sábado, 27 de novembro de 2010

Final dos Tempos !

Índios se perdem na mata e pedem socorro por celular

Cinco índios Terena se perderam ontem à tarde em uma área do Exército do município de Miranda, onde entraram clandestinamente para catar guavira, fruta típica da região que revendem em Campo Grande e nas estradas. Para ser resgatados, 8 horas após entrar na mata, eles pediram socorro via celular.

O grupo ficou na área militar das 9h até às 17h, quando foi resgatado por quatro policiais militares, dois deles da PMA (Polícia Militar Ambiental) e um oficial do Exército.

Segundo as informações da Polícia Militar, o grupo era formado por dois homens e três mulheres, e foi levado até a área de instrução Betione por um taxista. A área militar fica a 20km da cidade.

Por volta das 14h, sem encontrar a saída, um dos índios usou o celular para acionar a Polícia.

O cabo Sinvaldo Francisco dos Santos, que participou das buscas, informou que para chegar até onde os índios estavam, eles usaram como guia a cerca elétrica do terreno, indicação fornecida quando ligaram.

Segundo o policial, os índios tem entrado frequentemente nessa área, sem permissão, para pegar frutas, mas depois do episódio de ontem, foram alertados de que é proibido entrar na área militar.

O policial disse não se lembrar de ocorrência semelhante, considerada inusitada por envolver índios, cujo imaginário comum sugere ser conhecedores das matas.

Os índios deixaram a mata caminhando, após beber água levada pelos policiais.

 http://www.campograndenews.com.br/canais/view/?canal=8&id=315213
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FIM DOS TEMPOS ISSO RAPAZ! TA NA HORA DA INDIADA COMEÇAR A AGIR DE MODO MAIS RACIONAL.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Coreia do Sul vs Coreia do Norte ou EUA vs China ?

TEXTO: DEUTSCHE WELLE
Porta-aviões USS George Washington participa de exercício militar
Porta-aviões USS George Washington participa de exercício militar

A troca de provocações entre os governos das Coreias do Norte e do Sul se agrava. Região de fronteira no Mar Amarelo recebe reforço militar, onde Seul e Washington planejam exercício militar no próximo domingo.

A Coreia do Sul terá que nomear um novo ministro da Defesa em meio à crescente tensão militar com a vizinha comunista. Kim Tae-Young pediu demissão nesta quinta-feira (25/11), depois de ser duramente criticado internamente pela resposta considerada "tímida" ao bombardeio norte-coreano, na última terça-feira.
Segundo a justificativa de Tae-Young, ele deixou o posto "para assumir a responsabilidade sobre uma série de incidentes recentes". O ex-ministro já havia sido alvo de críticas em março último, quando a Coreia do Norte afundou um navio sul-coreano e provocou a morte de 46 pessoas.
Enquanto isso, a Coreia do Norte prosseguiu com ameaças ao governo da parte sul nesta quinta-feira: Pyongyang disse que responderá sem hesitação, caso haja qualquer nova "provocação militar" da Coreia do Sul.
Depois do bombardeio desta semana da Coreia do Norte contra a ilha sul-coreana de Yeonpyeong, que matou quatro soldados e dois civis, o governo sul-coreano reforçou o a presença militar nas cinco ilhas próximas à fronteira, no Mar Amarelo. Até então, na área estavam estacionados 4 mil soldados sul-coreanos.
Envolvidos e mediadores
A China, possível mediadora do conflito entre as duas Coreias, se disse preocupada com as manobras militares planejadas entre o governo do Sul e os Estados Unidos. A Coreia do Norte responsabiliza os norte-americanos pelo aumento da tensão entre os vizinhos asiáticos. Pyongyang afirma que o fim do conflito na península coreana teria fim somente se os Estados Unidos deixassem de proteger a Coreia do Sul.
O governo chinês disse temer que o treinamento militar conjunto entre os soldados norte-americanos e sul-coreanos, planejado para iniciar no próximo domingo, se transforme numa demonstração de força. "Recebemos informações relevantes que nos deixaram preocupados", disse o porta-voz do ministério chinês de Relações Exteriores, em Pequim.
O exercício militar coordenado entre Seul e Washington acontecerá a 110 quilômetros ao sul da ilha atacada, Yeonpyeong. O treinamento contará, inclusive, com o porta-aviões de propulsão nuclear USS George Washington.
Pressão de todos os lados
O governo norte-americano, por sua vez, aumentou a pressão sobre a potência asiática. "Nós precisamos incumbir a China de assumir mais responsabilidade sobre o comportamento da Coreia do Norte", disse um representante da Casa Branca. O ministro de Relações Exteriores chinês cancelou uma visita a Seul agendada para esta semana, alegando problemas de agenda.
Por outro lado, o primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, pediu cautela de ambas Coreias sem, no entanto, responsabilizar a Coreia do Norte pelo aumento da tensão na península. Jiabao também pediu o retorno das chamadas conversas entre seis nações, que tentam resolver a questão nuclear da Coreia do Norte e estão congeladas desde o final de 2008. Além das duas Coreias, as negociações incluem Estados Unidos, China, Rússia e Japão.
DW
Revisão: Roselaine Wandscheer


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Muito bom e simples seria se uma coalização entre Estados Unidos/Coreia do Sul conseguisse derrubar o governo comunista, todavia, certamente os sul-coreanos/americanos sabem que isso não será em nada fácil, mas é fundamental seguir a velha lógica: derruba o Kim e põe um outro general no poder, mais tendencioso ao lado capitalista.

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Chineses de olhos verdes seriam descendentes de Legião Romana 'pedida'




Moradores de uma remota vila no noroeste da China sempre acreditaram serem especiais, já que apresentavam características incomuns para outras pessoas da região, como olhos verdes e cabelos claros.
Agora um teste de DNA indica que eles são dois terços caucasianos e pesquisadores acreditam que eles são descendentes de uma legião romana que se perdeu há cerca de 2 mil anos durante uma guerra. As informações são do site do jornal Daily Mail.
O professor Homer Dubs, de Oxford, já havia sugerido nos anos 50 que os moradores da vila de Liqian poderiam ser descendentes de um grupo de soldados que se perdeu após a derrota do romano Crasso para os partos, na região onde hoje fica o Irã, em 53 a.C..


Os legionários teriam se unido aos hunos, que lutavam contra a China. Documentos oficiais chineses dizem que a vila foi fundada por soldados capturados em uma guerra contra os hunos em 36 a.C.. O resultado dos exames de DNA reforça a teoria de Dubs.


A teoria, contudo, recebe críticas. Yang Gongle, professor da Universidade de Pequim, afirma que a vila foi formada em 104 a.C., quase 50 anos antes do proposto pelo professor de Oxford.
Maurizio Bettini, da Universidade de Siena, na Itália, diz que enquanto não forem encontrados itens que liguem o local a Roma, como armas ou dinheiro romano, objetos comuns a legionários da época, não se pode fazer uma ligação com a legião romana.

Fonte: Terra - Via: Arquivo do Insólito, e também via Vinna



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segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Entrevista de Dom João: " O Brasil não é uma república de fato"

O Brasil elegeu uma mulher de esquerda como sua primeira presidente. Este fato representa um amadurecimento da democracia no país?
Uma questão é certa: o resultado dessa eleição presidencial mostrou que, no Brasil, não há um forte preconceito contra as mulheres. A eleição da primeira presidente foi positiva para a sociedade como um todo, pois mostra que ambos os sexos, desde que exista capacidade e preparação, podem ser eleitos democraticamente para gerir um país como o nosso. Agora, as pessoas não sabem que a imperatriz Leopoldina, esposa de d. Pedro I, foi a primeira mulher que chegou a exercer a chefia do estado no país. A princesa Isabel, tempos mais tarde, repetiu o exemplo e libertou os escravos, em 1888.

