foi alvo de justificada euforia, confirmando a solidez dos fundamentos econômicos e da austeridade fiscal estabelecidos com o Plano Real, felizmente mantidos pelos governos posteriores. Somou-se à estratégia dos programas sociais, iniciados também com o Real e ampliados nos governos seguintes. Restava sondar esse novo universo - a classe C -, que constitui metade da população brasileira. Com esse objetivo, a CNA contratou pesquisa minuciosa, coordenada pelo cientista social Antonio Lavareda.

O que se constata é que esse universo não fala a língua dos partidos políticos. Ou os partidos políticos não o expressam e possivelmente o desconhecem. Mais: esse imenso segmento da população não compartilha da agenda comportamental em curso na mídia, nas academias e no Parlamento - o chamado "politicamente correto". Ou seja, há um Brasil real dissociado do Brasil institucional. Esse Brasil classe C que, segundo a FGV, ganha entre R$1.200 e R$5.200, corresponde a cerca de 100 milhões de pessoas. É um país conservador, que professa a moral cristã e é adepto do livre mercado. Isso mesmo: é capitalista. Anseia por mais empregos, redução de impostos e manutenção da estabilidade econômica; e quer que o Estado lhe garanta saúde, segurança e educação, o que remete a uma agenda social liberal - e não socialista.

Isso fica claro na opção maciça (74%) pelo aumento das oportunidades de emprego, em vez de ampliação dos programas sociais, como o Bolsa Família; e na rejeição às invasões de propriedades, que, para grande maioria (70%), devem ser respeitadas "independentemente da necessidade de se fazer a reforma agrária". A pesquisa constatou ainda que há três classes C: a tradicional (41%), com maior renda, escolaridade e bens; e as emergentes, classificadas de C+ (39%) e C- (20%), conforme o patamar de sua ascensão. O que as une são o otimismo e a confiança no país, não obstante o abismo entre seus valores e os das classes dominantes. Mas com diferentes graus de percepção da realidade. A classe C tradicional é menos receosa quanto ao futuro. As outras duas, sobretudo a C-, ainda temem os efeitos da perda gradativa do assistencialismo estatal.

Talvez por isso apoiem em graus diferenciados o atual governo: a C tradicional (52%) e a C+ (65%) mostram ampla satisfação, enquanto na C- apenas 38% sentem o mesmo. O essencial é constatar que, embora seja metade da população, a classe C consome apenas um terço da produção agropecuária, mostrando um potencial de consumo subaproveitado, que recomenda políticas direcionadas ao seu fortalecimento. Aos políticos e partidos liberais e conservadores, que temem a retórica dos autodenominados progressistas, a pesquisa dá um recado: é preciso tirar a população brasileira da orfandade política, ela também vítima de um patrulhamento ideológico que distancia seus representantes de seus anseios morais e existenciais."


KATIA ABREU é senadora (PSD-TO) e presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). O artigo foi publicado em O Globo, no dia 7 de janeiro, sob o título "Orfandade da classe média".

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Propostas: o Brasil com 54 Estados

Ficheiro:Brasil 54 estados.jpgProposta de Novas Unidades Federativas do Brasil (54 estados).jpg

Ok, é sabido que quão mais descentralizado é a administração pública melhor podem ser os seus resultados, mas a questão que sempre coloco é quem é que vai pagar a conta ? Mais da metade desses novos estados não teriam a capacidade de se sustentar sozinhos, ainda mais contando com toda a nova burocracia que neles teria de ser criada... o Sul (e São Paulo) pagariam tudo novamente.

Ainda bem que isso fica apenas na cabeça dos políticos e de alguns ideólogos, pelo menos por enquanto.

Mapa da Wikipédia, baseado nas propostas até agora apresentadas na Congresso.

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Marco Antônio Villa: Viver de Província

Este artigo foi publicado originalmente na "Folha de S. Paulo" em 7 de janeiro de 2009. Uso uma expressão do escritor Júlio Ribeiro, brilhante polemista, republicano radical e abolicionista. Ribeiro morreu em 1890, já desiludido com os rumos da república, proclamada menos de um ano antes. Passou a maior parte da vida em São Paulo, especialmente no interior.
Tive a oportunidade de coordenar a Coleção Paulista que republicou dois importantes textos políticos de Ribeiro, "Cartas sertanejas" e "Procelárias". Os volumes foram apresentados (muito bem apresentados, diga-se) pelo professor José Leonardo do Nascimento.
Republico este texto por solicitação de uma leitora deste blog.