Passados 121 anos do fim da monarquia, qual a sua opinião sobre o conceito de república no Brasil atual?
Res publica, de acordo com a origem do termo, significa respeito ao patrimônio público. Você acha republicano chamar ladrões de alopradores? Você acha republicano ter no quadro político mensaleirosdeclarados? Se a população parar e refletir, vai chegar à conclusão que esse sistema está em crise. A corrupção tomou conta do governo. Os mensaleiros, por exemplo, estão todos soltos. Me diga um que esteja na cadeia? Nenhum. Mas eles não são os únicos aproveitadores da máquina pública. E os coronéis nordestinos, que depois de tantos anos, tantas notícias na mídia, ainda continuam se elegendo e formando um forte grupo dentro do Congresso e nos estados? É, por isso, que eu digo que o Brasil não é uma república. República é sinônimo de justiça, igualdade e cidadania. As monarquias da Suécia e Noruega são profundamente republicanas porque respeitam esses valores. Nesses países, o banqueiro frequenta o mesmo restaurante que um bancário. Por isso que eu digo que sou profundamente republicano.

Então, o Brasil precisa adotar o parlamentarismo e a monarquia numa possível reforma política?
Monarquia e república são sistemas políticos que funcionam bem em muitos lugares do mundo, os dois. No Brasil, a república começou nas mãos das elites insatisfeitas com a libertação dos escravos e com os militares com sede de poder. Ou seja, foi um sistema que já nasceu excludente e opressor. Antes de tudo, o que eu defendo hoje é o parlamentarismo. Mas, claro que não se muda um sistema político de uma hora para outra. Primeiro, o país deve se adaptar ao parlamentarismo. Depois dele implantado, é que vem a hora de decidir se vai funcionar com parlamentarismo republicano ou monárquico. É a partir do parlamentarismo que poderemos ter uma política mais saudável do ponto de vista ético. Tudo isso deve ser pensado e debatido. Pois, não somos de fato uma república, pois, ser republicano não é fazer conchavos eleitorais, nem dizer que em Cuba não existem prisioneiros políticos.

Muitos membros da realeza, em todo o mundo, se casam com parentes da própria nobreza, como duques e príncipes. Você acredita que esse tipo de casamento afasta a monarquia da realidade das classes populares?
A rainha da Inglaterra tem parentes em casas reais na Alemanha, na Espanha e França. O mesmo acontece com os membros da família real da Espanha, que, por sua vez, têm parentesco direto com casas reais da Grécia, por exemplo. E isso não impede que essas pessoas sejam altamente populares em seus países. O próprio d. Pedro II, no século 19, tinha como um dos parentes o rei de Portugal. Agora, me diga se existiu uma pessoa mais brasileira que ele? O nosso imperador falava tupi e guarani, percorria esse país de Norte a Sul. Eu mesmo viajo por todo o Brasil e as pessoas vêm me contar relatos dessa brasilidade de d. Pedro II. Ele fazia questão de ir pessoalmente às escolas para ver como andava as condições de ensino, abria cadernetas de frequência, procurava saber com o professor por que aquele estudante estava faltando às aulas. Não existe esse afastamento, o imperador era, antes de tudo, o chefe do país.

Se havia essa aproximação de d. Pedro II com a população, por que ele e a família imperial seguiram para o exílio na Europa quase 24 horas após a Proclamação da República?
O que havia era o medo da popularidade de d. Pedro II. A família imperial do Brasil, aí já falo dos descendentes do imperador, foi a protagonista do maior exílio da história do país. Foram mais de 30 anos de exílio, entre os anos de 1889 a 1922. Os governos republicanos que sucederam o primeiro presidente, o Marechal Deodoro, tinham medo da relação da princesa Isabel com os escravos. Ao contrário de muitos políticos de hoje, d. Pedro II morreu pobre num hotel de Paris, em 1891, e documentos comprovam isso. Assim que o golpe da República foi consumado, o governo provisório ofereceu uma pensão ao imperador. Ele se recusou a receber e disse: "Como eu posso aceitar dinheiro do Brasil sem estar servindo ao meu país?". Me diga qual político hoje negaria uma pensão do Estado? É isso que falta hoje no sistema republicano. As pessoas se aproveitam de cargos públicos para satisfazer desejos pessoais ou mesmo praticar atos ilícitos. Democracia é você saber ouvir o outro, debater. E d. Pedro II fez isso muito bem. Umadas provas é que ele coordenou o maior número de ministérios da história do país, em 49 anos de reinado, com debate público. Se você analisar esse período de governo, vai notar que os liberais e conservadores passaram quase o mesmo tempo no poder. Isso nós não temos hoje, que é formar um estado democrático, com alternância de pensamento e ideologias no poder. Só conseguimos isso com muito diálogo. Infelizmente, parece que essa qualidade anda faltando em nossos quadros políticos.

A família imperial do Brasil arrecada um imposto sobre a venda e compra de imóveis em Petrópolis, que na época do plebiscito de 1993 girava em torno de US$ 300 mil. Como é administrado esse patrimônio?
O ramo de Petrópolis, que é uma parte dos descendentes do imperador d. Pedro II, é que recebe esse dinheiro. São os filhos de d. Pedro Gastão (antigo chefe da família imperial) que recebem o laudêmio. Eu mesmo não fico com nada. Pois, meu pai, o príncipe d. João Maria (neto da princesa Isabel) vendeu suas ações há muito tempo porque não rendiam muita coisa. Se fosse para depender apenas desse dinheiro, eles não teriam nada. Pois, além de pouco, eles pagam impostos em cima do valor e boa parte desse dinheiro é para a manutenção do patrimônio histórico da família imperial, em Petrópolis, pagando funcionários que cuidam dos arquivos e documentos históricos da cidade e na preservação da antiga casa da princesa Isabel e do palácio do Grão-Pará (residência oficial da família imperial do Brasil localizada atrás do Museu Imperial, em Petrópolis).

Alguns personagens da família imperial foram caricaturados pela história nacional como mulherengos, a exemplo de d. Pedro I, ou bobões, como d. João VI. O senhor acredita que esses conceitos podem mudar?
Essa imagem já vem mudando por conta das comemorações dos 200 anos da chegada da corte ao Brasil, no ano de 2008. Hoje, os historiadores avaliam que d. João VI foi o verdadeiro responsável pela unidade política no país. É bom frisar que é nesse período que o Brasil passa a existir como nação. Agora, também é bom mencionar que d. João VI foi o responsável pela realização de um antigo projeto de Portugal. Pois, como sempre foi um país minúsculo dentro da Europa, havia necessidade de ampliar seus domínios pelo mundo. O projeto de transferir a sede administrativa de Portugal para o Brasil é uma ideia que vem desde os tempos do Marquês de Pombal. Foi d. João VI que pôs em prática a criação do império do Ocidente. 

Os conflitos do Saara Ocidental

Do Ex-blog do César Maia

1. A Argélia apoia a independência do Saara Ocidental, com o nome de República Democrática do Saara, enquanto o Marrocos o considera seu território. O Saara Ocidental é um território de 266.000 km2, com cerca de 500.000 habitantes, que tem, dentre seus recursos naturais, os mais ricos depósitos de fosfato no mundo.

2. Antiga colônia espanhola (Rio de Oro, entre 1905 e 1924) e província espanhola (até 1975), nunca teve seu processo de descolonização terminado. Em 1975, a Espanha cedera aqueles territórios ao Marrocos e à Mauritânia. Em 1979, a Mauritânia deles se retirara, enquanto boa parte foi ocupada pelo Marrocos. De acordo com resolução da ONU, a situação do Saara Ocidental está pendente da celebração de um referendo para a autodeterminação ou a junção daquele território ao Marrocos, que o ocupa parcialmente desde 1976. O Governo marroquino apenas admite a transformação do Saara Ocidental num território com ampla autonomia, mas debaixo de sua soberania.

3. É importante notar que, dentre os países da América Latina e do Caribe, apenas o Brasil e Bahamas não tomaram posição sobre o assunto.

sábado, 20 de novembro de 2010

Formação espiritual de médicos

"Spiritual Care" é uma matéria obrigatória na Universidade de Munique que visa ajudar os médicos a prestarem assistência espiritual e psicológica para pacientes terminais.


Durante um curso de medicina, os futuros médicos aprendem muito sobre doenças e seus tratamentos. Mas o que faz um médico quando um paciente não pode mais ser curado? Ou seja, quando não se trata apenas de assistência médica, mas de apoio emocional?
Pacientes têm direito à assistência espiritual
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), todo paciente terminal tem direito a ajuda médica, psicológica e espiritual. Mas este último aspecto ainda é pouco explorado.
"Tornar médicos jovens e mesmo os mais experientes aptos a prestar assistência espiritual é visto por nós hoje como uma tarefa da medicina", afirma Eckhard Frick, professor da Universidade Ludwig Maximilian, de Munique. Juntamente com o colega de trabalho Traugott Roser, ele criou a primeira disciplina obrigatória de "Spiritual Care" da Alemanha.
Um projeto singular na Europa
Com a cátedra "Spiritual Care", a Universidade em Munique é a única da Europa que cumpre a exigência da OMS. Em salas de leitura, grupos de discussão e seminários, os alunos debatem temas como luto, assistência psicológica e espiritualidade.
Professor Traugott Roser, da Universidade de MuniqueBildunterschrift: Großansicht des Bildes mit der Bildunterschrift:  Professor Traugott Roser, da Universidade de Munique A disciplina é ministrada em cooperação com as faculdades de Teologia e Ciências Sociais da Universidade de Munique.  A disciplina está associada à medicina paliativa – uma matéria do curso de medicina que se concentra em pacientes com doenças em estágio avançado e expectativa de vida limitada.
Desde 2009, a medicina paliativa é obrigatória nos cursos de medicina. Sua prioridade é melhorar a qualidade de vida dos pacientes e de suas famílias. Isso inclui responder a questões sobre, por exemplo, o sentido da vida.
Ateus também têm orientação espiritual
Ao contrário dos capelães em hospitais, que trabalham pela igreja, os dois professores exercem suas atividades em nome da faculdade de medicina e trabalham com todas as confissões, embora sejam mais explorados os fundamentos do Cristianismo e do Judaísmo.
De acordo com Frick, mesmo um ateu tem uma orientação espiritual, o mais tardar quando ele se depara com a finitude de sua vida.
O aspecto mais importante: a fonte de energia
"Spiritual Care" exige que os médicos não deem respostas padrão. O paciente deve ser o mais importante. "Procuramos estabelecer um diálogo sem estipular que ele deva pensar isso ou fazer aquilo", afirma o médico que ensina Antropologia Psicossomática. Os futuros profissionais precisam, logo no início do tratamento, encontrar as fontes de energia de seus pacientes, explica.
Música pode trazer conforto para os pacientesBildunterschrift: Großansicht des Bildes mit der Bildunterschrift:  Música pode trazer conforto para os pacientesTal fonte que muitos religiosos entendem como Deus varia bastante para cada pessoa. A visita de amigos, por exemplo, pode ser uma fonte de energia, assim como uma música de Mozart – um artista que desde muito jovem se deparou com a morte. "Mozart também teve uma orientação espiritual, que pode ajudar as pessoas nos dias de hoje", afirma Eckhard Frick.
Ceticismo dos colegas
Alguns colegas médicos veem com ceticismo a mescla entre espiritualidade e medicina e muitos descrevem o trabalho de Eckhard Frick e Traugott Roser como uma disciplina irrelevante. "Spiritual Care", também conhecida como "disciplina experimental", terá cinco anos para se afirmar, tempo assegurado pelo financiamento.
Autora: Gollmer Anggatira (mda)
Revisão: Roselaine Wandscheer

DW

Breve história da perseguição ao protestantismo no Brasil

As primeiras informações que retratam de forma efetiva a perseguição religiosa no Brasil se remota a 1557, quando os huguenotes (calvinistas franceses) chegaram ao Rio de Janeiro com o propósito de ajudar a estabelecer um refúgio para os calvinistas perseguidos na França.

Em 10 de março de 1557,
os protestantes franceses celebraram o primeiro culto evangélico do Brasil e no dia 21 de março celebraram a primeira Santa Ceia. Todavia, pouco tempo depois Villegaignon entrou em conflito com as calvinistas acerca dos sacramentos e os expulsou da pequena ilha em que se encontravam. Alguns meses depois, os colonos reformados embarcaram de volta para a França. Quando o navio ameaçou naufragar por excesso de passageiros e por ter pouca comida, cinco deles resolveram regressar. Esses cinco se sacrificaram em favor dos seus irmãos na fé. Assim que chegaram em terra foram presos: Jean du Bordel, Matthieu Verneuil, Pierre Bourdon, André Lafon e Jacques le Balleur. Pressionados por Villegaignon, foram obrigados a professar por escrito sua fé, no prazo de doze horas, respondendo uma série de perguntas que lhes foram entregues. Eles assim o fizeram, e escreveram a primeira confissão de fé na América, sabendo que com ela estavam assinando a própria sentença de morte. Essa maravilhosa declaração de fé é conhecida como a "Confissão de Fé da Guanabara" (1558). Em seguida, os três primeiros foram mortos e Lafon, o único alfaiate da colônia, teve a vida poupada. Os mártires do evangelho foram enforcados e seus corpos atirados de um despenhadeiro. Balleur fugiu para São Vicente, SP, foi preso e levado para Salvador (1559-67), sendo mais tarde enforcado no Rio de Janeiro, quando os últimos franceses foram expulsos.

Quase 100 anos depois
, os holandeses criaram a Companhia das Índias Ocidentais com o objetivo de conquistar e colonizar territórios da Espanha nas Américas, especialmente uma rica região açucareira: o nordeste do Brasil. Em 1624, os holandeses tomaram Salvador, a capital do Brasil, mas foram expulsos no ano seguinte. Finalmente, em 1630 eles tomaram Recife e Olinda e depois boa parte do Nordeste. Neste periodo João Maurício de Nassau-Siegen, que governou esta região entre 1637 a 1644, concedeu uma boa medida de liberdade religiosa aos residentes católicos e judeus. Sob os holandeses, a Igreja Reformada era oficial. Foram criadas vinte e duas igrejas locais e congregações, dois presbitérios (Pernambuco e Paraíba) e até mesmo um sínodo, o Sínodo do Brasil (1642-1646). Mais de cinquenta pastores ou "predicantes" serviram essas comunidades. A Igreja Reformada realizou uma admirável obra missionária junto aos indígenas. Além de pregação, ensino e beneficência, foi preparado um catecismo na língua nativa. Outros projetos incluíam a tradução da Bíblia e a futura ordenação de pastores indígenas. Em 1654, após quase dez anos de luta, os holandeses foram expulsos, transferindo-se para o Caribe. Os judeus que os acompanhavam foram para Nova Amsterdã, a futura Nova York.

Desde então,
não se sabe de relatos de cultos protestantes no Brasil. No entanto, com a chegada da família real a terras tupiniquins e com a abertura dos portos as nações amigas, as confissões protestantes começaram paulatinamente a chegar ao país. Os Anglicanos chegaram em 1811, os luteranos em 1824, os Congregacionais em 1855, os presbiterianos em 1859, e os batistas em 1871. Todavia, em virtude da constituição de 1824 outorgada por D. Pedro I, que afirmava ser o catolicismo romano a religião oficial do Brasil, os protestantes não possuiam direito a cultos públicos em lingua portuguêsa, além é claro de não terem permitidos a construção de templos com aparência religiosa.

Já no governo de Dom Pedro II , (mesmo o imperador possuindo uma grande simpatia pelos protestantes), não era nada fácil afirmar publicamente a fé nos pressupostos cristãos, mesmo porque, a religião oficial do Estado imprimia forte perseguição religiosa aos evangélicos.