TENDÊNCIAS/DEBATES


"Viver de província"
MARCO ANTONIO VILLA
FONTE: http://www.marcovilla.com.br/2011/12/viver-de-provincia.html


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Apesar do grande progresso econômico e de concentrar parte expressiva do PIB, o interior continua marcado pelo provincianismo
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NO FINAL do Império, em meio às turbulências políticas, Júlio Ribeiro -escritor, gramático e polemista republicano- cunhou a expressão "viver de província", nas suas "Cartas Sertanejas". Era uma definição sarcástica do pobre cotidiano político-cultural do interior de São Paulo. Depois de 120 anos, pouco mudou:
apesar do grande progresso econômico e de concentrar parte expressiva do PIB brasileiro, o interior continua marcado pelo provincianismo.
A inexpressividade política do interior é suprapartidária. Vez ou outra algum grupo tenta ter espaço regional, mas acaba fracassando. O último foi a conhecida "República de Ribeirão Preto", expressão cunhada para designar os aliados do ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci, em Brasília.
Porém, a denúncia de uso pouco ortodoxo de uma mansão, na capital federal, levou ao naufrágio do grupo, mesmo com a eleição de Palocci para deputado federal. E o interior, para o bem ou para o mal, continuou sem liderança expressiva.
A Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) poderia ser um palco para o aparecimento de lideranças interioranas. Contudo, das suas atividades pouco ou nada se sabe. Muitos nem sequer imaginam onde, na capital paulista, se localiza o prédio de um dos Poderes do Estado.
Dos seus 94 deputados, mesmo os que acompanham a política regional sabem, se tanto, o nome de meia dúzia. O noticiário político prioriza o Congresso Nacional. A Alesp é solenemente ignorada: só é notícia quando ocorre denúncia de um suposto escândalo administrativo.
Outra possibilidade seria a ação de alguma administração municipal que se notabilizasse pela inovação. Mas, dos mais de 600 municípios interioranos, quais poderiam ser destacados pela originalidade administrativa?
A política estadual concentra-se na capital e, no máximo, na Grande São Paulo. Os líderes partidários que têm presença nacional também atuam nessa região. O interior é marcado pelo situacionismo, pela política do "sim, senhor". Os prefeitos mudam de partido acompanhando a base política do governador. Não têm opinião formada. E os deputados são cobrados pelos seus eleitores para trazer recursos para suas bases, e o preço é sempre apoiar o governo.
No campo cultural, apesar do grande número de faculdades e universidades instaladas no interior, não houve mudança. O conservadorismo local venceu a potencialidade transformadora da universidade.
Eventualmente professores universitários passaram a participar da política local, mas sempre buscando alguma forma de composição política com os poderosos locais. E, quando necessário, os conservadores utilizaram-se da violência para expulsar os professores indesejáveis, como em São José do Rio Preto, logo após o golpe de 1964, na faculdade local e que hoje é parte da Unesp.
Há uma valorização absoluta do dinheiro e um desprezo pela cultura.
Em muitas cidades há mais joalherias que livrarias. As políticas culturais são fadadas ao fracasso. O poder público -tal qual a maioria dos eleitores- não tem interesse nas atividades culturais: elas não dão voto e, por vezes, dão problemas.
Em Araraquara, depois do espetáculo "Mistérios Gozosos", de Oswald de Andrade, José Celso Martinez Corrêa e grupo foram processados, acusados de "vilipendiar atos e objetos de culto religiosos". O processo foi movido por araraquarenses incomodados "moralmente" com o trabalho de Zé Celso.
Uma "atividade cultural" muito conhecido no interior, espécie de marca regional, é o massacre anual de animais conhecido como Festa do Peão Boiadeiro, em Barretos. Como tudo que é ruim, prolifera rapidamente: os rodeios espalharam-se pelo Estado.
No Vale do Paraíba, criaram até um rodeio para Cristo, que, certamente, deixaria o Nazareno horrorizado.
A maioria dos jornais é subsidiada pelo poder público ou por algum potentado local. O nível das publicações é rasteiro. O espaço da coluna social é várias vezes superior ao destinado a temas políticos.
Quando surge uma imprensa independente, os jornalistas passam imediatamente a ser perseguidos e ameaçados. Basta recordar, entre tantos outros exemplos, dos tristes episódios de Marília, que envolveram um conhecido político local e o ataque criminoso às instalações do "Diário".
Júlio Ribeiro morreu em 1890, aos 45 anos. Viu muito pouco do Brasil com que sonhou: sem escravos e republicano. Mas o interior não mudou: tal qual no final do século 19, continua impressionando pelo dinamismo econômico e pelo provincianismo.