Com a Proclamação da República,
o Estado Brasileiro deixou oficialmente de ser Católico Romano permitindo assim com que os protestantes tivessem direito a culto. Todavia, como não poderia deixar de ser, a maioria da população ainda desenvolvia um significativo preconceito para com aqueles que se diziam cristãos protestantes. A consequência direta disso foi a aniquilação de inúmeras templos evangélicos, que de forma covarde foram destruidos pelo fogo. Dentre estes, encontra-se a 1ª Igreja Batista de Niterói, que em 14 de abril de 1901, teve seus móveis, púlpito, pertences e diversos utensílios queimados em plena rua, além de sua sede destruída.

Durante a primeira metade do século XX,
os crentes em Jesus foram estigmatizados e denominados pelo clero romano como hereges sofrendo por conseguinte ofensas morais, onde atributos pejorativos lhes eram destinados. Junta-se a isso, o fato de que muitos por causa da sua crença sofreram no corpo agressões físicas por não professarem a fé dos sacerdotes romanos. Na segunda metade do século XX a perseguição se deu de forma velada mediante os meios de comunicação que a todo custo vendiam a sociedade brasileira a imagem de uma igreja burra, ignorante e manipuladora da fé alheia.

Caro leitor, a constituição de 1988 nos garante liberdade de fé e religião
. O artigo 5º da Carta Magna diz que ´"É inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias." Todavia, os cristãos evangélicos correm o risco de sofrerem novas perseguições substanciais em virtude do projeto de lei 122 que tramita na Congresso Nacional que se aprovado irá criminalizar àqueles que manifestam suas opiniões religiosas contrárias ao casamento gay.

Vale a pena ressaltar que a fé protestante não defende a homofobia.
Na verdade, nós cristãos-evangélicos somos contrários a todo tipo de violência física condenando veementemente aqueles que atentam contra a vida de quem quer que seja. Todavia, acreditamos também que possuímos o direito irrevogável e constitucional de expor publicamente nossa fé conforme claramente afirma a nossa carta magna.

Isto posto,
oro ao Senhor nosso Deus que estenda a mão sobre o Brasil livrando a sociedade brasileira de uma lei que sem sombra de dúvida promoverá mais uma severa perseguição religiosa no Brasil.

Soli Deo Gloria!


***
Renato Vargens é pastor, escritor com 12 livros publicados e colunista no Púlpito Cristão

Pequenas pátrias

AUGUSTO COMTE - Filósofo


"Quanto menores as pátrias tanto mais vantagens tirarão os elementos
constitutivos do regime sociocrático: - para o sacerdócio nascem maiores
possibilidades de influir nos governos, impedidos pelo seu curto raio de
ação de usurparem as atribuições espirituais; para o patriciado, isto é, as
classes dirigentes, porque poderão impor mais respeito à própria autoridade,
sentida e observada de perto em sua origem e atos; e, por derradeiro, sobra
aos proletários a conveniência de mais facilmente evitarem a opressão,
regularizando a fiscalização do poder. Assim se manifesta ao pintar o quadro
do futuro humano, rigoroso nas afirmativas. Os homens, já libertados de suas
inclinações inferiores, grupar-se-ão em pequenas nacionalidades
independentes".*


Via: Lista "O Sul é o meu país"

Reversal nicaraguense

WILLIAM WALKER E HUGO CHÁVEZ, 155 ANOS DEPOIS!

1. O jornal Haaretz, de Israel, especula que a recente disputa entre Costa Rica e Nicarágua pela Ilha Calero, no rio San Juan, é um sinal de um ambicioso plano da Venezuela, Irã e Nicarágua de construir um canal interoceânico em solo nicaraguense que rivalize com o Canal do Panamá. O jornal panamenho La Estrella (18) repercutiu a matéria junto ao presidente Ricardo Martinelli, do Panamá, que se mostrou despreocupado. Mas -se por acaso- reiterou seu apoio à Costa Rica nesse conflito com a  Nicarágua. E sublinhou:  "Não podemos permitir, como latino-americanos, que nenhum país invada o outro de maneira alegre mandando suas tropas para território alheio. A ONU e a OEA são os fóruns adequados para se negociar essas diferenças. "

2.  Vamos à origem de tudo. Em 1853, William Walker, médico, advogado, jornalista, escravocrata, formou uma milícia e entrou pelos estados mexicanos da Baixa Califórnia e Sonora, declarando-se presidente da República, rompendo os termos do acordo de paz entre EUA-México pós-guerra de 1848. Sem apoio e processado por ter rompido o tratado de paz, retornou em 1854.

3.  A guerra civil na Nicarágua entre o partido democrático -com base no norte em León-, e o partido legitimista -com base no sul em Granada- estimulou o partido democrático a chamar a milícia de William Walker para apoiá-lo. Com inicialmente 58 homens, Walker chegou à Nicarágua. No campo de batalha no sul e um impasse militar, terminou levando Walker a ser aceito como general comandante do exército. Não demorou muito para que num golpe de mão, assumisse a presidência como ditador. Reestabeleceu o escravagismo e o inglês como língua oficial. A imprensa americana aplaudiu e legitimou-o e o governo do presidente dos EUA, Franklin Pierce, ficou neutro a respeito.

4. O magnata Cornélio Vanderbilt, vendo a oportunidade aberta, criou a Companhia do Canal e de Trânsito, e com engenheiro francês desenhou o Canal da Nicarágua, 50 anos antes da construção  do Canal do Panamá. Vejamos o trajeto.  O rio San Juan tem dois momentos. O rio San Juan del Norte, que vem do Caribe-atlântico, e o San Juan del Sur, que deságua no Pacífico. Entre os dois, o enorme Lago da Nicarágua com 8.624 km2. O projeto do canal era perfeitamente viável. Mas Walker decidiu achacar Vanderbilt e pediu a fortuna de 412 mil pesos para autorizar. Com a negativa, decretou em 18/02/1856 o confisco dos navios e propriedades da empresa de Vanderbilt na Nicarágua.

5. A Costa Rica declarou guerra a Walker e, em seguida, com Honduras e El Salvador constituíram um exército coordenado. Derrotaram Walker, que fugiu para os Estados Unidos. Recebido como herói, se entusiasmou, armou uma milícia maior que a inicial e retornou. Mais uma vez derrotado, tentou uma terceira vez. Com a ajuda dos ingleses, o exército hondurenho o prendeu e fuzilou. Seu corpo está enterrado em Honduras.

6. O projeto de Vanderbilt foi abandonado pela instabilidade permanente na região.

7. O projeto Chávez, Ortega, Ahmadinejad, reproduz o projeto Vanderbilt. É tecnicamente possível e avaliado em pelo menos 10 bilhões de dólares. Por isso, o aval do Irã. Mas para que seja viável teria que usar parte do território de fronteira com a Costa Rica e, no caso, uma parte do próprio território da Costa Rica. Daí a ocupação -manu militari- que Ortega realizou, iniciando a dragagem de um trecho sob a direção do ex-comandante guerrilheiro  Eden Pastora (até aqui adversário de Ortega).

8. Veja: Mapa da região. Foto de Maia no lago da Nicarágua. Foto de Maia em Granada visitando o museu com o quadro de Walker. Foto de Maia com Eden Pastora mostrando sua foto na guerrilha.  (Fotos de novembro de 2006).

BLOG DO CESAR MAIA

DEM admite saída de Kassab da legenda

Dirigentes do DEM já admitem que será difícil impedir que o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, deixe o partido rumo ao PMDB, a partir do próximo ano. O prefeito conversou sobre o assunto no último feriado, em São Paulo, com o vice-presidente eleito e presidente nacional do PMDB, deputado federal Michel Temer (SP). O movimento, que não é confirmado oficialmente pelo prefeito, juntaria dois objetivos comuns. Kassab quer um partido com maior densidade do que o DEM para ter força para influir diretamente na sua sucessão na prefeitura no próximo ano e também para poder concorrer com chances ao governo de São Paulo em 2014. O PMDB não existe mais em São Paulo, elegeu só um deputado federal, mas devido à sua força nacional tem o maior tempo para campanha eleitoral pela televisão. Com o ingresso de Kassab, o PMDB paulista sairia do nada para o controle da maior capital do País. Os peemedebistas entendem que uma eventual entrada de Kassab pode ainda reforçar o projeto nacional de dar musculatura à legenda com a entrada de lideranças novas. Além de Kassab, o prefeito de Campinas, Doutor Hélio, poderia também trocar o PDT pelo PMDB. Os políticos brasileiros estão complemente delirantes, em crise esquizofrênica, incapazes de estabelecer um contrato com o mundo real. 