Nigéria: Bispos querem ajuda para proteger católicos de seita islâmica

Os católicos do norte da Nigéria se preparam para o fim do ultimato dado pela seita islâmica Hoko Haram, que deu ontem três dias para eles deixarem o norte do país. No sábado, o presidente Goodluck Jonathan decretou estado de emergência em várias regiões, fechou fronteiras, mas o Boko Haram disse que vai resistir às tropas governamentais.


Boko Haram quer dizer "a educação ocidental é um pecado". Esse grupo fundamentalista islâmico nigeriano diz se inspirar no movimento talibã afegão e quer expulsar os católicos para o sul. O norte da Nigéria é pobre e de maioria muçulmana; o sul é rico e de população majoritariamente católica e animista.

Com medo de que o Exército não dê conta de defendê-los, os católicos declararam que vão recorrer à autodefesa para se proteger da violência inter-religiosa. Os bispos da Nigéria pediram ao presidente nigeriano que peça ajuda a especialistas no exterior para dar suporte às forças de segurança no combate aos islamitas.

Especialistas da região temem que a decretação do estado de emergência para combater os extremistas acabe dando cobertura ao Exército para praticar abusos. No passado, uma unidade de soldados formada para combater o grupo Boko Haram foi acusada de matar civis injustamente e de queimar moradias de supostos simpatizantes dos extremistas islâmicos. Segundo especialistas, a violência por parte dos soldados levou muitos nigerianos a apoiar os extremistas contra os militares.

Alta dos combustíveis gera protestos

Primeiro produtor de petróleo na África, a Nigéria enfrenta uma onda de protestos contra a alta nos preços da gasolina. Uma nova lei que entrou em vigor no dia 1° de janeiro suprimiu os subsídios do governo aos combustíveis, o que duplicou o preço do litro de gasolina.

Hoje, a polícia interveio contra manifestantes que queimavam pneus em Lagos, lançando bombas de gás lacrimogêneo para dispersar os protestos. Manifestantes também foram detidos pela polícia na cidade de Kano, no norte do país.


Nacionalistas europeus aproximam-se dos judeus

O que o Islã não foi capaz de fazer, e para o bem, creio.

Foto de manifestação da EDL


Observa-se na velha Albion uma crescente tendência para a aliança entre nacionalistas indígenas e judeus, constituindo uma frente comum contra a islamização.

Toby Archer, pesquisador que estuda os partidos de Extrema-Direita e a blogosfera anti-islamista, explicou à Al-Jazeera como é que partidos europeus nacionalistas de primeira grandeza - o Partido Nacional Britânico (BNP), a Frente Nacional (FN) francesa, o Interesse Flamengo (VB), todos de passado «neo-fascista», segundo Archer - estão agora a mostrar simpatia por Israel. Outra formação política extremo-direitista, a Liga de Defesa Inglesa, que não é (ainda) um partido, abriu recentemente uma secção denominada Divisão Judaica, para «representar os Judeus que estão a combater a islamização». O porta-voz da EDL Tommy Robinson, recentemente agredido com alguma gravidade numa auto-estrada por pelo menos três muçulmanos, afirma que uma das crenças fundamentais do grupo é a de que Israel é uma «estrela brilhante da Democracia» e tem direito a defender-se a si mesmo.