Morre em 20 de novembro de 1975 Francisco Franco

"Francisco Franco, sempre presente", ressoaram em coro os membros do partido falangista no dia do funeral de seu eterno mentor.

Durante a madrugada do dia 20, morreu o ditador espanhol Francisco Franco, aos 82 anos de idade, após passar um mês internado em um hospital em Madri para tratar de múltiplas doenças. Debilitado havia dois anos, Franco deixou registrado um testamento político no qual indicava o Príncipe Juan Carlos, da dinastia dos Borbóns, como seu sucessor. Apesar de livrar a Espanha dos 39 anos de ditadura caudilhista de inspiração fascista, a transferência do poder militar para o monárquico tampouco faria da Espanha uma nação livre e democrática.

Como previsto no testamento político, assim que foi constatada a morte do ditador, o Príncipe Juan Carlos assumiu o governo como Rei, dotado de poderes limitados e submetido a violentas pressões antagônicas: de um lado, os falangistas, que exigiam a continuidade absoluta do regime franquista; do outro, grupos de oposição que reclamavam uma abertura democrática e liberal como meio de evitar uma nova guerra civil. Esse antagonismo político gerou uma grave crise econômica e social que desembocou num processo de redemocratização exatamente um ano depois.

Francisco Franco assumiu como Chefe de Estado supremo da Espanha ao término da Guerra Civil (1936-1939), dentro da qual liderou o grupo conservador e rebelde formado majoritariamente por militares, que se insurgira contra o regime político então vigente. Na guerra, Franco e os rebeldes receberam apoio militar e financeiro da Alemanha e Itália totalitárias, criando desde já uma identificação com estas formas de governo. Durante a Segunda Guerra, o generalíssimo retribuiria a ajuda das nações fascistas européias atuando à margem do maior conflito bélico da história.

Quando a guerra acabou, Franco sofreu pressões da ONU e dos Estados Unidos para iniciar um processo de redemocratização, mas seu apoio à luta contra o comunismo no terceiro mundo fez com que seu governo fosse reconhecido pela opinião internacional, no fim da década de 1950.

Em sua gestão, Franco concentrou em suas mãos todos os poderes de Estado, todas as funções governamentais e o poder absoluto de estabelecer normas jurídicas de caráter geral, facilidades que lhe conferiam a capacidade de fazer e desfazer tudo de acordo apenas com seu arbítrio, sem consultar ninguém.

Em seu governo, a Espanha chegou a um ponto alto de desenvolvimento , embora permanentemente enrolada em uma camisa-de-força. Em 1936, quase 40% dos espanhóis eram analfabetos: percentagem reduzida a 7% no ano de sua morte. Além dos avanços na educação, a dinamização da economia reduziu a inflação, aumentou a renda per capita dos cidadãos, assim como o PIB do país.

"O povo espanhol não é um povo morto é, ao contrário, um povo alerta, que sabe o valor das forças guardiãs da ordem pública, a suprema garantia da unidade oferecida pelas forças de Terra, Mar e Ar, apoiadas na vontade da nação e fiadoras de sua tranqüilidade. Está evidente que, hoje, ser espanhol, significa ser alguma coisa no mundo inteiro. Viva Espanha!", encerrara Franco seu último discurso à nação, no dia 1 de outubro de 1975, um dia após ter ordenado o fuzilamento de cinco antifranquistas.

Jornal do Brasil

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

A extinção do PMDB paulista

A ESTRANHA HISTÓRIA DA EXTINÇÃO DO PMDB DE S. PAULO!

1. Caso único foi a extinção do PMDB de SP nesta eleição de 2010. Único porque estando associado ao governo federal, com candidato a vice-presidente e ao mesmo tempo presidente nacional do PMDB, o partido elegeu apenas um deputado federal.

2. A história do PMDB-SP se bifurca em antes e depois da crise de 1986. Montoro, governador, designou Covas prefeito contra a opinião de Quércia. Em 1983, Montoro levou Fernando Henrique Cardoso a presidente do PMDB-SP. Mas o grupo Montoro perdeu a designação para governador de SP em 1986, vencida por Quércia, que se elegeu governador.

3. Na Constituinte de 1987-1988, a ruptura do PMDB de SP ficava clara. Antes mesmo de ser encerrada a constituinte, em maio de 1988, a dissidência montorista do PMDB-SP se apresenta como partido: o PSDB. Em 1990 o grupo Quércia ainda vence a eleição para governador com Fleury. A partir daí as curvas se invertem: o PSDB-SP ascende e o PMDB-SP entra em curva descendente.

4. O falecimento de Ulysses Guimarães, em outubro de 1992, eliminou os conflitos com os autênticos. Em 2002, a candidatura do PSDB de Serra, ao atrair o que chamavam de resquícios do PMDB autêntico de Ulysses para vice, resultou em nada. Em 2006, o PMDB elege a maior bancada nacional à câmara de deputados. De SP, apenas 7%, ou 6 deputados federais.

5. Em 2010, o PMDB-SP tem sua pior performance histórica. Com a doença de Quércia e a eleição de Temer para vice-presidente, o PMDB-SP foi, na prática, extinto. O espólio é valioso: vácuo de liderança partidária regional, participação no governo federal, e segundo tempo de TV.  Como diz a tradição -na política não há vácuo- a oferta e a demanda pelo controle do PMDB-SP seriam inevitáveis. E já está em curso.

Ex-Blog do  César Maia
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Outras repercuções sobre o mesmo assunto:
Lauro Jardim - Veja


O resultado das eleições parlamentares reacendeu as discussões no PMDB sobre a situação do diretório paulista do partido. Motivo: a sigla só elegeu um deputado federal no maior colégio eleitoral do país.
Uma ala da legenda passou a defender com mais veemência uma intervenção no diretório paulista. Outra acredita que o movimento não pegaria bem num momento em que Orestes Quércia enfrenta graves problemas de saúde.

Executiva Democrata rechaça ideia de fusão

O DEM descartou nesta terça-feira a fusão do partido com o PMDB ou o PP, articulada por setores do partido depois do mau desempenho da sigla nas eleições de outubro. Em decisão tomada pela executiva nacional, os democratas decidiram permanecer na oposição e fixaram um prazo para que o presidente, deputado federal Rodrigo Maia (DEM-RJ), apresente até dezembro um "plano de revitalização" do DEM, em uma estratégia para tentar antecipar sua saída do comando do partido. Parte da executiva defende que o DEM realize novas eleições para a presidência do partido antes de outubro, quando terminam os prazos de filiações para as eleições municipais. Parte dos democratas decidiu pressioná-lo depois que Rodrigo Maia prorrogou seu mandato, que terminaria em dezembro, até o final de 2011. Ele está no cargo desde 2007. "Na minha cabeça, esse processo de revitalização passa por antecipar as eleições nos três níveis, municipal, estadual e federal, dentro do partido", disse o senador Demóstenes Torres (DEM-GO). Rodrigo Maia não participou do encontro porque está em Washington (EUA) acompanhado de uma delegação de deputados federais. Ex-presidente do DEM, Jorge Bornhausen disse que o momento é de mudanças para que a sigla possa se renovar a tempo de disputar com peso as eleições municipais de 2012: "Temos que fazer o dever de casa onde ele não foi feito. Quando dissolvemos diretórios regionais em 2007, eram para novos serem formados. Mas nem todos fizeram. Continuamos a ter no partido setores cartoriais que existem até hoje". A estratégia do DEM é aumentar o número de candidatos em 2012 para que o partido tenha maior capilaridade no País. Sobre a possibilidade do DEM se fundir a outro partido, Rodrigo Maia disse que a reunião da executiva "extirpou o câncer" da possibilidade do DEM se unir a outra sigla. "A tese da fusão foi rechaçada por unanimidade. Isso fortalece o partido. Como seria possível convidar alguém para ir para um partido que poderia acabar?", questionou ele. A fusão vinha sendo articulada pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, que também consultou aliados sobre a hipótese de filiação ao PMDB, como alternativa para disputar o governo do Estado em 2014. Borhnausen disse que a discussão sobre a fusão está "sepultada", uma vez que não chegou a existir formalmente: "Kassab está absolutamente integrado. Estão todos imbuídos no mesmo sentimento de revitalização". Em nota, o presidente em exercício do partido, deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), afirmou que a decisão da executiva é permanecer como um partido de oposição ao governo petista: "Tão legítimo quanto o exercício do governo é o exercício da oposição. Um país sem espaço para o contraditório não é democrático".