O líder do BNP, Nick Griffin, que chegou a referir-se ao alegado holocausto como «holohoax» (ou «holoconto», na versão dos revisionistas portugueses), fala da EDL em termos positivos, ainda que ligeiramente críticos, considerando que a EDL está a ajudar a politizar a juventude britânica: «Pelo menos estão a tentar fazer alguma coisa. É grosseira e um bocado crua... mas não devemos condená-la por ser um pouco dura e pronta (para agir)...»
Quanto à Liga de Defesa Judaica (JDL), grupo que o Departamento Federal de Investigação dos EUA considera como «organização extremista violenta», aceitou uma parceria com a EDL. Em Janeiro deste ano, a JDL Canadá organizou uma manifestação em apoio da EDL. Meir Weinstein, director nacional da JDL Canadá, argumentou que a EDL «está a enfrentar o Islão radical» e apoia Israel. Pouco depois da manifestação, as principais organizações judaicas do Canadá distanciaram-se publicamente da EDL.James Clark, activista canadiano da organização Coligação Alto à Guerra (Stop the War Coalition) tem enfrentado a JDL em várias manifestações, e diz: «a JDL tem tentado mover a sua política para a Direita. São uma organização muito marginal, mas tornaram-se um pouco mais respeitáveis através de organizações sionistas mais centrais (mainstream), que lhes deram uma plataforma; organizações que a apoiam mas que não se sentem seguras dizendo o mesmo em público.» Alega também que a JDL está «obcecada» com os muçulmanos e «apela ao medo irracional» de que o Canadá venha a ser dirigido pela charia (lei islâmica). Clark afirma ainda que a JDL quer ter influência significativa no governo canadiano, o qual é, segundo Clark, é «muito mais o melhor amigo de Israel do que o governo dos EUA».Diz Weinstein que a JDL conseguiu levar o governo a impedir que George Galloway, político britânico esquerdista pró-palestiniano, entrasse no Canadá em 2009 devido à sua simpatia declarada pelo Hamas.Diz Daniel Freeman-Maloy, activista canadiano e estudante pesquisador no Centro Europeu de Estudos Palestinianos, na Universidade de Exeter, que a JDL é o produto de algo maior: «é importante sublinhar que não se trata de um grupo isolado. É um sintoma de um declarado chauvinismo etno-religioso que se tem desenvolvido sem vigilância.»Para Weinstein, entretanto, é a luta pela sobrevivência que mais interessa: «[Como judeus] queremos existir e tomar medidas para garantir que existimos. Levamos isto a sério e iremos aliar-nos com quem quer que lute ao nosso lado contra esse mal.»A JDL dos EUA esteve no passado ligada a acções de violência política, nomeadamente a colocação de bombas contra alvos americano-árabes, o homicídio de Alex Odeh, director regional do Comité Anti-Discriminação Americano-Árabe e o ataque planeado ao congressista americano-árabe Darrell Issa. Max Blumenthal, jornalista que observa de perto os movimentos nacionalistas, afirma que a JDL norte-americana já não defende um ponto de vista tão extremista como antes promovia, tendo-se agora tornado mais central (mainstream).Numa manifestação em Novembro de 2011, o governador do Texas, cristão de Direita Rick Perry foi visto lado a lado com Dov Hikind, anterior líder da JDL. Blumenthal indica que os cristãos-sionistas da Direita norte-americana «aguardam "o Arrebatamento" e parte da profecia bíblica implica a reunião de todos os Judeus em Israel, o que significa a limpeza étnica dos Palestinianos.» De notar que parte do "Arrebatamento" implica a morte de todos os não cristãos, inclusivamente dos Judeus...
Na Europa, a JDL parece estar em expansão. Abriu recentemente uma secção no Reino Unido, que se soma assim às secções francesa, alemã, sueca, dinamarquesa e austríaca. Tem também uma organização à escala europeia. A JDL Europa tem cerca de três mil militantes e mais de cinco mil apoiantes. O fundador e líder desta secção da JDL Europa e Alemanha, Steven Weigang, declara que é «necessário impedir outro holocausto. O anti-semitismo está a cescer na Europa e não podemos simplesmente ficar de lado.» E reafirma que a JDL Europa partilha o ponto de vista da JDL Canadá a respeito da EDL, sem referir a ligação entre a EDL e o BNP.Weigang afirma que os grupos de Direita estão a gravitar em direcção à JDL, em vez de ser ao contrário, mas mais em termos de política a respeito de Israel do que de partilha ideológica: «Penso que a Direita na Europa está a caminhar na direcção da partilha da nossa política. Os Europeus sentem que o que está [a acontecer] a Israel [está] na agenda... Não tenho a certeza se partilham as mesmas perspectivas que nós. Podem dizê-lo, mas não pensam realmente isso.»

Em França, a JDL esteve sempre activa - é conhecida por aparecer em manifestações pró-palestinianas, a vandalizar a propriedade, a fazer lobby junto do governo sempre que se apercebe de medidas pró-palestinianas. Em Setembro, apelou aos seus membros com experiência militar para irem «defender» os estabelecimentos ilegais de judeus na área ocupada da faixa ocidental de Gaza.

Samuel Ghiles Meilhac, historiador especializado no estudo da comunidade judaica de França, disse à Al Jazeera que tem havido uma clara mudança na orientação desta comunidade do seu anterior alinhamento com a Esquerda para uma postura mais favorável à Direita. Nos últimos anos, a Frente Nacional tem vindo a aliciar os eleitores judeus ao focar «o inimigo comum: a islamização da Europa.» E continua: «A maioria das pessoas que fazem parte da corrente dominante na comunidade judaica em França recorda-se que nos anos setenta e oitenta a FN fazia piadas sobre o que acontecera na Segunda Guerra Mundial. Mas a questão é: se a Extrema-Direita não faz agora referências aos Judeus, haverá ainda gente na corrente dominante judaica suficientemente poderosa para a rejeitar?»


Inscrição em pedra é projeto da Torre de Babel, diz pesquisador


Especialistas que analisaram uma inscrição de 2.600 anos dizem que ela é uma espécie de placa comemorativa da inauguração da Torre de Babel, com detalhes do projeto celebrizado pela Bíblia.

A conclusão está num novo livro de título indigesto, "Cuneiform Royal Inscriptions and Related Texts in the Schoyen Collection" ("Inscrições Reais em Cuneiforme e Textos Relacionados da Coleção Schoyen").

Martin Schoyen é um empresário norueguês, dono de uma coleção de antiguidades que inclui, entre outras coisas, inscrições em cuneiforme (difícil sistema de escrita do antigo Oriente Médio) feitas a mando dos reis da Mesopotâmia, no atual Iraque.

Entre essas inscrições está a estela --essencialmente um poste de pedra-- erigida quando Nabucodonosor 2º governava a Babilônia, entre 605 a.C. e 562 a.C. Coberta com textos e desenhos, a estela relata a construção de uma obra que, se fosse egípcia, teria porte faraônico.


TERRA E CÉU


Seu nome era Etemenanki. Em sumério, idioma que já era arcaico nos tempos de Nabucodonosor 2º, a palavra significa "templo das fundações da terra e do céu". E o rei da Babilônia carrega nas tintas propagandísticas ao descrever como construiu a estrutura, cuja altura, segundo relatos posteriores, chegava a mais de 90 m.

"[Para construí-la] mobilizei todos em todo lugar, cada um dos governantes que alcançaram a grandeza entre todos os povos do mundo. Preenchi a base para fazer um terraço elevado. As estruturas construí com betume e tijolo. Completei-a erguendo seu topo até o céu, fazendo-a brilhar como o Sol", diz a inscrição na pedra.

O templo era dedicado ao deus Marduk, patrono da dinastia de Nabucodonosor.


ZIGURATE


A estrutura, que lembra um pouco uma pirâmide com degraus, encaixa-se na categoria dos zigurates, comum na arquitetura dos templos da antiga Mesopotâmia.

A equipe liderada por Andrew George, especialista em babilônio do University College de Londres, publicou pela primeira vez a descrição detalhada da estela no livro.

Para eles, a probabilidade de que o zigurate gigante tenha sido a inspiração para o relato bíblico da Torre de Babel é considerável. Para começar, já se sabia que "Babel" ("A Porta do Deus") é apenas o nome dado pelos antigos hebreus à Babilônia.



Em segundo lugar, foi Nabucodonosor 2º o responsável por destruir o último reino israelita independente, o de Judá, arrasando o templo de Jerusalém e deportando milhares de pessoas da terra de Israel para a Babilônia no ano 586 a.C.

Os deportados israelitas, portanto, teriam tido a chance de ver de perto a maior das obras de seu opressor, justamente no período em que, segundo a maior parte dos estudiosos atuais, o texto da Bíblia estava sendo editado e consolidado no exílio.

A inspiração para a história do rei que tentou construir uma torre até o céu, portanto, teria vindo nessa época.

Se a hipótese de George e seus colegas estiver correta, a imagem na estela é a mais antiga representação da Torre de Babel, que acabaria inspirando inúmeros artistas da Idade Média até hoje. Uma identificação definitiva, contudo, é difícil de provar sem evidências mais diretas.



Fonte: Folha.com via Arquivos do Insólito.

Malária chegou à América do Sul com os navios negreiros

Malária chegou à América do Sul com os navios negreiros, diz estudo

Atualizado em 3 de janeiro, 2012 - 07:40 (Brasília) 09:40 GMT
Mosquito da malária. SPL

A malária infecta meio bilhão de pessoas por ano nas regiões tropicais e mata mais de um milhão

Uma pesquisa feita da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, descobriu que a malária chegou à América do Sul no porão dos navios negreiros, durante o tráfico de escravos africanos para as plantações no Brasil e em outros países do continente.


LEIA MAIS NA BBC: http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2012/01/120102_malaria_navio_negreiro_pesquisa_mm.shtml

Tempos

Nossa, há tempos que este blog não é atualizado com nada de novo. Muito embora isso não significa que ele esteja empobrecido, graças as muitas postagens que temos aqui já há mais de três anos, se somarmos os tempos de "outras casas"... enfim.

Gostaria de muito em breve poder retomar um ritmo de postagens que eu tinha antes, o que é bastante difícil, pois, para tal, nem se eu fosse funcionário público conseguiria manter.

É isso. Retornei também o blog a um layout clássico do Blogger. Muito mais belo e eficaz, ressalte-se. Aguardemos o que vem por aí.

Abraços e bom ano de 2012.

Julio C. S. Bueno