Via Vide Versus

Fidel Castro defende participação brasileira permanente no Conselho de Segurança da ONU

O líder cubano Fidel Castro criticou o presidente americano, Barack Obama, por oferecer "como um rei mago" cadeiras no Conselho de Segurança da ONU, e defendeu a presença permanente do Brasil no órgão de decisão das Nações Unidas.
Em um artigo publicado nesta segunda-feira, Fidel destaca que Obama, em sua recente visita à Ásia para as reuniões do G20 e da Apec (Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico), declara que Japão deve ocupar um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU, e promete apoiar a Índia na mesma direção.
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj10pihcrx-m4kgagDrJgrLfgPM65QBKzZU-VEFKZaScklmBFYYiISJALrm8XISLQ0jNvDwvpg2dLuoFTsQCfq-298nraQOPhScTvNl3zzkvUMRtl3wc0GiTO6P6lQrV5hRYsQ1pEeEdbcL/s1600/castro_fidel.jpg
"Obama, como um rei mago, anda distribuindo postos no Conselho de Segurança das Nações Unidas, como se a ONU fosse propriedade sua. Quanto tempo ele acredita que pode manipular o mundo desta forma?"
"Ignoro se tão generoso oferecimento" também foi feito ao Brasil, que deveria representar a América Latina e, inclusive, a África no Conselho de Segurança da ONU.
Segundo Fidel, a credibilidade dos Estados Unidos está moribunda: "quando um doente está muito grave, é prática da Igreja Católica, depois da confissão, dar a extrema-unção, e foi isto o que ocorreu com a credibilidade dos Estados Unidos nas reuniões (...) do G20 e da Apec".
"A partir de agora, não sabemos o que vem, mas talvez seja um enterro cristão ou a cremação da absurda ilusão de que é possível manter um sistema social incompatível com a vida da humanidade", como o que Obama defende para o mundo.
A reunião do G20 sobre a guerra cambial e a crise econômica mundial terminou com "um final feliz, como nos filmes do velho oeste que vinham de Hollywood quando éramos colegiais, e este bla, bla, bla ganhou o Oscar", ironizou Fidel.

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Comento:
Fidel do jeito que está deveria estar preocupado em escolher a cor do seu caixão e não com política externa. O momento desse ditador já passou há muito...

Cinema Integralista


Do blog "Construindo a História Hoje"

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Valdenses

A parte da história da igreja que não foi devidamente contada.
Os Valdenses
"O Israel dos Alpes"


Durante toda a Idade Média, numerosos grupos de irmãos se separaram da Cristandade oficial para procurar uma forma de cristianismo mais puro e apegado à simplicidade evangélica. Já vimos o alto preço que deveriam pagar muitos deles por causa da sua fidelidade à Palavra de Deus. O caminho da fé foi regado com o sangue do seu martírio.

Na Europa ocidental, cátaros e albigenses cresciam, especialmente na França e Espanha. E nos vales alpinos do norte da Itália e no sul da Suíça, prosperaram por vários séculos um grupo de irmãos de características singularmente especiais a quem a história designou com o nome de Valdenses.

Suas origens

Embora estreitamente aparentados com os albigenses, a sua origem parece remontar-se a uma época anterior. A antigüidade dos Valdenses é testemunhada por várias fontes, tanto internas como externas ao movimento, e também por algumas características muito particulares de sua fé e práticas. O inquisidor Rainero, que morreu em 1259, escreveu: "Entre todas estas seitas... a dos leonistas (leia-se Valdenses).. foi a que por mais tempo tem existido, porque alguns dizem que tem perdurado desde os tempos de Silvestre (Papa em 314-335 DC), outros, do tempo dos apóstolos". Marco Aurelio Rorenco, pároco de São Roque em Turin, em seu reconto e história dos mesmos, escreveu que os Valdenses são tão antigos que não se pode precisar o tempo de origem. Além disso, os próprios Valdenses se consideravam muito antigos e originavam a sua fé dos tempos apostólicos.

Outra evidencia a favor da sua antigüidade é a sua relativa falta de antagonismo para a cristandade oficial, diferente de outros grupos (incluindo albigenses) que se separaram dela como uma reação contra os seus enganos. Os Valdenses se caracterizavam por uma atitude mais tolerante, pois estavam dispostos a reconhecer que havia muitos homens que caminharam e ainda caminhavam com Deus ali. Por isso, mais adiante e quando entraram em negociações com os Reformadores, mostraram-se dispostos a reconhecer o que tinha de bom dentro da igreja organizada, o qual estes últimos rejeitaram completamente.

O reformador suíço Guillermo Farell se lamentava, por exemplo, da falta de rigor e concordância com as doutrinas protestantes mais duras e anticatólicas, entre os Valdenses com quem entrou em contato. Em uma de suas cartas se queixa desta "característica" que ele atribuía ao declínio espiritual do movimento, sem perceber a longa história espiritual que existia atrás dela.

Na verdade, embora seja impossível precisar o seu início, é provável que fossem em seu núcleo essencial um remanescente que se separou da cristandade oficial rejeitando a união da igreja e o estado, depois da ascensão de Constantino em 311 DC (por ex: os novacianos). Alguns deles puderam ter emigrado para os remotos e isolados vales alpinos, onde conservaram intactas por muitos séculos a sua fé e pureza evangélicas, alheios a todas as controvérsias e lutas posteriores. Embora mais adiante tivesse estreita comunhão com outros grupos de irmãos perseguidos.

De fato, os numerosos irmãos perseguidos, conhecidos pelos diferentes nomes que lhes eram dados por seus perseguidores, chegaram, com o tempo, a constituir um testemunho unido e de vasto alcance, fora da cristandade organizada. Graças aos escritos que os Valdenses conseguiram perdurar apesar da perseguição. E hoje podemos saber que aqueles grupos de irmãos, unidos por estreitos laços de comunhão, não eram absolutamente hereges gnósticos ou maniqueus, tal como pretendiam os que os perseguia e matavam, mas sim verdadeiros crentes ortodoxos em sua fé e bíblicos em suas práticas. Assim o Papa Gregório IX declarava: "Nós excomungamos e anatematizamos a todos os hereges, cátaros, patarinos, Homens Pobres de Lion (Valdenses), arnaldistas... e outros, qualquer que seja o nome pelo qual são conhecidos, já que têm de fato diferentes rostos, mas estão unidos por suas caldas e se reúnem no mesmo ponto, levados por sua vaidade".

Também o inquisidor Davi de Augsburgo reconhecia o fato de que em princípio as seitas, que resistiam juntas na presença dos seus inimigos, "eram uma só seita".

Pedro de Valdo

Um dos homens mais conhecidos e destacados entre eles foi Pedro de Valdo, um bem-sucedido comerciante e banqueiro de Lion que, depois de uma atenta leitura da Bíblia foi impactado profundamente pelas palavras do Senhor em Mateus 19:21, "Se quer ser perfeito, vai, vende tudo o que tem e dá-o aos pobres e terás um tesouro no céu; e depois vêm e segue-me". Em conseqüência, em 1173 deu uma boa quantidade da sua fortuna a sua esposa, repartiu o resto aos pobres e se entregou a uma vida itinerante de pregação. Outros companheiros se uniram a ele e viajaram juntos pregando do mesmo modo. Foram chamados 'Os Homens Pobres de Lion'. Em 1179 pediram ao Papa Alexandre III uma licença especial para continuar com os seus trabalhos, mas esta foi negada. Mais adiante foram inclusive excomungados.

Pedro de Valdo entrou em íntima relação com os Valdenses dos vales alpinos, e, possivelmente por essa razão, muitos historiadores o consideraram erroneamente o seu fundador, depois de observar a aparente coincidência entre o seu sobrenome 'Valdo' e o nome 'Valdenses'. Mas este suposto vem senão do costume de querer ver um fundador ou líder na origem de todo movimento espiritual. De fato, o nome 'Valdenses' parece derivar-se melhor do francês 'Vallois' (pessoas dos vales), que aparece em muitos manuscritos anteriores a Pedro de Valdo.

No entanto, De Valdo chegou a ser considerado como um dos seus apóstolos pelos mesmos Valdenses, a quem ajudou a sair do relativo isolamento em que se encontravam para lhes dar um notável impulso missionário. Realizou numerosas viagens e espalhou a fé em muitos países. Assim, diversas congregações de irmãos floresceram por toda a Europa ocidental, e se converteram em refúgio de outros irmãos perseguidos, tais como albigenses e cátaros.

Pedro de Valdo morreu provavelmente na Boêmia no ano de 1217, onde trabalhou ardentemente para semear a semente do Evangelho, que floresceria mais tarde entre os Irmãos Unidos e João Huss.

Fé e práticas

Os Valdenses reconheciam na Escritura a única autoridade final e definitiva para sua fé e práticas. Criam na justificação pela fé e rejeitavam as obras meritórias como fonte de salvação. Em 1212 um grupo de 500 Valdenses de várias nacionalidades foram detidos em Estrasburgo e queimados na fogueira pela Inquisição. Então, um dos seus pastores declarou pouco antes de morrer: "Nós somos pecadores, mas não é a nossa fé a que nos faz tais; tampouco somos culpados da blasfêmia pela qual somos acusados sem razão; mas esperamos o perdão dos nossos pecados, e isto sem a ajuda do homem, e tampouco através dos méritos ou de nossas obras".

Além da Escritura não sustentavam nenhum credo ou confissão de fé particular. Apesar disso, conseguiram conservar quase intactas a sua fé e as suas práticas ao longo de vários séculos; o qual prova de passagem que o melhor remédio contra a heresia e o engano é a espiritualidade apoiada em uma profunda fidelidade e apego à Escritura.

Tinham, em particular, a mais alta avaliação pelas palavras e obras do Senhor Jesus Cristo nos Evangelhos. A sua meta principal era seguir a Cristo, guardando as suas palavras e imitando o seu exemplo. Não davam muita importância ao conhecimento meramente teológico e mental da verdade, pois insistiam que isto só podia ser entendido por meio da luz que o Espírito Santo concede ao coração daqueles que obedecem as palavras de Deus. Da mesma maneira, colocavam em um lugar central da sua vida os ensinos do Sermão do Monte, e as consideravam como uma regra de vida para todos os filhos de Deus.

Além disso, rejeitaram as disputas doutrinarias como infrutíferas, e aceitavam os ensinos dos homens de Deus de toda época e lugar, caso conformassem à Escritura. O seu maior interesse estava em uma espiritualidade real e prática.

O inquisidor Passau disse a respeito deles: "As pessoas podem conhecê-los por seus costumes e suas conversações. Ordenados e moderados evitam o orgulho nas vestes, que não são de tecidos baratos nem luxuosos. Não se metem em negócios, a fim de não verem-se expostos a mentir, a jurar nem enganar. Como obreiros vivem do trabalho das suas mãos. Os seus próprios mestres são tecelões ou sapateiros. Não acumulam riquezas e se contentam com o necessário. São castos, sobre tudo os lioneses, e moderados em suas comidas. Não freqüentam os botequins nem os bailes, porque não amam essa classe de frivolidades. Procuram não zangar-se. Sempre trabalham e, no entanto, acham tempo para estudar e ensinar. São conhecidos também por suas conversações que são ao mesmo tempo sábias e discretas; fogem da maledicência e se abstêm de conversas vãs e zombadoras, assim como da mentira. Não juram e nem sequer dizem 'é verdade', ou 'certamente', porque para eles isso equivale a jurar".

Quanto à ordem da igreja, não tinham nenhuma classe de organização centralizada, nem hierarquia superior. As suas assembléias eram dirigidas por anciões ou presbíteros a quem chamava 'Barbas'. Celebravam juntos a Ceia do Senhor, sem excluir a nenhum crente dela.

Também reconheciam a existência de um ministério apostólico extra local e itinerante. Os apóstolos Valdenses viajavam continuamente entre as igrejas para ensinar, encorajar e ganhar novos convertidos. Não possuíam bens econômicos nem famílias, já que as suas vidas estavam em contínuo perigo e aflição. As suas necessidades eram supridas pelos irmãos, quem os tinha na maior estima e reconhecimento. Viajavam de dois em dois, sempre um mais velho com um mais jovem como aprendiz. Muitos tinham conhecimentos de medicina para ajudar os necessitados. Também havia entre eles homens altamente educados e eruditos. Freqüentemente as pessoas os chamavam 'Amigos de Deus' devido a sua profunda espiritualidade e simplicidade. Pedro de Valdo, como vimos, foi um deles.

Perseguições e martírios

Apesar do seu relativo e tranqüilo isolamento, as constantes atividades missionárias dos seus apóstolos atraíram finalmente para si a atenção e o ódio da cristandade organizada. Os numerosos santos perseguidos em outras partes encontravam refúgio em suas assembléias, que se tinham espalhado por vários países da Europa. Este fato muito em breve atraiu sobre eles o olhar implacável dos inquisidores.

Em 1192, alarmado pelo crescente número dos Valdenses na Espanha, o Rei Alfonso de Aragón emitiu um decreto contra eles nos seguintes termos: "Ordenamos a todo valdense que, já que estão excomungados da santa igreja, inimigos declarados deste reino, têm que abandoná-los, e igualmente a outros estados dos nossos domínios. Em virtude desta ordem, qualquer que a partir de hoje receber em sua casa os mencionados Valdenses, assistir os seus perniciosos discursos, dar-lhes mantimentos, atrairá por isso a indignação do Deus todo-poderoso e a nossa; os seus bens serão confiscados sem apelação, e será castigado como culpado do crime de lesa-majestade... Além disso, qualquer nobre ou plebeu que encontre dentro dos nossos estados a um destes miseráveis, saiba que se os ultrajar, maltratá-los e os perseguir, não fará com isto nada que não nos seja agradável". Muitos irmãos sofreram o martírio durante a perseguição que desencadeou a partir do decreto real.

Mais adiante, em 1380, um emissário da igreja oficial foi enviado para ocupar-se com eles nos vales de Piamonte. Durante os próximos 30 anos, 230 irmãos foram queimados na fogueira e seus bens repartidos entre os seus perseguidores. A perseguição se agravou em 1400 e, então, muitas mulheres e crianças procuraram refúgio nas altas montanhas. Ali a maior parte deles morreu de fome e frio. Em 1486 se emitiu uma carta pontifícia em oposição a eles e os vales foram invadidos por um exército de 8000 soldados de Archidiácono de Cremona, cujo objetivo era extirpar os hereges. Mas esta vez os pacíficos camponeses Valdenses tomaram as armas para defender-se, por isso o sangrento e desigual conflito se estendeu por quase 100 anos. A resistência dos irmãos foi então tão heróica, que receberam o nome de Israel dos Alpes'.

Quando começou a Reforma, os exércitos da igreja organizada aproveitaram para tomar vingança contra os Valdenses, e arrasaram literalmente várias das suas aldeias e povos. Em Provenza, no sul da França, floresciam 30 aldeias Valdenses que tinham começado a fazer contato com os líderes da Reforma. Inteirados, os seus inimigos convenceram mediante ardis e mentiras o rei da França, Francisco I. Pressionado pelo Cardeal Tournon, ordenou que todos os Valdenses fossem exterminados (19 de janeiro de 1545). Foi enviado um exército contra eles, que, depois de sete semanas de matanças, terminou com a vida de cerca de 3 a 4 mil homens e mulheres. A brutalidade e o horror se estenderam pela região. 22 aldeias ficaram totalmente destruídas. Os poucos sobreviventes foram enviados para servir de remadores nas galeras por toda a vida e apenas um reduzido número conseguiu escapar para a Suíça.

Considerações finais

Apesar de tudo, os Valdenses, diferente dos outros grupos perseguidos, sobreviveram. Nos dias da Reforma muitos passaram a formar parte das filas protestantes, enquanto que outros se uniram a assim chamada Reforma Radical dos Anabatistas. Junto com eles sobreviveram importantes escritos que nos ajudam a entender a fé daqueles irmãos cujos testemunhos foram calados pelo martírio, tais como os cátaros e albigenses, com quem os Valdenses se encontravam estreitamente unidos. E por eles aprendemos que um remanescente fiel lutou, sofreu e morreu por Cristo durante vários séculos de escuridão e apostasia, quando parecia que a fé bíblica tinha desaparecido da terra. E agora um quadro inteiramente diferente surge diante dos nossos olhos. Não se tratavam de hereges, mas sim de verdadeiros irmãos e irmãs em Cristo.

Aqui e lá, em todas as partes da Europa onde homens e mulheres fiéis buscavam o Senhor, a luz da sua palavra resplandecia e um testemunho se levantava no meio da escuridão. Mas o inimigo que enfrentavam era formidável, ardiloso e cruel. As suas armas preferidas eram a difamação e o martírio. Diante delas, todos os seus esforços pareciam destinados ao fracasso e a aniquilação. As fogueiras se multiplicavam e os horrores pareciam não ter fim. No entanto, a sua fé sobreviveu e prevaleceu através de toda aquela imensa maré de malignidade que ameaçou inundá-los por completo.

E a luz alçou no final daquela época de trevas ainda invicta e resplandecente. Desta maneira, junto a albigenses e cátaros e outros cujo testemunho foi silenciado e apagado da história, os Valdenses mantiveram erguido a chama e a fizeram chegar até os nossos dias, para falar por todos os irmãos cujo invencível testemunho de fé e amor por Cristo creram ter feito calar para sempre; e nos dizer que em todos eles brilhou de maneira clara e singular a luz invencível de Cristo e o seu Evangelho eterno, no meio da adversidade mais implacável. Por isso, o seu legado espiritual resulta imperecível.

"Ouvi uma voz do céu que me dizia: Escreve: Bem-aventurados os mortos que desde agora morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, descansarão dos seus trabalhos, porque as suas obras com eles seguem" (Ap. 14:13).

Símbolos Valdenses:
Brasão do Candelabro, símbolo da Chiesa Valdese (Imagem tirada do site da própria Chiesa)
Cruz Huguenote, adoptada pelos Valdenses.
Estátua de Pedro Valdo no Memorial dedicado à Lutero na Alemanha (Foto: Wikipedia).



LEIA MAIS





Site da Igreja Valdense em Roma: http://www.romapiazzacavour.chiesavaldese.org/

sábado, 13 de novembro de 2010

Protestantismo no Brasil - Breves notas

Coube ao Brasil a honra de ter tido a realização do primeiro culto evangélico do Atlântico Sul, o que ocorreu em 10 de março de 1557, pelos primeiros cristãos evangélicos que aportaram no Novo Mundo. Nesta data, chegou ao Brasil a segunda expedição de colonos franceses, a fim de estabelecerem a França Antártica em terras brasileiras. O culto foi dirigido pelo pastor calvinista francês (huguenote) Pierre Richier, na Ilha de Villegaignon, na Baía de Guanabara (RJ), lugar onde está localizada a Escola Naval da Marinha do Brasil, o estabelecimento de ensino militar mais antigo do País.

O vice-almirante francês Nicolau Durand de Villegaignon, comandante da primeira expedição, escrevera a João Calvino, líder da Igreja Reformada em Genebra, solicitando membros daquela igreja para estabelecerem aqui uma obra cristã nos moldes daquela, para se encarregarem da evangelização dos naturais da colônia e da catequese em geral. Calvino enviou 14 huguenotes, entre os quais dois pastores – Du Pont de Corguilleray, líder do grupo; e Pierre Richier, pastor e doutor em teologia – e um estudante de teologia, que serviu como cronista.
No culto citado, eles cantaram o Salmo 5 (de melodia desconhecida hoje); em seguida, Richier fez a leitura bíblica (Salmo 27.3,4), tendo proferindo um inspirado sermão. Todas as noites havia reuniões, onde oravam e pregavam a Palavra de Deus. Aos domingos, havia duas reuniões. A primeira Santa Ceia em terras brasileiras foi celebrada num domingo, em 21 de março de 1557.[1]
 PRIMEIRAS IGREJAS
 Foi somente nos idos de 1810 que os cultos evangélicos passaram a ter caráter definitivo no Brasil, com a fundação da Igreja Anglicana no Rio de Janeiro.
A partir daí, outras denominações evangélicas foram organizadas, a saber:
▪ Igreja Metodista (1835);
▪ Igreja Luterana (1845);
Igreja Congregacional (1855);
Igreja Presbiteriana (1862);
Igreja Batista (1882);
Igreja Episcopal (1890);
Igreja Adventista (1895);
Congregação Cristã (1910);
Assembleia de Deus (1911).
 Doravante, outras denominações evangélicas foram organizadas no Brasil, mas nos deteremos apenas na fundação da Assembleia de Deus, pois com ela iniciou a obra pentecostal de maior vulto no Brasil, e que é considerada um dos maiores fenômenos da fé pentecostal no mundo. Essa obra, contudo, é fruto do avivamento pentecostal que eclodiu no início do Século XX.
 O AVIVAMENTO PENTECOSTAL NO SÉCULO XX
 O avivamento pentecostal do século XX começou na sede do Bethel Bible School, na cidade de Topeka, estado do Kansas (EUA), quando Deus batizou com o Espírito Santo os primeiros crentes no Século XX.[2]
Embora houvesse notáveis movimentos do Espírito Santo, nos quais falar em línguas, profecia e curas foram experimentados, nenhum desses reavivamentos desembocou para um “Movimento Pentecostal”, tal como resultou do derramamento do Espírito que tomou lugar na virada do século no Bethel Bible College, de Charles F. Parham. Quando os estudantes entenderam, a partir de seus estudos nas Escrituras, que a evidência bíblica do batismo no Espírito Santo é o falar em língua, e então buscaram essa experiência, o tempo tinha chegado para a inauguração do Movimento que viria a envolver todo o mundo.
Primeiro batismo. Em 1º de Janeiro de 1901, uma jovem estudante do Bethel, de nome Agnes N. Ozman, pediu que lhe fosse feita imposição de mãos pelos pastores e líderes, pois cria que iria receber o batismo no Espírito Santo, de acordo com o modelo indicado no livro de Atos dos Apóstolos. Estes responderam ao seu pedido e impuseram as mãos sobre ela; então, Deus honrou a fé daquela jovem e batizou-a com o Espírito Santo, de modo que ela falou em línguas estranhas e glorificou o nome do Senhor.
Esta, porém, não foi a primeira vez, desde os dias apostólicos, que o Espírito fora derramado, acompanhado por manifestações espirituais incluindo profecias e falar em línguas. Nos Estados Unidos, há notícia do mover do Espírito Santo nos idos de 1854 na Nova Inglaterra, sobre aqueles que eram conhecidos como The Gift People.[3]


[1] Mensageiro da Paz, Ano 37, No. 21, Nov/1967, pg. 8.
[2] Mensageiro da Paz, jun/1961, pg. 3.
[3] FRODSHAM, Stanley H. With Signs Following (Springfield, Gospel Publishing House, 1941), 253–262.

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AD BELÉM 

LEIA AINDA A PARTE 2 E 3.